sexta-feira, agosto 11, 2023

Belo espetáculo

 


Belo espetáculo

 


As minhas mesas - (6) Alentejo


Aqui ficam sugestões dos Alentejos, tiradas da minha experiência, que reconheço ser bastante limitada na costa e no distrito de Beja. 

ALCÁCER DO SAL

- A Escola

ALDEIA DA SERRA

- O Chana do Bernardino

ARRAIOLOS

- Alpendre

BEJA

- Adega 25 de Abril

CASTRO VERDE

- Cavalariça

COMPORTA

- Cavalariça

- Dona Bia

- São João

ELVAS

- Pompílio

ESTREMOZ

- Mercearia do Gadanha

- Larau

ÉVORA

- Tasquinha do Oliveira

- Dom Joaquim

- Origens

MARVÃO

- Mil Homens

MORA

- Afonso

MOURÃO

- Adega Velha

ODEMIRA

- Tasca do Celso

PORTALEGRE

- Tomba Lobos

SANTIAGO DO ESCOURAL

- Manuel Azinheirinha

SERPA

- Alentejano

SINES

- Cais da Estação

TERRUGEM

- Bolota

VAIAMONTE

- Tintos e petiscos

VILA DE FRADES

- O País das Uvas

VILA FERNANDO

- Taberna do Adro

VILA NOVA DE MIL FONTES

- Tasca do Celso


Onda


Eu sei que as interpretações impressionistas deste género convocam inevitáveis críticas, em especial se provindas de pessoas de outra "freguesia", como é o meu caso, mas, mesmo assim, atrevo-me a dizer que o novo patriarca tem cara de ser "boa onda". Logo veremos.

Louros

Carlos Moedas procurou obter destaque, em competição com o governo, nos eventos da Jornada católica, tentando colher louros políticos? Claro que sim. Quem não faria o mesmo, em idênticas circunstâncias? Se o evento tivesse corrido mal, não estaria hoje Moedas no pelourinho?

Lamentável

Portugal ficou honrado com a visita do papa - em especial, deste papa. Contudo, a natureza laica de Estado português, consagrada na Constituição, recomendaria que não fossem promovidas quaisquer amnistias na Justiça, a pretexto do evento. Foi uma decisão muito lamentável.

quinta-feira, agosto 10, 2023

É isto, confesso!


Sou um assumido comodista. Sem o menor complexo por sê-lo. 

Se acaso posso ir de carro a qualquer sítio, nunca vou a pé. Sempre fui assim. Lembro-me (com uma ponta de orgulho envergonhado) de que, quando entrei para o MNE, há quase meio século, tempo em que havia lugares para estacionar à vontade, chegava a ir de carro das Necessidades à Infante Santo, para almoçar num bar que por ali havia. Eram aí 200 metros... mas sempre evitava a subida, no regresso.

Dou conta do refinamento do meu comodismo na minha relação atual com a praia, ali ao fundo da rua. Cada vez encontro mais pretextos para evitar ir por lá, para regressar cheio de areia, misturada com creme solar. Opto pela piscina. E, nela, em vez de nadar (é uma canseira, concluí!), dou comigo por ali a chapinhar. 

Nestas férias, como de costume, o meu "workout" é alternar entre a cama, o sofá, a espreguiçadeira e o banco do automóvel. E, vá lá!, a cadeira do restaurante. E não é pouco: se se somar, com rigor, a distância entre todos estes pousos, logo se avaliará o que são as minhas maratonas diárias.

Ah! E acreditem nisto ou não! A escolha é vossa!

As minhas mesas - (5) Estremadura e Ribatejo


Sem pruridos de rigor geográfico, aborda-se hoje as regiões da Estremadura e do Ribatejo, ficando à porta da região saloia e de toda a zona envolvente de Lisboa, chegando a tocar o Alentejo, que por aqui surgirá amanhã.

ALCOBAÇA
- António Padeiro

ALCOCHETE
-Alfoz

ALMADA
- Amarra ó Tejo
- Atira-te ao Rio

ALMEIRIM
- Cisco

AZEITÃO
- Wine Corner

CALDAS DA RAINHA
- Adega do Albertino
- Sabores d'Itália

NAZARÉ
- Taberna d'Adélia

ÓBIDOS
- A Nova Casa de Ramiro
- Traçadinho

PENICHE
- Tasca do Joel

SANTARÉM
- Oh! Vargas
- Dois Petiscos

SERRA D'EL REI
- Tribeca

SESIMBRA
- Ribamar

SETÚBAL
- Bataréo

TOMAR
- Lúria
- Chico Elias

quarta-feira, agosto 09, 2023

Ridículo

A discussão sobre o número de pessoas que assistiram à JMJ é de um ridículo atroz. Até porque a verdade ficará sempre entre a magnificação deslumbrada de alguns zelotas e a obsessiva desvalorização feita por quantos não conseguem aceitar que aquilo foi um indiscutível êxito.

Que pena que eu tenho...


Há jogos de futebol em que torço para que percam os dois. E irrita-me que isso não seja possível...

A areia por aqui


 

Frases antigas: "Por favor, um café!"

 


terça-feira, agosto 08, 2023

As minhas mesas - (4) Beira Litoral


Se bem que eu saiba que  a "fronteira" entre a Beira Litoral e a Estremadura/Ribatejo é um eterno ponto de discussão para pessoas que não têm outra coisa com que se entreter, avanço aqui com a minha lista de preferências. Como dizem aos clientes os empregados de restaurante recém-saídos das escolas hoteleiras, "espero que gostem".

ÁGUEDA
- Vidal (Almas da Areosa)

AROUCA
- Parlamento

AVEIRO
- Salpoente
- Telheiro

AVELÃS DO CAMINHO
- Queirós

BATALHA
- Burro Velho

BUARCOS
- Marégrafo

BUÇACO
- Restaurante do Hotel do Buçaco

CANTANHEDE
- Marquês de Marialva

COIMBRA
- Casas do Bragal

FÁTIMA
- Tia Alice

ÍLHAVO
- Dóri

LEIRIA
- Puttanesca
- Luna
- Casinha Velha (Marrazes)

LOUSÃ
- Burgo

MEALHADA
- Rei dos Leitões

POMBAL
- Manjar do Marquês

PENACOVA
- Panorâmico

PRAIA DE MIRA
- Salgáboca

SANGALHOS
- Mugasa

MBWay


Nenhum dos dois catraios tinha mais de sete anos. Estavam a vender porta-chaves artesanais, no caminho para a praia. É um hábito, há anos, ver crianças por ali, com estendais de artefactos, como pulseiras e colares. Os preços são muito baixos, quase simbólicos. À oferta, anunciada à passagem, saiu-nos, desta vez, um "obrigado, mas não trago dinheiro trocado". A resposta foi extraordinária: "Não faz mal! Nós temos MBWay!" O mundo mudou muito. Nós é que, às vezes, nem damos por isso.

segunda-feira, agosto 07, 2023

"A Casa da Rússia"


Ontem, saído de uma jantarada de aniversário, no calor da noite ao ar livre, borrifei-me de repelente contra mosquitos e deu-me para começar ler um le Carré, "A Casa da Rússia", numa tradução portuguesa. Quando chegaram as cinco horas da manhã, achei que, para essa noite, já tinha q.b. de Guerra Fria vista pelos britânicos.

