Hoje, estive na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, a apresentar uma comunicação num congresso sobre Ciência Política e Relações Internacionais. E recordei a primeira vez que lá não fui. Eu explico.
Foi em inícios de 1996. O reitor da recém-criada Universidade Fernando Pessoa, professor Salvato Trigo, tinha-me convidado para abrir um evento, na minha então qualidade de secretário de Estado. Achei dever corresponder positivamente a esse gesto dessa nova instituição de ensino superior privado. Fixou-se a data e a minha visita foi anunciada na imprensa.
Foi então que tudo se complicou. Recebi um telefonema do meu colega de governo que tinha a seu cargo o ensino superior, o qual, alarmado, me disse: "Peço-te que não vás! O processo de legalização definitiva da Universidade está ainda em curso e vai demorar ainda alguns meses. Se acaso um membro do governo vier a surgir publicamente num evento da universidade isso acaba por funcionar como um reconhecimento oficial implícito. Seria muito desagradável!" E lá tive eu de inventar um pretexto para me furtar ao compromisso que tinha assumido.
Porque o tempo tudo cura, contei entretanto a história ao professor Salvato Trigo e ambos rimos sobre esse episódio. Só nessa altura ele ficou a saber o verdadeiro motivo do meu impedimento de então. Ilustro o post com um belo painel que figura no pátio central da universidade. Onde hoje tive imenso gosto de intervir.
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