Os potenciais compradores da TAP devem estar a esfregar as mãos de contentes com o facto da Comissão de Inquérito já há muito ter deixado de ser sobre a indemnização a Alexandra Reis (lembram-se?) e ter passado a ser uma espécie de bar aberto para o "voyeurisme" público sobre tudo o que, de perto ou de longe, se ligue à companhia. Cada incidente que ali cai é mais um desconto na fatura final do encaixe de capital.
9 comentários:
E ainda falta analisar em toda a sua profundidade as declarações que nos chegaram no passado dia 28 (cito o "Observador"):
"Se for uma Iberia a comprar a TAP, mais vale arrumar as botas", avisa presidente da comissão do novo aeroporto.
Curiosa frase, com "uma" e com um par de "botas".
Lá tenho que repescar o Alfred Capus
Será assim ?
Repare que "a origem de todos os males" sairá com a venda/privatização.
Lamento mas não é "cada incidente que ali cai...mais um desconto". Os descontos advêm do comportamento da garotada, repito garotada, implicada
Portanto, de acordo com o Francisco, a culpa da desvalorização da TAP é de haver uma Comissão de Inquérito e de essa comissão ter um âmbito de inquérito demasiadamente alargado.
Eu diria que a culpa da desvalorização é da forma como o Governo malgovernou a TAP e destratou a Comissão. Erros:
(1) O Governo não se apercebeu de que Alexandra Reis era uma gestora pública e que, como tal, não podia ser indemnizada segundo um acordo feito entre duas sociedades de advogados mais ou menos manhosas.
(2) O Governo permitiu-se, através de um secretário de Estado, sugerir à administração da TAP que mudasse um vôo para agradar ao Presidente da República.
(3) O Governo nomeou para presidir à TAP um indivíduo, Manuel Beja, que somente lá fazia papel de corpo presente (ou ausente), auferindo entretanto um salário principesco, pago a expensas dessa infeliz empresa pública.
(4) O Governo despediu a CEO da TAP, a qual estava a fazer um bom trabalho, sem qualquer causa e de uma forma (pela televisão!) humilhante, pelo que terá que lhe pagar uma indemnização choruda.
(5) O Governo fez reuniões com a CEO da TAP para combinar com ela sobre as respostas (verdadeiras, falsas, ou manipuladas) que ela deveria dar à Comissão.
(6) O novo secretário de Estado das Infraestruturas herdou os assessores do seu antecessor, sem se assegurar de que eram as pessoas que mais se apropriavam aos seus gostos.
(7) Depois despediu uma dessas pessoas de uma forma tão ou mais humilhante como o Governo anteriormente tinha despedido a CEO da TAP.
Ainda pode ter emenda, desde que se ponha num superministério como o da infraestruturas um tecnocrata competente, uma vez que parece não haver políticos competentes.
A Comissão de Inquérito (CI) nunca foi sobre a indemnização. Os interessados na mesma sabiam que, com os poderes que lhe são conferidos, iam poder escancarar o funcionamento da TAP mas principalmente do Governo. Gostaria de saber qual a organização, seja que de natureza for, que não tem os seus "podres". Vejam por exemplo as eleições nos partidos e a histórias dos pagamentos de quotas para votar em eleições internas. Pessoas incompetentes, que dizem o que não devem, que fazem o que não devem, estão por todo o lado. Sejam Governos, empresas, partidos, o que queiram.
E se do mesmo modo se deveria esperar de quem se ocupa da governação, comportamentos dignos, dos deputados que fazem parte da CI, também. Seja do Senhor Pereira do PS, seja do Senhor Blanco da IL, seja do Senhor Carneiro do PSD. A CI é tudo menos uma CI. Alguns dos deputados já devem ter esquecido qual o seu objeto. E ninguém procura preservar os interesses da TAP.
O bicho Homem gosta mesmo de espreitar pelo buraco da fechadura e cuida logo de dar suma importância a tudo o que vê, mesmo que pouco interesse tenha.
Vai ser um belo "deal" para o comprador, vai.
Se há coisa que despsreceu dos radares dos media, dos políticos e das opiniões publcss em todo mundo, é a ideia do interesse nacional
Fernando Neves
qual indemnização?
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