Esta semana, no "A Arte da Guerra", o "podcast" de temas internacionais do "Jornal Económico", converso com o jornalista António Freitas de Sousa, sobre o caso dos documentos secretos desviados do Pentágono e as polémicas de Macron, na sua visita à China, a continuação da crise política em Israel e os equilíbrios interpartidários em Espanha, no caminho para as eleições locais de maio.
Poder e ouvir aqui.
6 comentários:
Há quantos anos não lia nem ouvia "Gaullo-mitterrandisme"!
No fundo é uma doutrina que, com algumas "nuances" mais ou menos acentuadas, a França nunca abandonou e que se justifica nesta época de desalinhamentos e novos alinhamentos que se avizinha.
Pode-se ter muitas ilusões e há quem só saiba viver nelas, mas o "macronismo" acaba com Macron e o que vem a seguir é a luta dos extremos e dos seus "compagnons de route".
E 2027 é já "depois de amanhã".
Sem dúvida o episódio da AdG mais difícil para o Sr. Embaixador. Onde até parece 10 anos mais novo. Parabéns. No que é uma prova que a fantasia nem sempre nos faz bem e muitas vezes quando aterramos acontecem as coisas mais inesperadas! Só acrescentar duas notas desta vez. Ao ler a reação de vários ex-profissionais da Inteligencia dos EUA todos concordam que os relatórios são verdadeiros, não obstante ser perfeitamente normal que este tipo de relatórios, que servem para informar alguém, possam conter os maiores disparates fruto de uma análise errada em determinado momento. Onde todos destacam a percepção hilariante que a Russia tem 97% das suas forças implicadas na Ucrania?! Um, absolutamente anti-guerra até chega a dizer que nesse caso os EUA deviam antes ter tentado entrar pela Sibéria onde só haveria ursos.
E a segunda nota para dizer que os EUA não estão só a espiar vários líderes europeus - o que realmente fazem há muitos anos - mas a destruir a economia europeia. E a principal razão é porque já não conseguem tomar como refém mais nenhum bloco economico importante. Além dos capachos do costume do bloco anglo-saxónico dos cinco olhos! E era sobretudo isto que devíamos estar a discutir na Europa desde o primeiro do conflito. A começar pela razão porque a UE apoiou um golpe de estado na Europa contra o seu próprio interesse, de onde emergiu uma das ideologias mais odiosas que a humanidade já conheceu. E a desculpa esfarrapada da percentagem dos nacionalistas neonazis na população ucarniana, não serve para nada. Todos sabemos do que pequenas minorias muito violentas já foram capazes de fazer na Europa. Da Revolução Bolchevique no princípio do Sec. XX à Alemanha nazi.
E foi precisamente há 9 anos, no dia 14 de abril de 2014, que a Verkhovna Rada aprovou o decreto do presidente interino, Oleksandr Turchynov, que deu início à operação militar para eliminar a etnia russa do Donbass. Como o odioso boche Turchynov já confirmou em vários documentários à posteriori! Turchynov que já tinha sido condenado pelo PE em Bruxelas por ser abertamente xenófobo, racista e neonazi! E foi esta porcaria que a UE legitimou na Ucrania! Depois de ter sido impedida de investigar o massacre de Odessa! Depois do golpe de estado - EuroMaidan, preconizado pelos US através da sua Secretária para a Europa do Leste, Victoria Nuland, com o apoio explícito do RU e da UE - e de todas as leis aprovadas de imediato pelo Parlamento da Ucrania para descriminar e perseguir 1/3 da sua própria população russófona - que como é óbvio nunca aceitou o golpe depois de eleger o seu presidente legítimo - o que conduziu a guerras campais que culminaram com o deplorável massacre de Odessa!
Onde 48 seres humanos foram queimados vivas na Sede dos Sindicatos de Odessa com a complacência total das autoridades ucranianas como é perfeitamente visível em várias reportagens. O que à época ainda foi denunciado em vários paises da Europa. Reportagens que cadeias como a BBC entretanto apagaram. Edifício mais tarde ocupado pelo gang de nacionalistas neonazis do partido “Frente Popular” do próprio Turchynov e outros partidos congéneres cheios de criminosos como o Svoboda e o Pravy Sector, tb responsávis pelo massacre por investigar até hoje, com a total colaboração do Govt em Kiev! Que a UE legitimou! Imagino com a Ursula em casa com a farda velha de algum familiar! Muito sinceramente não consigo pensar em nenhum episódio mais odioso da UE até hoje! Espero sinceramente que um dia todos os implicados da UE ainda venham a ser responsabilizados por todas as vidas desperdiçadas nesta guerra! E por todo o dano à economia europeia e aos europeus, que ao dia de hoje ainda é muito difícil conseguir sequer imaginar. Tudo o resto que se possa dizer sobre este conflito é pura propaganda russofóbica.
