quarta-feira, março 13, 2024

Macronices

Macron está a assumir um perigoso protagonismo "guerreiro" na questão ucraniana, dando-se ares de líder de uma Europa que não lhe deu mandato para tal. É um jogo ridículo, por óbvias razões de política interna, que pode ter graves consequências para a segurança do continente. 

16 comentários:

manuel campos disse...


Lido por aí:

"Les seules balles qu'ils ont entendu siffler dans leurs vies, ce sont des balles de golf."

Erk disse...

A segurança dom continente está a sera emaçada por um tipo que nela invade um país soberano e democrático, e ameaça o globo com nuclear.

O meu caro embaixador começa a fazer lembrar o Chamberlain.

E já nem falo da quinta coluna que nestas eleiçõies desceu de 6 deputados para 4...

Joaquim de Freitas disse...


Manuel Campos: Entao porque é que Portugal envia armas e dinheiro? Porque nao envia equipamentos de golf?

Joaquim de Freitas disse...


Os deputados da Assembleia Nacional francesa, votaram ontem, após debate, em favor da « macronice » de Macron. Porque, dizem eles, vencedores da moção moçao, “ se votassem contra, eram automaticamente putinistas”.

Claramente, que se a Ucrânia perder, a NATO terá de se opor à Rússia, caso contrário a credibilidade futura do sistema de alianças ocidental ficará ameaçada. É um apelo à Europa para se mobilizar para a guerra continental.

Que Portugal, já beligerante, porque fornecedor de armas e dinheiro, apoia cegamente.

Macron disse: “Tropas no terreno? nada está excluído. Faremos tudo o que for necessário para garantir que a Rússia não possa vencer esta guerra. A derrota da Rússia é essencial para a segurança e estabilidade da Europa.”

Na realidade, como disse Orban, “Os europeus, assim como os ucranianos, estão a perder a guerra e não têm ideia de como sair desta situação.”

Luís Lavoura disse...

Muito bem escrito.

Luís Lavoura disse...

Porém, Macron tem razão numa coisa: a guerra ucraniana só pode ser ganha se intervierem na Ucrânia os exércitos de pelo menos dois países europeus poderosos (por exemplo, a França e a Polónia).

Isto porque a Ucrânia sofre duramente com a falta de homens, de armas, e de competência para manejar essas armas. Somente exércitos numerosos, bem armados, e com bastante treino a manejar as armas que têm, podem dar conta do recado.

Aliás, para suprir a falta de competência dos ucranianos já estão na Ucrânia não poucos soldados da Polónia, da França e do Reino Unido, porém somente nos bastidores. Seria preciso que fossem para lá muitos mais, e que estivessem também na frente de batalha.

marsupilami disse...

O embaixador tem toda a razão.

Macron é todo postura. Mas nada fez para preparar o país (já nem falo do resto da Europa) para as graves consequências de pôr em prática aquilo que diz da boca para fora. O seu grau de amadorismo é confrangedor e, sobretudo, é extremamente perigoso. Dominique de Villepin explicou-o bem nas suas recentes intervenções.

Anónimo disse...

Fernando Neves
Não esquecer o que tem sido a atitude belicista da Van der Leyden, sempre a atiçar as duas guerras em curso assumindo um poder que não tem base nos tratados mas que a deixam exercer. Quando vai manifestar apoio a Kiev, ao lado de outros líderes europeus representa quem? Os funcionários da Comissão?

João Cabral disse...

Não creio que Macron pudesse ser tão irresponsável e insensato. Cheira-me a "bluff" e tacticismo.

Luís Lavoura disse...

Fernando Neves

assumindo um poder que não tem base nos tratados mas que a deixam exercer

Não só a deixam, como o Partido Popular Europeu já disse que quer que ela continue a exercer.

Portanto, quem daqui a três meses votar nos partidos da situação - todos aqueles que apoiam o Partido Socialista Europeu, o Partido Popular Europeu, ou o Partido Liberal Europeu - já sabem com o que podem contar.

Eu, não votarei em nenhum deles.

Anónimo disse...

Subscrevo este seu Post.
Macron devia ter juízo e não colocar o seu país em risco. Todavia, ao que vou lendo, já há uns tantos imbecis, lideres de outros países, a fazerem coro com esta alucinante ideia.
Quanto à Ucrânia ser um país democrático, ou democracia, como alguém aqui disse, é uma ilusão. Relativamente a Zelensky, não passa de um traste corrupto e um lacaio de Washington e da esterqueira que hoje é a CE, liderada por essa ignóbil criatura a Ursula Van der Layen.
a) P.Rufino

marsupilami disse...

A França é uma potência nuclear. A "impossibilidade" de uma guerra entre potências nucleares é uma linha muito frágil que nos tem separado de uma guerra mundial e de uma catástrofe maior. A decisão de enviar tropas para a Ucrânia acabaria por minar a dissuasão nuclear francesa e ocidental. A partir desse momento, qual seria a linha vermelha? Va savoir. Quase tudo passaria a valer e ficaríamos, de facto, à beira do abismo.

manuel campos disse...


Uma excelente pergunta que o inefável (é um elogio) Senhor Joaquim de Freitas aqui me faz.

Pois não sei.
Talvez porque os tacos estejam rachados e as bolas amolgadas.

aguerreiro disse...

Nos últimos 200 anos o normal dos dirigentes da França é "farroncar" e claudicar perante o inimigo ficando "de genoux" á espera que alguém venham safar, é assim desde Waterloo e a Covid não os vacinou.

Nuno Figueiredo disse...

la belle France..

Joaquim de Freitas disse...


Macron, em Berlim, com um whisky na mao, " No ano que vem, vou ter que enviar alguns "tipos a Odessa !

O Chanceler Scoltz em Berlim ,no dia 9: : "para a Alemanha, a França “não é necessariamente um parceiro prioritário”.

Os alemães e os franceses não concordam em quase nada. Existe apenas uma área onde estão actualmente em sincronia: a preservação do mercado único europeu e do euro.
Macron está a tentar assumir uma posição de liderança em relação à Ucrânia e tentando promover um projecto de cooperação em questões de defesa.

Mas para Berlim e parte da classe política francesa, de todos os partidos, a nova "enormidade" do presidente Macron é considerada uma provocação desnecessária a Moscovo.
A Alemanha tem a sensação de que a França fala muito e age pouco, entregando muito menos armas à Ucrânia do que o seu vizinho - que continua a ser, de longe, o principal apoio europeu a Kiev, com quase 18 mil milhões de dólares em ajuda militar aos seus activos.


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