Nesses idos de 80 do século que há muito se foi, estando de passagem pela cidade onde ele estava colocado, bastante longe de Portugal, passei a visitá-lo, para lhe dar um abraço. Não era um amigo íntimo, mas tínhamos construído um cordial entendimento pessoal. Tratávamo-nos por "você", talvez fruto da diferença de idades ou daquelas irrecuperáveis casualidades que fazem com que, no primeiro contacto, não tivéssemos desformalizado totalmente o relacionamento.
sábado, julho 15, 2023
"Bonne adresse"
Nesses idos de 80 do século que há muito se foi, estando de passagem pela cidade onde ele estava colocado, bastante longe de Portugal, passei a visitá-lo, para lhe dar um abraço. Não era um amigo íntimo, mas tínhamos construído um cordial entendimento pessoal. Tratávamo-nos por "você", talvez fruto da diferença de idades ou daquelas irrecuperáveis casualidades que fazem com que, no primeiro contacto, não tivéssemos desformalizado totalmente o relacionamento.
sexta-feira, julho 14, 2023
Repito, as vezes que for necessário
Cada vez valorizo mais o contraste de perspetivas sobre a guerra na Ucrânia que a CNN Portugal cuida em manter. Como dizia o genial Nelson Rodrigues, "toda a unanimidade é burra".
Esperança
quinta-feira, julho 13, 2023
Os não-deputados
Entre os deputados da oposição que me colocaram questões, um deles, Luís Marques Mendes, abandonou o plenário antes de eu ter tido oportunidade de responder à pergunta que me colocara. Irritei-me. Quando passei pela resposta que lhe era devida, fiz uma ironia algo "grossa" e desajeitada.
O PSD entrou em ebulição, os deputados do PS ficaram encavacados com a minha ousadia, ao provocar alguém que, daí a dias, ia passar a líder parlamentar dos social-democratas.
Ao meu lado, António Costa, em voz baixa, reagiu: "O que você foi fazer, Francisco! Agora, vai ser o bom e o bonito!".
E foi. A honra da bancada do PSD foi invocada por alguém exaltado, que desancou a minha ousadia, ninguém do PS saltou em minha defesa, eu decidi, erradamente, não me retratar e António Costa lá teve de defender-me, "tant bien que mal". Foram uns minutos menos agradáveis.
Nesse dia, aprendi que o meu estatuto de membro (júnior) do governo não me permitia colocar-me ao nível dos deputados. É que eu não tinha sido deputado, não era "um deles", pelo que eles não aceitavam (PS incluído) que eu atirasse graças e ironias sobre uma figura grada do estrelato oposicionista (na ocorrência, o hoje meu amigo Luís Marques Mendes). Ah! E ser independente também não ajudava nada.
Medidas todas as distâncias, lembrei-me disto ao ver a sarilhada em que Pedro Adão e Silva se meteu, ao criticar os deputados da comissão parlamentar de inquérito à TAP, dizendo, aliás, algumas coisas certas e óbvias. Mas o Pedro também nunca foi deputado...
quarta-feira, julho 12, 2023
Ucrânia
Media
Rio
Guerra no écran
terça-feira, julho 11, 2023
O esgar de Sunak
A Ucrânia e a NATO
EUA bem
Os erros da Rússia
Se, em fevereiro do ano passado, a Rússia tivesse conseguido colocar a Ucrânia "de joelhos", como ficou evidente ser a sua intenção no frustrado movimento de tropas para Kiev e Kharkiv, teria ficado dona do jogo e podia estar numa outra posição para negociar com os EUA. Ao ter falhado clamorosamente no plano militar, provocou exatamente o contrário: ressuscitou os seus piores demónios e está agora a pagar um elevado preço, nomeadamente no reforço conjuntural da NATO. No fim de contas, há que convir que Prigozhin tinha alguma razão: alguém levou Putin a cometer aquele imenso erro, avaliando mal a relação de forças no terreno. Terão sido Shoigu ou Gerasimov, como ele também diz? Como exercício político-militar, a Rússia é hoje um "case study" fascinante.
O que aí vem
Fronteira do Caia
O pragmatismo e o bom-senso fazem com que, no histórico das relações Portugal-Espanha, o equilíbrio de interesses prevaleça sempre sobre a tentação de cumplicidades ideológicas. Cavaco deu-se lindamente com González, tal como Guterres com Aznar. Se Feijóo vier a sair na rifa eleitoral, Costa saberá encontrar o tom certo.
Espanha
Vale tudo, não é?
RTP
segunda-feira, julho 10, 2023
Isto está bonito...
