António Costa, em geral, não diz mais do que aquilo que quer dizer. Há pouco, à saída do aeroporto, disse o suficiente para se ficar a perceber que, se acha que parte do comportamento do ministro é bastante defensável, outra, mais adjetiva mas nem por isso menos relevante, não o é. Daí...
5 comentários:
Acho que as reuniões secretas para preparar uma testemunha para a CPI são de enorme gravidade. Revela falta de escrúpulos, o que já se intuía. Ameaçar o adjunto com socos revela também um temperamento irascível que o torna, ao JG, inidóneo para o desempenho de qualquer cargo governativo. É o mal do nosso sistema: alguns dos nossos governantes são manifestamente impreparados, a vários níveis e alguns deles têm-se comportado como autênticos hooligans.
Como é que um governo de maioria absoluta, em princípio com legislatura assegurada, chega a este "pântano", inédito na nossa história parlamentar; penso que nem na I República se chegou a este extremo!
Costumo dizer que a "desgraça" foi a maioria absoluta quando só se consegue ter nos lugares decisivos gente pouco vivida fora dos círculos restritos em que sempre se moveu e viveu protegida e que, portanto, não tem nem as bases nem a experiencia para saber quais os limites do uso do poder que essa maioria traz, seja nas grandes ou nas pequenas coisas.
É nisso que estamos e só pode piorar.
Mas como disse Alfred Capus (da Académie française): "Tout s'arrange dans la vie, mais mal."
Costa escolheu-os, sejam bons ou maus, que se queimem ou se desenrasquem sozinhos.
Ele nem sabe nem quer saber.
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