terça-feira, maio 16, 2023

O trigo e o joio autárquico

Pela leitura da imprensa, constata-se que, no setor autárquico surgem, com grande frequência, suspeitas, acusações e condenações por corrupção. 

Posso imaginar que a esmagadora maioria dos autarcas, que sabemos ser gente honesta e trabalhadora e faz um trabalho magnífico em prol da dignificação do poder local, se sinta regularmente incomodada com este labéu que se coloca a pessoas do seu setor.

Terá porventura chegado o tempo dos nossos autarcas perderem o subliminar corporativismo, que deriva do seu embaraçado silêncio face ao comportamento culposo dos seus colegas incumpridores, e "chamarem os bois pelos nomes", tomando a dianteira da luta contra a corrupção no seu setor.

Por exemplo, ficaria muito bem a uma entidade como a Associação Nacional de Municípios Portugueses ter a coragem de organizar uma conferência sobre "O poder autárquico e corrupção", criando simultaneanente, no seio da organização, em articulação com o Ministério Público e os órgãos de polícia, uma unidade de monitorização do fenómeno, com ações de formação e troca internacional de experiências, revelando assim transparência e determinação em separar o trigo do joio.

8 comentários:

Anónimo disse...

Eu penso que, tal como em Itália,a maior corrupção se passa nas autarquias e então os autarcas em terceiro e último mandato é fartar vilanagem, porque é a última oportunidade! Gostaria de ver um estudo comparado sobre o assunto.

Anónimo disse...

realmente não dá para entender
se inventam acusações!
ou se os casos são mais do que muitos,
e conseguem encher constantemente os dias do ano e as páginas dos jornais

Anónimo disse...

Senhor embaixador
Concordo consigo: é conveniente separar o trigo do joio.
Proponho um primeiro passo, rastreando os autarcas a contas com a justiça, desde as primeiras eleições autárquicas. Fazendo uma listagem exaustiva, com duas vertentes, uma por regiões do país; outra por partidos políticos.
À falta disso, que cada um dos seus leitores tente esse exercício, usando a sua memória.
Creio que seria muito pedagógico.
MB

manuel campos disse...


Achar que há qualquer semelhança e de que tipo seja entre um município de 10 mil habitantes, um de 50 mil habitantes e outro de 100 mil (já para não ír mais longe) não me parece nada razoável.
O município onde tenho aí algures uma casa tem 2/3 das pessoas da freguesia onde vivo em Lisboa, que por sua vez está nas menos populosas da capital.
Acabaríamos a falar sempre dos mesmos e tudo ficaria na mesma, como é evidente, a realidade não se compadece com as boas intenções.

Segue lista dos municípios:

1 município tem mais de meio milhão de habitantes;
2 municípios têm população entre 300 mil e 500 mil habitantes;
3 municípios têm população entre 200 mil e 300 mil habitantes;
19 municípios têm população entre 100 mil e 200 mil habitantes;
31 municípios têm população entre 50 mil e 100 mil habitantes;
33 municípios têm população entre 30 mil e 50 mil habitantes;
31 municípios têm população entre 20 mil e 30 mil habitantes;
66 municípios têm população entre 10 mil e 20 mil habitantes;
122 municípios têm menos de 10 mil habitantes


manuel campos disse...


Uma pequeníssima adenda, suscitada por uma notícia de hoje: lá na terra onde tenho uma casa não há investimentos imobiliários de 300 milhões, nem de 30 milhões, nem sequer de 3 milhões.

Isto é como noutras "modalidades", há vários "campeonatos".
E se há municípios na "1ª liga" há outros que nem "solteiros e casados" serão, só queria contextualizar a questão.



manuel campos disse...


Esqueci-me de um "pormaior".
Não são poucas as vezes em que os MCS confundem "irregularidades" com "ilegalidades" no exercício dos cargos autárquicos.
E mesmo que não confundam é certo e sabido que para muita gente é tudo a mesma coisa.
Ora acontece que não é nem de perto nem de longe, como o não é no dia-a-dia de cada um de nós ao lidarmos com a lei.

Luís Lavoura disse...

no setor autárquico surgem, com grande frequência, suspeitas, acusações e condenações por corrupção

Suspeitas divulgadas pela comunicação social surgem com grande frequência. Já acusações são muito mais raras, e condenações, pouquíssimas.

O nosso Ministério Público é uma máquina a destruir o bom nome de autarcas.

Nuno Figueiredo disse...

perdoe-me a expressão mas...tá bem abelha.

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