Biden
BRICS
Manda quem pode
Wagner
O dito do primeiro-ministro
O dito do ministro
Tapetes
domingo, julho 09, 2023
Vasco
Ontem, ensombrou-nos uma bela festa a notícia de que o Vasco Corrêa Mendes tinha morrido nessa manhã. Tinha 88 anos. Mas o Vasco era daquele género de amigos que "adolescem" com o tempo, de tal maneira a juventude do seu espírito se sobrepunha sempre ao calendário.
Conhecemos o Vasco nessa Luanda difícil dos anos 80, com a guerra por todo o lado, com o recolher obrigatório a azucrinar-nos as noites. A casa do Vasco e dos seus primos Sérgio Guedes de Sousa e Zé Tó Arantes Pedroso - que se revezavam em Angola para tratar do negócio familiar da Guedal - foi o porto seguro de tantas e tantas jantaradas divertidas.
A "casa dos Guedais", como lhe chamávamos, era uma espécie de ilha de boa disposição permanente, um "acelerador de trigliceridos", como eu a qualificava, à vista dos efeitos dos excessos de consumos líquidos sobre o meu fígado. Naquela cidade de Luanda, com uma vida então muito difícil, nós tivemos o inestimável privilégio de ser cooptados para esse grupo extraordinário, de sermos os parceiros constantes de uma mescla que ia variando à medida que os primos rodavam na sua tarefa de gestão. Quanta gente interessante - os chatos eram sempre dispensados! - por ali conhecemos!
O Vasco era o mais aventureiro dos três primos. Era com ele que se montavam as melhores expedições à Quiçama, às lagostas do Mário, em Cabo Ledo, os pôr-do-sol no Morro da Lua. Um dia, conseguimos mesmo fazer uma improvável ida de Jeep à ilha do Mussulo, aproveitando uma conjuntural baixa-mar. Também guardo algures uma cobertura fotográfica desse feito, então raro.
Lá se foi o Vasco! Se calhar, ele gostaria que dispensássemos as nostalgias e bebêssemos um copo à sua memória. Foi o que ontem fiz, com a maior cumplicidade, com a Ana Poppe, alegre comparsa desses tempos de Luanda. Na festa de ontem, marcaram presença outros amigos do Vasco: a Graça e o Fernando Andresen Guimarães, a Papucha e o Fernando Neves, a Bá Burnay, o António Vallera. E, pela mesma razão que ali levou à ausência do Vasco, marcámos falta triste a alguns mais. "Cheers", Vasco! À amizade!
(Um perfil do Vasco aqui.)
sábado, julho 08, 2023
sexta-feira, julho 07, 2023
Não, não vale tudo
Nunca mais é sábado!
Ah! Pois é!
quinta-feira, julho 06, 2023
O café da Caravela e o bilhete do comboio
Até há alguns anos, havia na Praça da República, em Viana do Castelo, junto ao chafariz, a esplanada da Caravela. Quando passava pela cidade, gostava de me sentar por ali a digerir, com um café, a pilha de jornais e revistas que sempre comprava (hoje compro cada vez menos imprensa em papel) na excelente, e felizmente eterna, tabacaria situada da esquina da praça com a rua Manuel Espregueira.
quarta-feira, julho 05, 2023
"O Marcelo"
Tape
E cá?
terça-feira, julho 04, 2023
Empregos
Em que ficamos?
SNS (4)
Turistas
"Small print"
SNS (3)
SNS (2)
SNS (1)
segunda-feira, julho 03, 2023
OKimby
domingo, julho 02, 2023
Papa
Desde há algumas horas, o Twitter anda em rebuliço. O novo proprietário, Elon Musk, resolveu limitar as visitas diárias à plataforma, que já tinha vindo a sofrer outras restrições, e isso está a provocar uma visível angústia em quem passava por ali os dias e fazia daquilo a sua vida. Chega a ser patética a orfandade destilada pela perda do brinquedo. Se os gestores de outras redes sociais fizessem o mesmo, o mundo seria muito mais saudável. E, de caminho, eles também podiam acabar com o flagelo do anonimato, obrigando toda a gente a ter a coragem de assinar o que escreve com o seu próprio nome.
Bistrô da Quinta do Tedo
"Allons, enfants..."
sábado, julho 01, 2023
Lavrov e Nogueira
Ao ouvir Sergei Lavrov, na entrevista à RTP, veio-me à memória Franco Nogueira. Com as óbvias diferenças de cada caso, bem entendido - para os mais puristas, que sempre saltam a terreiro fácil.
Temido temida?
