quarta-feira, abril 05, 2023

Dignidade e falta dela

Que necessidade têm alguns deputados, em comissões parlamentares, durante as inquirições às pessoas convocadas, de assumirem um tom cáustico, intervalado com regulares esgares para a plateia? Por que razão não assumem um tom neutro e respeitoso? Por saberem que estão na TV?

16 comentários:

David Caldeira disse...

Palavras suaves. É inacreditável como os deputados, sôfregos, se atiram aos convidados, na busca da pequena contradição, insignificante, para tentar, a partir daí, tirar as mais estapafúrdias conclusões, na ânsia de atingir o Governo (que ajudou à festa com protagonistas pouco recomendáveis). Sempre à espreita que da mesa caia uma migalha que sustente as teorias de conspiração a que uma impressa canalha dá gaz. As comissões de inquérito tornaram-se um reality show rasca, com protagonistas da pior categoria. Depois é ver as conclusões que nas TV, os especialistas de tudo retiram daquilo que é dito. Ou sou estúpido ou estive a ver outra audição. Então a sanha contra Medina é inacreditável. Isto tudo, porque a direita, a imprensa com trela e o PR não se conformam com a maioria absoluta de Costa. E com isto, paga a TAP. E todos nós, pois que não existe Governo capaz de resistir a tamanho ataque, altamente patrocínado. E, tal como já foi ensaiado nós Açores, está estendida a passadeira para a extrema direita, da IL e do Chega.

manuel campos disse...


São os "pequenos poderes" em todo o seu esplendor.
Um bocadinho de poder, uns pozinhos de visibilidade e logo se vê o "nível" de alguém, nunca falha e não há nada que enganar.

Unknown disse...

O que eu noto é que alguns deputados são muito fraquinhos. Não sabem ir ao cerne das questões, porque desconhecem o modo de funcionamento de uma grande empresa como a TAP e os princípios e a estrutura de governo deste tipo de sociedade, que é uma empresa do sector público. Falta-lhes, sobretudo, a necessária preparação jurídica e médios conhecimentos de gestão. Alguns pelas gravatas que ostentam há muito pouco tempo e outros pelas que não ostentam verifica-se que não deviam ali estar: gente nova, sem habilitações para a função. Os esgares e os sorrisos de aparente confiança servem para mascarar a ignorância e a falta de domínio dos dossiers. A sorte deles é que alguns investigados estão mais ou menos ao mesmo nível: gente que quer ir para o governo e que não têm manifestamente competência para tal. Com este nível e com esta baixa exigência, não admira, pois, que continuemos alegremente a descer no ranking europeu do PIB per capita, rumo ao abismo.

Luís Lavoura disse...

Por que razão não assumem um tom neutro e respeitoso?

Eu diria que o maior respeito que seria exigível dos deputados para como os seus inquiridos seria inquirirem-nos no horário normal de trabalho, isto é, ente as 9 e as 19 horas.
Nenhum indivíduo deve ser obrigado a permanecer fora de casa até às 23 ou 24 horas para responder aos deputados. As pessoas têm vida familiar e têm horários de sono!

Luís Lavoura disse...

David Caldeira

a extrema direita, da IL e do Chega

A Iniciativa Liberal não é um partido de extrema-direita. É um partido liberal, de uma tendência política central em toda a Europa.

Francisco disse...