Cont
Os EUA quiseram e trabalharam para este conflito - com a NATO e a UE! Para desligar a Alemanha da energia russa - como vinham a prometer há anos para tomar a economia europeia como refém - e para desestabilizar a Russia de forma a conduzir a algum regime change em Moscovo e um novo saque dos recursos naturais da Russia. Que resume bem toda a política externa dos EUA nos últimos 30 anos. Destruir ou roubar alguma nação! Desta vez destruiram a Ucrania e falharam em todos os objectivos menos na destruição da economia europeia. Que ainda só começámos a sentir via inflação em consequência da subida dos preços dos combustíveis! E muita paciência teve a Russia com todas as provocações dos EUA na Europa!
Já sobre o catavento do Macron ainda ontem gracejava aqui sobre o que receberiam na China além de alguns contratos muito vantajosos para a França, no caso. E para Macron bastariam uns Louboutin Luis XVI salto de agulha e na primeira tontura saiu aquele discurso tão racional para os franceses. Mas a verdade é que Macron também acusou a Nato de morte cerebral depois do Afeganistão e também ainda não parou de enviar armas para a Ucrania.
E uma nota final para o último artigo de Sy Hersh. Que diz que a CIA sabe que Zelensky e os seus Generais já depositaram centenas de milhões de dólares em contas offshore durante o conflito. De acordo com um analista da CIA, pelo menos US$ 400 milhões em fundos para a compra de diesel foram desviados em 2022. Na defesa dos 'valores ocidentais'. E quando confrontado por Burns, director da CIA, em Kiev, Zelensky prometeu demitir alguns Generais e prosseguir com a guerra e com o pecúlio.
Lula tem 100% de razão:
https://cnnportugal.iol.pt/videos/lula-diz-que-uniao-europeia-entrou-diretamente-no-conflito-na-ucrania-e-explica-a-recusa-em-vender-misseis-a-alemanha/643a8bb80cf2dce741b4b323
Ao dar agora uma volta pelas "gordas" online e lendo o que dizem uns e outros veio-me logo à memória uma recente frase sua: "Fishing for trouble".
Claro que o "timing" não ajudou, puro azar, agora todos cavalgam a onda.
Mas que o risco estava lá era algo que já se sabia há muito tempo, o problema é sempre o de muita gente só valorizar o que lhe convém e passar ao lado do que a incomoda (quando era isto que devia valorizar).
Como é que aquilo vai acabar (e até começar) sem muito contorcionismo politico que inevitavelmente se vai virar contra os contorcionistas no dia seguinte, o bem de uns sendo sempre o mal dos outros?
Talvez nas "bolhas" a que me refiro tanta vez não se note, mas nos transportes colectivos que não dispenso quando não sou obrigado a usar carro nota-se muito e cada vez mais.
Cada vez há mais gente sem receio de falar alto e que frequenta a "rua", a cada vez mais perigosa "rua".
Gente que eventualmente até vota.
Vão valendo as sondagens para suceder a António Costa, li hoje uma que só dá para chorar, meu pobre PS.
Aquilo não estará mesmo pela ordem inversa da competência para o cargo?
Que bem falou ou escreveu Paulo Guerra. Tudo bem dito. Mesmo se por vezes repetimos as mesmas palavras nunca é demais insistir sobre o interesse dos ocidentais de não trazer à baila os factos que precederam a intervenção russa no Donbass.
E mesmo o histórico projecto dos USA de roubar as riquezas da Sibéria, o que supunha destruir a URSS primeiro e hoje a Rússia. É evidente que a proeza do Exército Vermelho contra o Corpo Expedicionário americano e europeu em Vladivostok, não estava no programa. E a guerra da Crimeia também não.
Quanto a Macron, só pode culpar-se a si próprio: a situação em que mergulhou o país é, antes de mais, da sua exclusiva responsabilidade. Vai poder tentar denunciar o jogo da oposição, ofender-se na rua, brandir a ameaça do caos que se avizinha, é ele que se instalou a desordem na Assembleia e fora dela.
Tudo remonta ao Elysée na Quinta República, mas tudo remonta ainda mais a partir do momento em que personalizamos a tal ponto a nossa prática do poder, que temos um governo com tão poucos eixos experientes, que fazemos a escolha em um contexto de inflação economica e desconfiança política para impor um projeto percebido pela maioria dos franceses como ineficiente e por outros como injusto, que finalmente acumulamos os sinais de um poder tão pouco capaz de reter as lições de suas falhas passadas.
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