sábado, março 23, 2024
... e depois há os factos
O atentado de Moscovo, como é da regra destas coisas, leva a que quem já tem as ideias feitas, à luz dos seus desejos e ideologia, corra a adaptar os factos a elas. Isto é tão válido para as acusações à Ucrânia como para as imputações aos serviços secretos russos. É a vida!
"... pero que las hay!"
Feitas as apresentações e as primeiras conversas, passou-se à mesa. Naquela em que fiquei estava sentado um engenheiro que trabalhava, há já muitos anos, em Brasília, na área científica. Perguntei-lhe onde tinha concluído o curso de Engenharia. No Porto, onde tinha nascido, disse-me. Para aligeirar a conversa, contei que, também eu, tinha iniciado o curso de Engenharia Eletrotécnica na universidade do Porto. Sem grande sucesso: tinha feito apenas duas cadeiras. Rimo-nos da coincidência. E passámos adiante.
A conversa lá andou e, aí pela sobremesa, o engenheiro, a propósito de eu ter referido que era de Vila Real, disse-me que, no seu primeiro ano do curso, tinha tido como colega um tipo de Vila Real, com quem chegara a estudar no café Bela Cruz, à chegada ao Castelo do Queijo. Já não se lembrava do nome dele. Tem graça, comentei, por esse tempo eu costumava ir namorar aos fins de semana para o Bela Cruz, com a minha mulher, que ali estava também na mesa, e, curiosamente, eu também por lá tinha estudado com um amigo, cujo nome me tinha passado, que sabia que morava ali perto, na Foz. "Eu morava na Foz", referiu o engenheiro.
Afinámos datas: ambos tínhamos entrado no mesmo ano, para a mesma faculdade. Os nossos professores? Os mesmos: Vasco Teixeira, Arala Chaves, etc. Num instante, por outros pormenores cruzados, concluímos: ele era o meu amigo da Foz, eu era o amigo de Vila Real com quem ele chegara a estudar. Ele estudara um pouco mais do que eu, bem entendido! Exatamente 40 anos depois, tinhamo-nos reencontrado, nessa noite de Brasilia. E, desde essa hora, reatámos uma magnífica amizade, até hoje.
Há dias, na data das eleições, numa aparição no Facebook, lá o descortinei, civicamente ativo, barba branca à maneira, com o sorriso bom de sempre, na mesa de voto de Brasília, ao lado de outros amigos. Mas toma atenção, Manel, tens de fazer uma dietazita! Um imenso e transatlântico abraço para ti.
quinta-feira, março 21, 2024
Foi assim
Nas hostes socialistas, o ambiente era de alguma desilusão. Depois de uma década de "cavaquismo", em que a esquerda penara a bom penar, refugiada em Macau e em algumas autarquias, já a escassa vitória de Guterres, em minoria, em 1995, se bem que muito saborosa, tinha obrigado a recolher as ambições de moldar algumas políticas públicas ao programa do PS. Esse esforço de contenção de despesas, para conseguir atingir as metas para a entrada no euro, tinha desagradado a muita gente do PS. O resultado da eleição de 1999 ameaçava agora prolongar o "aperto do cinto".
Naquela noite de 1999, o João Paulo Bessa, um arquiteto (ele gosta de "arquitecto", com "c") que vive para o rugby e para as coisas desportivas em geral, entrou, façanhudo, no "Procópio".
Na "mesa dois", o Nuno Brederode dos Santos filosofava cenários, em frente ao whisky. Recém-reconduzido como secretário de Estado, eu ia alimentando, em voz alta, a narrativa oficial de que, infelizmente, haveria que evitar aumentar o défice, controlando, por essa via, a forte dívida pública. Havia, por isso, a necessidade de continuar a limitar despesas, em algumas áreas, mesmo que incumprindo, aqui ou ali, com algumas promessas eleitorais.
