A panorâmica vista apartir do castelo é deslumbrante quando o tempo o permite. Um dos pontos longínquos é a Península de Tróia. Contrariamente ao que eu me referi antes, neste fim de semana o tempo não convida de todo. Apesar de tudo desejo-lhe um bom fim de semana.
Pois eu almocei ali à esquina com minha mulher, depois fui acertar os pormenores da aquisição de um carro com alguns anos e poucos quilómetros para um neto (ele paga mas não está cá, delegou aqui nos cotas), a seguir passei pela minha oficina a combinar ír lá pô-lo um dia destes para uma confirmação geral e acabei enfiado nos engarrafamentos do fim da tarde de 6ª feira em Lisboa, para ír à Alta de Lisboa buscar um aspirador-robot de piscinas encomendado há um mês e um aspirador-soprador de folhas que é o que dá ter árvores exóticas no jardim. Isto tudo entre as 14 e as 19 horas, quando não tenho qualquer dúvida que estava muito melhor na Pousada de Palmela. É a vida, de facto!
Como nota final lamento desiludir alguém mas, sendo a água um mineral, está sempre nova após um simples tratamento a que eu próprio me dedico e dura bem 6 ou 7 anos sem problemas. Para compensar tomo menos vezes banho.
Isto dos carros em 2ª mão (ou em 3ª ou em 4ª), com alguns anos certos e com poucos quilómetros incertos obriga a algumas precauções, como está bem de ver. Mesmo que se esteja a fazer o negócio com alguém que se conhece isso pouco nos diz se não andámos nunca de carro com ele a guiar, já aqui contei o que fiz para fugir de adquirir um carro que um grande amigo meu só me queria vender a mim e que eu só não queria comprar a ele, péssimo condutor.
Os sinais exteriores enganam muito, a pintura pode estar preservada por ser de garagem e o interior estar estragado porque os filhos ou os netos andavam lá aos pulos e a comer gelados e bolachas todo o dia. Ou então a pintura estar estragada porque o carro vivia na rua, sem grandes cuidados, debaixo de árvores cheias de passarada com problemas intestinais e os interiores estarem preservados porque as pessoas são como o meu Pai era , que dizia que andava dentro do carro e não fora do carro.
Hoje em dia, com as inspecções periódicas obrigatórias, as pequenas questões estão normalmente resolvidas senão o carro “não passa” ou então “passa” com um ano de “sursis”, já as grandes questões nem por isso porque ninguém vai dar uma volta ao quarteirão com ele e umas bombadas na embraiagem e no travão e um manusear da alavanca das mudanças parece-me curto. Como excepção estará o alinhamento da direcção verificado na inspecção mas, mesmo esse, é discutível. Tive um carro que, talvez por força de um desnível do terreno onde o arrumava habitualmente durante anos, acabou a ter problemas de cambagem (ou camber) que tem a ver com a perpendicularidade da roda em relação ao solo. Ora na inspecção apareceu como mau alinhamento, fui fazê-lo e tudo na mesma, houve que ir um pouco mais longe (não sei onde, o mecânico não me quis contar e eu sei que há coisas que é melhor mantermo-nos na ignorância, mas ficou bom).
No entanto o problema maior é a falsificação da quilometragem que, ao contrário do que muita gente julga, não desapareceu com a passagem ao “digital” do odómetro (conta-quilómetros para os amigos, não confundir com velocimetro). Se o carro não tem manual de revisões em dia por qualquer razão (aquele em que faço uns 1500 kms por ano e só muda o óleo não tem, só tem as facturas do óleo e dos filtros que convém mudar também), pode-se sempre recorrer ao sistema oficial das IPO para conhecer o histórico mas muita gente não estará para isso (e nada o garante, pelas razões acima expostas).
Isto para chegar àquilo que, com pouquíssimas excepções, nunca mente sobre os quilómetros que o carro tem e por que caminhos o levaram: o estado do chassis. Qualquer boa oficina de automóveis tem lá gente que basta olhar para ele para nos desvendar toda a verdade. Muitos dirão que isto tudo já sabem, outros aproveitarão alguma coisa e eu estive entretido até me sentar à mesa. Bom proveito para mim próprio.
Como observação final, mesmo o carro com 20 anos teve lá escarrapachado há tempos que tinha que ir substituir os calços dos travões, aquilo tem um "fiozinho" que parte quando a espessura do calço atinge o valor "de segurança" e, cada vez que se liga o carro, aparece e berra. Na inspecção obrigatória anual era corrido a pontapé se aparecesse lá assim.
Um grande amigo meu telefonou-me de Avignon com a versão modificada por ele de uma "comptine pour enfants" bem conhecida.
Segundo ele não será já "Sur le pont d'Avignon, On y danse tous en rond" mas sim "Sur le pont d'Avignon, On se bouscule comme des cons".
A versão original não era "sur le pont" mas sim "sous le pont" porque a dita ponte era demasiado estreita para se dançar a farandole ou a sarabande. Agora nem "sur" nem "sous".
Como estou a ouvir Léo Ferré é altura para pôr a questão: "Est-ce ainsi que les hommes vivent?".
Pelos vistos agora é mais "Sur le pont d'Avigon, on y danse tous les deux cents" (ou talvez "tous les deux milliers"), perde-se muito em romantismo mas alguma coisa se ganhará em convivência, nem que sejam umas valentes nódoas negras.
7 comentários:
A panorâmica vista apartir do castelo é deslumbrante quando o tempo o permite. Um dos pontos longínquos é a Península de Tróia.
