segunda-feira, fevereiro 06, 2023

O senhor Catorze


Nos dias de hoje, as pessoas da minha geração andam a fugir por entre as pingas do politicamente correto. Ainda ontem, num jantar em casa de um amigo, fiquei com a sensação de que o grupo, com tantas mulheres como homens, como que esperou por uma ida à cozinha do filho do dono da casa para poder “ajavardar” (eu sei que deveria evitar este verbo…) com uma inocente graçola, de tons sociais interditos pelo ar do tempo. 

Poder ser acusado de homofóbico, racista, sexista ou coisas assim é o pão nosso de cada hora das conversas. Até ao telefone, já se assiste a pessoas reticentes em dizer, perante um amigo que faz uma tragédia de uma simples constipação, um inocente “deixa-te lá de mariquices!”

Por isso, hesitei um pouco antes de dedicar este post à palava “catorze”. Porquê? Porque, ao lembrá-la, me veio à memória uma imagem com bem mais de 60 anos: o Senhor Catorze. 

Era em Bornes de Aguiar, perto das Pedras Salgadas, onde, de Vila Real, íamos, às vezes, passar uns dias, ao tempo em que eu era miúdo, à casa onde tinha nascido o meu avô materno. 

Havia lá pela aldeia um homem que me recordo sempre de ver agarrado a um cajado, mancando fortemente ao andar. Nunca soube se era doença de infância ou o fruto de um acidente mal tratado. Sei é que, quando parava para a conversa, no largo do Cruzeiro, quase sempre encostado a uma parede, uma das pernas fletia em ângulo quase reto e assentava sobre a outra, desenhando uma espécie de 4. Ao lado, o cajado funcionava como um 1. E o homem era assim conhecido pelo “Catorze”… 

Chamava-se Francisco, mas toda a gente se lhe referia como o “Catorze”, ou o Francisco “Catorze”. E, dele, a designação passou à família: sem que a implícita similitude com a corte de Versalhes fosse evidente para a esmagadora maioria da aldeia, o irmão era conhecido como o Luís “Catorze”… 

Claro que ninguém o chamava diretamente dessa forma, salvo em discussões mais acaloradas pelo álcool na venda do Chico, onde o cajado era chamado a defendê-lo do apodo pelo qual, nas suas costas, ele sabia que era designado. 

Eu, que só o via à distância, por muito tempo não soube qual era o seu nome verdadeiro. Sei é que, por respeito à idade ou temor ao cajado, mas cavalgando o abuso sobre a deficiência motora do homem, me referia sempre a ele como o Senhor Catorze.

Por que diabo me fui lembrar hoje o Senhor Catorze? Porque só agora notei que, no passado dia 2 de fevereiro de 2023, este blogue “Duas ou Três Coisas” perfez 14 anos de publicação (foi iniciado em 2 de fevereiro de 2009), sem que em nenhum desses 5.110 dias alguma vez tivesse faltado à chamada. Foram cerca de 11 mil posts que aqui deixei, escritos a partir de 33 países diferentes, que originaram mais de 72 mil comentários, convocando 8,6 milhões de visitas, vindas de 178 países. E por aqui irei andando, “se a tanto me ajudar o engenho e arte” - e a paciência, minha e dos leitores “que tão generosamente me acolhem no seu seio”, como, lá na Várzea de Colares, A. B. Kotter dizia dos portugueses que lhe aturavam as caturrices.

O Senhor Catorze há décadas que deve ter uma cruz em cima da campa, no cemitério de São Martinho, morada derradeira onde estão muitos dos meus. Morreu sem que a internet existisse, sem saber o que era um blogue, sem que lhe passasse pela cabeça o que hoje é o politicamenre correto. Mas se alguém lhe chamasse Catorze, era o bom e o bonito lá por Bornes…

(ps - Ah! E por favor! Não tragam para aqui a discussão sobre se se escreve catorze ou quatorze…)

Copianço


A assistir ao “bombardeamento” americano do balão chinês, tive um “déjà vu”. Afinal, os “yankees” não são mais do que meros seguidores do nosso Presidente da República, que já disse ter como prática regular “picar o balão” para “controlar preventivamente a evolução dos acontecimentos”. Copianço!

domingo, fevereiro 05, 2023

TGAD


“Lembras-te de ali haver o “The Great American Disaster?”, disse eu para o lado.

Estávamos a passar na Elias Garcia, ontem à noite, depois de um pneu do nosso carro me ter obrigado a encostá-lo a um passeio. (A um sábado, porque estas coisas, como é sabido, acontecem sempre aos fins de semana).

Alerta à conversa no banco traseiro, porque não se espia apenas com balões de olhos em bico, o jovem condutor do Uber, pedagógico, esclareceu-nos que, “desde sempre”, o “The Great American Disaster” só existiu no Marquês. Ele recordava-se bem!

Cada vez mais, encontro gente para quem o mundo só existe depois de eles existirem. De esguelha, na noite do carro, olhei-lhe a pinta. Tinha uns vinte e poucos anos. Até era simpático na conversa, mas convencido na sabedoria que não tinha. E para se meter comigo a discutir restauração lisboeta ainda tinha de ganhar algumas diuturnidades.

O TGAD surgiu, em Lisboa, creio que em 1978, isto é, há cerca de 44 anos. Tal como acontecera em Londres, em Fulham, nos “swinging sixties”, o TGAD, com uma localização algo excêntrica na parte norte da Elias Garcia, trazia a Lisboa um modelo novo e jovem de espaço informal para comer o que era vendido como sendo aquilo que se comia na América, isto é, hamburgers e coisas assim. As paredes eram coloridas e, numa delas, ia jurar que havia o mapa que está na imagem. 

(Que me recorde - mas não garanto - outro dos escassos lugares onde, em Lisboa, nesses anos 70, se podia comer hamburguers era o Ivos’s, uma casa com poucas mesas, para onde se entrava por uma pequena escada, na Padre António Vieira, à saida da Artilharia 1. A mesma rua onde, quase ia jurar, surgiu uma das primeiras pizzarias de Lisboa.)

O TGAD da Elias Garcia não deve ter durado muito nesse local e com esse nome. O seu homólogo do Marquês existe desde o início dos anos 80. Substituiu ali o snack-bar do Flórida, histórica sede informal da estimabilíssima “Intervenção Socialista”, equivocamente chamada de “GIS”, com os seus membros, também erradamente, a serem chamados de “ex-MES”, embora nenhum deles alguma vez tenha chegado a pertencer ao MES (afastaram-se na reunião fundacional do Movimento de Esquerda Socialista) - Jorge Sampaio, Nuno Brederode Santos e outras notáveis e algumas já saudosas figuras, quase todos eles meus amigos e companheiros de futuras jornadas políticas conjuntas.

Isto de se ter alguma idade - talvez o triplo da do rapaz do Uber - dá-nos alento às lembranças. E, depois, vai-se à tecla e é como as cerejas…

Ah! Até hoje, nunca consegui saber por que diabo a cadeia de restaurantes “The Great American Disaster” se chama assim. A menos que tivesse sido inspirada em Saigão ou em Cabul…

É isto que penso

Cada vez mais valorizo restaurantes de qualidade com uma “cozinha auto-explicativa”. Casas com uma carta cujos pratos dispensam qualquer recitação oral sobre a sua elaboração, numa exegese muitas vezes pretensiosa sobre produtos e artes culinárias. Se um prato não consegue “falar” por si…

sábado, fevereiro 04, 2023

Já vale tudo, não é?

