Este não é o meu dia do voto. Já votei há uma semana. Estou fora de Lisboa. Numa prática que uma vez mais assumo, e por uma deliberada opção de sossego, a partir do meio da tarde deste domingo, desligo televisões, rádio, computadores e telemóveis. Por algumas horas, só leio, ouço música e vou jantar, em total sossego e isolamento "cívico". Lá pelas 11 da noite, irei ver em que param as modas. Nada de sondagens, de bitaites, de fait-divers e coisas assim. Casa um é como é, não é?
12 comentários:
Pois não posso estar mais de acordo.
Tenciono ver os 2 últimos filmes que o Jacques Tati fez: "Trafic" de 1971 e "Parade" de 1974, já não os revejo há muito tempo.
Tenho aí a caixa com as seis longas metragens e as várias curtas metragens a completarem cada uma das principais.
São filmes menos conhecidos, correspondentes a uma fase difícil dele e, ainda que "Trafic" tenha tido algum êxito depois de um "Playtime" (1967) mal recebido, já "Parade" (que retoma muitos gags antigos) levou-o a acabar a carreira cheio de problemas financeiros.
Pelo meio música, como sempre.
E leitura, um livro de compilação de crónicas de Perez-Reverte.
Acho que este programa não deve alterar muito o resultado das eleições.
Falando de disparates sem fim porque a capacidade de os fazer é inesgotável.
Lembram-se da lei francesa que levou a que o cachimbo do Jacques Tati fosse substituído por um moinho de vento de papel em cartazes?
E que Malraux e Sartre também ficaram a fazer figuras infelizes?
Pois vão aqui relembrar como Einstein tinha razão com aquilo do universo e da estupidez humana:
“JACQUES TATI NE SERA PLUS PRIVÉ DE SA PIPE SUR LES AFFICHES”
E vamos votar claro.
Não é longe: fica ainda mais perto que a garagem onde tenho os carros.
Portanto pode chover a potes que não é por aí, estou habituado.
Tinha planeado votar antecipadamente na embaixada a exemplo de anteriores eleições mas escapou-me a informação sobre as datas (algures no ido mês de janeiro).
Sobre o resto recordo um comentário feito por um amigo meu: a transformação do jornalismo numa espécie de entretenimento com contornos de reality show a que temos assistido em muitos canais começa a convidar a outras atividades.
É que já não há paciência para que a propósito de tudo e de nada se monte um ringue de boxe em que aparentemente todos os golpes são permitidos e os relatores do confronto estão eles próprios implicados na disputa.
Pois, lá terá de ser. Muita música, Vemo-nos em Agosto e algum streaming. A tudo isto, junto 90’ de stress com o jogo da Briosa. O voto, já está armazenado há uma semana e a ser transportado pela PSP para ser adicionado à urna.
Eu vou "aparecer" mais cedo, para ver as sondagens das 20 horas. Até lá, não quero ver televisão sobre política ou sobre o acto eleitoral. Já chegou a overdose dos últimos dias.
Fosse esse entretimento inocente, mas não. Pelo que se lê e sente está inquinado, logo o melhor é mesmo encontrar alternativas.
ALEA JACTA EST
Excelente síntese de Carlos.
O último parágrafo é de antologia.
Nesse caso, o período de reflexão, que não houve por o voto ser antecipado, é depois da votação. Interessante, senhor embaixador.
Eu sugeriria ao Francisco que ligasse a televisão bastante mais cedo, para ver o jogo do Sporting.
Eu já liguei, para ver um pouco do jogo do Damaiense.
Parece andar no ar um certo desencanto, em tom "blasé", adequado a certos estatutos...
MB
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