Lavrov
sexta-feira, junho 30, 2023
"Déjà vu"
Nessa altura, foram muitas mais as horas de negociação, pela madrugada dentro, que permitiram conseguir chegar a conclusões que, sob proposta portuguesa, juntaram países politicamente tão distantes como a Rússia e os Estados Unidos, ou a Arménia e o Azerbaijão, com bastantes outras notórias conflitualidades pelo meio. No final, o acordo obtido foi formal e rapidamente aprovado pelos ministros, como é de regra.
Nunca, desde então, qualquer outra presidência anual da OSCE voltou a ser capaz de assegurar posições comuns no seio de toda a organização.
Há dois anos, tive o gosto de ser convidado a ir a Viena, à sede da OSCE, para recordar essa experiência, que ficou bem gravada na memória daquela instituição.
Foi graças a uma fantástica equipa de diplomatas, técnicos e oficiais das Forças Armadas, que então me coube chefiar, e que havia sido organizada pelo meu antecessor no posto, embaixador João Lima Pimentel, que foi possível atingir aquele resultado, para o qual muito contribuiu também o meu "deputy", embaixador Carlos Pais.
Porque, à época, a hipótese de um fracasso nos acompanhou até muito tarde, ver cumprido com total êxito o nosso objetivo deu muito mais gozo.
Marta Temido
quinta-feira, junho 29, 2023
Viva o contraditório!
quarta-feira, junho 28, 2023
A Ucrânia e a NATO
Por que será?
Lérias
terça-feira, junho 27, 2023
As três vezes
segunda-feira, junho 26, 2023
À Europa!
Não é por acaso...
Não sei se já apareceu, mas não deve tardar muito até um desses maluquinhos das teorias da conspiração vir aventar: "Não é por acaso que o golpe do Prigozhin surgiu logo depois da reunião do Bilderberg em Portugal..."
Qual dos dois?
Entender
domingo, junho 25, 2023
Visitantes
Coreia do Norte
Djibuti
Eritreia
Kiribati
Lesotho
Micronesia
Palau
Samoa
Serra Leoa
Sudão do Sul
Tchad
Tonga
Turquemenistão
Tuvalu
Vanuatu
Dilema
sábado, junho 24, 2023
A luta dos chefes
Os senhores da guerra
Wagner
sexta-feira, junho 23, 2023
O outro lado
A direita portuguesa - a direita assumida e que se pensa, não a que se travestiza de "centro-direita" ou de "liberal" - tem, desde há já algum tempo, a sua revista teórica, a "Crítica XXI". O objetivo declarado da iniciativa é combater o que assumem ser a persistente hegemonia das ideias da esquerda.
quinta-feira, junho 22, 2023
Resposta chata
Olho por Alho!
Ontem, num post, usei a expressão "fino como um alho", para designar alguém dotado de um alto grau de esperteza ou perspicácia. Para não tornar demasiado pesada a linguagem usada neste blogue, apetece-me, por vezes, utilizar expressões mais "soltas" e populares. Foi o caso. Só que há quem esteja atento e nos ajude a corrigir os erros. Foi o caso do leitor Ferreira da Silva, de quem recebi este amável comentário:
quarta-feira, junho 21, 2023
Luís Saias
Com quase cem anos, morreu ontem Luís Saias. É provável que o seu nome diga pouco a muita gente. Saias era um estimável democrata algarvio, deputado do PS, amigo de Mário Soares, que, para surpresa de muita gente, foi chamado para ministro da Agricultura e Pescas, no governo PS/CDS, em 1978.
Luís Saias esteve apenas sete meses no governo e, ao que consta, teria sido a sua política no setor o pretexto - há quem diga não ter sido essa a real razão - que o CDS encontrou para se dissociar daquele bizarro "acordo parlamentar de incidência governativa", como genialmente Jaime Gama então o qualificou à inédita aliança entre os socialistas e os democrata-cristãos.
No seu curto mandato, Luís Saias foi a Israel, com o objetivo de estabelecer programas de cooperação no setor agrícola. Vivia-se um tempo de aproximação entre Portugal e aquele país, então sob governo trabalhista. A visita de Saias era, creio, a segunda que um governante português fazia a Israel, depois de Salgado Zenha. À época, as relações entre os dois países eram ínfimas e não havia embaixadores mutuamente acreditados, embora Israel tivesse uma estrutura consular em Lisboa. Como responsável pelo "desk" do Médio Oriente e Magrebe, no setor económico do MNE, fui encarregado de integrar a comitiva do ministro.
