sexta-feira, maio 05, 2023

Posso dizer bem?


Dizer mal, neste país cada vez mais mal-disposto, é a regra do jogo. Dizer bem de alguém ou de qualquer coisa é, nos dias que correm, uma coisa quase suspeita. Pois eu, ontem, tive boas razões para elogiar um serviço. E quero que se saiba.

Sou sócio do Automóvel Clube de Portugal (ACP) desde, creio, 1977. Ao longo destes já muitos anos, a minha experiência com esta instituição foi, sempre e sem exceção, excelente. Bastantes anos houve em que, felizmente, não necessitei dos seus serviços. Mas, sempre que a eles fui forçado a recorrer, tudo correu invariavelmente muito bem.

Ontem à noite, à porta da Gulbenkian, o meu carro pifou. (Já estou a adivinhar o sorriso de alguns amigos, que se fartam de me dizer que teimar em conduzir um carro com mais de 17 anos e mais de 250 mil quilómetros é a receita óbvia para ter problemas). Chamei o serviço de assistência ACP. Chegou num tempo perfeitamente razoável. O técnico era educado, conhecedor e rapidamente detetou o problema. Era simples: bateria. Sabiam que os carros da ACP vêm equipados com um carregamento de baterias que se podem adquirir no local? Com rapidez e eficácia, o assunto ficou resolvido. Não paguei rigorosamente nada pelo serviço, da mesma maneira que, há uns meses, igualmente nada paguei por um reboque que tive de pedir, em outra circunstância, em que também fiquei apeado. (Também neste caso, o pobre do meu carro estava inocente, na sua vetustez: era um pneu rasgado).

Repito assim, com imenso gosto, esta singela publicidade: inscrevam-se como sócios do ACP!

21 comentários:

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Nem por isso tem um rácio idade/km muito grande.
O meu ainda tem um rácio mais modesto 22 anos e 191000, 6 anos e meio comigo. Chatices, só duas ou tres, entre as quais a bateria que já ia em mais de 6 anos, mas foi em casa, a graça foi que não cuidei que o meu carro tem os bornes invertidos e então foi compra-devolve-compra.

Luís Lavoura disse...

há uns meses, igualmente nada paguei por um reboque

Eu já por diversas vezes recorri a reboques da minha companhia de seguros, e nunca paguei nada.
O serviço de reboques está incluído no seguro. Não é preciso ACP para isso.

Luís Lavoura disse...

inscrevam-se como sócios do ACP!

Não me identifico com uma instituição que incentiva o desporto automóvel e está sempre a defender os automobilistas contra o resto do pessoal.

Anónimo disse...

Ainda bem que me avisa, senhor embaixador; disse 17 anos? Estou a ver que daqui a um ano começo a ter problemas...
MB

Anónimo disse...

Seat Alhambra (TDi 2.0) 16 anos, 350.000km. Nem acp, nem outro reboque. Os plásticos e colas é que estão em fim de vida.

Flor disse...

O ACP tem também um plano de saúde gratuito para os sócios.

manuel campos disse...


O Luis Lavoura tem graça mas desconfio que não sabe.
Então o ACP não devia defender os automobilistas? O "A" é de quê?
No caso do SCP, por exemplo, é suposto defender os benfiquistas?
E qual é o problema do desporto automóvel (do qual não sou adepto nem acho nenhuma graça, mas daí a achar que é condenável!).

A fase seguinte é o Luis Lavoura "atacar" a FPF que incentiva o futebol.
É que ele não sabe mas o futebol contribuí forte e feio para a degradação do meio ambiente, já nem falo da pancadaria e dos insultos aos familiares próximos de árbitros e adversários.
Quem ande ao domingo na A1 ou na A2, em dias de jogo dos rivais da 2ª circular, apanha centenas de carros, vindos do norte ou do sul, cheios de sinais exteriores de clubite, desvairados para chegar a Lisboa.
Não é preciso ser um brilhante cientista teórico para perceber que aquilo é uma das maiores manifestações de "desporto automóvel" que por cá existem e que, um único jogo daqueles, leva a que se libertem mais gases nocivos para a atmosfera que todos as competições de um ou dois anos juntas patrocinadas pelo ACP.




manuel campos disse...