Foi então que a voz do João Paulo, sentado num daqueles bancos aveludados a vermelho, recostado no varandim de madeira, de costas para o bar, explodiu, julgo que desta forma: "Porra, pá! Estivémos dez anos a sofrer as políticas 'dos gajos', sem nada poder fazer. Em 95, lá saiu o Cavaco mas vocês disseram logo: 'Ah! Pois é! Mas não se pode fazer nem isto nem aquilo'. E nós, durante estes quatro anos, a ver o tempo a passar e as coisas a não se fazerem. Agora, o PS continua a governar, mas volta a não ter maioria e, mais uma vez, o teu governo vem dizer que continua a não se poder fazer o que foi prometido. Eh, pá! Explica lá quando é se pode fazer alguma coisa! Primeiro era o Cavaco com as políticas do "Pê-pê-dê", agora é o Guterres com os cuidados para o euro. Porra, pá! Mas, afinal, quando é que se cumpre o programa do PS?"
Não sei o que respondi ao João Paulo Bessa, comigo feito "situacionista", eu que até nem era do partido, nessa noite de 1999. A minha memória não cobre as conclusões desse debate, tido num lugar onde, como alguns diziam, alguns aculturavam "a via alcoólica para o socialismo". Só sei que, na noite de ontem, na mesma "mesa dois", já com o Nuno ali só em saudade, recordei ao João Paulo aquele episódio. E rimos todos um pouco, embora, para os ocupantes da "dois", o tempo esteja, por estes dias e noites, mais para sorrisos amarelos.
Estranho?
Sou só eu que acho normal que o Presidente da República indigite Luís Montenegro a tempo de ele poder estar presente, usufruindo já dessa qualidade, na reunião do Partido Popular Europeu, que, tal como o homólogo grupo socialista, reune sempre antes dos Conselhos Europeus?
quarta-feira, março 20, 2024
O desastre, visto da Suíça
Foi há já uns bons anos. Lembro-me como se fosse hoje. Noé Monteiro, correspondente da RTP na Suíça, entrevistava um casal de portugueses ali residentes. O tema eram as preferências na programação da própria estação. A certa altura, o jornalista perguntou à filha do casal, uma criança que, recordo, teria menos de 10 anos: "E tu, o que é que gostas mais de ver na televisão?". A miúda não hesitou: "Os desastres".
Ao ver o resultado da votação dos nossos emigrantes na extrema-direita, na Suíça, lembrei-me que, se calhar, essa (hoje) senhora pode ter votado por lá e deve agora apreciar o desastre a que ajudou por cá.
terça-feira, março 19, 2024
"Duas ou três coisas..."
Guilherme Oliveira Martins publica, na edição de hoje do "Diário de Notícias", o seguinte artigo, com o título de "Duas ou três coisas..."
Os bezerros
Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional francesa, foi presidente do respetivo Grupo de Amizade com o nosso país. A sua disponibilidade para tudo quanto fosse do interesse português era permanente e algumas vezes abusei dela para superar alguns obtáculos. Ficámos bastante amigos e muitas vezes almoçámos em Paris. Morreu em 2019, com 77 anos.
segunda-feira, março 18, 2024
Ainda Caminha
Saudade das laranjas
domingo, março 17, 2024
Nuno Júdice (1949-2024)
Poema
pava da Vida e do movimento inumerável dos objectos batidos
pelo vento, afirmei que a Poesia me acompanhava.
Como se a Poesia fosse algo que eu nomeasse fisicamente… que tocasse…
E ao constatar uma impossibilidade objectiva, fiz uma experiên-
cia que a confirmou definitivamente: li tudo o que tinha escrito.
Foi como se não tivesse lido nada. Sem me dar conta sequer
de um estilo, de uma gramática, da própria língua… Foi
como se não soubesse ler.