John le Carré é um autor que sempre tive alguma dificuldade de ler em inglês. Recordo ter comprado, há mais de trinta anos, o "Tinker, Tailor, Soldier, Spy", em "audiobook" em cassetes, e, ocasionalmente sozinho em Inglaterra, onde então vivia, ter passado um fim de semana a passear no meu Mini, pela zona de Cornwall, a "ouvir o livro", antes de o ler. E, depois, mesmo assim, deu-me imenso trabalho. Desde então, leio sempre os le Carré em traduções. E há-as magníficas, como as do meu amigo vila-realense Francisco Agarez.

Na tarde de hoje, tendo-me baldado à praia (constou-me que estava vento e eu aproveito todos os alibis para não me confrontar com a areia), e tendo avançado no livro, deu-me para ir rever o filme com o mesmo nome. Maluqueiras de quem está em férias e pode dar-se ao luxo destes repentes da vontade. 

Há uma versão gratuita do filme na net, imaginem! Lá estava a incomparável Michelle Pfeiffer, ao lado do Sean Connery, com este a falar "à Viseu". A imagem é do que julgo ser uma sala do grupo Entreposto, com Connery a olhar Lisboa da janela. Decidi parar o filme no exato momento em que vou na leitura do livro, para não desgastar o que me resta de suspense - embora eu esteja farto de saber como aquilo vai acabar. 

Logo à noite, regresso ao livro. Amanhã, acabo o filme. Podia dar-me para pior, não é?

As minhas mesas - (3) Beira Interior


Passemos agora à Beira Interior, de onde já retirei a margem esquerda do Douro e Ervedosa do Douro, incluídos em outra lista. Da que se segue fazem parte restaurantes dos distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco. Há algumas localidades em falha, mas o tempo não dá para tudo, desculpem lá! 

BELMONTE
- Casa do Castelo

CASTELO BRANCO
- Ferreirinha
- O Lagar (Póvoa de Rio de Moinhos)

COVILHÃ
- Taberna A Laranjinha

FOZ COA
- Preguiça

FUNDÃO
- Mário

GOUVEIA
- Lá em Casa
- Albertino (Folgosinho)

GUARDA
- Colmeia

LAMEGO
- Manjar do Douro
- Casa Filipe

LINHARES DA BEIRA
- Cova da Loba

MANTEIGAS
- Restaurante São Lourenço

MARIALVA 
- Casas do Côro

OLEIROS
- Adega dos Apalaches

PINHEL
- Entre Portas

SEIA
- Museu do Pão

TAROUCA
- Tasquinha do Matias (Ucanha)

TONDELA
- Três Pipos

TRANCOSO
- Retiro do Castiço

VALHELHAS
- Vallecula

VISEU
- DeRaiz (Rebordinho)
- Cantinho do Tito

O português

Há o português suave e há o português mesquinho. O português suave é o patriota simplório que se delicia com o facto dos estrangeiros gostarem daquilo que fazemos, da Expo ao Euro, passando agora pelas Jornadas. O português mesquinho é aquele que, a partir de hoje, vai dizer "se houve Metro a horas para quem veio de fora, era só o que faltava que agora não passasse a haver também para nós". O português suave deu, com inocente generosidade, o benefício da dúvida aos gastos das Jornadas, ou porque o Marcelo os tinha abençoado, ou porque o governo de que gosta tinha decidido abrir os cordões à bolsa, ou porque o Moedas em quem votou também esteve empenhado nisso. O português mesquinho, para quem qualquer êxito nacional é um irritante a menos no processo de densificação do mal-estar público que está na sua agenda ácida de vida, não deve tardar muito, vai pedir uma CPI para os ajustes diretos e clamar que "se houve dinheiro para o altar, tem de haver para a saúde". O português suave e o português mesquinho são uma e a mesma pessoa, só que à vez, como as mudanças da lua e dos ciclos políticos.

domingo, agosto 06, 2023

Parabéns!

Muitos parabéns a todos quantos idealizaram, planearam, organizaram e participaram na jornada católica, desde Jorge Mario Bergoglio até ao mais simples assistente aos eventos. Se eu fosse crente, estaria radiante. Não o sendo, saúdo com sinceridade quem o é. Como português, felicito-me pelo facto de tudo ter corrido bem.

As minhas mesas - (2) Minho


No Minho come-se muito bem. Foi um "trinta e um" fazer esta lista de 31 restaurantes.

AFIFE
- Mariana

ARCO DO BAÚLHE
- Caneiro

ARCOS DE VALDEVEZ
- Costa do Vez

BARCELOS
- Turismo
- Pedra Furada (Pedra Furada)
- Bagoeira

BRAGA
- Dona Júlia
- Arcoense
- Augusta

CAMINHA
- Caminhos de Santiago

GUIMARÃES
- Florêncio (Azurém)

MELGAÇO
- Adega do Sossego (Peso)

MOREIRA DE CÓNEGOS
- São Gião
- Pirâmide do Egipto

POIARES
- Taberna Afonso

PONTE DA BARCA
- Moinho

PONTE DE LIMA
- Carvalheira (Fornelos)
- Bocados (Arca)
- Açude

PÓVOA DE LANHOSO
- Victor (São João de Rei)

PÓVOA DE VARZIM
- Petisqueira Barca

SANTA MARIA DO BOURO
- Restaurante da Pousada

SANTA MARTA DE PORTUZELO
- Camelo

SOAJO
- Espigueiro

TERRAS DE BOURO
- Abocanhado (Brufe)

VIANA DO CASTELO
- Tasquinha da Linda
- Casa d'Armas
- Laranjeira

VIEIRA DO MINHO
- Retiro da Cabreira

VILA NOVA DE CERVEIRA
- Casa das Velhas

VILA VERDE
- Torres

sábado, agosto 05, 2023

Todi...

Estou a estranhar que os defensores do "todes" estejam tão calados, depois do "todos, todos, todos" do papa.

As minhas mesas. (1) Trás-os-Montes e Alto Douro


A abrir


A pedido de amigos, aqui deixarei, neste e em próximos dias, divididas por regiões, listas de restaurantes de cozinha tradicional portuguesa que me ocorrem à memória, quando me apetece comer bem. 

Quase todos são mesas de comida "auto-explicativa", isto é, locais em que, em princípio, não haverá o risco de verem surgir junto da mesa alguém, a montante da primeira garfada, a desconstruir descritivamente a elaboração dos pratos. Estamos portanto longe das casas de "fine dining" ou de cozinha contemporânea. Isso não significa, contudo, que se trate sempre de restaurantes economicamente acessíveis.

Não faço ideia se algum dos restaurantes que vou referir está agora fechado para férias. Por isso, recomendo que vão ao Google, descubram o telefone e reservem - sempre! Também não garanto que, desde a minha última visita ou de nota de atualização recebida de amigos de confiança, o pessoal de alguma cozinha não possa entretanto ter mudado ou algum dono possa ter passado a casa "a patacos". 

Por tudo isso, esta despretensiosa lista vale o que vale. Tanto mais que me não considero um "gourmet", mas apenas alguém que se esforça por atualizar o seu conhecimento sobre o país gastronómico. Admito assim, sem o menor problema, poder estar enganado em algumas das minhas escolhas, lamentando também falhar a referência a outras casas, que possam ter um maior mérito relativo. Mas, repito, esta é a minha escolha, feita com uma assumida subjetividade.

