sexta-feira, agosto 04, 2023

Hipocrisia

Muitos dos que sorriem e aplaudem tudo quanto o papa diz - sobre a guerra e as negociações, sobre as responsabilidades da Europa, sobre o armamentismo, sobre a necessidade de um mundo mais equilibrado, sobre o capitalismo, sobre as migrações, sobre os refugiados - estão, no fundo, a borrifar-se, por completo, para o sentido real das suas mensagens.

13 comentários:

Flor disse...

Será? Mesmo os católicos praticantes? Refletir não custa nada e sempre fica alguma coisa na mente. Os tempos estão difíceis.

Joaquim de Freitas disse...

Nunca, em tantos anos, estivemos tao de acordo, Senhor Embaixador. Os meus cumprimentos e boas férias.

Francisco F disse...

Talvez não entendam nem italiano, nem espanhol e estejam, meramente, a ser simpáticos.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Claro como água!

Anónimo disse...

Não se "borrifam" nada! Arrumam o homem na gaveta dos "putinistas e mudam de agulha.

MRocha

Nuno Figueiredo disse...

tema mto sensível mas...tem razão.

Anónimo disse...

Fernando Neves
Flor, sobretudo muitos católicos praticantes, que gostam muito que diz o Papa, mas odeiam imigrantes

rui esteves disse...

Sobre a hipocrisia, basta olhar para as cenas tristes de um grupo de católicos conservadores e fascistas que foram armar banzé à porta de uma igreja em Lisboa, onde um padre celebrava a missa para um grupo de jovens LGBGT. Aos tais católicos conservadores, armados de crucifixos e a rosnar orações em latim macarrónico, só faltaram as estacas para cravar no peito dos jovens LGBGT, a água benta e uns rosários de alhos ao peito. Dentro da igreja, estavam os jovens que também querem pertencer à igreja de Roma, como o papa Francisco preconiza - uma igreja que acolha todos sem excepção - mas que esses grupos fascistas consideram como propriedade deles.

josé ricardo disse...

Confesso que estou confuso, mesmo consigo, caro embaixador (consigo: a sua "persona" televisiva).
Tirando as tiradas da política "pura e dura" (nazismos, etc.), a posição mais próxima das palavras do papa a respeito da guerra da Ucrânia tem sido a do Partido Comunista Português.
O que tem sido interessante verificar são os contorcionismos do comentário a respeito das declarações do Papa por parte dos comentadores que defendem a vitória militar da Ucrânia "custe o que custar".

Unknown disse...

Querem ver que temos um Papa PS? Adepto do aborto e da eutanásia?

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Unknown, temos um Papa verdadeiramente Cristão, que naturalmente tem um discurso que agrada a pessoas de diversos espectros políticos. Como eu digo, o humanismo e a decência não são de esquerda, nem de direita.

O PS adepto do aborto e da eutanásia?
Essa rebentou com a escala do estereótipo pateta. Era o mesmo que dizer que a IL também é adepta.

Unknown disse...

Francisco Rodrigues deve estar um bocado desmemoriado, mas eu recordo: num congresso do PS "aqui atrasado", em 2018 ou 2019, António Costa elegeu como bandeiras, sublinho, bandeiras do PS o casamento homossexual, a adopção de crianças por casais do mesmo sexo, a liberalização do aborto e a eutanásia. Não é preciso recordar a posição da Igreja em relação a estes temas, pois não?

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Unknown,

Ser a favor da liberalização não quer dizer necessariamente ser "adepto" das práticas ou promotor das práticas.

A redução bastante significativa do número de abortos (ver Pordata) é uma prova de que a sua ilegalidade nunca foi eficaz em evitá-los. Se eu raciocinasse de uma forma operatória, até poderia crer que o quadro legal anterior seria mais do agrado dos "adeptos do aborto".

Quanto à eutanásia considero uma falsa solução e algo que pode derivar em caminhos tortuosos, agora, de novo, não me parece que a maior parte das pessoas favoráveis à sua liberalização em moldes limitados sejam "adeptas" da sua prática por prazer sádico.

A questão do casamento e adoção por pessoas do mesmo sexo não para aqui chamada, mas não é por acaso que surgiu, completa a tríade do "conservador simplório" (adaptando uma rábula do jornalista José Gomes Ferreira).

Estou perfeitamente confortável com as minhas posições face às posições da Igreja, se calhar poderia fazer a mesma pergunta na direção inversa relativamente a outros temas de muito maior importância, mas não me arrogo a essa pretensão.

Isto é verdade?