Ao apresentar a narrativa exacta do que aconteceu, descubro
que também aqui não tenho nenhum objectivo, nenhum
pretexto, nenhum facto que justifique o poema. Mas ele
existe apesar disso. E é por isso mesmo que, sem arte
poética e sem argumentos, o apresento e mantenho.
sábado, março 16, 2024
"Potências"
Queixamo-nos com razão dos americanos e do seu paternalismo sobre a Europa mas, em termos de conflitos existenciais, eles sempre foram e continuam a ser, no ocidente, os adultos na sala. A bravata e o jingoísmo das "potências" que só existem "by default" chega a ser patético.
Caminha
Geral
"Eleições"
É estranha a iliteracia política que atravessa a nossa comunicação social: apresenta-se a "eleição" presidencial russa como se aquilo fosse um genuíno escrutínio, com liberdade de apresentação e promoção de candidaturas. Só falta levarem a sério as percentagens que aparecerem!
Passaram-se?
Pode compreender-se a tentação de usar os fundos russos congelados para beneficiar a Ucrânia. Mas será que os países ocidentais já pensaram bem naquilo em que se estão a meter? Quem é que, do "outro lado", confiará no futuro nos bancos "de cá"?
Eu e o Chega
A comunicação social portuguesa continua vidrada no Chega. Eu, se fosse do Chega, andaria satisfeitíssimo. Mas também é verdade: se se desse o caso de eu ser do Chega, nunca passaria o menor cartão a mim mesmo.
Brasíu
Sugeriria que dessem uma olhada ao cruzamento das declarações dos chefes militares brasileiros sobre o ambiente nas hostes bolsonaristas, na transição de presidentes em 2022/2023. O golpe esteve bem próximo.
sexta-feira, março 15, 2024
Que lata!
É extraordinário o tropismo colonial dos EUA no Médio Oriente: Blinken manda "bitaites" sobre as escolhas de pessoal da Autoridade Palestina, Biden dá "palpites" sobre a necessidade de novas eleições em Israel. "Mind your own business" é uma expressão anglo-saxónica, não é?
Limites
O PSD tem um grande desafio à sua frente: tentar esvaziar o balão do Chega e trazer de volta, para a direita democrática, muitos dos votos que a extrema-direita captou. O PS não deve atrapalhar esta "manobra", mas não se lhe peça um "harakiri" político.
quinta-feira, março 14, 2024
Falar de um livro
quarta-feira, março 13, 2024
Pong
A obsessão anti-chinesa faz com que os Estados Unidos se disponham a proibir o TikTok. Um destes dias, lá vai o Ping-Pong à vida...
"E então o...?!
Fiquei hoje a saber que o conceito de "whataboutism" que, em Portugal, se pode traduzir por "Ai é?! E então o...?, em Espanha se consagra na expressão "Y tú más!".
Gaza
Os governos parece terem que "acordado" para a tragédia de Gaza, mas apenas quando perceberam que o estado de graça de Israel começava a diluir-se, devem um pedido de desculpas pelos muitos milhares de civis palestinos mortos, perante o seu miserável silêncio ou os tíbios conselhos de "contenção" a Tel-Aviv.
Guerra é guerra
Embora alguns achem que não, é óbvio que é legítimo haver diferentes posições sobre a guerra na Ucrânia. O que me parece bizarro é alguém considerar que, tendo tropas russas no território que o direito internacional reconhece como seu, a Ucrânia não possa atacar território russo.
As velhas duas Espanhas
A quantos anotam as clivagens partidárias e o radicalismo na política portuguesa eu recomendaria que atravessassem (mesmo que virtualmente) o Caia e fossem observar a violência dos confrontos em Espanha. As "duas Espanhas" teimam em não desaparecer e isso não é nada bom.
O muro da vergonha
A cobarde agressão "mural" a Tiago Moreira de Sá nas paredes da Universidade Nova de Lisboa revela que, meio século depois do 25 de Abril, o espírito de tolerância democrática ainda não consegue prevalecer no seio da sociedade portuguesa.