Tenho aqui algures no país um 3º carro que vou manter até ao fim, o meu ou o dele, o que acontecer antes.
Tem 23 anos feitos e 250 mil kms.
Fez 220 mil kms em 11 anos e depois trouxe-o para cá e fez 30 mil kms nos restantes 12 anos.
Está impecável de pintura, estofos, motor, compradores não lhe têm faltado.
A utilidade foi permanente pois nos últimos 10 anos nunca soube se não teria que ir para a estrada de emergência e deixar aqui a família sem transporte pois, para quem não saiba, fora das cidades grandes há muita dificuldade em apanhar o Metro ou de chamar um Uber (em compensação aprende-se que os frangos não nascem depenados e embalados nas prateleiras dos supermercados).
Como se isso não bastasse é o carro que levo quando quero fazer um negócio, se levasse outro pediam-me logo mais 20%, só por aqui estou farto de ganhar (não perdendo) dinheiro.

Como estive um ano sem cá vir por razões que não vêm ao caso, claro que cheguei agora cá e a bateria zero.
Fui ali a 2 kms chamar o mecânico que o acarinha, trouxe o booster profissional, pegou logo (tenho um booster amador que tem que ser recarregado e não compensava esperar 24 horas).
Como ele quis deixar a bateria à carga toda a noite e não me quer levar nada, amanhã lá vou comprar 2 garrafitas de um tinto respeitável para o senhor.

O carro (um VW grande) vale no máximo 2000€ e custa-me 300€ por ano (seguro obrigatório, IUC antigo, inspecção obrigatória).
Os carros só saem caros quando, tendo vários, todos andam ao mesmo tempo.
Como neste momento práticamente só eu é que guio, quando anda um não anda nenhum dos outros, portanto os consumíveis que gasto num não gasto noutro.
Conto isto porque conheço quem, com folga financeira, se tenha desfeito de bons carros em bom estado, mas com muitos anos e muitos kms, para poupar verbas desta dimensão e depois ficar sujeito à boa vontade de filhos e netos para qualquer deslocação mais longe.



manuel campos disse...


É como diz o Anónimo das 21.30, plasticos, colas, revestimento interno do tecto, uma ou outra peça ou botão, é tudo o suficiente para "justificar" uns bons milhares num carro novo quando se resolvia bem com poucas centenas.

Tive agora dois problemas com o "espada" (como diz o Francisco de Sousa Rodrigues), problemas típicos de um carro com 20 anos e 70 mil kms: por falta de uso as coisas estragam-se tanto como se fossem usadas todos os dias.

O tensor de um cinto de segurança deu de si (é caro) e o comutador dos piscas e luzes deixou de prender para um dos lados(é barato).
O carro nem mil kms fez o ano passado pelas mesmas razões do VW, entre humidades e calores do estacionamento onde está as peças com pouco uso "colam" e depois com um pequeno esforço normal "partem".
Felizmente ainda se arranjam peças originais com muita facilidade, muitas marcas já perceberam que haver carros com 20 anos a andar por aí é uma excelente publicidade.

Nota- Comprei este carro com 15 anos e 55 mil kms, a bateria era a de origem, um caso raro.
A única manutenção essencial num carro é mudar o óleo todos os anos, ande muito ou não ande nada.


Nuno Figueiredo disse...

o Carlos Barbosa agradeçe.

Anónimo disse...

"Fotografia":
se alguém (mas não me parece que se corra esse risco) com menos de trinta anos lesse este post e os comentários, acredito, só podia clicar aqui uma palavra como comentário: cotas (ou Kotas?).
MB

manuel campos disse...


O MB fará o favor de me explicar se os "cotas" é por termos carros antigos e nos gabarmos disso.

É que no meu caso e para além do VW com 23 anos e 250 mil kms e do "espada" com 20 anos e 70 mil kms que nem vareta de óleo tem e os cintos vêm ter com os ocupantes, também tenho um "carrito" com 7 anos e 70 mil kms, é com esse que ando todos os dias, até arruma sózinho quando acha que cabe no lugar e trava sózinho quando acha que estou muito perto do da frente.
Mariquices para avariarem e custarem um dinheirão, eu também sei arrumar, travar, ver o óleo e puxar os cintos.

