Que necessidade têm alguns deputados, em comissões parlamentares, durante as inquirições às pessoas convocadas, de assumirem um tom cáustico, intervalado com regulares esgares para a plateia? Por que razão não assumem um tom neutro e respeitoso? Por saberem que estão na TV?
16 comentários:
Palavras suaves. É inacreditável como os deputados, sôfregos, se atiram aos convidados, na busca da pequena contradição, insignificante, para tentar, a partir daí, tirar as mais estapafúrdias conclusões, na ânsia de atingir o Governo (que ajudou à festa com protagonistas pouco recomendáveis). Sempre à espreita que da mesa caia uma migalha que sustente as teorias de conspiração a que uma impressa canalha dá gaz. As comissões de inquérito tornaram-se um reality show rasca, com protagonistas da pior categoria. Depois é ver as conclusões que nas TV, os especialistas de tudo retiram daquilo que é dito. Ou sou estúpido ou estive a ver outra audição. Então a sanha contra Medina é inacreditável. Isto tudo, porque a direita, a imprensa com trela e o PR não se conformam com a maioria absoluta de Costa. E com isto, paga a TAP. E todos nós, pois que não existe Governo capaz de resistir a tamanho ataque, altamente patrocínado. E, tal como já foi ensaiado nós Açores, está estendida a passadeira para a extrema direita, da IL e do Chega.
São os "pequenos poderes" em todo o seu esplendor.
Um bocadinho de poder, uns pozinhos de visibilidade e logo se vê o "nível" de alguém, nunca falha e não há nada que enganar.
O que eu noto é que alguns deputados são muito fraquinhos. Não sabem ir ao cerne das questões, porque desconhecem o modo de funcionamento de uma grande empresa como a TAP e os princípios e a estrutura de governo deste tipo de sociedade, que é uma empresa do sector público. Falta-lhes, sobretudo, a necessária preparação jurídica e médios conhecimentos de gestão. Alguns pelas gravatas que ostentam há muito pouco tempo e outros pelas que não ostentam verifica-se que não deviam ali estar: gente nova, sem habilitações para a função. Os esgares e os sorrisos de aparente confiança servem para mascarar a ignorância e a falta de domínio dos dossiers. A sorte deles é que alguns investigados estão mais ou menos ao mesmo nível: gente que quer ir para o governo e que não têm manifestamente competência para tal. Com este nível e com esta baixa exigência, não admira, pois, que continuemos alegremente a descer no ranking europeu do PIB per capita, rumo ao abismo.
Por que razão não assumem um tom neutro e respeitoso?
Eu diria que o maior respeito que seria exigível dos deputados para como os seus inquiridos seria inquirirem-nos no horário normal de trabalho, isto é, ente as 9 e as 19 horas.
Nenhum indivíduo deve ser obrigado a permanecer fora de casa até às 23 ou 24 horas para responder aos deputados. As pessoas têm vida familiar e têm horários de sono!
David Caldeira
a extrema direita, da IL e do Chega
A Iniciativa Liberal não é um partido de extrema-direita. É um partido liberal, de uma tendência política central em toda a Europa.
Meu caro Francisco, concordo inteiramente consigo sobre o decoro e a probidade que se exigem dos participante nas comissões de inquérito, ou quaisquer outros momentos da expressão pública do exercício das funções de deputado.
