Ao aprovar hoje, por unanimidade, um voto de pesar pela morte de Luís Moita, a Assembleia da República honrou-se a si própria. A circunstância de ter sido o próprio presidente do parlamento a propor esse voto confere um simbolismo acrescido a este voto. Santos Silva, no dia da morte de Luís Moita, tinha já dito o essencial: “Luís Moita continuará bem vivo na memória dos que com ele aprenderam a estar no lado certo da história: na luta pela paz, a descolonização, a democracia mais avançada possível, a espiritualidade viva. Antes e depois do 25 de Abril, uma referência cívica e moral de várias gerações".
2 comentários:
Merecido voto de pesar, de um homem bom, intelectual e sensível, com quem tive a honra de algum convívio. Sobretudo com sua irmã Conceição (Xaxão), educadora dos meus dois filhos e dos dois enteados do Luis. Homem de uma esmerada educação e grande sensibilidade, marca, talvez, por ter sido sacerdote católico. Tenho ainda na memória sendo ele líder nos idos 1976, dos GDUPS (Grupos Dinamizadores de Unidade Popular),que aglutinavam várias tendências esquerdistas, num plenário, creio, na Rua de São Bento, o terem enxovalhado, por ter "rachado" na Pide, perante sevícias corporais. Há quem não goste da expressão, mas também acho, que o Luis Moita, esteve sempre do lado certo da história!.
A Assembleia da República ora se honra, ora se desonra, devido ao conceito apertado e pouco inclusivo que tem da democracia pluralista, o que a leva a homenagear uns e a excluir outros, que não se encaixam nos estereótipos da esquerda. De resto, nada a opor.
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