Após a queda das ditaduras ibéricas, gerou-se a ideia de que Espanha e Portugal estavam imunes ao surgimento de partidos de extrema-direita, graças à vacina do autoritarismo vivido. Pensava-se que os partidos da direita democrática seria capazes de seduzir, ainda que "by default", os votantes mais propensos a soluções radicais do extremo político discriminatório - fossem elas securitárias, xenófobas ou racistas, anti-identitárias ou de moralismo saloio-machista. Quem assim pensou enganou-se.
terça-feira, julho 25, 2023
Males que não se confundem
Após a queda das ditaduras ibéricas, gerou-se a ideia de que Espanha e Portugal estavam imunes ao surgimento de partidos de extrema-direita, graças à vacina do autoritarismo vivido. Pensava-se que os partidos da direita democrática seria capazes de seduzir, ainda que "by default", os votantes mais propensos a soluções radicais do extremo político discriminatório - fossem elas securitárias, xenófobas ou racistas, anti-identitárias ou de moralismo saloio-machista. Quem assim pensou enganou-se.
segunda-feira, julho 24, 2023
Jogos de cintura
Ao observar este ambiente, não pude deixar de lembrar uma historieta, num Verão também quente, embora por virtude de outras temperaturas, em 1975.
Era agosto e eu andava por Vila Real, meio de férias em família, meio feito militante político-militar. Na esplanada da Gomes ("where else?"), cruzei-me com o meu velho amigo José Araújo, também conhecido como Zé Foquita, negociante de velharias, proprietário da "Galeria d'Artes".
O Zé era conservador, eu estava muito longe disso, mas nunca, até ao final da sua vida, essa diferença de perspetivas projetou a menor sombra sobre a nossa forte amizade.
Na conversa, o Zé contou-me que tinha ido na sua carrinha a Beja, para comprar um piano que ali estava à venda. Lembro-me sempre de que não acompanhou a minha ironia: "A música no Alentejo agora é outra, não é?".
Perguntei-lhe por que razão, na ida, não me tinha ido visitar a Lisboa. Podia ter ficado em minha casa, eu ter-lhe-ia mostrado coisas da cidade que ele conhecia mal.
O Zé foi perentório (na altura, escrevia-se peremptório): "Estás doido! Então tu achas que eu me arriscava a passar pela 'cintura industrial' !"
O meu amigo Zé Foquita, que era mais um assustado desses tempos, pelos vistos achava que, em torno de Lisboa, as estradas eram patrulhadas, durante toda a "saison", por figuras de fato-macaco operário, com ar patibular, de barras de ferro na mão, controlando os movimentos e olhando com suspeição todos os forasteiros. Afinal, era isso, para ele, a tal "cintura industrial".
Para a semana, começa a "cintura celestial". Vai correr tudo bem, vão ver!
Depois, queixem-se!
... e há a Europa!
PP
Democracia
Expresso
Majestad
Lição ibérica
domingo, julho 23, 2023
sábado, julho 22, 2023
Cada terra...
Já agora...
La France
sexta-feira, julho 21, 2023
Era, nâo era?
O meu quintal
A sombra de Philby
Tendo o MI6 sido o involuntário fornecedor da maior fornada de espiões soviéticos de qualidade de que a história da "intelligence" tem memória, este apelo parece acarretar um curioso sentido de vingança.
A ver vamos se o "appeal" que o comunismo tinha naquele tempo do pós-segunda guerra conseguirá ser emulado pela sedução que a filosofia do mundo capitalista hoje pode exercer sobre as gentes lá por Moscovo.
