O “Betanzos”, nome de uma simpática vilória da Galiza, é também o nome de um barco que esteve encalhado até há dias junto ao Bugio lisboeta. Agora, resgatado do problema, regressa à sua viagem para Marrocos, com a sua carga de ... areia! Areia para Marrocos? É verdade! É assim a modos como mandar migas para Elvas...
A areia a viajar entre países faz parte de uma das historietas que sempre ouvi na minha família.
Era o episódio sobre um fulano que, todas as manhãs, se apresentava numa fronteira, de bicicleta, com um saco de areia às costas. Os guardas fronteiriços faziam sempre uma vistoria muito cuidada ao saco, na expetativa de aí encontrarem algum produto de contrabando. Mas nada! Sempre e só areia. E, ao final do dia, lá regressava o tipo, sem o saco, com a cena a repetir-se no dia seguinte.
Terão sido anos a fio nesta saga. Até que, um dia, um dos guardas fronteiriços se reformou e decidiu tentar pôr fim ao mistério que, por tanto tempo, o assaltava. Falou com o misterioso transportador de areia e, garantindo-lhe segredo absoluto, perguntou-lhe o que é que aquilo significava, por que diabo levava ele, dia após dia, um saco de areia para o outro lado da fronteira.
O homem, garantido no seu segredo, explicou. E era muito simples. O saco de areia servia apenas para distrair as atenções. Ele contrabandeava, na realidade, bicicletas. Levava de manhã uma bicicleta velha, que já nada valia, e trazia, à noite, do outro país, uma bicicleta nova, “em folha”, que vendia com grande lucro.
Isto (não) veio a propósito da areia do Betanzos. Porquê? Sei lá! Isto é como as cerejas...
10 comentários:
No caso do barco temos ainda mais uma ironia: ficou encalhado num banco de... areia.
Ah! E num “banco”... Suspeito!
Não era em vão que, as pessoas que nos teriam que representar "lá fora", eram escolhidas com critério, rigor, por uma peneira muito "fina", quase transparente...
Mas parece que a areia vinha da Alemanha. Era uma areia especial para fabricar vidro com o qual se vidra os azuleijos marroquinos. Enfim.... sabe-sa lá....
ele há de tudo até malfeitorias de quem não se espera com desinformação.
Quanto ao comentário de 17 Março 14:20 estou de acordo.
Sou do tempo em que para se entrar para uma empresa de respeito, tinha-se de fazer exames psicotécnicos para se saber se o candidato tinha o prefil adequado.
Outros tempos em que as "peneiras" são outras.
Como dizia o Vasco Santana, entenditi... mas ó senhor Embaixador, olhe que levar... outras coisas para Marrocos é que seria como levar migas para Elvas. No caminho contrário, já não digo nada.
Não tem a ver com esta deliciosa história, como muitas de contrabando, que ouvimos durante anos e anos.
Mas, como chove e está frio e apetece estar em casa, com a tv ligada, enquanto se pratica o velho desporto dos sábados - ler o Expresso, lembrei-me de perguntar:
- será que o CGI, independente, a que agora o Senhor Embaixador pertence e que suponho ser um órgão de consulta da administração da RTP, não terá uma palavra a dizer, sugerindo que passem a ter um telejornal bom e curto? O da 2 também está pior e o da 1 e da 3 só servem para nos irmos logo embora... Um horror, uma vergonha e por aqui me fico... A concorrência não é melhor. Mas desses eu não sou contribuinte!
Desculpe o tom, mas nenhuma tv da Europa civilizada tem telejornais assim..
Ao Anónimo das 17:47. O CGI não é um “órgão de consulta” da Administração da RTP, mas sim a única tutela do respetivo Conselho da Administração, que é quem nomeia os respetivos membros, que emite as Linhas Estratégicas de orientação do CdA, na base das quais este tem de elaborar um Plano Estratégico que tem de ser aprovado pelo CGI. O CGI tem ainda por incumbência fiscalizar o cumprimento pela RTP (televisão e rádios públicas) dos deveres de serviço público, à luz do contrato de concessão. O telejornal das 20 já tem só 50 minutos (a que deve descontar 6 minutos de publicidade) e é a primeira pessoa que vejo queixar-se do jornal das 21 da RTP2. E a que jornal da RTP3 se está a referir?
Também eu me queixo da programação da Antena 2 durante a noite, desde que foi alterada a grelha no princípio de 2017, a qual passou a incluir na esmagadora maioria música de entretenimento. Ora esse género já é praticado em exclusivo na Antena 1 e na Antena 3. Creio que o serviço público neste caso não está a ser cumprido.
Já reclamei perante o Provedor do Ouvinte mas ainda não tive retorno.
...eloquência, discernimento, diplomacia, "savoir-faire , subtileza-tudo que agora já não se fabrica. Ainda temos um belo País!
De como um monte de areia resvalou. Mais parecem areias no deserto...
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