Nas últimas horas, uma suposta frase do CEO do Santander andou por aí a ser glosada em todos os tons. Decidi ir ouvir e, afinal, o que ele diz tem um sentido completamente diferente do que lhe é atribuído. Para as redes sociais, a verdade é o que der jeito ao preconceito.

sexta-feira, fevereiro 03, 2023

Olhó balão!


O balão espião chinês sobre os EUA foi um ato de uma extrema gravidade. Sendo a América um país ao qual, ao longo da História, nunca alguma vez passou pela cabeça espiar quem quer que fosse, compreende-se que tenham ficado melindrados. Isto não se fazia! Malandros dos chineses…

Luís Moita

Ao aprovar hoje, por unanimidade, um voto de pesar pela morte de Luís Moita, a Assembleia da República honrou-se a si própria. A circunstância de ter sido o próprio presidente do parlamento a propor esse voto confere um simbolismo acrescido a este voto. Santos Silva, no dia da morte de Luís Moita, tinha já dito o essencial: “Luís Moita continuará bem vivo na memória dos que com ele aprenderam a estar no lado certo da história: na luta pela paz, a descolonização, a democracia mais avançada possível, a espiritualidade viva. Antes e depois do 25 de Abril, uma referência cívica e moral de várias gerações".

"A Arte da Guerra"


No "A Arte da Guerra" desta semana, o podcast sobre questões internacionais do Jornal Económico, converso com António Freitas de Sousa sobre o processo de armamento da Ucrânia, a ação externa de Israel e a visita do MNE russo a Angola. Ver aqui

quinta-feira, fevereiro 02, 2023

“Trrim!”


“Não atendas! Deve ser da MEO, da Iberdrola ou da Deco…”. É assim que, cá por casa, dada a experiência dos últimos meses, se reage ao inesperado toque do telefone fixo. Antes, o aparelho tinha uma centralidade dominante na sala. Agora, o pobre anda perdido pelos cantos. “Trrim!”

Dia mundial dos dias mundiais?

É minha impressão ou cada vez há mais “dias mundiais” de qualquer coisa? Ontem era o “dia mundial da leitura em voz alta”. Imaginem! Quem será o génio que inventa estas coisas?

quarta-feira, fevereiro 01, 2023

Saudades do Carteiro

Ontem, na reunião periódica na empresa, onde, nos últimos sete anos, o fui encontrando, com regularidade, não o vi. Estava doente, disseram. Por detrás do olhar de quem o disse, pareceu-me descortinar alguma coisa mais.

Era um homem aproximadamente da minha idade. Especialista na área técnica em que, desde há décadas, colaborava com a empresa, foi essencial para me ajudar a entrar nas minhas novas funções. Caloroso, bem disposto e com um permanente sorriso, retribuí-lhe um dia toda a sua simpatia convidando-o para um almoço, que acabou por ser muito divertido, num restaurante que ele próprio me revelou, "O Carteiro".

Fomos íntimos? Longe disso! Tratávamo-nos pelo nome próprio, trocávamos mensagens, em especial durante a pandemia, que acabou por atingi-lo. Falávamos, às vezes, pelo telefone. Uma vez ligou-me de Moçambique, outras do Alentejo, onde gostava de sossegar a vida. Sempre bem disposto, sempre positivo.

Ontem, ao final da manhã, saí daquela reunião com um mau pressentimento. Mas, disse para mim, eu é que sou um incurável sismático - como o meu pai designava aqueles que ficam a remoer tudo na negativa. 

À noite, chegou-me a notícia. O Carlos Bernardes tinha morrido. O velório foi hoje, o funeral será amanhã.

É assim a vida, é assim a morte.

Um passado demasiado presente

Boris Johnson, com toda a sua retórica e coreografia auto-póstuma no plano internacional, mina a credibilidade do atual primeiro-ministro e está a ser um imenso embaraço para a política externa britânica. Chama-se a isto, muito simplesmente, falta de sentido de Estado.

O nosso amor brasileiro


Naquele final de tarde de 2009, em Paris, na residência em que Calouste Gulbenkian guardou por muitos anos a sua fabulosa coleção de arte, percebi um pouco melhor o que a nossa cultura podia representar para o mundo exterior à língua portuguesa. 

Cleonice Berardinelli, a decana dos estudos portugueses no Brasil, num francês límpido e culto, com uma assertividade e um rigor que desmentiam por completo o que o calendário lhe atribuía como idade, revelou com extremo brilho, para um interessado público francês, a universalidade de Camões. Ela era ali o que do melhor a lusofilia cultural nos podia oferecer.

Eu tinha nascido para Cleonice ao tempo em que fui embaixador luso por terras do Brasil, a partir de 2005. Quem a “apresentou”, ainda antes de a conhecer pessoalmente, foi João Pedro Garcia, diretor internacional da Fundação Calouste Gulbenkian, que me havia chamado a atenção para o trabalho notável que a professora Cleonice Berardinelli vinha a fazer, por décadas, no meio académico e editorial brasileiro, pela literatura portuguesa.

Encontrando-a depois, ouvindo-lhe em muitas ocasiões o discurso solto, pontuado por um inesquecível sorriso, belo e ladino, servido por uma memória prodigiosa e um sentido raro de observação, dei-me conta de estar ali o melhor que Portugal, num discreto e às vezes involuntário proselitismo, podia receber de quem se sentia tributário da riqueza gerada através da língua que nos é comum.

Tive um dia o gosto de ver aprovada pelo Estado português a proposta que fiz para que a Cleonice fosse atribuída a mais alta distinção que, nas “artes e letras”, Portugal lhe poderia conceder: a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. E guardo ainda as palavras com que, no ambiente único do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, em 2006, ela recebeu essas insígnias, reiterando, como se tal fosse necessário, o amor à literatura a que dedicou toda a sua vida.

A sua graça e o seu humor estão bem representados naquilo que disse quando, em 2009, ascendeu a uma vaga aberta entre os 40 “imortais” da Academia Brasileira de Letras: “Mas eu sou quase uma vaga…”

A minha amiga Cleonice Berardinelli - porque tive o privilégio de ser seu amigo - desapareceu agora, aos 106 anos, depois de algum tempo já de afastamento do mundo.

Portugal honra-se em ter podido contar Cleonice Berardinelli entre as suas amizades mais fiéis. Cleonice foi, verdadeiramente, o nosso amor brasileiro.

terça-feira, janeiro 31, 2023

Feito!


Foi na tarde de hoje que o grupo encarregado pelo atual governo de preparar as bases para o novo Conceito Estratégico de Defesa Nacional, para vigorar nos próximos 10 anos (2023/2032), fez entrega do seu relatório à ministra da pasta, professora Helena Carreiras. Noto que, da equipa indicada em 2012, pelo governo de então, para preparar o anterior Conceito (2012/2022), transitaram para este grupo três pessoas: o professor Nuno Severiano Teixeira, que agora presidiu ao grupo, e dra. Leonor Beleza e eu próprio.

