sexta-feira, janeiro 27, 2023

Professores

Faço parte de um grupo de cidadãos, e julgo que nem serão tão poucos quanto isso, que, tendo já percebido que algo vai mal no mundo dos professores, não concluiu ainda se eles têm razão em tudo o pedem ou se há por ali reivindicações sensatas misturadas com coisas demagógicas.

7 comentários:

Anónimo disse...

Professora aposentada considero que há mistura! A demagogia tem perna curta e é populista :)

João Cabral disse...

Senhor embaixador, sabe que tem sempre de se pecar por excesso para conseguir umas migalhas...

Anónimo disse...

Fernando Neves
O stop segue a linha do sindicalismo italiano do início do fascismo. O dirigente é um energúmeno que espero não de aulas a crianças. O Nogueira ficou à rasca com medo de perder o tacho em que espera ultrapassar a longevidade do Salazar e inventou outro tipo de greves selvagens. Ou seja, greves feitas por selvagens que se auto colocam fora de qualquer consenso de bem comum.
É verdade que os professores ganham miserávelmentr, porque todos os funcionários públicos ganham miseravelmente. mas se houvesse jornalistas em Portugal talvez descobrissem que há carreiras piores que os professores, que são provavelmente o único corpo da função pública portuguesa. Além disso não têm um modelo de avaliação e querem chegar todos ao topo da carreira. Tem razão quanto aos precários e deviam ter subsídio de renda se colocados longe da sua zona. Talvez tirando aos juizes, que recebem subsídio depois de reformados

FG disse...

Só posso estar de acordo com Fernando Neves. Até que enfim clarividência!
No meio da agitação uma professora clamou: "não há escola sem professores". Não há. Mas também não há sem crianças, como mostram bem as aldeias envelhecidas onde a escola fechou. É que em toda esta espécie de PREC, as crianças são ignoradas. Estão sem aulas, que importa? Crianças, para quem a refeição na escola é essencial, se estão a passar sem comida, tal não incomoda as consciências. E as que precisam de apoios que só a escola pública dá? Também não. Alguma televisão teve a curiosidade de ir ver?
Pior é o facilitismo, a transmissão da ideia de que não é importante faltar a uma aula, não cumprir horários, etc.
Sou bisneta, filha, irmã, cunhada, tia de professores. Custa-me mesmo ver a queda do prestígio do mestre. "Respeito", pedem, em contraste com muito folclore. Têm razão em algumas reclamações, sim. Mas é intolerável haver greve quando se está a negociar. E que os sindicatos estejam a ser veículo de uma onda de extrema-direita. O Ventura arranjou forma de falar várias vezes em "Stop" na última berraria parlamentar.

manuel campos disse...


Como já dei a entender por aí algures, se há algo que conheço bem é sindicatos e comissóes de trabalhadores do outro lado da mesa (com quem aliàs me dei sempre bem).
E claro que faz parte do jogo pedir o possível e o impossível, o justo e o demagógico, ambos os lados sabem que há reivindicações justas que não podem ser atendidas porque entram em choque com outros casos e lá aparece algo numa demagógica que dá para atender, o exigir o impossível (de ambos os lados) é meio caminho andado para se conseguir ali qualquer coisa possível que deixa toda a gente feliz e permite que todos salvem a face.
A questão aqui é que as greves parecem estar a ser conduzidas de forma pouco
feliz e isso, por muito que custe aos que querem levar tudo à frente, vai trazer um efeito "boomerang" da parte de pais e alunos, que se já andam assanhados, melhoras não terão.

PS- Já não tenho nenhum neto no liceu e, para já, acho que não vou ter mais nenhum nunca.

Unknown disse...

Quando vejo muita algazarra, muita cantoria (que só descredibiliza a luta) e o Mário Nogueira a charlar mudo logo de canal. De maneira que estou mal informado. Mas o que me parece, assim à primeira vista? Que o poder se tem borrifado nos professores, desde o tempo em que o ministro era secretário de estado, pelo que merecem este aperto; que isto de os professores andarem de um lado para o outro, ou se encurtam as distâncias ou se lhes proporciona habitação ou subsídio de renda de casa; que a municipalização do ensino só iria agravar as cunhas e o amiguismo; que uma organização para ser eficiente tem de premiar o mérito; e que isso não se consegue com a avaliação dos professores por outros de agrupamentos vizinhos (às vezes conhecidos) mas por um corpo de inspectores a nível nacional, à moda antiga.

manuel campos disse...


Excelente análise do "Unknown", está lá todo o essencial, a parte da "municipalização" e da avaliação por colegas "com quem se toma a bica" é muito bem apontada (lembro que sempre passei algum tempo num local do interior, ainda ontem de lá vim, não tenho as ilusões dos citadinos).
E lembra bem as posições deste ministro enquanto secretário de estado e é isso que agora me preocupa, que para calar o movimento "se passe" para o outro lado e aceite também o inaceitável, seria dramático em termos de encarreirar minimamente o futuro.
Para ser um bom ministro, o que falta provar, tem que manter uma visão coerente de futuro.

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