Finalmente, a geografia. Começarei de Norte para Sul, deixando contudo para o fim os restaurantes do Porto e Lisboa, bem com as suas áreas adjacentes. Não irei referir nenhum restaurante da Madeira ou dos Açores, porque não disponho de um conhecimento atualizado dessas regiões. Igualmente, e imagino que para surpresa de muitos, pouco direi do Algarve, onde me desloco muito raramente e que, em termos literais, "não é a minha praia". Em cada localidade onde surja referido mais do que um restaurante, a ordem é a da minha preferência decrescente.

Comecemos então com 23 escolhas em

Trás-os-Montes e Alto Douro

ALIJÓ
- Cepa Torta

BOTICAS
- Rio Beça

BRAGANÇA
- Geadas
- Abel (Gimonde)
- Javali (Estrada do Portelo)

CHAVES
- Carvalho
- Talha
- Aprígio

ERVEDOSA DO DOURO
- Toca da Raposa

ESTRADA RÉGUA-PINHÃO
- DOC (Folgosa)
- Quinta do Tedo (Vila Seca)

MACEDO DE CAVALEIROS
- Brasa

MIRANDELA
- Flor de Sal
- Maria Rita (Romeu)

MOGADOURO
- Lareira

PINHÃO
- Cozinha da Clara (Quinta de La Rosa)

RÉGUA
- Castas e Pratos

TORRE DE MONCORVO
- Taberna do Carró

VALPAÇOS 
- Dona Adelaide

VILA POUCA DE AGUIAR
- Costa do Sol

VILA REAL
- Lameirão
- Chaxoila
- Cais da Vila


Amen

Os comentários negativos da extrema-direita sobre a jornada católica, bem como sobre a figura do papa, podem acabar por lhes sair caros. Dado o bom acolhimento que as Jornadas estão a ter, tais críticas vão em rumo abertamente contrário ao sentimento conservador dominante.

sexta-feira, agosto 04, 2023

Hipocrisia

Muitos dos que sorriem e aplaudem tudo quanto o papa diz - sobre a guerra e as negociações, sobre as responsabilidades da Europa, sobre o armamentismo, sobre a necessidade de um mundo mais equilibrado, sobre o capitalismo, sobre as migrações, sobre os refugiados - estão, no fundo, a borrifar-se, por completo, para o sentido real das suas mensagens.

Passando a coisas sérias


Vamos então falar de quatro restaurantes recentemente visitados.

Comecemos pelo "Galito", em Lisboa, perto do Colombo. Para quem não saiba, o "Galito" é o único restaurante lisboeta que apresenta um menu exclusivamente alentejano. Claro que os excelentes "Salsa & Coentros" e "Magano", respetivamente em Alvalade e Campo de Ourique, têm belos pratos alentejanos. Como também acontece com o "Colunas", na Amadora, e com o "Zé Varunca", em Paço d'Arcos. Mas, totalmente alentejano, só o "Galito", onde o Henrique nos procura compensar a saudade que todos temos da Senhora sua Mãe, a Dona Gertrudes, que recordo nos vinha perguntar gentilmente à mesa, nas duas geografias anteriores do restaurante, se estava tudo bem. Uma vez mais, na visita de há dias, estava tudo bem por ali, salvo a "tragédia" conjuntural da falta das ameixas de Elvas, um pormaior de abastecimento que afeta o acompanhamento da sericaia, crise para a qual o Apolino, no "Tomba Lobos", em Portalegre, me tinha já alertado, há semanas.

Passemos ao "Geographia", a mesa mais próxima da minha casa, um restaurante onde vou cada vez mais, e com grande gosto, apresentando-o com prazer a amigos que ainda não conhecem este criativo espaço onde se cruzam memórias culinárias dos lugares por onde os portugueses andaram, de Cabo Verde a Timor. Situado na Lapa, na área lateral do Museu Nacional de Arte Antiga, o "Geographia" é uma iniciativa do Miguel Júdice, alma inquieta da restauração e hotelaria que hoje (se e nos) alimenta no sofisticado "Eleven" e que teve um interessante percurso restaurativo (como o "Orangerie", no Algarve), hoteleiro (como o "Infante de Sagres", no Porto) ou misto (o "Arcadas da Capela" no hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra). 

Mudemos de agulha geográfica. Passemos à Carrasqueira - é esse mesmo o nome - uma aldeia de pescadores a meia dúzia de quilómetros da Comporta. Com o "Retiro do Pescador" (da minha amiga Sílvia) e com o "Rola" fechados, fui ao "Gonçalves". E não é que comi muito bem, como já me não recordava de ter comido por ali, há anos?! Com um serviço simples mas eficaz, umas belas ameijoas abriram vontade para um arroz de marisco muito bom, que uso na imagem. Demorou a chegar (o que é sempre bom sinal de que está a ser feito na hora), mas valeu a pena. O preço, contudo, deslizou para números "comportáveis", isto é, próximos dos da Comporta. Parece que é a vida!

Acabo no "Grão de Bico", no complexo do Pestana, junto a Soltróia. A lista mudou, mas é equilibrada, tendo inflacionado um pouco os preços. O que foi servido era de boa qualidade e estava muito bem apresentado. O serviço foi educado e isso ficou melhor provado quando teve de aturar a nossa (compreensível) impaciência pelo facto de termos tido de esperar quase uma hora pelo que foi pedido, circunstância desagradável que constatámos que foi comum a outras mesas, de uma das quais os ocupantes acabaram por zarpar porta fora, cansados de esperar. Ao que apurámos, na cozinha havia apenas duas pessoas, manifestamente incapazes de dar vazão à mais de meia centena de clientes. Assim não dá! Não é possível manter um restaurante desta forma, coisa que os responsáveis desta casa devem aprender. E lhes deve ser dito, como deixei patente ao pessoal, alto e bom som.

Aqui ficam quatro notas, que espero possam ser de utilidade a quem por aqui me lê.

quarta-feira, agosto 02, 2023

A folga


Uma das consequências da JMJ é o encerramento temporário de alguns restaurantes de referência.

Lição

Ouvir o papa Francisco citar Saramago constituiu uma bela resposta a uma certa gente.

terça-feira, agosto 01, 2023

Shuut!

Os berros das crianças portuguesas nas piscinas e nas praias, sob a impávida surdez dos pais, ainda um dia vai ser elevado a património de incivilidade da humanidade.

Até quando?

A extrema-direita italiana entrou com "pés-de-veludo", levada ao colo pela sua postura favorável à Ucrânia, que levou os parceiros europeus a esquecerem com quem realmente lidavam. Agora, emerge a realidade. Resta saber quanto tempo o oportunismo se sobreporá à decência.

Bola

É digna de um estudo sério esta quase súbita conversão do país ao futebol feminino. Nele mereceria uma análise particular o papel desempenhado pela comunicação social.

Falando de golpes

O golpe de Estado no Niger está a dividir a África, com ameaças de intervenção externa por parte de vizinhos. E, claro, reações contrárias. Curioso é que alguns dos que agora se mostram chocados com aquele golpe de Estado chegaram ao poder através de ... golpe de Estado.