Antes da partida da nossa delegação, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Victor Sá Machado, figura grada do CDS, chamou-me ao seu gabinete e transmitiu-me instruções bem precisas - e extremamente assisadas - sobre aquilo que, durante a visita, deveria ser dito, em nome de Portugal, sobre a questão israelo-árabe. Lembro que, de forma delicada, sugeri que talvez fosse melhor o colega de governo de Sá Machado ser o destinatário direto dessas instruções diplomáticas. Sá Machado sorriu: "Espero que você faça o seu melhor". E lá segui para Israel, com instruções políticas muito precisas, que um governante do CDS queria que um ministro do PS seguisse, comigo a servir de intermediário.
A visita correu de forma simpática. Na conferência de imprensa final, ao ser inquirido pelos jornalistas sobre algumas questões mais sensíveis, o nosso ministro respondeu em português. Eu ia traduzindo as perguntas e as respostas, ou melhor, interpretando criativamente estas últimas para inglês. No final, quando nos levantámos da mesa, Saias disse-me, um tanto desagradado: "Percebi que você não traduziu exatamente aquilo que eu disse". Tive uma imensa tentação de lhe responder: "Eu apenas disse em inglês aquilo que o senhor ministro deveria ter dito em português". Mas contive-me, por óbvias razões, e devo ter dado uma resposta elíptica. Julgo que Luís Saias, que era um homem prudente e sensato, terá percebido a dificuldade do meu papel naquela que terá sido a sua única viagem diplomática.
Sanções "à la carte"
Série Meireles - 4
Guerra
Aeroporto
terça-feira, junho 20, 2023
Ronaldo
Belcanto no topo
Série Meireles - 3
Voz de comando
A cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático ao presidente da República é, em Portugal, um momento único, em que se reúnem todos os embaixadores estrangeiros residentes em Lisboa e aqueles que, embora estejam acreditados no nosso país, residem no estrangeiro - principalmente em Paris, mas também em Londres, em Roma e até em Rabat, mas nunca em Madrid.
A Europa à la carte
segunda-feira, junho 19, 2023
Série Meireles - 2
domingo, junho 18, 2023
PSP
Bisalhães
O "Público" traz hoje algumas páginas sobre a louça preta de Bisalhães, uma aldeia perto de Vila Real.
sábado, junho 17, 2023
O Sul a Norte
Demagogia miserabilista
Pedro Correia
Abro, contudo, uma exceção. De quando em quando, passo pelo "Delito de Opinião", um espaço situado numa freguesia política distante da minha mas que mantém uma boa qualidade e uma notável constância de publicação. E é tudo, na minha leituras de blogues, nos meses mais recentes!
O "Delito", sendo embora um blogue coletivo, parece-me essencialmente mantido pela incansável mão de Pedro Correia, um jornalista de vasta cultura - da literatura ao cinema e à música. O Pedro tem, como ódio de estimação, o Acordo Ortográfico, no que se junta a muito boa gente (que não a mim, embora peça para que o tema não se pendure nos comentários a este post). O Pedro, que julgo ter conhecido no Brasil e com quem um dia tive um belo almoço, é de uma saudável teimosia na gestão do seu blogue. Enquanto, por este meu espaço, se cultiva o improviso e um certo caos lúdico, o Pedro Correia capitaneia o "Delito" com ordem e constância. Sempre que por lá passo, reconheço esse magnífico esforço.
Há anos, o Pedro Correia teve a ousadia de pedir ao José Ferreira Fernandes e a mim para elaborarmos um prefácio e um posfácio (já nem sei quem ficou com uma coisa e com a outra) para um "best of" editado do seu blogue. Digo "ousadia" porque ele sabia que ambos os escribas nada tinham em comum com a orientação predominante no "Delito", embora comungassem uma admiração pela boa escrita que por lá se pratica e um grande respeito pelo seu exercício continuado desde 2009 (isto é, a mesma idade deste meu "Duas ou Três Coisas").
Por que falo no Pedro Correia hoje? Desde logo, porque, há minutos, passei pelo "Delito de Opinião". Mas também por outra razão. Porque entendo que talvez não haja ninguém mais qualificado do que ele para montar uma operação, que me pareceria interessante, de inventário daquilo que, nos dias de hoje, ainda sobra da blogosfera nacional com alguma valia. Seria um belo serviço público, digno do estatuto do "Delito" e do currículo de trabalho de Pedro Correia, a quem aproveito para enviar um cordial abraço de admiração e estima. Se acaso não estiver virado para aceitar a minha ideia, não se fala mais do assunto e amigos como sempre!
Série Meireles - 1
Notícias da comissão
Blasfémias
Notícias do golpe
sexta-feira, junho 16, 2023
BOAS FESTAS!
A todos quantos por aqui passam deixo os meus votos de Festas Felizes. Que a vida lhes sorria e seja, tanto quanto possível, aquilo que i...