Josef Stalin vs Boris Johnson?
quinta-feira, julho 20, 2023
Pascal Lamy
Nos dias de hoje, a globalização parece estar, se não sob fogo, pelo menos sob forte suspeita. Não era esse o ambiente nos anos 90. Por essa altura, o credo liberal imperava pelo mundo. Na União Europeia, que vivia sob a obsessão do estabelecimento de acordos de livre comércio com todas as regiões do planeta, estava a ser cada vez mais difícil a um país como Portugal evitar que setores relevantes da sua produção industrial, alguns de baixa tecnologia e de natureza similar aos de alguns Estados que pretendiam livre acesso ao mercado europeu, fossem oferecidos como moeda de troca para as aberturas, noutros setores bem mais rentáveis, que as grandes economias europeias pretendiam obter em geografias economicamente muito promissoras. Quem tem alguma memória das "guerras" para a defesa dos nossos têxteis percebe melhor do que estou a falar.
quarta-feira, julho 19, 2023
Um amigo por medida
terça-feira, julho 18, 2023
Histórias
segunda-feira, julho 17, 2023
"Afonso" (Mora)
Jane Birkin
domingo, julho 16, 2023
sábado, julho 15, 2023
"Bonne adresse"
Nesses idos de 80 do século que há muito se foi, estando de passagem pela cidade onde ele estava colocado, bastante longe de Portugal, passei a visitá-lo, para lhe dar um abraço. Não era um amigo íntimo, mas tínhamos construído um cordial entendimento pessoal. Tratávamo-nos por "você", talvez fruto da diferença de idades ou daquelas irrecuperáveis casualidades que fazem com que, no primeiro contacto, não tivéssemos desformalizado totalmente o relacionamento.
sexta-feira, julho 14, 2023
Repito, as vezes que for necessário
Cada vez valorizo mais o contraste de perspetivas sobre a guerra na Ucrânia que a CNN Portugal cuida em manter. Como dizia o genial Nelson Rodrigues, "toda a unanimidade é burra".
Esperança
quinta-feira, julho 13, 2023
Os não-deputados
Entre os deputados da oposição que me colocaram questões, um deles, Luís Marques Mendes, abandonou o plenário antes de eu ter tido oportunidade de responder à pergunta que me colocara. Irritei-me. Quando passei pela resposta que lhe era devida, fiz uma ironia algo "grossa" e desajeitada.
O PSD entrou em ebulição, os deputados do PS ficaram encavacados com a minha ousadia, ao provocar alguém que, daí a dias, ia passar a líder parlamentar dos social-democratas.
Ao meu lado, António Costa, em voz baixa, reagiu: "O que você foi fazer, Francisco! Agora, vai ser o bom e o bonito!".
E foi. A honra da bancada do PSD foi invocada por alguém exaltado, que desancou a minha ousadia, ninguém do PS saltou em minha defesa, eu decidi, erradamente, não me retratar e António Costa lá teve de defender-me, "tant bien que mal". Foram uns minutos menos agradáveis.
Nesse dia, aprendi que o meu estatuto de membro (júnior) do governo não me permitia colocar-me ao nível dos deputados. É que eu não tinha sido deputado, não era "um deles", pelo que eles não aceitavam (PS incluído) que eu atirasse graças e ironias sobre uma figura grada do estrelato oposicionista (na ocorrência, o hoje meu amigo Luís Marques Mendes). Ah! E ser independente também não ajudava nada.
Medidas todas as distâncias, lembrei-me disto ao ver a sarilhada em que Pedro Adão e Silva se meteu, ao criticar os deputados da comissão parlamentar de inquérito à TAP, dizendo, aliás, algumas coisas certas e óbvias. Mas o Pedro também nunca foi deputado...
quarta-feira, julho 12, 2023
Ucrânia
Media
Rio
Guerra no écran
terça-feira, julho 11, 2023
O esgar de Sunak
A Ucrânia e a NATO
EUA bem
Os erros da Rússia
Se, em fevereiro do ano passado, a Rússia tivesse conseguido colocar a Ucrânia "de joelhos", como ficou evidente ser a sua intenção no frustrado movimento de tropas para Kiev e Kharkiv, teria ficado dona do jogo e podia estar numa outra posição para negociar com os EUA. Ao ter falhado clamorosamente no plano militar, provocou exatamente o contrário: ressuscitou os seus piores demónios e está agora a pagar um elevado preço, nomeadamente no reforço conjuntural da NATO. No fim de contas, há que convir que Prigozhin tinha alguma razão: alguém levou Putin a cometer aquele imenso erro, avaliando mal a relação de forças no terreno. Terão sido Shoigu ou Gerasimov, como ele também diz? Como exercício político-militar, a Rússia é hoje um "case study" fascinante.