Com forte e muito eficaz contributo do Instituto de Defesa Nacional, o grupo trabalhou, ao longo dos últimos meses, num processo de aproximação progressiva de posições, analisando diversos contributos, o que permitiu chegar ao relatório que hoje apresentado. O governo é o destinatário desta nossa contribuição, que será depois sujeita a apresentação e debate parlamentar. Para obviar à especulação típica dos tempos que correm, notaria que este nosso trabalho foi feito sem qualquer retribuição nem o menor encargo financeiro para o Estado.

Brexit - três anos depois


Comentário, esta tarde, na CNN Portugal. Pode ver aqui.

Antes do Brexit


Faz hoje três anos que o Reino Unido abandonou a União Europeia. Muitos balanços se farão, em Londres e pelo mundo, sobre os efeitos dessa drástica decisão britânica.

A maioria das análises concluirá pelo efeito negativo do Brexit sobre a economia britânica e também, de certo modo, sobre a própria União Europeia - embora, com o tempo, comece a criar-se a sensação de que o clube europeu não foi tão afetado como, à partida, se temia.

A figura britânica tida como o principal responsável pela ocorrência do Brexit foi David Cameron, o primeiro-ministro conservador que, curiosamente, terá pretendido, ao ter a iniciativa de convocar um referendo, ancorar, de uma vez por todas, o Reino Unido à União Europeia.

Cameron tinha medido mal o sentimento da população do seu país e, nos meses que antecederam o escrutínio, esforçou-se por obter dos seus parceiros europeus um conjunto de concessões que pudessem vir a funcionar como argumentos para convencer os eleitores da bondade da permanência na União. Portugal foi, naturalmente, um dos países alvo desse lóbi.

Um dia, o então ministro dos Negócios Estrangeiros britânico veio a Portugal, no tempo da transição do PSD para o PS. “Dividir para reinar” é, teoricamente, uma boa divisa para ser seguida por países com monarcas. Os britânicos confiavam que, numa sociedade politicamente tão polarizada como era então a portuguesa, ser-lhes-ia possível introduzirem uma fissura entre os dois maiores partidos políticos portugueses.

Na noite da sua passagem por Lisboa, o governante britânico reuniu, à volta de um jantar na sua embaixada, quatro figuras que tinham tido responsabilidades políticas em governos PS e PSD, duas de cada área política, todas com experiência internacional relevante. Nessa escolha, a embaixada britânica terá partido da assunção de que essas pessoas podiam ter algum papel de aconselhamento das respetivas áreas políticas.

Nenhum dos convivas sabia que os outros iam lá estar, pelo que ninguém tinha combinado rigorosamente nada, nem com o setor político do qual estava mais próximo, nem, em especial, com o outro parceiro da sua área que ali estava sentado. Seguramente que isto havia sido assim pensado.

O ministro britânico elencou então algumas questões que, dias depois, Cameron iria propor aos seus homólogos, uma lista de concessões europeias que, muito em especial, fragilizariam alguns direitos futuros dos cidadãos dos restantes “vinte e sete” no Reino Unido.

Cada uma das pessoas, à volta da mesa, foi depois convidada a pronunciar-se sobre o que ouvira. O espetáculo foi digno de se ver.

Os quatro convidados, sem a menor combinação entre si, cada um a seu modo, explicaram ao chefe da diplomacia britânica a impossibilidade do que ele solicitava vir alguma vez a ser aceite por parte de Portugal. Não dispunham de nenhum mandato para o que afirmavam, mas todos tinham a perfeita consciência de que nunhum governo português, com o mínimo sentido de responsabilidade, aceitaria tais concessões.

O responsável de Londres pareceu ter ficado surpreendido com a sintonia total de posições. Dias depois, o seu primeiro-ministro, em Bruxelas, iria confirmar isso mesmo. E, não tendo convencido os seus eleitores, David Cameron, a partir daí, viria a perder a cadeira onde se sentava, não apenas em Bruxelas mas também em Downing Street.

( Artigo publicado no site da CNN )

Uhf!

Um alerta noticioso esta manhã: Portugal teve um crescimento da sua economia como já não se via desde os anos 80. Pensei: como é que "eles" vão sair disto? Agora chegou outro alerta: o desemprego aumentou. Uhf! Era só o que faltava haver uma notícia positiva sem um "mas"...

Para adormecer


Ontem, dormi com isto sobre a cabeceira da cama. Tentei assobiar a música, mas não consegui.

Não, obrigado

Referendar o direito à eutanásia? Não. Basta corrigir a lei. Ponto.

segunda-feira, janeiro 30, 2023

Erratas

Sei que é muito impopular, em certos meios, ouvir isto, mas eu digo: o Tribunal Constitucional tem toda a razão. Uma lei desta natureza não pode assentar na menor ambiguidade. E a Assembleia da República sabe muito bem o que há que fazer.

Moradas

Um amigo bastante conservador dizia-me há pouco que a sua casa é na rua Salvador Allende. Quando reagi, com um “bem feito!”, ele esclareceu, a rir, que, antes, a rua chamava-se Oliveira Salazar. É em Caxias. Uma terceira pessoa comentou: “Salazar em Caxias! Que imenso sonho!”

domingo, janeiro 29, 2023

A cama comum

Desconfiem sempre de quem passa o tempo a equiparar a extrema-esquerda à extrema-direita. Todos sabemos com quem essas pessoas, no fim do dia, acabarão por se “deitar”. Se tiverem paciência para elas, perguntem-lhes se a extrema-esquerda é racista, xenófoba e homofóbica.

Contrição

A presença do governo e do PS no encontro do Chega foi um imenso erro. Ficaria bem a António Costa, a Ana Catarina Mendes e a Eurico Brilhante Dias, depois daquilo a que se assistiu, o reconhecerem. Nem sempre persistir no tradicional discurso do não arrependimento, clássico no discurso do poder, é a solução.

Fascismo à portuguesa

Este fim de semana foi um tempo de glória televisiva para o mundo que alimenta e se alimenta da azia adjetivada das caixas de comentários, para os enraivecidos que já não se acham representados pelos políticos do sistema, os quais, agora, para tentarem recuperar esses seus votos e chegar ao poder, passarão a ser tentados a dizer coisas basicamente iguais às que se leem nas caixas de comentários.

Títulos

O Luís Paixão Martins deve estar a pensar que deveria ter dado por título ao seu livro “Como perder uma eleição ganha”…

sábado, janeiro 28, 2023

Luís Moita



Em 5 de Outubro de 2022, escrevi por aqui isto:

“Quando revemos aquele fantástico filme da saída dos últimos presos de Caxias, surge por ali a cara sorridente e confiante de um homem alto, com ar determinado, a caminhar para a liberdade por que tanto tinha lutado. É o Luís Moita.

Há muito que, à distância, eu sabia quem era aquela figura que, saída do catolicismo crítico, enveredara, entre outras, pela tarefa difícil, mas essencial, de ajudar à luta anti-colonial na terra do colonizador. A repressão, que bem conhecia a sua determinação, não o poupou.

Imediatamente após Abril, cruzei o Luís em algumas noites agitadas desses dias sem par. Mas, com a minha itinerância, os nossos destinos perderam-se, por algum tempo.

