Será que tem a ver com: O escritor checo Milan Kundera, exilado em França e autor de “A Insustentável Leveza do Ser”, morreu hoje aos 94 anos, noticiou a televisão oficial da República Checa.
Como disse de manhã, aqui em casa não estamos, nunca estivemos nem temos a mais pequena intenção de vir a estar em qualquer rede social. Compreendo que muita gente esteja, porque quer ou porque precisa, mas nunca deixei de achar curioso que muita gente que lá está porque gosta se venha "justificar" com um "mas saio quando quiser", o que não é bem assim.
Como não estou não sei a que se refere em particular, nesta data pelos vistos memorável, a menos que alguém mo explique. O que sei é que, pelo que vou ouvindo a quem me interessa ouvir que são as gerações seguintes, as redes sociais "clássicas" não lhes dizem nada e até fogem delas por serem o domínio dos "cotas" (que para eles é toda a gente com mais de 30 anos). Isto tudo para constatar que se calhar todos os dias o são por esses sítios, a partir do momento que vão alienando essas gerações que são o futuro.
PS- Fui almoçar ali para os lados do Teatro Tivoli na Avenida da Liberdade. Devo ser uma das poucas pessoas que vai almoçar por ali e sai de uma "boca do metro", mas o parque de estacionamento do dito não me traz boas memórias das razões por que lá guardava o carro com demasiada frequência nos últimos anos.
Une vie qui disparaît une fois pour toutes, qui ne revient pas, est alors comme une ombre, sans poids, morte d'avance, et qu'elle ait été horrible, belle ou sublime, son horreur, sa sublimité et sa beauté ne signifient rien.
Já agora algo de útil, para variar, uma espécie de "rede social":
"Portugal: basta 10€ para saber a morada de alguém que conduza…" (só googlar).
Claro que seria mais correcto porventura dizer "para saber a morada do dono do carro", o que levanta desde logo muitas questões, a começar por ter cuidado com aqueles a que se empresta o carro pois vai sobrar para nós os gestos com os dedos que eles fizerem.
De vez em quando escrevo "porque" quando era "por que" e outras vezes "por que" quando era "porque", é o que dá escrever à pressa antes que as ideias fujam e depois nem sempre rever.
Eu sei que isto parece uma desculpa manhosa e é mesmo.
Em todo o caso as minhas desculpas e os meus agradecimentos aos mais puristas por me terem vindo a poupar nas correcções.
Caro Manuel Campos, pode até ser porque aos muitos foge a razão pela qual é necessário usar uma ou a outra das formas do por que... Incluindo eu com minha grande vergonha... Com certeza aqui há uns 45 anos ssbia... Para voltar ao argumento do post não sei por qual motivo os socials se sentem insustentavelmente ligeiros... Será que eram muito fans do Milan Kundera?
Não é de ter vergonha no seu caso, nem muito menos logo "grande", quem nos dera que todos tivéssemos a sua facilidade de se exprimir.
Acontece que há 45 anos eu era capaz de saber mas duvido que o escrevesse. Andava a meio dos meus tempos de universidade e, como já tenho dito, sou de "ciências" (uma provocaçãozita que faço por aqui, na linha do "espírito da casa", houve uma vez ou outra que ainda recebi umas "bocas" sobre isso, entretanto aqui a malta deixou-se disso o que muito lamento e me traz desgostoso). E não escrevia porque(!) aquilo era "ciências" (e eu a dar-lhe) e em "ciências" não há muito paleio, o que é pena porque(!) me teria safado melhor com a conversa do que com as fórmulas. Portanto só nos apontamentos tirados nas aulas e aí escrevia-se "pq" para abreviar e continuar com o balanço (haveria outras palavras que sofriam a mesma compressão). Em todo o caso não foi grave, fiz os 2 primeiros anos em 3 prestações e, a partir daí, nunca percebi porquê e agora também já não quero perceber, desatei a apanhar notas de 15, 16, 17, uma vergonha para o meu currículo de frequentador de esplanadas e jogador de futebol de salão.
Pois a sua observação é pertinente mas fãs do Kundera não me parece. Para ser fã do Kundera é preciso, no mínimo, saber que ele existiu.
Isto não está mau, está péssimo, serve de justificação (espero!) o ter andado aí durante o dia de um lado para o outro com minha mulher e, apesar dos 32º (à sombra) não nos ser possível, por várias razões, ligar o ar condicionado acima da posição mínima, de vez em quando na posição 2 como máximo.