De qualquer modo e ao dia de hoje, permita-me só duas notas em relação ao tema e ao decurso das inquirições mediáticas que tiveram lugar nos últimos dias. A primeira nota, serve para sublinhar que tem havido um manifesto encaminhamento da discussão do dossier TAP, para a esfera dos "casos e casinhos", desconsiderando o que tem sido um verdadeiro fartar vilanagem decorrente da sua gestão privada, alimentada embora (é quase sempre assim no capitalismo real, não é verdade?) por recursos públicos aparentemente infindáveis. A segunda nota prende-se com a primeira e está relacionada com o facto desse enviesamento táctico da discussão não ser fruto do acaso. Ao ver o ambiente de verdadeira luxúria em que capitalistas e gestores têm deitado a mão ao pote, com óbvia cumplicidade do centrão político, não posso deixar de recordar aqui a expressão de um amigo meu, criador de porcos de raça alentejana, algures numa pequena herdade de 300,00 hectares, onde dantes e nas suas palavras, trabalhava como um burro de carga, mas onde agora e por via do bem-estar animal, passou a trabalhar mesmo como um homem de carga. Sou visita frequente da casa e tenho tido o privilégio de umas tardadas de conversa e boa disposição, normalmente no alpendre do Monte e com um horizonte que nos lava por dentro. Falamos de um pequeno/médio produtor, esmagado pelo preço dos factores de produção e pelas margens exíguas de quem lhe escoa a produção (portugueses e espanhóis), ao ponto daquela terra, como diz nos momentos de maior revolta, estar toda regadinha pelo suor do seu rosto. Mas no final e com aquela ironia fina da malta do Sul, lá me vai dizendo o seguinte: sabes qual é o meu problema? É difícil arranjar bolota para engordar tanto porco. Estes? (pergunto-lhe eu, a picar uma conversa cujo desfecho antecipo). Não (responde-me), estes e os outros. É que na hora de comer, juntam-se todos de volta da mesma gamela.
Depois das solenidades pascais, somos bem capazes de partilhar uma daquelas almoçaradas de tarde inteira. Vou-lhe pedir que fale sobre estas questões da TAP. Estou convencido de que me vai elucidar de um modo clarividente.
E que é que lá estão a fazer uma matiha de acessores e outra de fotógrafos muitos de perna alçada, desabotoados e a coçar as partes. Uma pantominada democrática ou pseudo democrática. Ao menos enfiem um balandrau a todos os que lá estão como fazem aos juízes e delegados e até aos oficiais de justiça, para dar algum aprumo e atavio a essa gente que não se sabem comportar em função do local.
Senhor Lavoura, não é o senhor quem decide a minha opinião. Sou eu. Até lhe podia dizer mais: a IL é (na minha opinião), de facto, o único partido de extrema direita em Portugal. O Chega é apenas um ajuntamento de trastes, que entendeu que algumas bandeiras da extrema direita lhe intessavam para arrebanhar o "povo" mais zangado, ignorante, troglodita, e que tem andado ausente dos atos eleitorais, mas também frequentou o PSD,o CDS, e, pasme-se, o PCP.
Isto está a ficar complicado por aqui.
E pouco democrático.
Que tal pensar duas vezes antes de apodar os que não pensam como nós do que quer que seja?
David Caldeira, você tem o direito de ter a opinião que quiser. Mas factos são factos: a Iniciativa Liberal é, desde há muitos anos, membro do partido europeu ALDE, o qual engloba diversos partidos políticos de diversos países da UE, todos eles mais ou menos com a mesma ideologia. E essa ideologia não é considerada como de extrema direita, aliás diversos comissários da Comissão Europeia são membros de partidos da ALDE, coisa que seria inconcebível se esses partidos fossem de extrema direita.
Se o David Caldeira vê que a Iniciativa Liberal é de extrema direita, quando todos os outros partidos que estão conjuntamente com ela na ALDE não conseguem ver tal coisa, é certamente porque o David Caldeira usa uns óculos quaisquer que distorcem a realidade.
AGuerreiro,
modere as suas palavras.
David Caldeira
E pasme-se, o PCP, porquê?
Fraco conhecimento destas coisas o seu.
Mas também quem proclama tudo o que mexe e de que não gosta como trastes, ignorantes e trogloditas autodefine-se.
Poupo-o às histórias que aqui já contei inúmeras vezes sobre a grande dificuldade de me chamarem reacionário e outros mimos.
Relembro no entanto o que já afirmei várias vezes: sempre votei PS desde o tempo em que o PS ainda não se chamava PS nos boletins de voto.
E desta coerência não se podem gabar todos os que agora aparecem a defendê-lo com unhas e dentes, como certamente o senhor será o primeiro a reconhecer.
Não estou errado, pois não?
David Caldeira. Aprovo e revejo-me, inteiramente no seu post. Mas para sossegar algumas alminhas conceda: passadeira à extrema direita e direita!.
Ah, a insustentável leveza da superioridade moral!
Resta saber de onde veio e por onde veio, essa história nunca é contada.
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