O que aí vem
Fronteira do Caia
O pragmatismo e o bom-senso fazem com que, no histórico das relações Portugal-Espanha, o equilíbrio de interesses prevaleça sempre sobre a tentação de cumplicidades ideológicas. Cavaco deu-se lindamente com González, tal como Guterres com Aznar. Se Feijóo vier a sair na rifa eleitoral, Costa saberá encontrar o tom certo.
Espanha
Vale tudo, não é?
RTP
segunda-feira, julho 10, 2023
Isto está bonito...
Biden
BRICS
Manda quem pode
Wagner
O dito do primeiro-ministro
O dito do ministro
Tapetes
domingo, julho 09, 2023
Vasco
Ontem, ensombrou-nos uma bela festa a notícia de que o Vasco Corrêa Mendes tinha morrido nessa manhã. Tinha 88 anos. Mas o Vasco era daquele género de amigos que "adolescem" com o tempo, de tal maneira a juventude do seu espírito se sobrepunha sempre ao calendário.
Conhecemos o Vasco nessa Luanda difícil dos anos 80, com a guerra por todo o lado, com o recolher obrigatório a azucrinar-nos as noites. A casa do Vasco e dos seus primos Sérgio Guedes de Sousa e Zé Tó Arantes Pedroso - que se revezavam em Angola para tratar do negócio familiar da Guedal - foi o porto seguro de tantas e tantas jantaradas divertidas.
A "casa dos Guedais", como lhe chamávamos, era uma espécie de ilha de boa disposição permanente, um "acelerador de trigliceridos", como eu a qualificava, à vista dos efeitos dos excessos de consumos líquidos sobre o meu fígado. Naquela cidade de Luanda, com uma vida então muito difícil, nós tivemos o inestimável privilégio de ser cooptados para esse grupo extraordinário, de sermos os parceiros constantes de uma mescla que ia variando à medida que os primos rodavam na sua tarefa de gestão. Quanta gente interessante - os chatos eram sempre dispensados! - por ali conhecemos!
O Vasco era o mais aventureiro dos três primos. Era com ele que se montavam as melhores expedições à Quiçama, às lagostas do Mário, em Cabo Ledo, os pôr-do-sol no Morro da Lua. Um dia, conseguimos mesmo fazer uma improvável ida de Jeep à ilha do Mussulo, aproveitando uma conjuntural baixa-mar. Também guardo algures uma cobertura fotográfica desse feito, então raro.
Lá se foi o Vasco! Se calhar, ele gostaria que dispensássemos as nostalgias e bebêssemos um copo à sua memória. Foi o que ontem fiz, com a maior cumplicidade, com a Ana Poppe, alegre comparsa desses tempos de Luanda. Na festa de ontem, marcaram presença outros amigos do Vasco: a Graça e o Fernando Andresen Guimarães, a Papucha e o Fernando Neves, a Bá Burnay, o António Vallera. E, pela mesma razão que ali levou à ausência do Vasco, marcámos falta triste a alguns mais. "Cheers", Vasco! À amizade!
(Um perfil do Vasco aqui.)
sábado, julho 08, 2023
sexta-feira, julho 07, 2023
Não, não vale tudo
Nunca mais é sábado!