Quanto aos menos de 30 anos eu conheço vários porque tenho vários netos todos para cima dos 18 anos e com carta de condução, rodeados de amigos e conhecidos (apesar de eu ser um cota com 76 anos), não acho que isso seja assim, quem gosta de carros gosta de modernos, antigos, velhos e clássicos.
Outra coisa são os que não gostam de carros e são movidos por outras "visões do mundo".
Por aqui me fico, não quero ser mal interpretado por não "acreditar" por experiencia própria nas mesmas coisas que o caro MB "acredita" como fruto da experiencia dele.

manuel campos disse...


Como já contei gosto de ír até à Cidadela de Cascais e petiscar na esplanada que existe lá na Praça, junto ao Palácio da Cidadela, um local calmo e simpático na "meia-estação".
Como se sabe este Palácio é utilizado pelos Presidentes da República para receberem visitas, oferecerem almoços ou fazerem reuniões de trabalho.
No tempo do Estado Novo era residência de férias habitual.
O Palácio é visitável (por curiosidade, nada de notável para ver) mas acho que é preciso marcar.

Ora acontece que algumas vezes (poucas) vou no "carrito" mais moderno - por assim dizer - com 7 anos é capaz de já ser velho para muita gente, só ter 70 mil kms é apenas uma atenuante.
Como não há onde parar ali pois o parque que havia cá fora acabou (e bem, agora há uma larga e desafogada esplanada ali em frente às muralhas) e aquela zona está agora com grande falta de lugares, vou deixar o carro num parque na zona do hipódromo, sempre com lugares e bastante em conta.
Depois vou lá buscá-lo e apanho minha mulher lá dentro junto ao Palácio.

É aqui o meu momento de glória.
Como o "carrito" é igual e do mesmo cinzento daquele em que o nosso PR costuma andar, quando páro vejo pelo retrovisor os agentes de serviço ao Palácio a saírem cá para fora, só quando minha mulher se aproxima é que desconfiam que estão preocupados com a pessoa errada.
Mas naqueles 60 segundos estou bem descansado.

manuel campos disse...


Escrevi "mariquices" lá em cima e só agora me dei conta que poderei ter ficado sob a mira dos "leitores de sensibilidade".

Paciência.
Eu não reescrevo nem a História nem as histórias, no dia em que estiver tudo reescrito não teremos passado nem futuro, pois saberemos que até este último será rapidamente também ele transformado em passado a ser reescrito.
Restará um presente do mais desinteressante que se poderia imaginar se a imaginação o alcançasse.

"La réalité dépasse la fiction".
Como sempre.


Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Ora bem, Manuel Campos, que gosta de carros gosta de (quase) tudo, no meu caso até de autocarros.

Por falar em comutador de piscas, no caso do meu carro também de luzes, o problema é ao contrário, não desliga o pisca à direita, só que há também um mau contacto que desliga os "mínimos" e a retroiluminação interior, tenho de usar sempre os faróis de nevoeiro frontais para não ficar sem luzes atrás.
Em termos de conservação interior está bastante bem, tirando o volante um pouco ruço, uma rompidela por desgaste do couro do banco do condutor, uns pontos descosidos no banco de trás e umas manchas de lixívia na mala

manuel campos disse...


Francisco Sousa Rodrigues

É exactamente isso, já era há muito tempo muito claro para mim o seu gosto por todo este mundo.
Eu não sou alguém que corra para exposições ou compre montes de revistas da especialidade, bem pelo contrário, mas interesso-me o suficiente para discutir nas oficinas o barulho A ou o barulho B e ser consultado por amigos e conhecidos sobre algum sintoma anómalo que um carro deles apresente antes de irem enfiar um monumental barrete à oficina.
Acho que já contei aqui que há uns 10 anos o representante insistia que era o volante bi-massa a dar o berro (uns 2000€ com mão-de-obra naquele carro) e eu que era a válvula EGR suja, tinha eu razão (40€ de mão-de-obra).

Mas tenho ainda a sorte de o meu neto mais velho perceber imenso de carros novos, velhos, antigos, clássicos e, com os primeiros ordenados quando começou a trabalhar, ter adquirido duas belíssimas motos, ambas de meados dos anos 90, andando agora à procura de um Mini do fim dos anos 70, no estado em que estiver, para ele próprio recuperar, já é ele que faz a manutenção das motos (não é mecânico, é mesmo o mais longe que há disso).