O Luís, com uma admirável coerência e grande dignidade, fez, a partir daí, o percurso cívico que a consciência lhe ditou, ligando-se, sempre com aquele contagiante entusiasmo juvenil que é o seu, a algumas causas que entendeu como nobres e necessárias.

Sempre do lado certo da História, com aquele sorriso bom e o seu modo suave e amável de estar com os outros, o que o torna apreciado e respeitado em insuspeitados quadrantes, o Luís foi fazendo o seu caminho, envolvendo-se em áreas da dinamização da sociedade civil, ao mesmo tempo que ia construindo uma carreira académica de sucesso.

Foi em alguma limitada ligação minha ao mundo universitário, a seu convite, na última década, que me aproximei mais do Luís. E em que desenvolvi com ele a forte relação de amizade que hoje nos une. Tenho, além disso, pelo Luís Moita, uma consideração e uma admiração que dedico a muitas poucas pessoas - e digo isto com grande sinceridade.

Durante anos, eu achava que o Luís “não tinha idade”. A sua vitalidade e capacidade de trabalho projetavam nele um “boyish style” que quase me levou a não acreditar quando, um dia, ele me convidou para a festa dos seus 80 anos.

A saúde pregou, entretanto, algumas partidas recentes ao Luís. O seu quotidiano futuro vai ter algumas limitações, o dia a dia já não vai poder ser aquilo que, até há pouco, foi e em que ele se sentia confortável. A universidade já não poderá contar com aquela sua generosa e proverbial disponibilidade. Mas, como canta o nosso amigo Fausto, “atrás dos tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir”. “

Não vieram. O Luís Moita morreu hoje. Pouco consigo dizer, além de enviar um abraço de muito pesar à Ana e à sua família.

Ele há cada drama!


Por um instante, fiquei na dúvida sobre o estado de espírito daquele meu amigo. Na quinta-feira, a meio da tarde, vi-o surgir, com passo apressado e um ar que parecia como que angustiado. Íamos em sentido contrário, na rua de São Paulo, perto do fundo do elevador da Bica.

Por coincidência, o aniversário desse amigo é hoje, sábado. Ele passou já da fasquia dos setenta, por uma mão cheia de anos. Nunca o vi muito preocupado com isso, mas, às vezes, as pessoas disfarçam os estados de espírito. Seria o que justificava a sua cara fechada, aquele olhar um pouco ansioso?

Eu sabia que a vida não lhe corria mal, salvo os azares inevitáveis que fazem parte da existência de quem por cá anda e se preocupa com os que lhe são próximos, mas onde os ventos (eu sabia!), sopravam agora no bom sentido. 

Reformado há muito, sempre o vi ocupado com imensas coisas que o interessavam, algumas que lhe davam “para os alfinetes” (como ele dizia, acho que por “understatement”), outras que lhe davam apenas muito gozo e entretem. 

Sabia-o feliz com os muitos amigos que tem. Muitos livros, alguma escrita, viagens agora q.b. e frequência regular de mesas de comezainas, tudo isso, à evidência, o divertia e alimentava o corpo e o tempo. Um dia, esse amigo tinha-me confessado que a existência lhe tinha dado muito mais do que aquilo com que alguma vez sonhara. 

E, no entanto, lá vinha ele, com ar estranho, como que a tentar escapar à leve chuva de molha-tolos que lhe humedecia o cabelo branco, já ralo. 

Não gosto de me meter, sem necessidade, na vida dos outros, mas aquele fácies preocupado, pouco conforme com o tipo quase sempre com humor que eu me habituara a conhecer nele, deixou-me curioso. 

Travei-o no passo, nem tinha reparado em mim, demos um abraço e perguntei-lhe: “Olha lá! Há algum problema? Vejo-te esquisito.”

Respondeu: “Claro que estou! Não consigo arranjar um táxi e tenho de estar num sítio daqui a pouco”. Era esse então o “drama”? Felizes os que chegam àquela idade e têm essas coisas como visível preocupação. 

E, com uma súbita alegria a despontar-lhe no rosto, vejo-o levantar o braço: “Lá vem um, finalmente! Bolas, que susto!, pensei que não conseguia”. E, para me compensar, deixou cair: “Temos de almoçar um destes dias! Eu ligo-te!” E o táxi arrancou. 

Como eu sei que esse meu amigo adora restaurantes, sobre os quais até chega a escrever, para nos abrir o apetite e, às tantas, também a inveja, acho que, um destes dias, ele vai cumprir. No dia de hoje ele só vai cumprir 75 anos.

sexta-feira, janeiro 27, 2023

Sabiam?


Portugal teve, pela primeira vez, em 1929, o seu nome inscrito nos Guias Michelin, através do Hotel de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e do Hotel Mesquita, em Vila Nova de Famalicão, que então obtiveram uma estrela, que sustentaram por vários anos.

Tapeçaria …


… numa parede por aí.

Para marciano ver

Só algum ser estranho, aterrado de Marte, é que poderia acreditar que um evento com a magnitude das Jornadas Mundiais da Juventude conseguia ser organizado entre nós sem ser envolvido num registo de polémica, de suspeição e, não deve tardar, com teorias da conspiração à mistura.

A luz vem do alto

O pessoal da TAP nem acredita que o altar lhe tirou os holofotes de cima.

A sociedade do espetáculo

Isto é a sociedade do espetáculo, o sonho do Debord. Há dias foi a cena da subida ao palco no S. Luís. Agora, por um palco lá para os lados da Expo, zangam-se por aí as comadres. Valha-lhes deus!

Professores

Faço parte de um grupo de cidadãos, e julgo que nem serão tão poucos quanto isso, que, tendo já percebido que algo vai mal no mundo dos professores, não concluiu ainda se eles têm razão em tudo o pedem ou se há por ali reivindicações sensatas misturadas com coisas demagógicas.

Peugeot


Ontem, num restaurante, olhei o saleiro e notei a marca: Peugeot. 

Uma amiga, ao meu lado, surpreendeu-se: “Não conhecias a marca Peugeot como ligada aos moínhos para especiarias e outros objetos das artes da mesa?”

Confessei a minha ignorância e ela explicou-me que a Peugeot, quase há dois séculos, começou a atividade pelo fabrico deste e de outros tipos de objetos, bem antes de se dedicar aos automóveis.

A nossa memória, como acontece com os carros, às vezes demora a arrancar. No caminho para casa, ocorreu-me que, há mais de 20 anos, tinha ido a uma reunião internacional realizada no Museu da Peugeot, na cidade francesa de Montbéliart, junto à fronteira com a Suíça.  E ocorreu-me então que, durante um intervalo dos trabalhos, tinha-nos sido proporcionada uma visita ao museu, tendo sido apresentada toda a variedade histórica de moínhos, manuais e elétricos, de marca Peugeot, alguns dos quais continuavam a ser produzidos. Tinha-se-me varrido por completo da memória!

“Vê-se mesmo que não cozinhas!”, tinha-me dito, ao almoço, essa amiga. “Se cozinhasses, e ainda por cima tendo tu vivido em França, saberias que há bastante mais Peugeot para além dos carros”. 

