domingo, abril 02, 2023

Os cromos

Este blogue tem mais de catorze anos de publicações diárias. Estou certo que me creditarão alguma experiência no tratamento dos imensos comentadores que por aqui têm surgido, que deixaram mais de 70 mil comentários publicados. 

Alguns foram visitantes fugazes, outros mantêm-se por bastante tempo. Alguns são parcimoniosos na escrita, outros são prolixos nos comentários. Uns gostam daquilo que escrevo, outros não gostam. Uns são "de um lado", outros são "do outro". É assim que deve ser. 

Há, dentre os meus comentadores, um grupo, a que intimamente chamo os cromos, que acabam, um dia, por ver a porta de saída apontada. Acontece depois de um ciclo. 

Começam por uma linguagem crítica face àquilo que o autor do blogue propõe nos seus posts. Ora isso é sempre de estimular, porque, sem contraditório, mesmo forte, isto não tem a menor graça. Depois, adquirida que foi alguma "confiança", ensaiam tiradas cada vez mais agressivas, mais provocatórias, o que, dentro de um certo limite, até acho graça publicar, para surpresa de muitos. Finalmente, um escasso e muito pequeno grupo não consegue controlar, mantendo-se num registo de urbanidade, o facto de se sentir em contradição insanável com quase tudo o que escrevo. Gente desse núcleo, um dia, descamba e entra pelo insulto e - limite dos limites para mim, que sou, há que convir, o "dono da bola" - tem expressões de desrespeito, já de cariz pessoal, que não me apetece tolerar. Nos últimos dias, dois cromos, gente ácida e triste, foram mandados dar uma volta ao bilhar grande, como se diz na minha terra. 

6 comentários:

afcm disse...

PARABÈNS ( pelos catorze !)

Por mim, obrigada.
Aprendi muito, concordo muito e discordo algumas vezes.
Penso que serei dos "parcimoniosos". ( Ih Ih Ih !).
Mas gosto de o ler.

Nuno Figueiredo disse...

a urbanidade é um dever.

Tony disse...

Desde do meu início que voluntaria e diariamente, venho a este blogue, venho com prazer. Quero, Sr. Embaixador, confessar-lhe, para contrapor a esses que refere, (que também os topo) que tem aqui um seu incondicional!

manuel campos disse...


"Ácidos e tristes" é uma ideia que me vem muito à cabeça ao ler textos sem uma ponta de imaginação ou uma tentativa de humor, mesmo que a imaginação seja fraca e o humor com pouca graça são sempre bem-vindos.
Nunca o escrevi, vontade não me faltou, assim dou-lhe toda a razão.

Anónimo disse...

Luísa Santos, disse:
Ora ainda bem! É que alguns já se me estavam a tornar insuportáveis, leitora, atenta e admiradora, que sou, e a quem a curiosidade por vezes faz ir ler os comentários!

Paulo Guerra disse...

Lamento imenso. Mesmo que julgue quase uma inevitabilidade online infelizmente. E para ser franco pensava que o blogue tinha mais tempo. Não que não seja de congratular o tempo e todos os contributos no blogue até hoje. O que obriga a uma confissão. O facto de eu só comentar de tempos-a-tempos prende-se com duas realidades que nem sempre estão associadas ao facto de não visitar e ler o blogue. Como passar longos periodos longe da blogosfera, é verdade mas também por concordar quase sempre com o Sr. Embaixador. De modo que julgo não justificar qualquer comentário que sou mais impelido a fazer quando não concordo. E para ser franco, também tinha a ideia que o Embaixador respondia mais. O que mesmo podendo não ser verdade não deixa de ser pena que não aconteça mais vezes.

De qualquer forma, concordância que não é o caso de vários pontos de vista sobre o conflito na Ucrania. Para minha surpresa de alguma maneira. Mesmo não estando à espera de ouvir o Embaixador condenar muito a NATO. Mas julgo que ainda recordo ouvir o Embaixador sobre a crise, antes de 24 de Fevereiro, quase como um espelho do meu pensamento à data. E dado a desinformação que se seguiu nos media recorri à blogosfera como já aconteceu com outros “processos” para ler opiniões opiniões diferentes que valorizo. Como é o caso do blogue do Sr. Embaixador, mais uma vez. Que, muito sinceramente, considero uma das figuras públicas da televisão que vale mais a pena ouvir. No meu caso mais na RTP porque pouco ligo os outros canais nacionais. Onde além da sabedoria, com que se aprende sempre, gostava de destacar, a ponderação e a independência. E chega de graxa.

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