Eu vivia bem até à mudança de óleo anual com o comutador assim, como era para a direita deixava lá o dedo, mas já que o cinto teve que ser substituído foi tudo feito já.
O comutador ficar preso é mais complicado e é uma peça que em certos carros é chata de montar, mas um comutador com as funções todas para o "espada" custou 100€ fora da marca.
Presumo que esse seu problema terá que ser resolvido até à inspecção anual, pois nesse caso não sei se dá para disfarçar como daria num caso como o meu.

Gostei muito de o ler na descrição final, a naturalidade com que encara (tal como eu) estas "marcas de uso" que não afectam a condução nem a segurança.
Quando penso que há quem fique tão "incomodado" com essas questões que não descansa enquanto não gasta uns milhares num carro novo que desvaloriza 25% no primeiro ano, muitas vezes só para impressionar vizinhos que já não se deixam impressionar (num carro de 20000€, que não é nenhum luxo, perder 5000€ no primeiro ano é espatifar logo ali 400€ por mês, mas vá-se lá explicar esta conta à maior parte das pessoas)

A certa altura da minha vida comprei um determinado (bom) carro e um conhecido meu que nem sequer tinha carro por falta de meios pediu para dar uma volta nele.
Jurei para nunca mais, além de me criticar por eu não ter comprado um modelo acima (pois se aquele me chegava) ainda me foi a chatear que conhecia A que tinha um Jaguar, B que tinha um Maserati e C que tinha um Porsche (e aqui o "pelintra" a aturá-lo)

Outra coisa é que, para grande desgosto dos vendedores desejosos de facilitar créditos variados, sempre comprei os carros a pronto, não tinha dinheiro para isso não comprava.
E curiosamente (ou talvez não) os meus filhos e, para já, este neto estão na mesma linha, nunca aceitaram sequer que eu lhes adiantasse dinheiro.

PS- Desde pequenos que ensinei os filhos e depois os netos que quem merece respeito é quem tem um chaço velho comprado com o dinheiro do seu trabalho e nunca quem tem um magnífico descapotável comprado com o dinheiro dos paizinhos.



Francisco F disse...

Não podia vir mais a propósito com a corrente campanha do ACP na TV: angariação de sócios baseada no "não paga nada pela assistência". Só que as pessoas pagam, sim. Se forem "adultos", é mais de cem euros por ano (para além do que já pagam pelo seguro obrigatório, claro).

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Manuel Campos, o pisca não desligar automaticamente já vinha com isso, o mau contacto há uns 3 anos que piorou, até agora consegui disfarçar na IPO, mas este ano vai novo, sim.

É ótimo saber fazer em casa, o que se poupa...

Ostentação de boca é da maior pinderiquice que há, e então com as posses dos amigos nem se fala.

Compra de carros é no stand onde comprei o meu carro atual, que são da maior seriedade.

Bom ensinamento, aliás é com os bem rodados é que se aprende a conduzir, ainda para mais que agora as Escolas de Condução é só coisa fina.

manuel campos disse...


Há sempre muita confusão à volta do que os seguros automóveis cobrem e não cobrem, muita gente dá por adquirido ter acesso a serviços que afinal não contratou, o seguro obrigatório cobre o que cobre e apesar de quase todos incluírem já assistência em viagem e quebra isolada de vidros isso não é sempre assim e há que estar atento ao que se pede e ao que se assina.

Segundo o site da ASF "O seguro obrigatório assegura o pagamento das indemnizações por danos corporais e materiais causados a terceiros e às pessoas transportadas, com exceção do condutor do veículo".
Tout court.

Depois podem-se contratar coberturas facultativas como sejam:
- Capital facultativo para o seguro de responsabilidade civil
- Assistência em viagem para o veículo seguro e seus passageiros
- Protecção jurídica
- Privação temporária de uso

A seguir não existem seguros contra todos os riscos, sendo esta a gíria para o que na prática são "danos próprios".
Tenho esse seguro no carro mais recente e que anda mais, não tenho no outro a seguir porque quando o comprei tinha mais anos do que aqueles que são aceites pelas seguradoras para este tipo de seguro.

Como curiosidade tenho um "seguro de frota", também os há para particulares, não sei quanto poupo mas alguma coisa será.
As condições são simples:
- Os condutores habituais dos veículos têm que pertencer ao agregado familiar do segurado e terem a mesma residência;
- O contrato tem que abranger mais do que um veículo.

