Ao tempo em que estive no CGI, este passou, a partir de certa altura, a integrar os nomes de Leonor Beleza e de Alberto Arons de Carvalho. Tratando-se de duas figuras com um passado político ativo notório, posso testemunhar que nunca, na sua ação, detetei o menor viés político-ideológico, a vontade de "fazer fretes" às suas origens partidárias.
Leonor Beleza assumiu recentemente responsabilidades políticas e entendeu dever afastar-se da presidência do CGI, o qual, no seu seio, elegeu, para substituí-la, Arons de Carvalho, um conhecido jornalista e professor universitário.
Trata-se, à evidência, de uma das personalidades portuguesas com maior conhecimento da área da comunicação social, com obra publicada sobre o tema, tendo, no passado, sido titular dessa pasta em governos e tendo também ocupado funções na ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social).
Alberto Arons de Carvalho é a escolha óbvia como novo presidente do CGI, lugar que, lembro, foi também já ocupado por António Feijó (atual presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e antigo vice-reitor da Universidade de Lisboa) e por José Vieira de Andrade, catedrático da Universidade de Coimbra.
Desejo ao Alberto Arons de Carvalho um excelente trabalho à frente daquele importante órgão de supervisão - noto que é o CGI, nomeadamente, que escolhe e nomeia as administrações da RTP.
A RTP não é uma típica empresa do Estado, um órgão tutelado pelo governo. É uma singular empresa pública, de que todos os cidadãos portugueses são "acionistas", pelo que pagam como "contribuição audio-visual" (CAV), na sua conta da luz. O atual estatuto da RTP permite-lhe resistir às eventuais tentações de pressão dos governos de turno, e isso foi uma imensa conquista que compete ao CGI tentar preservar. Contra todos os ventos e todas as marés que já por aí se estão a levantar.
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