Daqui desta Lisboa


Daqui, desta Lisboa compassiva, 
Nápoles por suíços habitada, 
onde a tristeza vil e apagada
se disfarça de gente mais activa; 

daqui, deste pregão de voz antiga, 
deste traquejo feroz de motoreta 
ou do outro de gente mais selecta
que roda a quatro a nalga e a barriga; 

daqui, deste azulejo incandescente, 
da soleira de vida e piaçaba, 
da sacada suspensa no poente,
do ramudo tristolho que se apaga;

daqui, só paciência, amigos meus!
Peguem lá o soneto e vão com Deus...

(Alexandre O'Neill)

segunda-feira, julho 31, 2023

Seu Cabral


Em tempo de leituras estivais, delicio-me com um colunista do "Observador", que assina com o nome de Manuel Vilaverde Cabral. Em outros tempos, conheci um seu homónimo, quiçá um seu primo, que tinha ideias bem opostas. Que será feito dele?

Vae mortuis!

Não sabemos quem vai ganhar esta guerra. Mas sabemos quem já a perdeu: os que nela morreram.

domingo, julho 30, 2023

Olá, ERC!

Abre-se um "newsmagazine" de grande expansão e lá estão elas, as páginas de publicidade paga, em forma de texto informativo, apresentadas de forma a iludir o leitor. É uma vigarice quase perfeita. A ERC não existe?

Gare

Uma fórmula curiosa, num texto de Artur Portela: "... nessa espécie de Gare do Oriente sem Calatrava que é, lá em baixo, o átrio da Fundação Gulbenkian". Bem visto!

sábado, julho 29, 2023

26

São exatamente 26 livros. O mais grosso com 924 páginas, o mais fino é um "Que sais-je?", logo, tem 128 páginas. São os livros que trouxe para duas semanas de férias. Pela experiência de anos passados, conseguirei ler quatro ou cinco, no máximo. Mas a sensação de poder escolher é um prazer que nunca dispenso.

Notícias do azedume

É minha impressão ou anda por aí um desejo, mais ou menos escondido, de que o encontro religioso de Lisboa corra mal? Se, para azar deles, correr bem, já têm um "plano B": denunciar que está tudo cheio de vigarices, ajustes diretos e coisas assim. Não seria mesmo de abrir já uma CPI?

"L' autoroute des vacances"

 


Havia um conto do Cortázar sobre isto...

João Pereira Neto


No dia 29 de abril de 1974, segunda-feira, entrei fardado no Palácio Burnay, onde funcionava o Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina.

Nesse dia, entrei com todo o à-vontade, coisa que não acontecera nos dois anos anteriores, durante os quais a portaria tinha ordens expressas para impedir o meu acesso.

Eu tinha uma "história" a resolver por ali, depois desses anos muitos complicados, que tinham mudado toda a minha vida. Nesse dia, eu ia falar com o que restava da anterior direção do Instituto, então em muito precário exercício.

Quem me recebeu foi o professor João Pereira Neto. Deu-me um abraço e disse-me uma frase que gravei: "Você tem muitas e justas razões de queixa da nossa Escola". Era verdade, toda a gente o sabia. Mas, dentro do conceito plural de "Escola", eu tinha razões concretas de queixa de muita gente, por ação ou omissão. Contudo, por esses dias, eu andava muito feliz e a última coisa que pensava era tirar qualquer desforço. Nunca o procurei, nem nunca o fiz. O meu "caso" com o ISCSPU, que haveria de perder o "U" com mais rapidez do que o país deixou se ter "possessões ultramarinas", resolver-se-ia pouco depois.

Nestes quase 50 anos, em diversos contextos, fui cruzando o professor João Pereira Neto. A nossa relação tinha sido, desde sempre e sem nenhuma exceção, marcada por uma grande cordialidade, mesmo em momentos em que, claramente, não estivemos do mesmo lado. Tive sempre Pereira Neto como uma pessoa cordata, educada e dialogante.

João Pereira Neto era visto por nós, creio que com razão, como um dos "homens do Adriano", um grupo de pessoas que acompanhou de perto aquele procurou induzir à casa um sentido de escola de Ciências Sociais. Terá sido pela mão de Adriano Moreira que Pereira Neto integrou o CDS, onde chegou a secretário-geral.

A última vez que o encontrei foi, há não muito tempo, na Sociedade de Geografia, onde tinha um lugar destacado de direção. Quis ter a amabilidade de ir ouvir-me, já não sei bem sobre quê. No final, exprimi-lhe que ficava muito grato por isso.

Não tive então o ensejo de lembrar com ele, como gostaria de ter feito, algo que me ficou na memória: as suas provas de agregação, em finais de 1968, uma discussão num júri conduzido pela figura mítica da Etnologia em Portugal, o professor Jorge Dias. Eu desconhecia, até esse dia, a "animação" que podia ser um diálogo tenso, num júri, em ambiente universitário. Pereira Neto seria, pouco tempo depois, professor catedrático.

Acabo de saber que morreu, com 88 anos.

quinta-feira, julho 27, 2023

Traduttore, traditori

Que diabo de empresas de tradução são estas que continuam a empregar tipos que traduzem, nas legendas dos filmes, "eventually" por "eventualmente", "actually" por "atualmente" e "speaker" ("of the house") por "porta-voz"? Não lhes podem dar uma aula prévia sobre "falsos amigos"?

"A Arte da Guerra"


"A Arte da Guerra", o podcast que, desde fevereiro de 2021, semanalmente faço para o "Jornal Económico", ums conversa com o jornalista António Freitas de Sousa sobre temas internacionais, vai tirar umas férias, a partir desta semana.

quarta-feira, julho 26, 2023

A honra perdida de Kevin Spacey


Foi em setembro de 2016, em Kiev, na Ucrânia. Eu estava por lá num encontro sobre relações internacionais. Foi anunciado que, durante o jantar de encerramento, haveria um convidado surpresa.

Estava-se a poucos dias das eleições americanas. No écran da sala surgiu a fotografia de Hillary Clinton. A sala rejubilou. Ela era a candidata que, à época, dava mais garantias de conduzir os EUA, e com eles o mundo ocidental, numa atitude anti-Moscovo - ideia que mobilizava por ali muita gente. Mas Hillary, naturalmente, não se deslocara à Ucrânia.

Surgiu então a foto de Donald Trump. Embora entre os convidados americanos naquele jantar se contassem figuras conservadoras como Robert Gates, John Bolton, Karl Rove ou Newt Gingrich, a sala foi bem menos efusiva, “to say the least”. Aquele era já o tempo do “namoro” entre Trump e Putin e os ucranianos temiam que a sua eventual eleição redundasse num imenso desastre para os seus interesses.

O organizador do encontro, um milionário ucraniano (ou oligarca, como quiserem), disse-nos que, infelizmente, não pudera garantir a presença na conferência de nenhum dos candidatos às eleições americanas. Mas anunciou que tinha um “presidente” substituto à altura. E entrou na sala Kevin Spacey.

Foi uma bela surpresa. O “presidente” da famosa série televisiva “House of Cards”, “Frank Underwood”, fez uma intervenção magnífica, inteligente e informada, sobre relação entre a ficção e a política, dando-nos, com eloquência, a sua visão desse mundo e conseguindo transmitir àquele momento de encerramento uma dignidade e uma qualidade muito elevada. Spacey não era um ator normal; era um intelectual culto e muito elaborado, bem acima da média.