Acidentes tive dois nos últimos 57 anos e meio, um bastante grande quando tinha aí uns 4 meses de carta e já me achava um grande piloto (o carro do meu Pai tinha danos próprios!) e outro há 2 anos e bastante modesto, uma grelha nova e um pára-choques pintado), este ultimo porque o carro resolveu travar sózinho, o chão estava molhado, as rodas bloquearam lá como ele quis, foi por ali fora a patinar, com um carro "normal" tinha-me desviado fácilmente.
Inconvenientes das desvantagens ou desvantagens dos inconvenientes.

manuel campos disse...


Francisco Sousa Rodrigues

É isso mesmo da pinderiquice na ostentação de boca (magnífica expressão), sem tirar nem pôr, é de um ridículo absoluto.

Se lá aparecer nesse seu stand um MINI do fim dos anos 70 talvez eu ainda lá consiga chegar a tempo.

Um dos meus netos aprendeu numa escola que tem Mercedes e BMW novos como carros de instrução (também tem outros mais normais, foi num destes que ele aprendeu).
Isto de ter como chamariz marcas de algum renome quando depois os novos condutores estão de um modo geral "condenados" a guiar os carros "de toda a gente" mais ou menos envelhecidos é no mínimo estranho como escolha.

manuel campos disse...


Com carta de condução há mais de 57 anos só sou sócio do ACP há pouco mais de um, minha mulher fez-se sócia e levou-me por arrasto, como cônjuge pago metade e acho que tenho direito ao mesmo.

Como conheci e conheço muito boa gente que é sócia há uma eternidade, a ideia que tenho é que o serviço de assistência do ACP é diferente das “assistências em viagem” das seguradoras.
As duas vezes que recorri a elas nos últimos 20 anos foi para me levarem os carros que estavam em Lisboa para a minha oficina também em Lisboa, um porque a bateria se foi ao fim de muitíssimos anos (já contei isso acima) e o outro porque o líquido da embraiagem apanhou uma fuga qualquer, começou a dar problemas à saída do estacionamento da Gulbenkian, ainda deu para chegar com dificuldade a casa mas, no dia seguinte, já não estava lá nada.

Uma outra situação foi mais complexa, passou-se há uns 8 anos com um carro que até pagava uma fortuna de seguro numa das mais conhecidas seguradoras deste país.
À saída da área de serviço de Leiria entrou em “modo de segurança”, o que quis dizer que podia carregar no acelerador até ao fundo que o carro não passava das 3000 rpm nem dos 80 Kms/h, com umas luzinhas (amarelas!) ali a animar o tablier.
Parei na área de serviço de Santarém e liguei para a “assistência em viagem”, íam lá buscar-me mas só me podiam levar o carro para Santarém, para o trazer para a minha oficina em Lisboa era problema meu.
Como eram luzes amarelas desliguei o carro, aquilo fez lá um reset qualquer, as luzes não apagaram e eu trouxe o carro até Lisboa a 80 kms/h, no dia seguinte fui levá-lo à marca, já nem me lembro o que era, habitualmente uma macacada qualquer no sistema de exaustão de gases, às vezes até a pobre da sonda lambda é acusada do crime.

Ora o apoio ACP, ao que eu sei, envia com frequência mecânicos e não apenas condutores de reboques (se depois me trazem o carro para Lisboa ou não desconheço e prefiro continuar a desconhecer).
Para além disso ser sócio traz um conjunto de outras vantagens, se depois as pessoas usufruem delas ou não é com cada um.

Last but not least, as “assistências em viagem” gratuitas das seguradoras não são ilimitadas por cada ano, assim dá-me para ter suspensórios para além do cinto.
Mas não é felizmente nada que me rale, hoje almoçámos ali na nossa “cantina” um excelente ensopado de enguias e trouxemos para casa uma belíssima chanfana para o jantar, juntando um respeitável tinto alentejano ficou tudo quase pelo preço de um semestre de sócio normal do ACP (eu não sou normal, sou consorte).

"Quem quer regueifas?"

Sou de um tempo em que, à beira da estrada antiga entre o Porto e Vila Real, havia umas senhoras a vender regueifas. Aquele pão também era p...