Ignorância minha! Não tive coragem para responder: “Eu, de facto, conheci por lá um “Moulin Rouge”! Mas não este…”

quinta-feira, janeiro 26, 2023

“A Arte da Guerra”


Em “A Arte da Guerra”, o podcast do “Jornal Económico” desta semana, com o jornalista António Freitas de Sousa, abordo a saga dos tanques para a Ucrânia, as novas reticências turcas à entrada da Suécia para a NATO e os debates em Davos. Pode ver aqui.

quarta-feira, janeiro 25, 2023

10 anos


Faz hoje precisamente 10 anos, fechei, pela última vez, esta porta. É o nº 3 da rue de Noisiel, onde se situa a embaixada de Portugal em Paris. Regressei a Portugal, nesse dia 25 de janeiro de 2013, sem a mais leve nostalgia, depois de mais de 42 anos ao serviço do Estado. Gostei imenso do que fiz, tive um grande orgulho em ser funcionário público, mas há mais vida para além da diplomacia.

Painel…



 … de azulejos de Jorge Barradas, com que hoje deparei numa residência particular.

terça-feira, janeiro 24, 2023

Pela calada da morte

Mário Mesquita, uma grande personalidade do jornalismo e da intelectualidade nacional, que há meses nos deixou, tendo a sua súbita morte convocado um sentimento quase unânime de perda nacional, foi, numa das linhas do seu currículo riquíssimo, vice-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ECR). 

Acaba agora de ser revelado que um trabalho técnico desenvolvido no quadro daquela estrutura, de que foi o principal responsável, foi editado com o deliberado apagamento do seu nome na capa, numa aparente vingança do presidente da ERC, que era público manter com Mário Mesquita um mau relacionamento, um gesto feito pela calada da morte de Mário Mesquita.

Ucrânia

A propósito da Ucrânia, Macron terá dito, ao que ouvi, uma coisa com algum sentido: se, neste momento de algum impasse no conflito, provocado pelas condições climatéricas, não há sinais de vontade negocial, tudo será pior quando as hostilidades voltarem à velocidade de cruzeiro.

segunda-feira, janeiro 23, 2023

Três excelentes ministros!

 



Para tomar nota.

Mentira, claro

Só por ironia ou sectarismo se pode qualificar de “coragem” e “frontalidade” o que não passou de uma grosseira mentira, disfarçada de modo atabalhoado.

Partidos

No último fim de semana, ficou a perceber-se melhor por que razão se chama ”partido” a um partido.

“Restaurante da Adraga” (Almoçageme)

 

Chega-se lá descendo a estrada que sai do centro de Almoçageme para a praia da Adraga - lindíssima, ali ao lado. A casa chama-se, simplesmente, “Restaurante da Adraga”. Existe desde 1905, acreditem! Conheço este pouso há muito tempo, mas só lá vou quando o rei faz anos, quase sempre com amigos, tanto mais que não é todos os dias que ando pela zona de Sintra e Colares. Trata-se de um local agradável, de decoração simples, mas onde recordo ter sempre comido bem. O pessoal é simpático e diligente. A especialidade da casa, como não podia deixar de ser, é o peixe e muitas outras boas coisas do mar, mas os carnívoros radicais não passarão fome, podem estar descansados. Ontem, à nossa mesa, além de uma sopa de peixe, estiveram umas ameijoas em molho de alho e coentros, um linguado de que me disseram maravilhas, um polvo à lagareiro e um chocos com tinta. Tudo a preceito. A conta foi equilibrada, com um branco de Borba a ajudar. À terça-feira, o “Restaurante da Adraga” fecha. Mas, de quarta a segunda, está sempre aberto, das 12:30 às 22:00. Em especial nos fins de semana, é recomendável reservar com antecedência pelo 219 280 028.

domingo, janeiro 22, 2023

Uma república de juízes?

O tema não é popular, mas há que falar nele. Há, nos dias de hoje, um desproporcionado papel interventivo do judiciário brasileiro na esfera dos restantes órgãos de Estado. Agora, isso funcionou em favor da democracia. Mas nada garante que, no futuro, assim continue a ser.

Regresso

O regresso de Bolsonaro ao Brasil será um pesadelo para Lula. A sua muito provável detenção, mesmo que bem sustentada judicialmente, criaria uma sombra no regresso do país à normalidade democrática. O exílio de Bolsonaro seria uma excelente notícia para Lula.

Ucrânia

Sei que sou suspeito, mas, com sinceridade, acho que a CNN Portugal tem promovido a mais completa informação sobre a guerra na Ucrânia, com excelentes enviados especiais e comentários de pendor diverso e estimulante. “Toda a unanimidade é burra”, dizia Nelson Rodrigues.

Ação de graças

Se tudo continuar a passar-se como até aqui, Lula deveria mandar rezar uma missa de ação de graças pelos arruaceiros de 8 de janeiro, contra as instalações dos três poderes. Afinal, com a sua descabelada ação, eles acabaram por dar-lhe um imenso sopro de legitimidade.

Lula e a tropa

O modo exemplar como Lula se relacionou com as Forças Armadas, durante os seus anteriores oito anos como presidente, dão-lhe agora plena autoridade para se revelar indisponivel para tolerar quaisquer atitudes reticentes face aos seus poderes constitucionais nesse domínio.

Amazónia

O descaso criminoso com o bem-estar das populações indígenas no Brasil, que acaba de ser revelado com imagens chocantes que, estou certo, vão abalar o mundo, traz ao novo governo uma honrosa responsabilidade. Estar à altura dela será um grande e inescapável desafio para Lula.

Ainda Dilma

Não entro na discussão sobre se o “impeachment” de Dilma Rouseff foi ou não um golpe. Porém, tendo acompanhado o processo com bastante atenção, em especial aquelas horas de declarações de voto na Câmara, de uma coisa tenho uma absoluta certeza: foi uma vergonha para o Brasil.

O diabo e a farda

Lula, ao substituir o comandante do Exército por um militar que expressamente afirma a sua plena subordinação ao poder democrático, pode estar a fazer um favor às Forças Armadas brasileiras, reconciliando-as com a ordem republicana, resgatando o seu equívoco papel no interlúdio de Bolsonaro.

sábado, janeiro 21, 2023

“Terroso” (Cascais)


Chama-se “Terroso”. É um pequeno restaurante (20 lugares) e “wine bar”, no dédalo de ruelas velhas de Cascais, não longe da Câmara e do Hotel Baía, só para orientar quem chega. Tinha ouvido falar da casa, mas nunca a visitara. Só de olhar para as garrafas que, em armários, envolvem a sala é-nos induzida uma sede sofisticada (ter um Crasto vinha Maria Teresa ali à mão, a mim, desestabiliza-me). A lista segue um registo clássico, mas é muito equilibrada nas suas escolhas e, o que é cada vez mais importante nos dias que correm, nos preços. Fora dela, havia uma feijoada à brasileira que estava de comer, como de facto comemos com grande gosto, e de chorar por mais. Optámos por não chorar e, alegremente, partimos para as sobremesas, uns doces a preceito. Na cozinha e no comando das operações, estava a proprietária, dona Vitalina Marques de seu nome, uma senhora simpática que, por muitos anos, oficiou naquele que foi (bem antes do tempo dela, mas já no meu) um dos primeiros restaurantes do momento “trendy” do Bairro Alto, nos anos 70 do século que se foi, o histórico ”Alfaia”. A fantástica escolha dos vinhos da casa é da responsabilidade do marido, Pedro, com uma qualidade atestada pelo prémio que foi atribuído à casa pela “Revista de Vinhos”. O Terroso fica na Rua do Poço Novo, 17, como referi, em Cascais. Telefonem (sempre, claro!) a reservar, pelo 214 862 137. Domingos e segundas-feiras, o Terroso encerra. Vão ver que não lamentarão seguir esta minha opinião, seguindo uma bela dica do Zé Paulo Fafe.

