sábado, março 09, 2024

À conversa


Em Lisboa, há poucas livrarias que eu não conheça. Mas nunca tinha entrado na Livraria Martins, na avenida Guerra Junqueiro. Um espaço agradável, moderno, com boa seleção, que, na manhã de hoje, organizou um belo debate, sob o chapéu temático da liberdade, onde se falou, em especial, de livre circulação e da língua portuguesa nesse contexto. 

Sob a moderação de Leonídio Paulo Ferreira, Simone Duarte e eu falámos desse mundo das pessoas que transitam entre espaços e culturas, perante um auditório cheio, atento e interventivo. Porque as conversas são como as cerejas, foi uma discussão algo "arbórea", como o meu pai costumava designar os momentos em que se começa a falar de uma coisa e dela se parte para outra, a qual, por sua vez, se ramifica por caminhos diversos. Gostei muito do exercício.

9 comentários:

manuel campos disse...


Como tenho que ir com frequência para aqueles lados custa-me sempre muito verificar que estou lá a maior parte das vezes sozinho.
É um magnífico espaço com cerca de dois anos, muito agradável, muito bem abastecido de livros e com aquela simpática esplanada.

Não sei se está no sítio certo hoje (a grande maioria dos moradores da zona já não compra livros nem porventura sai muito de casa), mas espero que esteja no sítio certo dentro de alguns anos, quando a natural renovação de gerações alterar por completo essa situação, algo a que já se começa a assistir na zona da Avenida da Igreja onde vive um dos meus netos.

Pode ver-se aqui mais (incluindo uma boa galeria de fotos):
"Milhares de livros, café e wi-fi na esplanada: eis a nova Livraria Martins em Lisboa"

Flor disse...

--Já lá vão uns bons anos em que eu era "habitué" daquela zona da Av. Guerra Junqueiro, Praça de Londres e afins. Em 2022 abriu a Livraria Martins. Está muito bem composta e uma coisa que eu achei engraçada que está na zona das edições para as crianças, ou seja, um grande tapete com alguns peluches para as crianças se sentirem á vontade, para lerem, escolherem e os papás pagarem. E esta hein !? --Este foi um post que eu hoje publiquei no meu Facebook.
É bom que hajam debates e até apresentações de livros a saírem do prelo para haver mais movimento que segundo o que disse Manuel Campos será pouco visitado.

Flor disse...

Boa noite Manuel Campos. Já há dias que não o via por aqui. Está tudo bem? O Manuel Campos recusa-se a ter Facebook, Messenger, blog, mail (?). Assim.... só por aqui ;)

manuel campos disse...


Boa noite Flor
Muito obrigado pelo seu cuidado e atenção.
Os outros não tendo culpa dos nossos problemas, procurei sempre que as situações mais complicadas com que me vou debatendo na vida não transpareçam nunca no modo como me comporto ou me exprimo no dia-a-dia.
Algumas pessoas que vêm aqui sabem que os meus últimos 3 anos (pelo menos) não foram nada lineares, no mínimo.
E que isso de vez em quando ressurge.

Há no entanto momentos mais tensos que, de um modo ou outro, nos retiram alguma vontade de conviver (por assim dizer) e há que deixá-los passar.
A questão agora foi mais a deste período eleitoral que atravessamos pois não me quis arriscar, nesta altura, a escrever algo de que me arrependesse.
Claro que pediria desculpa, se fosse o caso, mas as desculpas não se pedem, evitam-se, foi isso que fiz.
Daí ter logo dito que não falava de eleições, facto de que não me arrependi nunca, li por aqui opiniões sobre outras opiniões que me pareceram menos adequadas ao espaço civilizado e democrático que é o “Duas ou três coisas”, sou politicamente clubista mas não sou ceguinho de todo, cegueira ideológica acompanhada de desnecessária verrina irrita-me e depois pode sair asneira.

