sábado, julho 31, 2021
O maluquinho
Há um maluquinho que, todos os dias, insiste em tentar colocar coisas neste blogue. Faz links para um blogue racista e negacionista, cheio de teorias conspiratórias, que tem a curiosidade de não ter visitantes. O maluquinho assina, imaginem!, uihggkj . Deve achar “o máximo” esse heterónimo que disfarça a sua doença mental. Pelo IP, já se sabe de onde vem. Um dia, vai ter uma surpresa.
sexta-feira, julho 30, 2021
Caixa forte
Fui hoje à Caixa. À agência do meu bairro. Aparentemente, estava fechada. A porta tem imensa papelada afixada. No meio, um horário. Pelos vistos, só se pode ir livremente de manhã. À tarde, e só até às três, apenas por marcação. Eram duas da tarde. Pelos vidros, não se via vivalma. Mas havia luzes. Toquei à campaínha. Uma senhora, lá de dentro, pelo telefone, repetiu-me as horas de expediente. E explicou-me que, à hora a que eu ia, “só por marcação”. Perguntou-me para quando eu queria marcar. Eu disse: “Marque para agora, por favor!…” Abriu-me a porta, simpática. Fui muito bem atendido. Aquilo que eu pretendia resolver só o poderia fazer presencialmente. Os bancos transformaram-se em entidades totalmente impessoais. Com simpatia “à la carte”. Não gosto. Deve ser da idade, admito.
Uma “Lezíria” perto de casa
Ontem, não nos apetecia jantar em casa, mas igualmente não queríamos ir muito longe. Recorri ao “Fork”, uma “app” muito útil, que efetua reservas sem termos de negociar nada telefonicamente: escolhemos o restaurante, escrevemos o número de pessoas e a hora desejada. Se houver lugar, recebe-se, quase sempre de imediato, um email a confirmar.
Olavo
quinta-feira, julho 29, 2021
Pedro Tamen (1934-2021)
O mar é longe
O mar é longe, mas somos nós o vento;e a lembrança que tira, até ser ele,é doutro e mesmo, é ar da tua bocaonde o silêncio pasce e a noite aceita.Donde estás, que névoa me perturbamais que não ver os olhos da manhãcom que tu mesma a vês e te convém?Cabelos, dedos, sal e a longa pele,onde se escondem a tua vida os dá;e é com mãos solenes, fugitivas,que te recolho viva e me concedoa hora em que as ondas se confundeme nada é necessário ao pé do mar.
“A Arte da Guerra”
Pode ver aqui.
terça-feira, julho 27, 2021
segunda-feira, julho 26, 2021
Viva o 25 de Abril! Sempre!
Um dia, em inícios de 1983, o João Sobral Costa, um amigo já desaparecido, um gigante de bondade que, como capitão da Força Aérea, havia feito parte do grupo ocupante do Rádio Clube Português, na noite de 25 de Abril, e que trabalhava então em Luanda, onde eu estava colocado na embaixada, telefonou-me: “Queres ir beber um copo com o Otelo, ao Hotel Panorama? Está cá de passagem, vindo de Maputo”. Claro que queria.
domingo, julho 25, 2021
sábado, julho 24, 2021
5G
Todes
sexta-feira, julho 23, 2021
Romaria
As histórias e a vida
“A Arte da Guerra”
Esta semana, no “Jornal Económico”, regressam as minhas conversas com o jornalista António Freitas de Sousa sobre temas internacionais.
Desta vez, abordamos a instabilidade em Cuba e na África do Sul, analisando também as repercussões internacionais da política britânica em matéria de pandemia.
Pode ver esse programa clicando aqui.
quinta-feira, julho 22, 2021
A outra Noruega
Foi há dez anos. Um militante de extrema-direita colocou uma bomba que matou oito pessoas em Oslo e daí partiu para uma ilha próxima, onde jovens do Partido Trabalhista realizavam um encontro. Liquidou então a tiro, um a um, 69 dentre eles.
Que anos estes!