Melhor…

 


Daqui a pouco…

 


Espero que, de manhã, esteja um dia mais límpido…

As fitas do tempo

Os críticos do governo, em especial na comunicação social (que, por estes dias, é a verdadeira oposição), sabem muito bem quem, entre Fernando Medina e Pedro Nuno Santos, interessa colocar mais sob fogo, por forma a atingir diretamente António Costa. O ridículo da situação é que, com este afã contra o primeiro-ministro, agora até já incensam o tutor da Geringonça, um político capaz que tanto diabolizaram no passado. Mas, enfim, estamos no tempo do vale tudo.

sexta-feira, janeiro 20, 2023

Um guerra com barbas…

O líder checheno, Razman Kadyrov, criticou o facto de os homens não poderem usar barba se integrarem as Forças Armadas Russas. Belo tema de dissensão para quem está numa guerra.

Isso agora não interessa nada…

O ruído público criado em torno da TAP vai desgastando o governo e, quem sabe?, pode mesmo vir a contribuir para a sua queda. Mas há uma certeza: a TAP também vai por arrasto para o charco… Já estou a ouvir alguns irresponsáveis: “É um preço barato para acabar com esta maioria”. 

“A Arte da Guerra”


O reforço do armamento da Ucrânia pelos países seus apoiantes, as primeiras atribulações do novo governo de Israel e as tentativas de acordo entre o Reino Unido e a União Europeia são os temas abordados na edição desta semana de “A Arte da Guerra”, o podcast do “Jornal Económico” onde converso com o jornalista António Freitas de Sousa.

Pode ver aqui.

Eles aí estão!


Como se vê, este blogue tem alguns bizarros leitores. Na comodidade do anonimato, cavalgando um post que nada tem a ver com o assunto que querem tratar, insultam, cheios de uma coragem onde, lá no fundo, se deteta algum desespero. Deixo aqui a nota, pelo seu ineditismo: nunca na vida me tinham chamado “nazi”. É uma “première”!

ISCSP


A minha escola, o ISCSP, comemora 117 anos, desde o tempo longínquio em que foi uma escola vocacionada para os temas coloniais até à excelente escola de ciências sociais e políticas que hoje é. No meio de tudo isto, um nome foi essencial para aquela casa: Adriano Moreira.

quinta-feira, janeiro 19, 2023

O fim da linha

A sorrir de forma triste, Jacinda Ardern anunciou ter chegado, na política, ao fim da linha. A primeira-ministra neozelandesa constatou publicamente já não dispor da força anímica necessária para continuar a batalhar nesse terreiro. Antes, em tempos difíceis, tinha revelado determinação e coragem, em horas de pandemia, terrorismo e outras dificuldades, sempre com um sorriso simpático a humanizar a sua ação. Talvez pelo facto de a Nova Zelândia ser uma realidade distante, situada do outro lado das notícias e do mundo, esse mesmo mundo mostrou um inesperado interesse pelo surgimento ali daquela figura simpática, também num tempo de evidente fascínio mediático pelas mulheres novas que assumem papéis de relevo na vida pública. Agora, como é dos livros, nota-se uma atenção ao lado frágil de uma pessoa que um dia foi olhada como forte. Porquê? Talvez porque a revelação dessa fragilidade, de certa maneira, a aproxima do comum dos cidadãos, isto é, de nós.

Geografia

“A sua terra, Vila Real, tem as ruas cheias de neve!”. Disse-lhe que não, que só havia neve na serra. “Mas eu vi, na televisão, que mal se podia conduzir pelas ruas!” Expliquei que foi em Montalegre. “Mas isso não é em Vila Real?”. É no distrito de Vila Real. A 95 km da cidade… Como de Lisboa a Almeirim!

terça-feira, janeiro 17, 2023

A nossa guerra dos outros

Amigos estrangeiros não europeus com quem jantei no início desta semana, chegados a Portugal há breves dias, mostravam-se verdadeiramente espantados com a quantidade de tempo que a guerra na Ucrânia ocupa nas nossas televisões. E porque entendem português, notaram também que a nossa comunicação social, de forma clara e sem disfarce, tomou partido nesta guerra, não escondendo estar ao lado da Ucrânia, mantendo, ao mesmo tempo, uma forte acrimónia no tocante à Rússia. Expliquei-lhes que esse era também, à evidência, um sentimento maioritário no país. Mas também lhe disse que há por cá quem não goste da causa da Ucrânia, quem simpatize com os russos ou, muito simplesmente, esteja sempre do lado contrário àquele em que estão os americanos. Um  deles perguntou-me então se, no passado, em outros grandes conflitos internacionais, sem envolvimento direto de Portugal, o país, mediático e não só, também ficara tão fortemente inclinado para um dos lados. Disse-lhes que, ao que me recordava, nunca tal tinha acontecido em tempo de democracia (o outro não conta para o que aqui conta). Esta parece ser, de facto, a primeira vez em que os portugueses acabam por fazer sua uma guerra de outros.  

segunda-feira, janeiro 16, 2023

Manique do Intendente


Quantos portugueses conhecem Manique do Intendente, bem perto de Lisboa?



Lollo


Antes que seja proibido colocar na internet imagens de mulheres bonitas (não deve tardar muito), aqui fica uma fotografia de Gina Lollobrigida, agora na hora da sua morte. 

Here we go again!

Recomeçou o Toto-aeroporto, assunto sobre o qual qualquer leigo se arroga o direito de ter opinião, tema ideal para o achismo de café: “Eu, cá por mim, punha o aeroporto em … “

Alguns dirão que isto não abona muito em meu favor, mas confesso, com a maior simplicidade, que não tenho a menor opinião sobre o assunto.

Guerreiros

”I love the smell of napalm in the morning”, dizia o Robert Duvall no “Apocalipse Now”. Ao ouvir por aí alguns “warriors” de sofá, dos que fazem guerras com os mortos dos outros, tenho-me lembrado da frase.

Preços

 


Imaginativa imagem da Pordata para ilustrar uma notícia sobre o aumento de preços.

Tentativa de compromisso

Isto de hinos é complicado. Até por deformação profissional, eu gostaria muito que ”A Portuguesa” nos colocasse a todos a bradar “Às negociações!”, em lugar de “Às armas!”. Já tentei, mas não dá jeito nenhum!

Pergunta

Neste tempo em que tanta gente clama por mais gastos na Defesa, num tropismo jingoísta suscitado pela mobilização emocional pela Ucrânia, será mesmo o momento certo para contestar a letra do nosso hino, lá porque ele berra “Às armas!” e a marchar “contra os canhões”?

domingo, janeiro 15, 2023

Tenham juízo!

