O modo enviezado (por melhores que fossem as razões) como a maioria dos media favoreceu e promoveu a candidatura de Harris levou à ilusão de uma crescente onda popular em seu favor. Afinal, o voto popular veio a favorecer Trump. O "whishful thinking" é isto.
3 comentários:
Ninguém tem melhores razões se os próprios interessados estão divididos ao meio, o mínimo que se pede é que isso seja tomado minimamente em consideração quando se fala sobre qualquer assunto.
Ainda ontem estava aqui no meu canto, sem música, ia ouvindo um canal da TV aí ligada em casa (ouço muitíssimo bem), um "especialista" dizia que as ideias dos Republicanos eram muito impopulares nos EUA.
Ora com o país dividido ao meio isso não quer dizer que eram igualmente impopulares as do Democratas?
Um dia destes conto a história da "velha fidalga falida", algo que aprendi há uns 40 anos com um ministro da altura (não direi qual), tem a ver com esta Europa que cada vez percebe menos o que anda a fazer e fica desarmada contra as voltas da vida, incapaz de as evitar ou, depois disso, contra elas lutar.
Ora para lutar contra algo ou alguém é preciso antes do mais perceber o que são, metermo-nos até onde for possível "na pele do outro".
Isso é assim tão difícil de entender?
Prossegue a incapacidade de ler a realidade pelos média em geral, gerando ainda maior clivagem entre o que as pessoas vêem na TV e ouvem da boca dos comentadores, e o país concreto e a vontade popular. É uma espécie de elite que vive isolada do resto, achando que percebe o que se passa à sua volta, e do alto da sua arrogante superioridade auto-atribuída, se dispõe a sentenciar e a estupidificar as populações. E nem estou necessariamente a falar dos EUA, isto é o que acontece em Portugal. Quanto mais se insistir nesta abordagem, mais o sentido contrário irá crescer, as pessoas detestam ser tomadas por ignorantes.
Não foram somente os media quem favoreceu Harris: as sondagens também indicaram um empate técnico que afinal não se verificou.
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