Quem me manda a mim…
quarta-feira, julho 21, 2021
Os amigos de Aristides
Depois de muitos anos de esquecimento, em especial por parte da diplomacia portuguesa (no tempo da ditadura, mas não só), o nome de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul rebelde às instruções desumanas de Salazar, tem vindo a grangear um destaque internacional e nacional merecido. A colocação dos seus restos mortais no Panteão Nacional, no próximo dia 5 de Outubro, consagrá-lo-á, em definitivo, entre nós.
terça-feira, julho 20, 2021
Vera Lagoa
“A Arte da Guerra”
Amanhã, quarta-feira, dia 21 de junho, pelas 19 horas, no site do “Jornal Económico”, regressam as conversas semanais com o jornalista António Freitas de Sousa, em “A Arte da Guerra”, um espaço de análise sobre temas internacionais.
segunda-feira, julho 19, 2021
Da fornada de Wilton Park
Foi no primeiro semestre de 1986. Portugal tinha acabado de entrar para as então chamadas Comunidades Europeias. Recém-chegado de Luanda, eu estava colocado na Direção-Geral que, entre nós, se ocupava das questões das ditas.
Javier Cercas
Há dias, numa determinada circunstância social, ouvi alguém dizer “e ali o Javier Cercas…” Voltei-me para o escritor e editor Francisco José Viegas, que estava ao meu lado e, em voz baixa, perguntei-lhe: “Qual é o Javier Cercas?” O Francisco, com o sorriso que é o dele, apontou, de forma discreta, para a pessoa que estava precisamente junto de mim…
A “roleta britânica”
domingo, julho 18, 2021
Nã conhecia!
sábado, julho 17, 2021
José Carlos Serras Gago
Fico sempre sem saber o que dizer nestas situações e, invariavelmente, saem-me expressões tontas, pouco ajustadas ao momento. Uma vez mais, foi isso que aconteceu.
Conheci o José Carlos Serras Gago em Paris, há quase meio século. Ele vivia na Casa do Líbano, na Cidade Universitária.
Foi-me apresentado pelo Joaquim Pais de Brito e, logo nessa noite, num jantar num "bistrot", trocámos notas sobre os muitos amigos que tínhamos, em comum, em Lisboa. E, como era natural nesse pequeno mundo em que nos tinhamos movido, das Avenidas Novas a algum Chiado, tínhamos estado em "cenas" (à época, o termo não se utilizava) comuns: "O quê?! Também estiveste naquela Assembleia Geral da Livrelco? E foste para o Canas, fugido à polícia, no enterro do António Sérgio?"
Depois, em alguns dias de turismo livresco e intelectual, andei com o José Carlos pela universidade de Vincennes, onde me levou a uma aula do Nicos Poulantzas e me foi introduzindo a outras vedetas do esquerdismo em moda. Eu, intimamente, prestes a fardar-me de verde em Mafra, sem lho dizer, invejava-lhe aquela jornada parisiense.
Depois do regresso do José Carlos a Portugal, após Abril, tentámos fazer um livro a duas mãos. O projeto morreu, e guardo a minha quota de culpa nisso, depois de três reuniões numa casa no Alto da Barra. O José Carlos passou a andar pela Sociologia, eu passei a andar por fora.
Um dia, coincidimos no MNE. Ele na OCDE, outra vez em Paris, eu por Lisboa. Encontrávamo-nos a espaços. Lembro-me de que tivemos algumas discussões, em regra pela avaliação diferente que fazíamos de algumas figuras políticas em voga. Mas navegávamos nas mesmas águas.
Isso ficou muito mais patente nos últimos anos, quando uma das mais ruidosas e animadas tertúlias almoçantes lisboetas nos reunia com alguma regularidade. O José Carlos, numa regra sempre confirmada, era o último a chegar à mesa. E trazia sempre um sorriso aberto, uma graça na ponta da língua, uma história divertida - e sempre inteligente e culta - para contar. Às vezes, não poucas, a sua cara traduzia uma saúde frágil, mas ficava a ideia de que o regresso ao grupo o animava, lhe dava um sopro de vida. Um dia, mais pálido, confessou-me: "Vim do hospital para aqui".