Lembrei-me muito desse jantar, nos anos seguintes, quando vi o nome de Spacey mergulhado, de forma degradante, numa vaga de acusações sobre atos de assédio sexual. Nestes sete anos, Spacey teve a sua honra manchada, a sua carreira arruinada, a sua imagem pública pela lama. 

Entretanto, a justiça americana, e agora a britânica, concluíram pela sua completa inocência e pela falta de fundamento das acusações que sobre ele impendiam. Imagino que possa mesmo vir a ser ressarcido, mas nada apagará o que se passou, tanto mais que, para sempre, haverá uns palermas que dirão, entre dentes, "não há fumo sem fogo..."

terça-feira, julho 25, 2023

Males que não se confundem


Após a queda das ditaduras ibéricas, gerou-se a ideia de que Espanha e Portugal estavam imunes ao surgimento de partidos de extrema-direita, graças à vacina do autoritarismo vivido. Pensava-se que os partidos da direita democrática seria capazes de seduzir, ainda que "by default", os votantes mais propensos a soluções radicais do extremo político discriminatório - fossem elas securitárias, xenófobas ou racistas, anti-identitárias ou de moralismo saloio-machista. Quem assim pensou enganou-se.

Costuma dizer-se que a extrema-direita propõe respostas erradas para problemas reais. Nem sempre é assim, nem sempre os problemas existem realmente. Muitas vezes eles são meras caricaturas, trajadas de mal-estar e de um discurso javardo, sobre temáticas defensivas de certos grupos.

No Vox e no Chega encontramos tudo isso, mas também encontramos diferenças que derivam de especificidades próprias.

Sendo a Espanha um país onde as tensões regionalistas há muito colocam riscos para a unidade do país, o Vox soube cavalgar a nostalgia unitarista, a que somou a bandeira de defesa do país retrógrado, aturdido pelos avanços das agendas identitárias.

O reaccionarismo do Vox, com laivos fascistóides iniludíveis, tem assim raízes muito próprias, que o diferenciam do Chega. Contudo, um bom resultado do Vox nestas eleições será naturalmente um alento para o Chega, sendo embora males que não se confundem.

(Texto publicado no semanário Novo, escrito em meados da semana passada, como resposta à pergunta sobre se um bom resultado para o Vox espanhol teria consequências favoráveis para o seu congénere português).

segunda-feira, julho 24, 2023

Jogos de cintura


Sinto por aí uma quase paranóia com o próximo encontro religioso. Ouço que há pessoas que temem passar "perto de Lisboa", com medo à confusão que supostamente se irá instalar. Valha-lhes deus! 

Ao observar este ambiente, não pude deixar de lembrar uma historieta, num Verão também quente, embora por virtude de outras temperaturas, em 1975.

Era agosto e eu andava por Vila Real, meio de férias em família, meio feito militante político-militar. Na esplanada da Gomes ("where else?"), cruzei-me com o meu velho amigo José Araújo, também conhecido como Zé Foquita, negociante de velharias, proprietário da "Galeria d'Artes".

O Zé era conservador, eu estava muito longe disso, mas nunca, até ao final da sua vida, essa diferença de perspetivas projetou a menor sombra sobre a nossa forte amizade. 

Na conversa, o Zé contou-me que tinha ido na sua carrinha a Beja, para comprar um piano que ali estava à venda. Lembro-me sempre de que não acompanhou a minha ironia: "A música no Alentejo agora é outra, não é?". 

Perguntei-lhe por que razão, na ida, não me tinha ido visitar a Lisboa. Podia ter ficado em minha casa, eu ter-lhe-ia mostrado coisas da cidade que ele conhecia mal. 

O Zé foi perentório (na altura, escrevia-se peremptório): "Estás doido! Então tu achas que eu me arriscava a passar pela 'cintura industrial' !"

O meu amigo Zé Foquita, que era mais um assustado desses tempos, pelos vistos achava que, em torno de Lisboa, as estradas eram patrulhadas, durante toda a "saison", por figuras de fato-macaco operário, com ar patibular, de barras de ferro na mão, controlando os movimentos e olhando com suspeição todos os forasteiros. Afinal, era isso, para ele, a tal "cintura industrial".

Para a semana, começa a "cintura celestial". Vai correr tudo bem, vão ver!

Depois, queixem-se!

A TVE deu ontem uma lição de como se constrói um painel plural de comentadores. Em Portugal, já quase não se estranha que, na maioria dos debates, cada vez haja menos contraditório ou que ele seja caricatural ou de falsa representatividade. Depois, queixem-se das audiências!

... e há a Europa!

A circunstância do poder político em Madrid vir a manter-se à esquerda ou poder passar para a direita não é indiferente aos equilíbrios nas instituições comunitárias que se desenharão depois das eleições europeias em 2024.

PP

Quer o Cuidadanos quer o Vox foram partidos criados pela desafetação de parte do eleitorado do PP. Com o fim do primeiro, por falta de objeto, e a diabolização do segundo (também graças à esquerda), a bipolarização e o voto útil fizeram-no recuperar parte desses votos.

Democracia

A democracia espanhola revelou, ao longo de décadas, uma capacidade notável de enfrentar crises graves, desde atos de terrorismo a um golpe de estado e a uma tentativa secessionista. É ridículo dizer-se que pode estar em risco só porque há a hipótese de um novo modelo de governo.

Expresso

O que o "Expresso" fez no caso da médica do Algarve é de extrema gravidade, sob o ponto de vista deontológico. Mas é também autoflagelatório sobre o património de memória daquele que um dia foi um órgão de comunicação social com papel central na democracia portuguesa.

Majestad

Daqui a horas, pode surgir um telefonema da Zarzuela: "Presidente Cavaco. Como sabe, tendré que avalar la creación de una "geringonça". Me gustaría que tuviera tanto éxito como la que usted bendijo en Portugal. Cuál fue su secreto?"

Lição ibérica

Depois do que se passou ontem em Espanha, onde o PP acabou por ser vítima da sua ambiguidade face ao Vox, talvez valesse a pena, do lado de cá do Caia, o partido irmão do PP mostrar que aprendeu a lição e dizer, alto e bom som, o que (não) fará com a extrema-direita da paróquia.

sábado, julho 22, 2023

Abertura


Roubo da página de António Guterres no LinkedIn esta sua fotografia de infância, a jogar xadrez. 

Olhando o tabuleiro, sou de opinião de que tem ainda muito jogo pela frente...

Cada terra...

Em França, vozes distantes da esquerda questionam o facto do novo ministro da Educação ter feito o seu percurso académico no ensino privado. E é lembrado que Mitterrand obrigou um ministro a transferir o filho para o ensino público, antes de lhe dar posse. Cada terra com seus usos. 

Já agora...

As denúncias sobre casos de pedofilia na igreja católica encheram a comunicação social, durante semanas. Mas, afinal, na sequência disso, já há alguém detido, constatou-se algum caso de acusação falsa? Dada o alarme público criado, não seria de haver alguma informação?

Ucrânia - o novo tempo na guerra.

 


Ver aqui.