Macronices
Macron está a assumir um perigoso protagonismo "guerreiro" na questão ucraniana, dando-se ares de líder de uma Europa que não lhe deu mandato para tal. É um jogo ridículo, por óbvias razões de política interna, que pode ter graves consequências para a segurança do continente.
terça-feira, março 12, 2024
Palestra e debate
A Sociedade de Geografia de Lisboa é um belíssimo e histórico espaço no centro de Lisboa, infelizmente não tão conhecido como deveria. É sempre com muito agrado que por lá vou, de quando em quando, abordar alguns temas de natureza internacional.
segunda-feira, março 11, 2024
Meia dúzia e tal de "takeaways"
Afinal, só soube hoje...
Na noite de ontem, estive a rever o "West Side Story", passei depois a ouvir Mahler na Mezzo e acabei a noite a ler os emocionantes episódios da queda da Pide, no novo livro da Irene Pimentel. E fui-me deitar.
Hoje, depois de acordar, soube o resultado eleitoral: sem stress e sem angústias.
O país tem sempre aquilo que merece. Às vezes, ficamos tristes com a sua decisão. Mas foi para isto, para ter um futuro imediato comandado pelo voto, que fizemos o 25 de Abril. E tenho sempre o imenso prazer de saber que este meu plural não é majestático.
domingo, março 10, 2024
Cada um é como é
sábado, março 09, 2024
À conversa
sexta-feira, março 08, 2024
Memórias da minha quinta
Foi na passada quinta-feira. Um recém-chegado embaixador estrangeiro em Lisboa quis ouvir-me sobre a política doméstica. Bem cedo, por mais de uma hora, pequenalmoçámos com calma, na conversa. Saí dali para fazer o podcast em vídeo "A Arte da Guerra", mais de meia hora de conversa sobre temas internacionais, com o jornalista António Freitas de Sousa, um exercício semanal para o site do "Jornal Económico", que agora entrou no seu quarto ano de edição. Passei depois a um divertido almoço de amigos no Pátio Bagatela: conversa solta, sem agenda, num grupo de onde já se foram o José Carlos Serras Gago, o António Dias, o António Silva e o José Manuel Galvão Teles. Parti dali para um mano-a-mano com três outros antigos Secretários de Estado dos Assuntos Europeus, no Instituto Universitário Militar, onde revisitámos as quatro presidências portuguesas das instituições comunitárias, no lançamento de um livro em que colaborámos. Depois, foi tempo de ir prestar homenagem, na gare marítima de Alcântara, ao António-Pedro Vasconcelos, que agora se nos foi desta vida. A partir das vinte, na Gulbenkian, durante duas horas, deliciei-me com 1ª de Mahler, entre outras peças. Com a chuva pesada, foi difícil chegar a tempo à CNN, lá para Queluz, para meia hora de debate animado sobre a Ucrânia. Acabei arriscando: encontrei estacionamento para conseguir ainda ir cear um bife ao Snob. Não há muitos dias assim ocupados, mas ainda há alguns.
quinta-feira, março 07, 2024
Céus!
quarta-feira, março 06, 2024
APV
terça-feira, março 05, 2024
Coisas com graça
segunda-feira, março 04, 2024
Alentejo
domingo, março 03, 2024
Confissão de um sportinguista atípico
Ao ver a abada do Porto ao Benfica é que eu concluo que sou um sportinguista atípico. Uma derrota copiosa do Benfica não me "excita" por aí além. Não sou anti-benfiquista nem anti-portista nem anti-Cascalheira! Isso seria dar-lhes demasiada importância. Eu sou é pelo Sporting!
"Pairing"
A notar
O país anotará a expressão da rejeição, por parte de todas forças políticas, face ao ato praticado por um energúmeno, em Guimarães, contra a caravana do PS. E, naturalmente, não espera menos do que aquilo que foi dito aquando do episódio da tinta na cabeça de Luís Montenegro.