Nos longos meses da pandemia, suspensas as refeições do grupo, falámo-nos, de quando em quando, para saber como estávamos a aguentar a chatice coletiva. Nunca o vi esmorecer, mas, sem grandes pormenores, pressenti que as coisas se estavam a agravar, para os lados da saúde dele.
Naquela nossa última conversa, pelo telefone, a uma frase de ânimo, da minha parte, respondeu de uma forma que me deixou entrever o que aí vinha: "Não sei se vou ter força para aguentar isto". Não teve.
Manuel Alberto Valente
A tristeza de Cuba
A partir dos anos 60 do século passado, os Estados Unidos, que até então tinham vivido felizes e contentes com o regime ditatorial que Fulgencio Baptista mantinha em Cuba, convertida num bordel americano, abespinharam-se quando um grupo de guerrilheiros tomou conta do poder, com amplo apoio popular, naquela que os EUA sempre consideraram ser uma sua zona indisputada de influência. E enfureceram-se bastante mais quando o novo regime caiu nos braços da União Soviética e instalou um modelo de comunismo tropical às portas da Florida.
sexta-feira, julho 16, 2021
Presidências rotativas em risco?
Portugal concluiu, no final de junho, mais um tempo de presidência europeia. Tal como sucedeu nas vezes anteriores, e neste caso em condições bem difíceis, fez uma boa prestação, reconhecida por quem conta. O nosso país, que vive há muito no “mainstream” da União, revelou um sentido de compromisso que lhe permitiu assegurar resultados, exercendo, com rigor, a autoridade que lhe advinha da função desempenhada.
quinta-feira, julho 15, 2021
Gonçalo Reis
quarta-feira, julho 14, 2021
Bloco
Brasil
Africa do Sul
terça-feira, julho 13, 2021
Paulo Tarso
Quando cheguei a Brasília, em 2005, uma das primeiras pessoas que fiz questão de visitar foi o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima.
segunda-feira, julho 12, 2021
“Então é Portugal, hem?… Cheira bem!”*
Imagino que a evocação do Luís tenha sido sentida, mas acho que deve ter sido igualmente divertida, como sei que ele gostaria, como iria bem com o seu sorriso e o seu humor.
Posso imaginar que terá havido umas palavras do Jacinto, que o Zé Fernandes tenha trazido a tia Vicência, lá de Guiães, de certeza que o Pimenta subiu da estação, que o Silvério deixou os compromissos em Castelo de Vide para se juntar ao ato e que o Melchior (que, ao que consta, anda de candeias às avessas com o Grilo) tinha a quinta arrumada a preceito. Disseram-me (mas “vendo-a” como me a venderam) que, de Lisboa, veio o chefe das Cortes e que até um poeta, que em horas ocupadas exerceu ofício como diplomata de mérito, se juntou à ocasião.
Desta vez, dizem-me, não terão sido servidas favas. Será que, nos almoços antes do evento, terá sido servido bazulaque? O que é o bazulaque? Não me digam que não sabem?
Tenho pena, repito, de ter estado ausente desta evocação do Luís Santos Ferro. É melhor assim: a mim também não me apetecia dizer-lhe adeus.
* (A expressão é do Jacinto, quando o comboio que o trazia de Paris chegou a Portugal).
Cuba, aqui neste blogue
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Wembley
Este post é enganador. Conta uma história passada em Wembley, onde, há pouco mais de uma hora, a Itália derrotou a Inglaterra, para o Europeu, “at home”. Ora, na realidade ela passa-se no estádio antigo, ali ao lado. Por isso, quem quiser “sair” aqui, faça favor.
Vale tudo?
O "whataboutism" no seu melhor: perante a evidência da onda de execuções levada a cabo pelos novos senhores da Síria, as redes soc...