Eu estava a meio do curso há 55 anos, há 45 anos já estava "noutra". Há 45 anos também não escrevia muito mas escrevia com cuidado, foi a época em que eu escrevia comunicados de uma comissão de trabalhadores a dizer mal de mim próprio.
Sai então história. Como quase ninguém se lembra ou não se quer lembrar, o PREC na cintura industrial de Lisboa só acabou ali por 1982-83. Em 1978 fui nomeado director de uma instalação fabril com cerca de 200 pessoas e animação não faltava. Como o funcionamento era por turnos, todos os dias da graça de Deus, parte do turno que saía às 16, parte do turno que entrava às 16, mais os que trabalhavam no horário diurno normal juntavam-se na cantina com este V. servidor para proceder às “reivindicações do dia”. O ambiente foi-se mantendo cordato quanto possível até ao dia em que surgiu o magno problema dos chuveiros dos duches, que tinham desaparecido. Portanto mandei-os substituir, como era evidente. Uns dias depois tinham desaparecido outra vez todos, pedi que andassem atentos àquilo e lá mandei pôr outros chuveiros. O que é que entretanto aconteceu? Pois desapareceram todos outra vez, está bem de ver. Aí informei que os ía de novo mandar instalar mas que era a última vez. Adivinharam: desapareceram outra vez e eu não os mandei substituir.
A partir daí deixei de ser um “gajo porreiraço” para ser mais “um explorador da classe operária”, o que se agravou quando eu, farto de os ouvir atirar para mim uma responsabilidade de vigilância que era deles, lhes disse que passassem a ír tomar banho a casa.
O que é que acontecia nessas situações: comunicados a dizer bem do chefe. Ora antes de os começarem a distribuir à porta das instalações e pelos cafés das redondezas, lá vinham mostrá-los a ver se me assustavam. E foi aí que eu decidi aparecer nas reuniões com um comunicado a “atacar-me a mim próprio” redigido por mim, propondo que o utilizassem em vez do deles. Aquilo foi dando para o torto até ao dia em que o presidente da C.T. lê a “minha proposta” e sai-se com um “sim senhor, não está nada mal, vamos distribuir este”. Galhofa geral e a paz feita. E chuveiros novos, claro, que remédio.
8 comentários:
Será que tem a ver com: O escritor checo Milan Kundera, exilado em França e autor de “A Insustentável Leveza do Ser”, morreu hoje aos 94 anos, noticiou a televisão oficial da República Checa.
Como disse de manhã, aqui em casa não estamos, nunca estivemos nem temos a mais pequena intenção de vir a estar em qualquer rede social.
Compreendo que muita gente esteja, porque quer ou porque precisa, mas nunca deixei de achar curioso que muita gente que lá está porque gosta se venha "justificar" com um "mas saio quando quiser", o que não é bem assim.
Como não estou não sei a que se refere em particular, nesta data pelos vistos memorável, a menos que alguém mo explique.
O que sei é que, pelo que vou ouvindo a quem me interessa ouvir que são as gerações seguintes, as redes sociais "clássicas" não lhes dizem nada e até fogem delas por serem o domínio dos "cotas" (que para eles é toda a gente com mais de 30 anos).
Isto tudo para constatar que se calhar todos os dias o são por esses sítios, a partir do momento que vão alienando essas gerações que são o futuro.
PS- Fui almoçar ali para os lados do Teatro Tivoli na Avenida da Liberdade.
Devo ser uma das poucas pessoas que vai almoçar por ali e sai de uma "boca do metro", mas o parque de estacionamento do dito não me traz boas memórias das razões por que lá guardava o carro com demasiada frequência nos últimos anos.
Une vie qui disparaît une fois pour toutes, qui ne revient pas, est alors comme une ombre, sans poids, morte d'avance, et qu'elle ait été horrible, belle ou sublime, son horreur, sa sublimité et sa beauté ne signifient rien.
Milan Kundera
Já agora algo de útil, para variar, uma espécie de "rede social":
"Portugal: basta 10€ para saber a morada de alguém que conduza…" (só googlar).
Claro que seria mais correcto porventura dizer "para saber a morada do dono do carro", o que levanta desde logo muitas questões, a começar por ter cuidado com aqueles a que se empresta o carro pois vai sobrar para nós os gestos com os dedos que eles fizerem.
De vez em quando escrevo "porque" quando era "por que" e outras vezes "por que" quando era "porque", é o que dá escrever à pressa antes que as ideias fujam e depois nem sempre rever.
Eu sei que isto parece uma desculpa manhosa e é mesmo.