Vamos a ver nos entendemos: mudar o hino é uma perfeita insensatez - e estou a ser educado. Depois vem a bandeira, não é? E o nome do país? Não lhes parece comprido demais? Parece haver quem pense que a atual geração ”vê” mais do que todas as que a antecederam.

O Portugal que já não é o que era

 

É preciso já ter alguma idade para alguém se lembrar da “Ponderosa”. 

Não falo do famoso rancho da série televisiva “Bonanza”, por cá a preto-e-branco, em que o pai Cartwright e os seus três filhos, cada um com a sua ideossincrasia, revelavam um Oeste americano com uma bonomia e uma graça como, até então, o não tínhamos visto.

“Ponderosa” era também o nome, seguramente inspirado na série, de um conhecido restaurante na Estrada Nacional nº 1, na zona da Azambuja, onde, nos anos 60 e 70 do século que já vai, esteve na moda fazer uma refeição, nas idas e vindas para o Norte. Fechou, há muito. 

Em frente, também há bastante tempo, abriu um motel e mais um sítio para comer, o que por ali vier ao dente, que adotaram o mesmo nome. Não senti vontade de entrar, mas, pelo ambiente que se respirava do exterior, se há sítio adequado para afixar um calendário Pirelli dos antigos este será um deles.

O velho “Ponderosa”, de que deixo uma imagem desta tarde, terá sido, entretanto, uma discoteca. Hoje não parece ser nada, a não ser uma memória de outros tempos, de um dos muitos “lesados da autoestrada”.

sábado, janeiro 14, 2023

As palavras e as coisas

 


Mesa Marcada


É muito justo que seja feita uma menção especial ao site “Mesa Marcada”, onde preponderam Duarte Calvão e Miguel Pires. Tenho uma profunda admiração pelo que fazem.

Desde há vários anos que o “Mesa Marcada” leva a cabo uma ação de divulgação e promoção do extraordinário trabalho que, no nosso país, tem vindo a ser desenvolvido por grandes profissionais da cozinha, responsáveis por restaurantes de altíssima qualidade. O “Mesa Marcada” não só dá regular conhecimento sobre essa atividade como os seus prémios anuais são hoje uma marca de referência e rigor no setor.

Escrevo isto na plena consciência de que a área da restauração coberta pelo “Mesa Marcada” está, em geral, muito longe do terreno da oferta gastronómica, em termos de restauração, que por vezes assinalo, aqui e no meu blogue “Ponto Come”. Trata-se de “campeonatos” diferentes. Cada qual tem o seu espaço. 

Há uns anos, os responsáveis pelo “Mesa Marcada” tiveram a gentileza de me convidar para integrar um dos júris que votava os seus prémios. Não constituiu falsa modéstia o facto de eu me não ter considerado competente para essa função. Cada um deve saber medir aquilo que pode fazer bem.

Aqui fica a ligação para o excelente Mesa Marcada. Consultem-no.

O regresso do Henrique


Há semanas, noticiei por aqui o retorno às lides bloguísticas do Henrique Antunes Ferreira. Durante anos, para desgosto e preocupação dos amigos, o Henrique tinha entrado numa espécie de clandestinidade. Não tugia nem mugia nas redes sociais. Subitamente, ei-lo de volta! A sua “A Nossa Travessa” regressou à vida, com textos fortes, no estilo de escrita a que ele nos habituou e que deu mesmo origem a um livro que tive o gosto de prefaciar e apresentar. O Henrique desunha-se, por estes dias, em histórias em que aborda o quotidiano da paróquia, com verbo solto, chamando os bois pelo nomes. E, sempre que “posta”, faz o favor de nos avisar, aos seus amigos, não fosse dar-se o caso da nossa imperdoável distração nos fazer perder pitada. Se tiverem curiosidade, procurem-no ali, em “A Nossa Travessa”.

sexta-feira, janeiro 13, 2023

Sexta-feira, 13


Um amigo brasileiro, sabedor de que eu estaria hoje por Tomar, revelou-me o que, por completo, desconhecia: a tradição das sextas-feira 13 serem um dia de azar deve-se a um episódio ocorrido neste dia da semana, em 13 de outubro de 1307, quando um rei francês, sob pretextos vários, ordenou a prisão de milhares de cavaleiros e a extinção da Ordem dos Templários.

Aqui por Tomar, contudo, sede portuguesa da ordem, não detetei a menor movimentação solidária, em torno desta sexta-feira 13. Não fui ao Convento de Cristo, é verdade, mas, na cidade, o dia esteve magnífico, as águas do Nabão corriam pacificamente (como se vê pela imagem junta), pelo que, até à meia-noite, acho que ninguém espera o menor azar. 

Faço votos, em especial, que a maldição dos Templários não ponha qualquer mau olhado no “Bacalhau com carne”, a receita clássica da dona Maria do Céu, que, daqui a pouco, vou comer ao “Chico Elias”, ali nas Algarvias, com a mesa junto à lareira já reservada.

Não havia necessidade!


O "Expresso" fez 50 anos mas, para obter "clickbaits", com a desculpa de que se trata de humor, parece comportar-se como um adolescente reguila. É pena!

quinta-feira, janeiro 12, 2023

Ser e parecer

Um golpista não pode apenas parecer ser um golpista, tem de ser comprovado, à luz da lei, que o foi. A condição essencial para o Brasil conseguir sanear a sua vida política é assegurar um julgamento imparcial, incontroverso e justo dos reais conspiradores contra a sua democracia.

“A Arte da Guerra”


Esta semana, no podcast sobre questões internacionais do Jornal Económico, “A Arte da Guerra”, converso com o jornalista António Freitas de Sousa sobre os distúrbios no Brasil, as divergências no seio do Partido Republicano nos EUA e os aspetos mais recentes da guerra na Ucrânia.

Pode ver aqui.

Quem quer ser governante?

Devo ser eu quem está a ver mal o assunto, mas, à partida, acho muito bizarra esta ideia de um “questionário” para novos governantes. Quem convida é que tem obrigação de se assegurar previamente de que as pessoas têm as condições requeridas. Aquilo não é um “emprego”, caramba!

Fusíveis

Em todos os governos, há pastas ministeriais cujos titulares vivem a prazo, isto é, até que se esgote o capital de esperança colocado na sua cara, até que os lóbis corporativos deles dependentes concluam que pouco ou nada lhes calhará na partilha dos meios orçamentais disponíveis.

quarta-feira, janeiro 11, 2023

Brasil (17)

Quando, no domingo, eu disse na CNN Portugal, que devia ter sido precisamente este o discurso de Lula da Silva na sua primeira reação aos acontecimentos, fui muito criticado. É a vida! Vejam aqui.

Brasil (16)

"Olha que coisa mais feia" é um belo título escolhido pela Visão sobre os tristes acontecimentos de Brasília.

Brasil (15)

Como expectável, depois da quase unanimidade na condenação dos atos de violência em Brasília, começou o “refluxo” face às medidas tomadas: pedidos para reinstalação do governador e do chefe da polícia do Distrito Federal, acusação de ”exageros” nas prisões e imputações.

O escritor Harry Windsor


”O clima era típico de abril. Não exatamente de inverno, tampouco de primavera. As árvores estavam desfolhadas, mas o ar era ameno. O céu estava cinza, mas as tulipas brotavam. A luz era pálida, mas o lago cor de anil, que serpenteava pelos jardins, reluzia.”