Leão perplexo
O meu obrigado
Hoje, após ter votado por antecipação, disse aos membros da mesa de voto: "Muito obrigado pelo vosso trabalho". Recebi de volta sorrisos de agrado. O meu gesto foi muito sincero. A democracia deve àquelas pessoas um reconhecimento pela sua desinteressada dedicação cívica.
sábado, março 02, 2024
sexta-feira, março 01, 2024
Assim, é difícil...
Alguém quer tramar Luís Montenegro: primeiro trouxeram Cavaco, depois veio Passos, agora chega Barroso. Coitado do homem! Ele bem tenta dar a ideia de que quer um tempo novo, mas assim é difícil!
A grande sondagem
Com o aproximar do dia das eleições, como é de regra, os dois principais partidos vão chegar em "empate técnico" nas sondagens, que caberá aos eleitores desfazer. Há, contudo, uma área onde isso não acontece: nos comentadores televisivos. Aí há "maioria absoluta" para a direita.
As estrelas
Não soube bem o que dizer-lhe. Apenas sabia o que tinha lido e as informações de amigos que haviam estado naquela festa, para a qual eu, simpaticamente, também tinha sido convidado, mas a que a vida não permitiu que estivesse presente.
Do que ouvi, terá havido alguma frustração pelo facto de, uma vez mais, a nenhum restaurante português terem sido atribuídas as "três estrelas", consagração de entrada no olimpo internacional da gastronomia. Quem sabe destas coisas diz-me que há restaurantes portugueses já dignos dessa classificação.
Houve entretanto novas entradas, várias justas confirmações e muito escassas saídas - das listas das "duas estrelas" e de "uma estrela". E o guia terá anotado e passado a recomendar algumas novas mesas portuguesas, fora do mundo das "estrelas".
Qual é a minha opinião sobre tudo isto?
Com a maior sinceridade, acho excelente que o Guia esteja a reconhecer o extraordinário trabalho dos profissionais portugueses, que têm feito um esforço para captar, com a sua oferta gastronómica de excelência, um turismo de maior qualidade. Portugal está já nas rotas da grande restauração e isso é uma excelente notícia.
Não me peçam, contudo, para opiniar sobre as escolhas feitas pelo Guia, sobre a justiça ou injustiça relativa da seleção feita pelos seus inspetores. Infelizmente, desconheço muitos dos restaurantes "estrelados", embora tenha informações sobre muitos deles, aliás quase sempre muito positivas, como positivas foram, em geral, as minhas experiências naqueles que tive o ensejo de experimentar.
Contudo, confesso, o preço praticado na maioria dessas casas - por razões que são facilmente compreensíveis, ligadas à qualidade excecional dos produtos, ao grande investimento feito, aos salários praticados, ao serviço qualificado e a outros componentes que têm de se refletir no saldo final da conta - continuam a limitar a regularidade das minhas visitas. Ora, em matérias de restaurantes, eu só me pronuncio sobre aquilo de que tenho experiência pessoal direta. E, na realidade, o mundo da alta cozinha, do "fine dining", não faz parte do meu dia a dia, e só muito raramente das minhas noites.
quinta-feira, fevereiro 29, 2024
Lembrar
Sabiam que, no velho Estado Novo, quem tivesse sido condenado por crimes políticos podia não ser solto no final da pena? A polícia podia recomendar "medidas de segurança", atenta a perigosidade do preso, sem limite de renovação. Qual era a diferença disto face a prisão perpétua?
Os das perceções
A "perceção de insegurança" é um instrumento populista que equivale a essa falcatrua regularmente explorada por demagogos que é a "perceção de corrupção". A única medida justa, num como no outro caso, são as estatísticas das condenações. Mas isso não dá jeito nem títulos!
quarta-feira, fevereiro 28, 2024
Olha a NATO!
O coração racista da Europa
"A Última Fronteira" é um livro acabado de publicar por André Carvalho Ramos, constituído por histórias que recolheu no terreno das suas reportagens e viagens, ao longo dos últimos oito anos.
