Eduardo Ferro Rodrigues assina hoje, no "Público", um excelente artigo, onde, em especial, chama à responsabilidade e apela ao sentido de Estado de quem detém os meios de evitar uma crise política que, no seu entender, poderia afetar fortemente o regime democrático.
Olhando a árvore, porque a rama dá sempre mais jeito para alimentar a fogueira da polémica, o on-line do jornal ignora a floresta e, esquecendo o essencial, detém-se apenas sobre um pormenor do artigo - o episódio da dissolução da Assembleia da República em 2021 - embora, aparentemente, não entendendo o sentido que o autor quis dar-lhe, ao chamá-lo para o atual contexto.
E, para "orientar" o leitor preguiçoso, que se fique pelas "gordas" e não queira ler o texto todo, a edição em papel do "Público" faz um destaque enganador, na citação e na fotografia "grave", como se o único destinatário dos "recados" fosse António Costa. Irra!
Não costumo publicar aqui textos "fechados" (e eu pago a minha assinatura do "Público"). Mas, desta vez, o jornal merece que não se respeitem os seus direitos e se apele a que, no futuro, execute um jornalismo mais responsável.
E, já agora, quero dizer que lamento muito que uma figura com a experiência política e o estatuto institucional de Eduardo Ferro Rodrigues, que este texto bem revela, não tenha assento no Conselho de Estado. A sua voz poderia fazer a diferença, neste tempo de grande exigência democrática.
7 comentários:
Muito obrigada.
Tenho algumas reticências. Sendo uma personalidade inteligente revelou de vez em quando derivas radicais. Mas tem muito mais experiência política do que alguns que lá estão até da mesma área. Sampaio da Nóvoa o que faz ele lá. E já agora que faz lá Lobo Xavier? Representa a área do CDS?
O jornal "Público" faz, objetivamente,parte do jornalismo de intoxicação. Tem vindo a desenvolver um projeto informativo com forte agenda política, quer na forma e na edição quer na escolha do "comentariado".
É absolutamente necessário vir a público denunciar este jornalismo de "pacotilha".
Não percebo este texto.
O que é "o on-line do jornal"? É a sua edição na internet?
E como é que "a edição em papel faz um destaque enganador"? Então o artigo não está todo ele publicado na edição em papel? Para que é que essa edição precisa de fazer um destaque?
O Francisco, ao publicar um post, deveria explicar o seu contexto e os termos que utiliza.
Aparentemente o nosso caro Luis Lavoura é de parecer que os textos sejam apresentados com uma contextualização e uma explicação dos termos que ocupem um grosso volume da postagem, em que no fim acabe por ser o texto a adornar todas as explicações e portanto o todo dedicado a gente com algumas limitações de compreensão.
Nota- "O que é "o on-line do jornal"? É a sua edição na internet?" é bem visto, um momento de humor.
Todos os jornais (do mundo, acrescento) fazem, neste momento, parte do jornalismo de intoxicação.
Claro que se não gostarmos do que dizem vemos a situação de uma maneira e se gostarmos a vemos de outra.
Acharmos que uns são mais objectivos que outros só porque nos apraz o que eles dizem não se enquadra cá na minha maneira de estar.
Mas também é verdade que eu nunca fui do Benfica nem do Sporting, fui de um pequeno clube que já não existe e até isso ajuda a ver o mundo de outro modo, por estranho que pareça.
Ferro Rodrigues não está no Conselho de Estado porque Carlos César quis o lugar.
Mas quem é Carlos César ...
Enviar um comentário