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quarta-feira, julho 13, 2011

Jan Kulakowski

Tínhamos uma considerável diferença de idades mas, pelo que me apercebi nos vários contactos que com ele tive, não tínhamos grandes diferenças em relação à ideia da Europa. Falava um francês magnífico, como muitos polacos da sua geração.

Jan Kulakowski, que até há dois anos era deputado europeu, teve a seu cargo o dossiê da integração europeia, no gabinete do seu primeiro-ministro, nos anos 90. Sindicalista de origem, foi locutor de rádio e chefiou a delegação polaca junto da União Europeia.

Conheci-o em Bruxelas, em fins de 1995. À primeira vista era um homem fechado, mesmo difícil. À medida que conosco se abria, descobríamos uma figura muito elaborada, com um grande culto pela história. Uma noite, num jantar na embaixada polaca no Restelo, contou-me pormenores muito interessantes da história do movimento sindical na Polónia, que haveria de ser a grande alavanca para o futuro democrático do país. Fez-me então perceber esse mundo de contradições em que emergiu Lech Walesa. Era um sábio e disse-me uma frase que nunca esqueci: "Amo a Europa porque amo a Polónia". 

Morreu há dias.

quarta-feira, junho 29, 2011

Polónia

A Polónia é o maior Estado de quantos passaram a integrar a União Europeia, em 2004. Vai assumir amanhã a sua primeira presidência semestral rotativa, num tempo em que isso tem já um significado um tanto residual, atentas as alterações introduzidas pelo tratado de Lisboa.

Ontem à noite, o meu colega polaco, Tomasz Orłowski, um amigo de há quase vinte anos, na abertura de um concerto que ofereceu em Paris, disse que o seu país tinha como objetivo vir a exercer uma presidência simples e útil. Uma finalidade bem sensata, nos tempos que correm.

Do "logo" da nova presidência transparece graficamente a memória do Solidarność, essa magnífica aventura liderada por Lech Walęsa, que hoje se constata ter sido a primeira verdadeira brecha no muro de Berlim. 

Recordo ainda a emoção partilhada com Jorge Sampaio quando, um dia, em Gdańsk, passámos à porta do estaleiro Lénine. Afinal, tudo havia começado ali.

Confesso os figos

Ontem, uma prima ofereceu-me duas sacas de figos secos. Não lhes digo quantos já comi. Há poucas coisas no mundo gustativo de que eu goste m...