É um livro sobre refugiados e migrantes que nos revela que a Europa reserva, a quem a procura em busca de soluções de vida, uma atenção diferenciada em função da origem étnica dessas mesmas pessoas. Este livro é um manifesto escandalizado perante aquilo que é uma verdadeira discriminação. Para simplificar, depois de ler este livro, arrisco poder afirmar: a Europa pratica um objetivo racismo nas suas políticas de acolhimento. É importante que isto se saiba. André Carvalho Ramos fez bem em denunciá-lo.
Escapa-me o nome...
Há uma figura proeminente dentre os candidatos a estas eleições que, de cada vez que a sua cara aparece numa imagem, provoca em mim a lembrança de que, um destes dias, tenho de mudar de carro.
Na baixa
A facilitação das baixas médicas, por declaração do próprio, é uma medida demagógica e infeliz. Vejam-se os números. Nos empregos, quem ficar a fazer o trabalho dos que usam fraudulentamente a medida deve sentir-se injustiçado e, no limite, será tentado a fazer o mesmo.
Ah! Pois é!
Como sportinguista, aguardo com ansiedade uma reação do meu clube, que denuncie a torpe e subliminar insinuação subjacente ao uso de tinta verde na agressão a um político. Pergunto-me se, afinal, por detrás daquela lata de tinta, não poderão estar outras cores. Investigue-se!
O trapézio voador
Daqui até dia 10 de março ainda é uma eternidade. Todos os dias surge um evento disruptor: são os "ratés" feitos tiros contra o Chega, é Passos Coelho sobre a imigração, é o renascer da proibição do aborto, é a tinta sobre Montenegro. Amanhã o que será? Há mais circo do que pão.
La France !
Macron "fez peito" e disse que não é de excluir o envio de tropas para a Ucrânia. Dado que a França, com todo o seu poderio, é apenas o 8° ou 9° dador militar bilateral à Ucrânia, talvez fosse de começar por enviar material antes de pensar mandar tropas.
Ativista
"Ativista" é o novo nome para qualificar um delinquente cuja ação, delituosa ou criminosa, isto é, sempre cometida à margem da lei, tem uma natureza pública que vai com o "ar do tempo". Ah! E, às vezes, até conhecemos pais!
Hélder
O escritor reuniu agora em livro, numa bela edição da Caminho, um conjunto de crónicas que, ao longo de anos, publicou no JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias. "Pretextos" chama-se o livro.
Congregados pela professora Margarida Calafate Ribeiro, um grupo de amigos e fiéis leitores de Hélder Macedo, nos quais me incluo, esteve ontem no Palácio Galveias a testemunhar o lançamento desta obra. E, no meu caso, tal como no de três outros amigos do Hélder, a ler para a audiência extratos destas suas crónicas.
Pazes
O Bartoon de hoje, no Público, interroga-se, com razão, sobre se a presença de Passos Coelho no comício do PSD (AD é um pseudónimo) será a melhor maneira de Montenegro poder ter êxito no seu objetivo de "fazer as pazes" com os pensionistas.
terça-feira, fevereiro 27, 2024
Macron va-t-en guerre!
segunda-feira, fevereiro 26, 2024
Mistério
Há para mim um mistério na campanha do PS: por que não recorda as mais marcantes intervenções do então líder parlamentar do PSD, ao tempo do governo de coligação PSD / CDS / Troika, quando defendia algumas das mais agressivas medidas dessa famigerada governação? Só para lembrar!
Passos
É de presumir que o surgimento de Passos Coelho na campanha haja sido o resultado de uma decisão de custo/benefício: entre fazer renascer a figura que personalizou a austeridade e recuperar o líder sebastiânico da direita, o PSD achou que podia arriscar. Logo veremos se fez bem.
domingo, fevereiro 25, 2024
Serviço público
O novo embaixador americano...
... em Portugal, segundo o Inteligência Artificial.