sexta-feira, janeiro 27, 2023

Para marciano ver

Só algum ser estranho, aterrado de Marte, é que poderia acreditar que um evento com a magnitude das Jornadas Mundiais da Juventude conseguia ser organizado entre nós sem ser envolvido num registo de polémica, de suspeição e, não deve tardar, com teorias da conspiração à mistura.

7 comentários:

Luís Lavoura disse...

Poderia e deveria ser organizado pela Igreja, que é a principal interessada no evento.
O Estado somente teria que aplanar o terreno e infraestruturá-lo com iluminação, água e esgotos, como se faz para qualquer (futuro) parque público.
O resto, o altar, ficaria por conta da Igreja. Ela que contratasse quem quisesse, com as especificações e dimensões que quisesse, pelo preço que conseguisse. Os contribuintes não deveriam ter nada a ver com o caso.
Certamente que dessa forma não haveria grande polémica.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Os portugueses sendo portugueses.

manuel campos disse...


É do pior que podia ter acontecido e a dimensão que tomou com o PR a tomar conta do assunto como encarregado-geral da obra é a única parte divertida.
Tal como o pessoal da TAP de que falou antes, também aqui deve haver muita gente a pensar que enquanto se fala do altar não se fala deles, entretanto isto passa porque não se pode aguentar eternamente e ninguém vai bisbilhotar mais nenhuma empreitada.

Anónimo disse...

Portugal no seu pior/melhor!!

Joaquim de Freitas disse...


Luis Lavoura tem toda a razao.

Naquele tempo, Jesus disse à multidão: “Prestai atenção ao que ouvis! A medida que você usar será usada para você também, e você receberá ainda mais. Pois a quem tem, ser-lhe-á dado; quem não tem, até o que tem lhe será tirado.»

Evangelho segundo São Marcos 4, 21-25




Os primeiros Companheiros do Cristo davam grande importância à pobreza por três razões: a imitação pessoal de Cristo, a liberdade apostólica para a missão e como parte de uma renovação evangélica da Igreja.


Escolheram a pobreza porque queriam imitar o Cristo. A vocação à pobreza começava com a sua conversão e continuava a ser uma dinâmica ao longo da sua vida.
É por isso que frequentemente se descreviam como "peregrinos", ou seja, alguém que depende inteiramente da generosidade de Deus e dos outros.


Assim, o "peregrino" que vem a Lisboa, conta com a generosidade dos outros. Mas certamente não espera manifestações de riqueza, onde o dinheiro dos pobres é esbanjado inutilmente, em orgulhosos altares, quando os pobres sofrem.

Li as duas bíblias e guardei as palavras do teólogo protestante Karl Barth: "... Não conhecemos realmente Jesus (o Jesus do Novo Testamento) se não o conhecemos como este pobre homem, como (se pudermos arriscar a palavra perigoso) este partidário dos pobres e, finalmente, como este revolucionário”.

Luís Lavoura disse...

Dizem que as Jornadas vão custar, no total, 170 milhões de euros.
Dizem também que virão milhão e maio de peregrinos e que a Igreja cobra bilhetes que custam, em média, 200 euros por pessoa.
A Igreja vai pois embolsar cerca de 300 milhões de euros. Muito mais do que os 170 que as Jornadas custarão. Trata-se, pois, quiçá, de um bom investimento.
A questão é: quem embolsará o lucro? E quem pagará o investimento?
A minha impressão é que a Igreja vai ficar com a totalidade dos 300 milhões, e os contribuintes pagarão a totalidade dos 170 milhões.
Contas feitas, será um bodo dos contribuintes à Igreja, com a santo patrocínio do Estado. Todos os partidos, sem exceção, não abrem o bico para protestar.

João Cabral disse...

Noutros países também houve polémica, senhor embaixador. A diferença é que nós somos mais pobres, logo, o clamor é maior.

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