terça-feira, março 26, 2024

Comentário

Em matéria de comentário internacional nas televisões, já se percebeu que às pessoas não interessa ouvir quem os faça pensar, confrontando os seus preconceitos. Os comentadores "bons" são os que confortam as suas ideias feitas. Quem sair desse registo está "a soldo" de alguém. 

3 comentários:

Eduardo disse...

Vi o debate entre o major general Agostinho Costa e o secretário adjunto da ONU Vitor Ângelo do seu respetivo mandato. A isso chama-se debate democrático e pluralidade de opiniões. Eu sei qual a opinião com a qual me identifico, da mesma maneira que os milhares de espectadores no decorrer da sua liberdade de pensamento também o podem fazer. Agora o que eu não suporto é ver programas de comentário (qual debate de opiniões) onde todos dizem e pensam a mesma coisa. Isso já não é a democracia, isso é lavagem de cérebros. Como diz o major general Agostinho Costa, "não nos tratem como burros".
O senhor embaixador, em nome da heterogeneidade de opiniões, do enriquecimento da compreensão sobre os factos e desafiar o status quo daquilo que se promove hoje nas televisões deveria largar o ónus de diplomata de querer agradar a todos (já não tem idade para isso) e defender quem gosta verdadeiramente do espírito de democracia de opiniões, recusando participar em tais fantochadas. Eu como amante do saber e do logos, já não consigo ver televisão.
(eu já não vejo programas em direto, prefiro antes informar me sobre as raras excepções que me aprazem ouvir- tudo o que foge disso é uma perda de tempo). Lamento ao ponto a q chegámos e goste ou não, você nada faz para mudar

Unknown disse...

Não diria a soldo. Não tenho é pachorra para, a pretexto da alegada imparcialidade e isenção, ouvir alguns comentários russófilos. De resto, acho que ninguém ingora que a situação na Ucrânia é difícil. Não vejo é verdadeiro empenho em ajudá-la.

Carlos Antunes disse...

Caro Embaixador
Permita-me que, por uma vez, discorde.
Não sou dos que destrinçam entre comentadores “bons” e “maus” conforme estejam de acordo ou não com aquilo que penso, até porque os meus conhecimentos sobre política e geoestratégia internacional, por mais que leia e estude, são parcos e limitados.
Mas no que se refere ao comentário internacional e especificamente à guerra da Ucrânia, ao assistir aos debates em que participa semanalmente na CNN com o major-general Agostinho Costa, questiono-me como, salvo beneficiando da sua imensa capacidade de diplomata (quando muito, vejo-o por vezes a sorrir perante as considerações do major-general!) lhe consegue retorquir, com alguma candura, embora de forma clara e assertiva.
Mesmo defendendo o princípio do respeito pelas opiniões contrárias, confesso que se estivesse no lugar do Embaixador há muito que tinha perdido as estribeiras (se lhe tinha atirado com um copo de água, como o fez a Helena Ferro Gouveia, não sei!), diante das opiniões desvairadas pró-russas do mgAC, insuportáveis para alguém que, com um mínimo de racionalidade, tente compreender o que está em causa no conflito na Ucrânia.
Obviamente, não sei se o dito mgAC “está a soldo da Rússia”, mas que parece, parece!
Ainda me lembro quando apareceu nos écrans da RTP, todo eufórico no dia seguinte à invasão, garantir: “Os russos já estão em Kiev”, acrescentando que “Volodymyr Zelensky já tinha fugido para Lviv, na zona ocidental”.
Posso acreditar no que este comentador afirma, e se “não o ouvir” significa que estou a ser preconceituoso?
Cordiais saudações

Hoje, aqui na Haia

Uma conversa em público com o antigo ministro Jan Pronk, uma grande figura da vida política holandesa, recordando o Portugal de Abril e os a...