Há uma caricatura, frequentemente tida por regra, segundo a qual a vida de um diplomata é feita entre cocktails e outros momentos tidos por lúdicos. Não é esse o nosso quotidiano, muito longe disso, podem crer. Mas esses momentos, às vezes, acontecem.
Ontem, ao final de um dia cansativo de trabalho, devo dizer que me fez muito bem ir ouvir, a convite e na residência do meu colega luxemburguês, um magnífico espetáculo de música dos séculos XVII e XVIII, interpretada pelo conjunto Artemandoline. Uma curiosidade: trata-se de um grupo luxemburguês composto por músicos de várias origens... mas nenhum luxemburguês! Quase estranhei não ver um português entre eles, tal a dimensão da nossa comunidade local. O Luxemburgo é um excelente exemplo da riqueza da diversidade europeia.
No final, todos elogiávamos o espetáculo, mas as conversas convergiam, maioritariamente, sobre as peculiaridades da justiça americana e a saída da prisão de Dominique Strauss-Kahn, de que tínhamos acabado de ter conhecimento. A França, dividida e interrogativa, continua a viver esta questão como tema central de polémica e curiosidade.
Saí cedo, porque ainda queria ver o debate eleitoral da noite portuguesa. É que a nossa música é outra.