terça-feira, março 26, 2024

Habituem-se!

Andamos anos a assistir a votos e desvotos nos parlamentos inglês, francês, americano ou espanhol - e achamos sempre que é "a democracia a funcionar". Quando se trata da Assembleia da República, para a nossa comunicação social, é logo o "impasse" e o "bloqueio". Habituem-se! 

5 comentários:

João Cabral disse...

Comunicação social, senhor embaixador? Sempre ela, sempre ela. Talvez a modorra de décadas no Parlamento.

manuel campos disse...


É mesmo assim, faz parte do “vender” papel e tempo de antena a todos os que “compram” esse tipo de emoções, à falta de outras mais emocionantes.

Dizer que é a “democracia a funcionar” não é excitante, é até apaziguador.
Mas invocar “impasse” e “bloqueio” é excitante, pode ser mesmo aterrador.

Temo mesmo vir a ser objecto de notícias diárias sobre impasses e bloqueios cada vez que a fila para os lavabos andar mais lentamente.

Joaquim de Freitas disse...

« A democracia a funcionar » …Ah… Curioso, no país farol da democracia, o povo « democrático » foi ao assalto do seu símbolo, o Capitólio. Incitado pelo seu próprio presidente. Que quer lá voltar! Diz-se então que a democracia está em perigo!

O Tratado de Lisboa, apesar da oposição do seu povo, desprezando assim os seus desejos. Acredita que a maioria do povo francês, se fosse consultado, seria a favor das medidas que foram tomadas ou a tomar, ou mesmo que foram tomadas durante a crise financeira, ou o compromisso no Afeganistão, ou sobre a energia nuclear poder?

A França já não é uma democracia. O sistema eleitoral é corrupto porque as leis que regem as nossas instituições já não são consistentes com o espírito dos direitos humanos em que foram fundadas. E a vontade do povo não é mais respeitada.

A eleição presidencial significa, portanto, nem mais nem menos do que eleger o próprio ditador por cinco anos, se, no entanto, o regime não mudar definitivamente por ocasião da próxima reforma constitucional sobre a "regra de ouro", uma regra que impedirá no futuro qualquer política de recuperação através de gastos sociais, ou seja, qualquer política de “esquerda”...

Democracia que permite ganhar eleições com 80% dos votos, é um resultado de ditador... mas lembremo-nos do caso Chirac versus Le Pen há pouco tempo: quantos por cento foi eleito?

E a imprensa independente que se censura a continuar a ser financiada pelos amigos do poder.

E a justiça que condena pequenos criminosos e deixa livres ladrões poderosos?

Podemos ainda falar de respeito pela vontade do povo ou de democracia? Deveríamos esperar até que a miséria dê lugar à raiva para aceitar que a democracia já não existe?

Acima e para além das exigências salariais ou da deterioração das condições de trabalho, o principal desejo das pessoas é poder exercer plenamente (e, portanto, verdadeiramente) a sua soberania.

Joaquim de Freitas disse...

« A democracia a funcionar » …Ah… Curioso, no país farol da democracia, o povo « democrático » foi ao assalto do seu símbolo, o Capitólio. Incitado pelo seu próprio presidente. Que quer lá voltar! Diz-se então que a democracia está em perigo!

O Tratado de Lisboa, apesar da oposição do seu povo, desprezando assim os seus desejos. Acredita que a maioria do povo francês, se fosse consultado, seria a favor das medidas que foram tomadas ou a tomar, ou mesmo que foram tomadas durante a crise financeira, ou o compromisso no Afeganistão, ou sobre a energia nuclear poder?

A França já não é uma democracia. O sistema eleitoral é corrupto porque as leis que regem as nossas instituições já não são consistentes com o espírito dos direitos humanos em que foram fundadas. E a vontade do povo não é mais respeitada.

A eleição presidencial significa, portanto, nem mais nem menos do que eleger o próprio ditador por cinco anos, se, no entanto, o regime não mudar definitivamente por ocasião da próxima reforma constitucional sobre a "regra de ouro", uma regra que impedirá no futuro qualquer política de recuperação através de gastos sociais, ou seja, qualquer política de “esquerda”...

Democracia que permite ganhar eleições com 80% dos votos, é um resultado de ditador... mas lembremo-nos do caso Chirac versus Le Pen há pouco tempo: quantos por cento foi eleito?

E a imprensa independente que se censura a continuar a ser financiada pelos amigos do poder.

E a justiça que condena pequenos criminosos e deixa livres ladrões poderosos?

Podemos ainda falar de respeito pela vontade do povo ou de democracia? Deveríamos esperar até que a miséria dê lugar à raiva para aceitar que a democracia já não existe?

Acima e para além das exigências salariais ou da deterioração das condições de trabalho, o principal desejo das pessoas é poder exercer plenamente (e, portanto, verdadeiramente) a sua soberania.

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Embaixador: Peço desculpa pela dupla postagem.

16 de dezembro de 1965

Faz hoje 60 anos. Tudo começou numa conversa, num passeio ali pela avenida Carvalho Araújo, em Vila Real. Tínhamos 17 anos. A conversa nunca...