Contrariamente ao que eu me referi antes, neste fim de semana o tempo não convida de todo. Apesar de tudo desejo-lhe um bom fim de semana.
Pois eu almocei ali à esquina com minha mulher, depois fui acertar os pormenores da aquisição de um carro com alguns anos e poucos quilómetros para um neto (ele paga mas não está cá, delegou aqui nos cotas), a seguir passei pela minha oficina a combinar ír lá pô-lo um dia destes para uma confirmação geral e acabei enfiado nos engarrafamentos do fim da tarde de 6ª feira em Lisboa, para ír à Alta de Lisboa buscar um aspirador-robot de piscinas encomendado há um mês e um aspirador-soprador de folhas que é o que dá ter árvores exóticas no jardim.
Isto tudo entre as 14 e as 19 horas, quando não tenho qualquer dúvida que estava muito melhor na Pousada de Palmela.
É a vida, de facto!
Como nota final lamento desiludir alguém mas, sendo a água um mineral, está sempre nova após um simples tratamento a que eu próprio me dedico e dura bem 6 ou 7 anos sem problemas.
Para compensar tomo menos vezes banho.
Isto dos carros em 2ª mão (ou em 3ª ou em 4ª), com alguns anos certos e com poucos quilómetros incertos obriga a algumas precauções, como está bem de ver.
Mesmo que se esteja a fazer o negócio com alguém que se conhece isso pouco nos diz se não andámos nunca de carro com ele a guiar, já aqui contei o que fiz para fugir de adquirir um carro que um grande amigo meu só me queria vender a mim e que eu só não queria comprar a ele, péssimo condutor.
Os sinais exteriores enganam muito, a pintura pode estar preservada por ser de garagem e o interior estar estragado porque os filhos ou os netos andavam lá aos pulos e a comer gelados e bolachas todo o dia.
Ou então a pintura estar estragada porque o carro vivia na rua, sem grandes cuidados, debaixo de árvores cheias de passarada com problemas intestinais e os interiores estarem preservados porque as pessoas são como o meu Pai era , que dizia que andava dentro do carro e não fora do carro.
Hoje em dia, com as inspecções periódicas obrigatórias, as pequenas questões estão normalmente resolvidas senão o carro “não passa” ou então “passa” com um ano de “sursis”, já as grandes questões nem por isso porque ninguém vai dar uma volta ao quarteirão com ele e umas bombadas na embraiagem e no travão e um manusear da alavanca das mudanças parece-me curto.
Como excepção estará o alinhamento da direcção verificado na inspecção mas, mesmo esse, é discutível.
Tive um carro que, talvez por força de um desnível do terreno onde o arrumava habitualmente durante anos, acabou a ter problemas de cambagem (ou camber) que tem a ver com a perpendicularidade da roda em relação ao solo.
Ora na inspecção apareceu como mau alinhamento, fui fazê-lo e tudo na mesma, houve que ir um pouco mais longe (não sei onde, o mecânico não me quis contar e eu sei que há coisas que é melhor mantermo-nos na ignorância, mas ficou bom).
No entanto o problema maior é a falsificação da quilometragem que, ao contrário do que muita gente julga, não desapareceu com a passagem ao “digital” do odómetro (conta-quilómetros para os amigos, não confundir com velocimetro).
Se o carro não tem manual de revisões em dia por qualquer razão (aquele em que faço uns 1500 kms por ano e só muda o óleo não tem, só tem as facturas do óleo e dos filtros que convém mudar também), pode-se sempre recorrer ao sistema oficial das IPO para conhecer o histórico mas muita gente não estará para isso (e nada o garante, pelas razões acima expostas).
Isto para chegar àquilo que, com pouquíssimas excepções, nunca mente sobre os quilómetros que o carro tem e por que caminhos o levaram: o estado do chassis.
Qualquer boa oficina de automóveis tem lá gente que basta olhar para ele para nos desvendar toda a verdade.
Muitos dirão que isto tudo já sabem, outros aproveitarão alguma coisa e eu estive entretido até me sentar à mesa.
Bom proveito para mim próprio.
Como observação final, mesmo o carro com 20 anos teve lá escarrapachado há tempos que tinha que ir substituir os calços dos travões, aquilo tem um "fiozinho" que parte quando a espessura do calço atinge o valor "de segurança" e, cada vez que se liga o carro, aparece e berra.
Na inspecção obrigatória anual era corrido a pontapé se aparecesse lá assim.
A propósito de fim-de-semana algures.
Um grande amigo meu telefonou-me de Avignon com a versão modificada por ele de uma "comptine pour enfants" bem conhecida.
Segundo ele não será já "Sur le pont d'Avignon, On y danse tous en rond" mas sim "Sur le pont d'Avignon, On se bouscule comme des cons".
A versão original não era "sur le pont" mas sim "sous le pont" porque a dita ponte era demasiado estreita para se dançar a farandole ou a sarabande.
Agora nem "sur" nem "sous".
Como estou a ouvir Léo Ferré é altura para pôr a questão:
"Est-ce ainsi que les hommes vivent?".
Manuel Campos
E eu que sempre cantei "Sur le pont d'Avigon, on y danse tous les deux"?? É a minha versão mais romântica :)
Flor
Gosto muito dessa sua versão.
Pelos vistos agora é mais "Sur le pont d'Avigon, on y danse tous les deux cents" (ou talvez "tous les deux milliers"), perde-se muito em romantismo mas alguma coisa se ganhará em convivência, nem que sejam umas valentes nódoas negras.
Manuel Campos
;)
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