Em todo o caso as minhas desculpas e os meus agradecimentos aos mais puristas por me terem vindo a poupar nas correcções.
Prometo emendar-me, não sei é quando.
Caro Manuel Campos, pode até ser porque aos muitos foge a razão pela qual é necessário usar uma ou a outra das formas do por que... Incluindo eu com minha grande vergonha... Com certeza aqui há uns 45 anos ssbia...
Para voltar ao argumento do post não sei por qual motivo os socials se sentem insustentavelmente ligeiros... Será que eram muito fans do Milan Kundera?
Caro Renato
Não é de ter vergonha no seu caso, nem muito menos logo "grande", quem nos dera que todos tivéssemos a sua facilidade de se exprimir.
Acontece que há 45 anos eu era capaz de saber mas duvido que o escrevesse.
Andava a meio dos meus tempos de universidade e, como já tenho dito, sou de "ciências" (uma provocaçãozita que faço por aqui, na linha do "espírito da casa", houve uma vez ou outra que ainda recebi umas "bocas" sobre isso, entretanto aqui a malta deixou-se disso o que muito lamento e me traz desgostoso).
E não escrevia porque(!) aquilo era "ciências" (e eu a dar-lhe) e em "ciências" não há muito paleio, o que é pena porque(!) me teria safado melhor com a conversa do que com as fórmulas.
Portanto só nos apontamentos tirados nas aulas e aí escrevia-se "pq" para abreviar e continuar com o balanço (haveria outras palavras que sofriam a mesma compressão).
Em todo o caso não foi grave, fiz os 2 primeiros anos em 3 prestações e, a partir daí, nunca percebi porquê e agora também já não quero perceber, desatei a apanhar notas de 15, 16, 17, uma vergonha para o meu currículo de frequentador de esplanadas e jogador de futebol de salão.
Pois a sua observação é pertinente mas fãs do Kundera não me parece.
Para ser fã do Kundera é preciso, no mínimo, saber que ele existiu.
Isto não está mau, está péssimo, serve de justificação (espero!) o ter andado aí durante o dia de um lado para o outro com minha mulher e, apesar dos 32º (à sombra) não nos ser possível, por várias razões, ligar o ar condicionado acima da posição mínima, de vez em quando na posição 2 como máximo.
Eu estava a meio do curso há 55 anos, há 45 anos já estava "noutra".
Há 45 anos também não escrevia muito mas escrevia com cuidado, foi a época em que eu escrevia comunicados de uma comissão de trabalhadores a dizer mal de mim próprio.
Sai então história.
Como quase ninguém se lembra ou não se quer lembrar, o PREC na cintura industrial de Lisboa só acabou ali por 1982-83.
Em 1978 fui nomeado director de uma instalação fabril com cerca de 200 pessoas e animação não faltava.
Como o funcionamento era por turnos, todos os dias da graça de Deus, parte do turno que saía às 16, parte do turno que entrava às 16, mais os que trabalhavam no horário diurno normal juntavam-se na cantina com este V. servidor para proceder às “reivindicações do dia”.
O ambiente foi-se mantendo cordato quanto possível até ao dia em que surgiu o magno problema dos chuveiros dos duches, que tinham desaparecido.
Portanto mandei-os substituir, como era evidente.
Uns dias depois tinham desaparecido outra vez todos, pedi que andassem atentos àquilo e lá mandei pôr outros chuveiros.
O que é que entretanto aconteceu?
Pois desapareceram todos outra vez, está bem de ver.
Aí informei que os ía de novo mandar instalar mas que era a última vez.
Adivinharam: desapareceram outra vez e eu não os mandei substituir.
A partir daí deixei de ser um “gajo porreiraço” para ser mais “um explorador da classe operária”, o que se agravou quando eu, farto de os ouvir atirar para mim uma responsabilidade de vigilância que era deles, lhes disse que passassem a ír tomar banho a casa.
O que é que acontecia nessas situações: comunicados a dizer bem do chefe.
Ora antes de os começarem a distribuir à porta das instalações e pelos cafés das redondezas, lá vinham mostrá-los a ver se me assustavam.
E foi aí que eu decidi aparecer nas reuniões com um comunicado a “atacar-me a mim próprio” redigido por mim, propondo que o utilizassem em vez do deles.
Aquilo foi dando para o torto até ao dia em que o presidente da C.T. lê a “minha proposta” e sai-se com um “sim senhor, não está nada mal, vamos distribuir este”.
Galhofa geral e a paz feita.
E chuveiros novos, claro, que remédio.
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