La France

Macron fez uma "reformette" ministerial, com fechamento da sua minoria sobre si mesma. Não premiou os deputados da direita que mais o têm apoiado, chamando-os para o governo, porque não tinha a garantia que os suplentes continuassem a votar da mesma maneira. Cruel é a política!

sexta-feira, julho 21, 2023

Era, nâo era?

Então era assim: o governo ia grelhar em lume brando, cada vez mais "passado", na CPI da TAP, e, no final de julho, de um Conselho de Estado que seria a cereja no bolo, saía a dissolução. O Pontal, com a malta bronzeada, era já o pré-S. Bento. E depois? Depois? Veio a realidade!

O meu quintal

No Facebook, escrevi hoje sobre o Kim Philby e quase ninguém deu sinal de si. Amanhã vou experimentar fazer uma referência a outro Qin, o MNE chinês que anda desaparecido há semanas, a ver se tenho mais sorte. Se assim não for, em desespero, vou acabar a falar do Quim Barreiros.

A sombra de Philby


Ao ouvir o chefe do serviço britânico de espionagem a fazer um apelo público a que cidadãos russos se voluntariem para ser seus informadores contra o regime do Kremlin, não pude deixar de lembrar-me de Kim Philby (e também de Burgess, Maclean, Blunt e Craincross...).

Tendo o MI6 sido o involuntário fornecedor da maior fornada de espiões soviéticos de qualidade de que a história da "intelligence" tem memória, este apelo parece acarretar um curioso sentido de vingança. 

A ver vamos se o "appeal" que o comunismo tinha naquele tempo do pós-segunda guerra conseguirá ser emulado pela sedução que a filosofia do mundo capitalista hoje pode exercer sobre as gentes lá por Moscovo. 

Josef Stalin vs Boris Johnson?

quinta-feira, julho 20, 2023

Pascal Lamy


Nos dias de hoje, a globalização parece estar, se não sob fogo, pelo menos sob forte suspeita. Não era esse o ambiente nos anos 90. Por essa altura, o credo liberal imperava pelo mundo. Na União Europeia, que vivia sob a obsessão do estabelecimento de acordos de livre comércio com todas as regiões do planeta, estava a ser cada vez mais difícil a um país como Portugal evitar que setores relevantes da sua produção industrial, alguns de baixa tecnologia e de natureza similar aos de alguns Estados que pretendiam livre acesso ao mercado europeu, fossem oferecidos como moeda de troca para as aberturas, noutros setores bem mais rentáveis, que as grandes economias europeias pretendiam obter em geografias economicamente muito promissoras. Quem tem alguma memória das "guerras" para a defesa dos nossos têxteis percebe melhor do que estou a falar. 

Quando, em 1995, cheguei à chefia da secretaria de Estado dos Assuntos Europeus, sabia bem que tinha pela frente, nesse domínio comercial multilateral, uma tarefa muito difícil. E, tal como tinha ocorrido ao meu antecessor na pasta, Vitor Martins, durante toda a década anterior, não podia fazer muito mais do que tentar ir ganhando tempo, enquanto os setores sobreviventes do nosso tecido industrial se fossem preparando para o embate pleno.

Na Comissão Europeia, a pasta do comércio internacional estava, por esses dias, entregue ao britânico Leon Brittan, que olhava para os nossos problemas com uma imensa sobranceria, deduzindo que facilmente prescindiríamos das nossas salvaguardas em troco de cheques. Tive com ele e contra o seu cinismo, "accrochages" como nunca tive com nenhum outro membro da Comissão Europeia, nesses cinco anos e meio de funções. Até cheguei a sair a meio de uma reunião no seu gabinete...

Confirmei a insensibilidade de Brittan, logo em 1996, em Singapura, na primeira reunião ministerial da então nova Organização Mundial de Comércio (OMC). Da conversa tensa que ali tivemos, quando se preparava a "oferta" da parte europeia, deduzi que o jogo ia ser muito duro. E foi-o, durante os dois anos seguintes, embora o tivéssemos conseguido empatar, em temas vitais, até à segunda reunião ministerial, realizada em Genebra, em 1998.

No ano seguinte, com a mudança da Comissão, Brittan saiu do cargo. Foi substituído por Pascal Lamy, um antigo chefe de gabinete de Jacques Delors. Em Portugal, houve quem embandeirasse em arco: era um socialista, de uma nacionalidade à partida mais sensível à defesa dos interesses nacionais. Lembro-me que estive sempre mais cético do que todos quantos trabalhavam comigo. Um Comissário, naquela área, é apenas um representante de interesses e esses não mudavam, no essencial, com a alteração da Comissão.

Fui recebido por Pascal Lamy, em Bruxelas, logo após a sua posse. Dessa primeira conversa deduzi que estava comprado irremediavelmente pela agenda liberal, seguramente induzida pela continuidade da máquina da Comissão. Ao contrário de Brittan, Lamy era uma figura simpática. Mas foi-me logo pedindo "compreensão" para a necessidade da nova Comissão poder ter "mãos livres", com um mandato "aberto" para negociar uma posição forte na terceira reunião ministerial da OMC em Seattle, que teria lugar em dezembro desse ano. Essa "compreensão" era, claro!, a redução da nossa "lista negativa", isto é, dos nossos produtos mais sensíveis, que pretendíamos excluir das concessões.

Uma semana depois, ainda em Bruxelas, na estreia de Lamy como comissário na reunião com os representantes dos governos, decidi fazer um "número", atrasando, face a uma furiosa presidência finlandesa, a aprovação do mandato para Seattle, até que algumas das nossas pretensões fossem atendidas. Era um óbvio "bluff": o nosso país não podia comprometer a posição europeia numa negociação daquela magnitude, apenas por virtude de uns atoalhados, cordas e coisas congéneres. Mas quis sublinhar a continuada delicadeza política que o dossiê têxtil continuava a ter para nós, no plano interno. Lembro-me de ter ficado praticamente sozinho, de ter sofrido algumas pressões, mas lá conseguimos, em jeito de compensação, alguma derradeira concessão. No final, Lamy, perante todos os meus colegas, foi-me avisando: em Seattle, durante a reunião ministerial da OMC, em que a maioria de nós iria estar presente, não era de excluir que aquele mandato, tido como "pouco ambicioso" (para acomodar as preocupações dos "nossos amigos portugueses", como fez questão de sublinhar), tivesse de "evoluir". E contava que eu aí pudesse "estar mandatado" para ser mais "flexível".

Seattle acabou por ser o que foi. A cidade transformou-se rapidamente num caos, as ruas encheram-se de manifestantes, muitos pacíficos outros bem violentos, a polícia não tinha mãos a medir, as reuniões da OMC foram suspensas, não houve hipótese de ali se firmar o menor acordo. Numa improvisada reunião de coordenação comunitária, a nível de membros do governo, realizada num hotel próximo de um teatro sitiado onde tinha sido boicotada, por manifestantes, a sessão inaugural, devo confessar que me deu algum gozo ver o ar de desespero de Pascal Lamy, ao não ter espaço político para exercer o seu magistério liberal no seio da União Europeia, naquele que ele desejaria que viesse a ser o primeiro êxito nas suas novas funções. Com um ar falsamente compungido, lembro-me de ter pedido a palavra para dizer que, pelo menos, a União Europeia saía dali com a consciência tranquila de que não seria por virtude do caráter "pouco ambicioso" da sua "oferta" que a OMC não iria ter um qualquer acordo. Acho que Lamy percebeu o gozo com que eu dizia aquilo.