Ah! Pois é!
quinta-feira, julho 06, 2023
O café da Caravela e o bilhete do comboio
Até há alguns anos, havia na Praça da República, em Viana do Castelo, junto ao chafariz, a esplanada da Caravela. Quando passava pela cidade, gostava de me sentar por ali a digerir, com um café, a pilha de jornais e revistas que sempre comprava (hoje compro cada vez menos imprensa em papel) na excelente, e felizmente eterna, tabacaria situada da esquina da praça com a rua Manuel Espregueira.
quarta-feira, julho 05, 2023
"O Marcelo"
Tape
E cá?
terça-feira, julho 04, 2023
Empregos
Em que ficamos?
SNS (4)
Turistas
"Small print"
SNS (3)
SNS (2)
SNS (1)
segunda-feira, julho 03, 2023
OKimby
domingo, julho 02, 2023
Papa
Desde há algumas horas, o Twitter anda em rebuliço. O novo proprietário, Elon Musk, resolveu limitar as visitas diárias à plataforma, que já tinha vindo a sofrer outras restrições, e isso está a provocar uma visível angústia em quem passava por ali os dias e fazia daquilo a sua vida. Chega a ser patética a orfandade destilada pela perda do brinquedo. Se os gestores de outras redes sociais fizessem o mesmo, o mundo seria muito mais saudável. E, de caminho, eles também podiam acabar com o flagelo do anonimato, obrigando toda a gente a ter a coragem de assinar o que escreve com o seu próprio nome.
Bistrô da Quinta do Tedo
"Allons, enfants..."
sábado, julho 01, 2023
Lavrov e Nogueira
Ao ouvir Sergei Lavrov, na entrevista à RTP, veio-me à memória Franco Nogueira. Com as óbvias diferenças de cada caso, bem entendido - para os mais puristas, que sempre saltam a terreiro fácil.
Temido temida?
Lavrov
sexta-feira, junho 30, 2023
"Déjà vu"
Nessa altura, foram muitas mais as horas de negociação, pela madrugada dentro, que permitiram conseguir chegar a conclusões que, sob proposta portuguesa, juntaram países politicamente tão distantes como a Rússia e os Estados Unidos, ou a Arménia e o Azerbaijão, com bastantes outras notórias conflitualidades pelo meio. No final, o acordo obtido foi formal e rapidamente aprovado pelos ministros, como é de regra.
Nunca, desde então, qualquer outra presidência anual da OSCE voltou a ser capaz de assegurar posições comuns no seio de toda a organização.
Há dois anos, tive o gosto de ser convidado a ir a Viena, à sede da OSCE, para recordar essa experiência, que ficou bem gravada na memória daquela instituição.
Foi graças a uma fantástica equipa de diplomatas, técnicos e oficiais das Forças Armadas, que então me coube chefiar, e que havia sido organizada pelo meu antecessor no posto, embaixador João Lima Pimentel, que foi possível atingir aquele resultado, para o qual muito contribuiu também o meu "deputy", embaixador Carlos Pais.
Porque, à época, a hipótese de um fracasso nos acompanhou até muito tarde, ver cumprido com total êxito o nosso objetivo deu muito mais gozo.
Marta Temido
quinta-feira, junho 29, 2023
Viva o contraditório!
quarta-feira, junho 28, 2023
A Ucrânia e a NATO
Por que será?
Lérias
terça-feira, junho 27, 2023
As três vezes
segunda-feira, junho 26, 2023
À Europa!
Não é por acaso...
Não sei se já apareceu, mas não deve tardar muito até um desses maluquinhos das teorias da conspiração vir aventar: "Não é por acaso que o golpe do Prigozhin surgiu logo depois da reunião do Bilderberg em Portugal..."
Qual dos dois?
Entender
domingo, junho 25, 2023
Visitantes
Coreia do Norte
Djibuti
Eritreia
Kiribati
Lesotho
Micronesia
Palau
Samoa
Serra Leoa
Sudão do Sul
Tchad
Tonga
Turquemenistão
Tuvalu
Vanuatu