Recusar-me às redes sociais não é bem o termo.
Nunca estive e agora já não vou estar, umas porque os netos me dizem que “são só para velhos” e eu respiro juventude pelos poros que me restam, outras porque os poros que me restam não chegam para que eu tenha a juventude de aderir a elas.

Já ando há tempos para contar aqui algo que decerto escandalizará as almas mais sensíveis: uso habitualmente um NOKIA 3310 dos novos, faz o que eu quero e não me obriga a fazer o que eu não quero.
E como diz um neto meu que não é propriamente um copinho-de-leite “esse ninguém to rouba, se calhar o ladrão até te dá um melhor com pena de ti”.
Ora com um NOKIA 3310 não há redes sociais que aguentem (e ainda bem).

Divirto-me sempre com os que me perguntam se já tenho finalmente um “smartphone” e lhes respondo que continuo com o “stupidphone” até não ter outro remédio, ou porque o indestrutível está destruído ou porque deixou de suportar novas configurações da rede.
E lá vem a conversa do como é que é possível?
Pois tanto é possível que é assim.
Então não contei já que até há 2 meses atrás tinha mais carros que pares de sapatos?
Há malucos para tudo!

PS- Minha mulher tem um “phone very smart”, há quem tenha juízo por aqui.

Flor disse...

Manuel Campos
Temos uma coisa em comum: um Nokia 3310 que nunca avariou apesar de ser maltratado. Quem me acompanha no dia a dia e noite é um Tablet que está já cansado mas já tenho outro á espera. Não lhe dou sossego.

João Cabral disse...

Têm fechado algumas librarias. Mas também abrem outras, e com sucesso. Noutro exemplo, há dias reabriu a Ulmeiro. Afinal, ainda há espaço para as livrarias. Algumas que fecham talvez não soubessem conduzir as coisas da melhor forma.

Flor disse...

João Cabral tem razão. Também que nas livrarias mais antigas os proprietários já têm muita idade e querem é descansar. Livrarias e não só também as "lojas com história".

manuel campos disse...


Flor

E teremos mais coisas em comum, visões do mundo e da vida que não se ficam pelas modas ou pelo estreito campo de dois ou três temas, não conseguindo falar de ou mostrar interesse por mais nada.
Entre ser um chato que sabe um pouco de tudo e ser um chato que sabe tudo de pouco, prefiro ser o primeiro, é capaz de ser mais útil aos outros.

Claro que aqui toda a família tem “smartphones” mas já me dei conta que filhos e netos até terão algum “orgulho” da minha original opção nestas matérias, como diz um amigo meu é o tipo de escolha divertida não trocar o carro velho quando até se poderia oferecer um carro novo aos vizinhos todos (por exagero, claro).

Além dos dois PC iguais, para não haver confusões, há tablet desde há uns 13 anos.
Esse primeiro começou a ter problemas de carregamento e resolver o problema não compensava, fez-se portanto o que toda a gente faz por mais que bata no peito como grande defensor do ambiente e adversário do desperdício, comprou-se outro.

Lá na outra casa tenho um pacote “TVCabo+Internet+Telefonefixo” igualzinho ao de Lisboa mas de outra operadora.
Ora a box deixou de funcionar, fomos à loja daquela operadora mais próxima tratar da troca, tem mais uns pormenores mas correu tudo muito bem e em 2 horas estava resolvido, incluindo duas viagens de ida e volta de 35 kms (fora de Lisboa é tudo fácil).
Na loja havia uns tablet, era intenção comprar um segundo e nós tínhamos uns pontos para gastar, o engraçado é que pelo sistema em vigor e usando os pontos saía mais caro que pagando o preço marcado.

Flor disse...

Manuel Campos ao ler o seu último parágrafo cada vez mais temos que voltar aos "bancos da escola" a estudar Cálculo Mental para fazer contas rapidamente e não sermos enganados nas grandes Promoções. Estou-me a lembrar do "Black Friday". Tenha uma boa semana ;)

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