Seattle falhou, clamorosamente, lançando, por muito tempo, uma pausa na negociação comercial multilateral à escala global. Pascal Lamy, anos depois, viria a chefiar a OMC, por um período de oito anos. O saldo desse período não terá sido brilhante, mas não fiquei com a ideia de lhe caberem culpas negociais no cartório.

Ontem, na Culturgest, estive a ouvir Pascal Lamy a falar da Europa, num dueto com Vitor Bento. Já o tinha cruzado em outras duas ocasiões, uma em Paris, outra em Roma, desde esses dias tensos de 1999, passados entre Bruxelas e Seattle. 

Senti-o agora um homem muito bem preparado, conhecedor e bastante realista. E, sempre, um europeísta convicto, na senda da figura que tem como seu referente, o notável Jacques Delors. Curiosamente, ontem, depois de todos estes anos, vi-me a concordar com a grande maioria daquilo que Lamy disse. Talvez porque, agora, estivesse a abordar coisas verdadeiramente essenciais para todos nós.

quarta-feira, julho 19, 2023

Um amigo por medida


Há uns meses, tive de mandar ajustar uns fatos. Socorri-me de um alfaiate de Vila Real, meu velho colega de escola primária, já afastado das lides diárias mas disponível para a tarefa que lhe pedi - e que não foi tão pequena como isso. Quando fui à prova da primeira empreitada, dei com ele abismado: "Nunca tinha visto um fato tão bem feito, tão bem construído, tão perfeito! Dá gosto trabalhar um fato destes".

O fato - esse e muitos outros - era da autoria do mestre Noronha Pinto, um alfaiate lisboeta de que comecei a ser cliente em meados dos anos 80. Alguém me indicou o seu nome e, até há cerca de uma década, continuei a ser seu regular frequentador. E, como é da regra destas coisas, fui-o recomendando a amigos. Que nunca se queixaram, antes pelo contrário.

Não era um alfaiate barato, longe disso!, mas era um extraordinário alfaiate. E era, além disso, uma figura de uma simpatia ímpar, no que era acompanhado pela sua mulher, presença habitual naquele primeiro andar das Avenidas que já foram Novas. Passar pelo seu ateliê era a garantia de uma conversa serena, educada, agradável. Sabia aconselhar, conhecia as minhas manias, antecipava os meus desejos.

Com o regresso a Lisboa, as mudanças na minha vida e o consequente declínio na exigência de novos trajes, espacei bastante as idas por lá. Falávamos pelo telefone nos Natais, mantínhamo-nos atentos a episódios de vida de cada um e de familiares. A saúde do casal, entretanto, deteriorara-se. A última conversa que tive foi já com uma filha. Um dia, vi a alfaiataria desaparecer do local, com o prédio em obras. O único telefone que dele tinha não atendia.

Passou mais de um ano. Estávamos a jantar a casa de um casal brasileiro, que se tinha mudado para Lisboa. À conversa, falaram-nos de uns vizinhos excecionais, do andar de cima, que os tinham recebido muito bem. O senhor morrera dias antes, a senhora estava muito doente. Ele tinha sido um alfaiate conhecido, com ateliê ali perto. Era o meu amigo Noronha Pinto. E assim acabam histórias que já foram felizes.

terça-feira, julho 18, 2023

Histórias


Compramos um livro com a intenção de o ler, se não de imediato, pelo menos num prazo razoável. Em regra, ninguém guarda um livro cinquenta e tal anos sem lhe tocar. Pois foi isso que me aconteceu com estas "Histórias à Margem de um Século de História", de Francisco Keil do Amaral, editado pela Seara Nova, em 1970. Mas como é que posso ter a certeza de que nunca abri o livro? Muito simples. Porque tinha todas as suas páginas "fechadas", necessitando de ser aberto com uma faca. Já não me acontecia fazer isto a um livro há uns tempos! Pois aconteceu ontem.

O livro integra uma coleção que começa com o " 'O Mundo' de 5 de Outubro de 1910 - Um Jornal na Revolução", de Jacinto Baptista, segue com três volumes de estudos económicos (um de Armando de Castro e outros de dois pseudónimos, "Eduardo Guerra" e "Álvaro Neto") e com o clássico de Victor de Sá "A Crise do Liberalismo e as Primeiras Manifestações das Ideias Socialistas em Portugal (1820-1852)". 

Dou conta de que sou proprietário de um exemplar de cada um desses livros. Li com atenção, e tive o privilégio de o comentar, à época, com o seu autor, numa noitada em casa de Carlos Eurico da Costa, o livro de Jacinto Baptista. Estudei com cuidado, lembro-me bem, o volume de Victor de Sá, que marcou muita gente da minha geração. Terei folheado, não mais, os restantes.

O grafismo de todas as capas é do meu velho amigo e artista plástico Guilherme Lopes Alves, com quem ando, há tempos, para ir beber um copo a Almoçageme.

Estou a deliciar-me com estas notas de Keil do Amaral, que começam nas lutas entre os liberais e absolutistas e terminam no meio da I República. O livro era para chamar-se "Papéis de Família", o que espelhava melhor a sua natureza, mas o editor teve outra ideia. 

Este é um livro sem tempo. Podia ter sido lido em 1970, quando eu andava nas "guerras" associativas e me preparava para entrar no meu primeiro emprego. Leio-o agora, com mais calma, com mais tempo, talvez com um pouco mais de sabedoria para o poder apreciar. Cheguei a tempo.

As preocupações de Zelensky

 


Ver aqui.

segunda-feira, julho 17, 2023

"Afonso" (Mora)


Mora fica próximo do "vermelho" Couço, nome que ainda faz sonhar os "ontens que cantaram" dos meus amigos comunistas. Também se lá chega ido de Avis, de Montargil ou de Pavia. O "Afonso" é uma casa com bem mais de meio século, no centro da vila. A lista é farta, com os clássicos da culinária alentejana. Por ser fim de semana, estava à pinha. Por isso, as vitualhas essenciais tardaram um pouco mais do que a minha paciência. Fui sustentando esta a queijo (um esplêndido curado, talvez de Nisa), pão, azeitonas e vinho (razoável, de Estremoz). Foi pena terem-se esgotado as sobremesas que escolhemos, talvez porque fossem as escolhas mais certas. Acabou por ser um almoço simpático, idêntico à memória de outros que por ali tive, agora a um preço já um tanto puxadote. É a vida! 

Jane Birkin


Era (ainda) longilínea, embora longe do seu esplendoroso tempo "modiglianico". Não parecia tão bonita como a imagem que dela guardava. Mas seria mesmo ela? Tentei olhá-la de frente, junto a um balcão do Conran, em Londres. Abriu a boca para dizer qualquer coisa e - pronto! - lá estava o famoso espaço entre dois dentes da frente ("les dents du bonheur"), que tanto animava os seus fãs (tal como os de Vanessa Paradis ou Léa Seydoux). Era ela! Era Jane Birkin. Nunca achei que fosse grande cantora, nem grande atriz. Mas, como mulher, teve imensa graça. Bastante mais do que a filha, Charlotte, saída do casal que fez com Serge Gainsbourg, o qual, por acaso, tinha morrido pouco tempo antes desse meu "encontro" com Birkin, em South Kensigton, na cidade onde ela tinha nascido e onde deu belo sinal de si no "Blow up". Jane Birkin morreu agora. Era uma rapariga da minha idade.

sábado, julho 15, 2023

A Turquia e o ocidente

 


Ver aqui.

