sexta-feira, agosto 11, 2023

Louros

Carlos Moedas procurou obter destaque, em competição com o governo, nos eventos da Jornada católica, tentando colher louros políticos? Claro que sim. Quem não faria o mesmo, em idênticas circunstâncias? Se o evento tivesse corrido mal, não estaria hoje Moedas no pelourinho?

8 comentários:

manuel campos disse...


O que nos traz aqui é um raciocínio simples, claro, sem dúvidas.

Mas vá-se lá tentar explicar isto aos mentecaptos que fazem destas guerras modo de vida.

Nota- Mentecapto: que não faz uso da razão que tem.

Carlos Antunes disse...

Para mim, o problema das JMJ, não são os eventuais louros políticos de Carlos Moedas, do PR, do Governo ou de quem quer que seja, mas sim aquilo que Vital Moreira bem intitulou como o “despautério da laicidade”:
«Parece que com a Jornada Mundial da Juventude entre nós o princípio constitucional da separação entre o Estado e as igrejas foi mandado de férias, perante a complacência geral.
Mas quem julgava que o pico da violação da laicidade constitucional tinha sido atingido com a decisão da CM de Lisboa de mandar edificar o palco-altar, com cruz e tudo, para a principal cerimónia religiosa - caso que aqui denunciei -, eis que o Presidente da CM de Cascais, possuído de zelo confessional, resolveu levar a melhor, com o anúncio entusiasmado de que o município vai gastar meio milhão de euros para comprar paramentos para os sacerdotes e outras alfaias religiosas!
E ninguém se escandaliza com este inconcebível despautério? Os partidos laicos vão deixar prevalecer cinicamente o silêncio cúmplice? O Ministério Público não vai impugnar o abusivo gasto de dinheiro público, em manifesto desvio de poder? O Tribunal de Contas vai depois aprovar as contas dos municípios?»

Anónimo disse...

Fernando Neves
Carlos Moedas seria a:meu ver bem melhor que Montenegro à frenTe do PSD

manuel campos disse...


O Artigo 41.º da Constituição dedica-se a "Liberdade de consciência, de religião e de culto".
Na sua alínea 4 diz-nos que "As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto".
Se isto impede que o Estado apoie eventos católicos, muçulmanos, budistas ou hindus não vejo onde, mas não sou suficientemente sábio (nem quero ser, são uns chatos).
Em nenhum sítio a nossa Constituição contém as palavras laico, laica e laicidade.

Isto não tem nada a ver com o que eu penso ou deixo de pensar.
Mas tal como o inesquecível Pinheiro de Azevedo "não gosto de ser sequestrado, é uma coisa que me chateia", nem que seja só na retórica.

Mas se me provarem que estou errado aceitarei de bom grado, como é evidente.

Unknown disse...

Carlos Moedas nunca me fez palpitar o coração. Aquelas falinhas mansas não me entusiasmam. Mas se fizer um bom lugar na Câmara, por todos reconhecido, posso ter de mudar.

Filipe Santos disse...

Permita-me discordar. Se tivesse corrido mal a culpa era do Sá Fernandes, logo do governo. Quem não os conhecer que os compre.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Só se fosse tolo é que não aproveitaria, pese embora que me pareça que o Filipe Santos tem bastante razão se o inverso tivesse ocorrido.

manuel campos disse...


O Filipe Santos tem bastante razão se o inverso tivesse ocorrido, como o Francisco de Sousa Rodrigues diz.

Mas só tem bastante razão se o "Quem não os conhecer que os compre" que acrescenta der para os dois lados...

Isto é verdade?