Ucrânia

Debate com o major-general Agostinho Costa, na CNN Portugal, moderado por Ana Sofia Cardoso.

Pode ver clicando aqui.

segunda-feira, janeiro 09, 2023

Brasil (14)

Como agora se constata no Brasil, as redes sociais são uma faca de dois gumes: tanto servem para montar correntes de violência como permitem, pelo obsessivo “voyeurisme” através dos telefones portáteis, identificar mais facilmente responsáveis por atos ilegais.

Brasil (13)

A arrogante transparência com que, nos últimos tempos, se tinha desenvolvido a organização da contestação de rua ao resultado eleitoral no Brasil pode voltar-se contra os manifestantes, agora que eles passaram a linha vermelha que separa o direito de manifestação da violência.

Bola

Pode perceber-se a perplexidade de alguns: se Portugal é um país que “produz” tantos e tão bem sucedidos treinadores de futebol, por que razão o novo selecionador é estrangeiro? Mas também entendo a Federação: trazer alguém reputado, de fora, pode “neutralizar“ mais a sua ação.

O populismo por cá

Os acontecimentos de Brasília têm de ser lembrados, alto e bom som, a quem, por cá, equiparou levianamente Lula a Bolsonaro, a quem, também por cá, se mostra tolerante perante o radicalismo incendiário, populista e alarmista de direita, dos discursos aos cartazes de rua.

Brasil (12)

O ministro da Defesa, José Múcio, determinou às Forças Armadas a desmobilização imediata de todos os acampamentos em frente aos quartéis, em todo o Brasil. Pelo modo como esta determinação for cumprida, perceber-se-á a força política do governo Lula.

Brasil (11)

Ao identificar alguns setores do agro-negócio como financiadores das movimentações de rua que resultaram na insurreição de domingo, Lula pôs o dedo na ferida: a saudável radicalidade da sua política anti-desmatamento tornou-o num inimigo jurado dessa gente.

Brasil (10)

Pelo tom que utilizou na sua (tardia) intervenção de hoje, Lula perdeu uma boa oportunidade de dividir os brasileiros que não votaram nele, deixando claro que nem todos são "fascistas" e que muitos haverá que não se identificam com os insurretos e se revêem na ordem democrática.

Brasil (9)

Uma divulgação maciça das imagens de destruição provocadas, nos edifícios do poder, pelo insurretos de Brasília pode vir a ter extraordinárias potencialidades pedagógicas. O brasileiro comum perceberá que vai ter de pagar os estragos provocados por esses energúmenos.

domingo, janeiro 08, 2023

Brasil (8)

O facto de, pouco tempo após o início dos acontecimentos em Brasília, vários notórios bolsonaristas terem corrido a demarcar-se dos atos violentos que estavam a ser praticados, foi um sinal claro de que o movimento golpista estava condenado ao fracasso.

Brasil (7)

As tentativas de subversão da ordem democrática, quando não têm êxito e são levadas a cabo de uma forma que debilita as forças políticas legais que são mais próximas dos seus objetivos, normalmente acabam por redundar num reforço do poder que tentaram afetar.

Brasil (6)

As forças armadas brasileiras, que, nas eleições presidenciais, difundiram posições redigidas num tom ambíguo, assumindo-se subliminarmente como tutela das instituições políticas, mantêm um estranho silêncio perante este grave atentado à autoridade democrática do Estado.

Brasil (5)

O principal efeito dos acontecimentos de hoje será nos partidos da direita brasileira, que deixam de ter legitimidade democrática para continuar a apoiar a contestação de rua face à eleição de Lula. Se o fizerem, serão inevitavelmente acusados de cumplicidade com a violência.

Brasil (4)

Será muito importante que a sociedade internacional deixe muito claro o apoio à ordem democrática no Brasil, o seu repúdio por todos os atos golpistas e, em especial, deixando intuir o isolamento a que estaria condenado um Brasil que viesse a seguir um caminho anti-democrático. Os militares brasileiros necessitam de ouvir isso.

Brasil (3)

Muito bem a posição tempestiva do Estado português sobre a situação no Brasil.

Brasil (2)

Os sinais equívocos dados pelo poder militar no Brasil, nunca atuando nem se distanciando face às manifestações junto dos seus quarteis, foram o principal alimento moral desta insurreição.

Brasil (1)

Os militares brasileiros anseiam que o poder político civil, numa manifestação da sua impotência para repor a ordem, requeira a sua intervenção. Nesse momento, os militares, sem derrubarem o poder democrático, irão colocar as suas condições.

sábado, janeiro 07, 2023

Alfredo Campos Matos


Recebi a notícia de que, com 94 anos, morreu Alfredo Campos Matos. Trata-se de um arquiteto que dedicou toda a sua vida ao estudo da figura e da obra de Eça de Queiroz, tendo ampla e valiosa bibliografia publicada sobre o escritor. 

O seu primeiro trabalho surgiu há quase cinco décadas. Chamava-se “Imagens do Portugal Queiroziano” e juntava fotografias de vários locais do país, em especial de Lisboa, referidos nas obras de Eça de Queiroz, cujos trechos eram mencionados. Porque eu próprio era um curioso dessa geografia queirosiana, recordo ter completado esse seu percurso, embora nem sempre consensual, de identificação dos locais. 

Campos Matos veio a publicar depois vários livros, de que cumpre destacar o monumental “Dicionário de Eça de Queiroz”, uma obra insubstituível, com valiosíssimas colaborações de muitos especialistas, que vai na sua terceira e muito desenvolvida edição.

Há uns anos, com José Sarmento de Matos, participei num debate em que o tema era a Lisboa dos cafés desaparecidos. Nesse jantar, num restaurante que o tempo também já levou, estava sentado um senhor idoso, que esteve silencioso até ao final da nossa charla. No final, apresentou-se-nos: era Alfredo Campos Matos. Quis simplesmente dizer-nos que tinha gostado muito de nos ouvir.

A partir de então, Campos Matos e eu trocámos alguns emails e chegámos a planear um almoço com outro distinto queiroziano, Luís Santos Ferro. O Luís morreu e acabámos por nunca concretizar esse encontro. O nosso último contacto foi a oferta que me fez da sua biografia de Eça de Queiroz, um trabalho onde procurou colocar todo o conhecimento que, ao longo de uma vida de investigação, adquiriu sobre o escritor.

Estou certo que o Círculo Eça de Queiroz e o Grémio Literário não deixarão de prestar a homenagem que a figura de Alfredo Campos Matos bem merece.

sexta-feira, janeiro 06, 2023

‘A Arte da Guerra”


A edição desta semana de “A Arte da Guerra”, o podcast sobre temas internacionais do “Jornal Económico”, uma conversa minha com o jornalista António Freitas de Sousa, faz uma abordagem prospetiva sobre o ano de 2023, iniciada naturalmente pela guerra na Ucrânia, seguida do Médio Oriente e terminando na América do Sul.

Pode ver e ouvir aqui.

Cada um é para o que nasce

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Bernardo Pires de Lima

Leio no "Expresso" que Bernardo Pires de Lima vai para Bruxelas, reforçar a equipa de António Costa. É uma excelente notícia. O pr...