"Bonne adresse"


Nesses idos de 80 do século que há muito se foi, estando de passagem pela cidade onde ele estava colocado, bastante longe de Portugal, passei a visitá-lo, para lhe dar um abraço. Não era um amigo íntimo, mas tínhamos construído um cordial entendimento pessoal. Tratávamo-nos por "você", talvez fruto da diferença de idades ou daquelas irrecuperáveis casualidades que fazem com que, no primeiro contacto, não tivéssemos desformalizado totalmente o relacionamento.

Era um homem simpático, disponível, embora um pouco "afetado" e - mesmo muito! - preocupado com aquilo que se costuma qualificar como os "sinais exteriores da carreira".

Essa é a auto-caricatura em que alguns profissionais da "casa" se deixam cair: uma certa forma de vestir, o desenho de uma rede de conhecimentos "certos", convites a quem mais convém, carro adequado ao seu estatuto, férias com grupos selecionados, opção por desportos típicos das elites com que se querem identificar, um discurso sempre cuidadoso, na política como no resto, para não criar arestas nem suscitar rejeições, etc.

Só não casou "bem", para completar aquele perfil, porque é dos que não estão para aí virados. E, verdade seja, depois de todo esse esforço, mas também fruto de alguns erros próprios, a sorte profissional acabou por lhe não sorrir. Mas, sempre que o encontrei, não me parecia infeliz. Parecia-me viver bem acomodado àquilo que tinha conseguido. 

A certa altura daquelo nosso encontro, a conversa derivou, já nem sei bem porquê, para a zona onde, quando em Lisboa, cada um de nós vivia.

Disse-me que necessitava de trocar urgentemente de casa. Estava insatisfeito com o lugar apartamento que então possuía. "Imagine você que moro numa rua Capitão Félix, em Benfica! Acha que posso dizer isso a um colega estrangeiro?"

Dei uma gargalhada. E, sem a menor relutância, expliquei que vivia em Santo António dos Cavaleiros, num andar barato, alugado desde os meus tempos de tropa.

Olhou-me com uma espécie de horror social! "Mas isso é quase em Loures! Não é "bonne adresse"!

Não levei a mal. Achei mesmo delicioso o francófono comentário, que me ficou para sempre na memória e que muitas vezes tenho citado, sempre sem o nomear.

Anos mais tarde, vi-o sair de carro de uma agradável moradia, numa zona socialmente prestigiada de Lisboa. Já reformado, tinha, finalmente, "une bonne adresse", concluí.

Soube que morreu. Será o seu último "adresse".

sexta-feira, julho 14, 2023

Repito, as vezes que for necessário


Cada vez valorizo mais o contraste de perspetivas sobre a guerra na Ucrânia que a CNN Portugal cuida em manter. Como dizia o genial Nelson Rodrigues, "toda a unanimidade é burra".

A democracia é isto mesmo: poder ouvir todas as vozes. Eu defenderei sempre que possam ser escutadas as opiniões com que não concordo. Para pensar como eu... basto eu!

Esperança

Pedi uma tosta mista e uma cerveja. Entrei à conversa com o rapaz ao balcão e comentei que, com a chegada do pessoal para as jornadas católicas, o negócio iria ser muito bom. Respondeu-me: "Estamos mesmo a pensar vender tostas místicas..." Não perco a esperança nesta juventude.

quinta-feira, julho 13, 2023

Os não-deputados


Creio ter sido no ano de 1996. Eu era secretário de Estado dos Assuntos Europeus e, num qualquer dia, estava na bancada do governo, na Assembleia da República, a responder aos deputados. Ao meu lado, tinha, como única companhia, o meu colega secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Chamava-se António Costa.

Entre os deputados da oposição que me colocaram questões, um deles, Luís Marques Mendes, abandonou o plenário antes de eu ter tido oportunidade de responder à pergunta que me colocara. Irritei-me. Quando passei pela resposta que lhe era devida, fiz uma ironia algo "grossa" e desajeitada. 

O PSD entrou em ebulição, os deputados do PS ficaram encavacados com a minha ousadia, ao provocar alguém que, daí a dias, ia passar a líder parlamentar dos social-democratas. 

Ao meu lado, António Costa, em voz baixa, reagiu: "O que você foi fazer, Francisco! Agora, vai ser o bom e o bonito!".

E foi. A honra da bancada do PSD foi invocada por alguém exaltado, que desancou a minha ousadia, ninguém do PS saltou em minha defesa, eu decidi, erradamente, não me retratar e António Costa lá teve de defender-me, "tant bien que mal". Foram uns minutos menos agradáveis.

Nesse dia, aprendi que o meu estatuto de membro (júnior) do governo não me permitia colocar-me ao nível dos deputados. É que eu não tinha sido deputado, não era "um deles", pelo que eles não aceitavam (PS incluído) que eu atirasse graças e ironias sobre uma figura grada do estrelato oposicionista (na ocorrência, o hoje meu amigo Luís Marques Mendes). Ah! E ser independente também não ajudava nada.

Medidas todas as distâncias, lembrei-me disto ao ver a sarilhada em que Pedro Adão e Silva se meteu, ao criticar os deputados da comissão parlamentar de inquérito à TAP, dizendo, aliás, algumas coisas certas e óbvias. Mas o Pedro também nunca foi deputado...

quarta-feira, julho 12, 2023

Hoje

Hoje é o dia da insustentável leveza das redes sociais.

Ucrânia

Blinken à NBC: "Ultimately, Ukrainians have to decide when to put an end to this, because this is their country. This is their land. This is their future. These are their decisions."

Media

Anda aí um rebuliço (gosto destas palavras com sonoridade quase gráfica) na comunicação social, com mudanças da titularidade da propriedade e com novas chefias a despontar. Se disto resultar uma melhor informação, tudo bem!

Rio

Não tenho a menor intimidade com Rui Rio, mas ando na vida há tempo suficiente para, há muito, ter concluído que é uma pessoa a quem a palavra honestidade se cola à pele.

Guerra no écran

No acompanhamento televisivo que tenho feito da guerra na Ucrânia, na CNN Portugal, dei-me conta que me enganei algumas vezes e admito ter medido menos bem algumas situações. Mas nunca encontrei razões para alterar a firme opinião que tenho, desde o início do conflito, sobre os principais atores e as suas motivações. Bem pelo contrário.

terça-feira, julho 11, 2023

O esgar de Sunak

É chocante observar o esgar usado por Rishi Sunak, num video, ao falar, com alguma crueldade, das medidas anti-imigração. Vou dizer algo que sei politicamente incorreto: a origem étnica de Sunak agrava esse choque.

BOAS FESTAS!

  A todos quantos por aqui passam deixo os meus votos de Festas Felizes.  Que a vida lhes sorria e seja, tanto quanto possível, aquilo que i...