Meu caro Francisco, concordo inteiramente consigo sobre o decoro e a probidade que se exigem dos participante nas comissões de inquérito, ou quaisquer outros momentos da expressão pública do exercício das funções de deputado.
De qualquer modo e ao dia de hoje, permita-me só duas notas em relação ao tema e ao decurso das inquirições mediáticas que tiveram lugar nos últimos dias. A primeira nota, serve para sublinhar que tem havido um manifesto encaminhamento da discussão do dossier TAP, para a esfera dos "casos e casinhos", desconsiderando o que tem sido um verdadeiro fartar vilanagem decorrente da sua gestão privada, alimentada embora (é quase sempre assim no capitalismo real, não é verdade?) por recursos públicos aparentemente infindáveis. A segunda nota prende-se com a primeira e está relacionada com o facto desse enviesamento táctico da discussão não ser fruto do acaso. Ao ver o ambiente de verdadeira luxúria em que capitalistas e gestores têm deitado a mão ao pote, com óbvia cumplicidade do centrão político, não posso deixar de recordar aqui a expressão de um amigo meu, criador de porcos de raça alentejana, algures numa pequena herdade de 300,00 hectares, onde dantes e nas suas palavras, trabalhava como um burro de carga, mas onde agora e por via do bem-estar animal, passou a trabalhar mesmo como um homem de carga. Sou visita frequente da casa e tenho tido o privilégio de umas tardadas de conversa e boa disposição, normalmente no alpendre do Monte e com um horizonte que nos lava por dentro. Falamos de um pequeno/médio produtor, esmagado pelo preço dos factores de produção e pelas margens exíguas de quem lhe escoa a produção (portugueses e espanhóis), ao ponto daquela terra, como diz nos momentos de maior revolta, estar toda regadinha pelo suor do seu rosto. Mas no final e com aquela ironia fina da malta do Sul, lá me vai dizendo o seguinte: sabes qual é o meu problema? É difícil arranjar bolota para engordar tanto porco. Estes? (pergunto-lhe eu, a picar uma conversa cujo desfecho antecipo). Não (responde-me), estes e os outros. É que na hora de comer, juntam-se todos de volta da mesma gamela.
Depois das solenidades pascais, somos bem capazes de partilhar uma daquelas almoçaradas de tarde inteira. Vou-lhe pedir que fale sobre estas questões da TAP. Estou convencido de que me vai elucidar de um modo clarividente.

aguerreiro disse...

E que é que lá estão a fazer uma matiha de acessores e outra de fotógrafos muitos de perna alçada, desabotoados e a coçar as partes. Uma pantominada democrática ou pseudo democrática. Ao menos enfiem um balandrau a todos os que lá estão como fazem aos juízes e delegados e até aos oficiais de justiça, para dar algum aprumo e atavio a essa gente que não se sabem comportar em função do local.

David Caldeira disse...

Senhor Lavoura, não é o senhor quem decide a minha opinião. Sou eu. Até lhe podia dizer mais: a IL é (na minha opinião), de facto, o único partido de extrema direita em Portugal. O Chega é apenas um ajuntamento de trastes, que entendeu que algumas bandeiras da extrema direita lhe intessavam para arrebanhar o "povo" mais zangado, ignorante, troglodita, e que tem andado ausente dos atos eleitorais, mas também frequentou o PSD,o CDS, e, pasme-se, o PCP.

manuel campos disse...


Isto está a ficar complicado por aqui.
E pouco democrático.

Que tal pensar duas vezes antes de apodar os que não pensam como nós do que quer que seja?



Luís Lavoura disse...

David Caldeira, você tem o direito de ter a opinião que quiser. Mas factos são factos: a Iniciativa Liberal é, desde há muitos anos, membro do partido europeu ALDE, o qual engloba diversos partidos políticos de diversos países da UE, todos eles mais ou menos com a mesma ideologia. E essa ideologia não é considerada como de extrema direita, aliás diversos comissários da Comissão Europeia são membros de partidos da ALDE, coisa que seria inconcebível se esses partidos fossem de extrema direita.
Se o David Caldeira vê que a Iniciativa Liberal é de extrema direita, quando todos os outros partidos que estão conjuntamente com ela na ALDE não conseguem ver tal coisa, é certamente porque o David Caldeira usa uns óculos quaisquer que distorcem a realidade.

Flor disse...

AGuerreiro,
modere as suas palavras.

manuel campos disse...


David Caldeira

E pasme-se, o PCP, porquê?
Fraco conhecimento destas coisas o seu.
Mas também quem proclama tudo o que mexe e de que não gosta como trastes, ignorantes e trogloditas autodefine-se.

Poupo-o às histórias que aqui já contei inúmeras vezes sobre a grande dificuldade de me chamarem reacionário e outros mimos.
Relembro no entanto o que já afirmei várias vezes: sempre votei PS desde o tempo em que o PS ainda não se chamava PS nos boletins de voto.

E desta coerência não se podem gabar todos os que agora aparecem a defendê-lo com unhas e dentes, como certamente o senhor será o primeiro a reconhecer.
Não estou errado, pois não?

Tony disse...

David Caldeira. Aprovo e revejo-me, inteiramente no seu post. Mas para sossegar algumas alminhas conceda: passadeira à extrema direita e direita!.

manuel campos disse...


Ah, a insustentável leveza da superioridade moral!

Resta saber de onde veio e por onde veio, essa história nunca é contada.

Sérgio Nunes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sérgio Nunes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

Nota

Alguns comentadores deste blogue, por coincidência sempre aqueles que vivem refugiados num confortável anonimato ou em pseudónimos, procuram...