segunda-feira, março 05, 2018

Renzi


Ainda há escassos meses Matteo Renzi era uma imensa “esperança” para a Europa do futuro.

Demitiu-se, há pouco.

Isto anda tão depressa...

11 comentários:

APS disse...

São os mimosos políticos turbo destes tempos: Puigdemont, Schulz e, agora, Renzi...

Joaquim de Freitas disse...

Já em 5 de Dezembro de 2016, para o referendo sobre a reforma constitucional, Renzi tinha perdido pelas mesmas razoes de ontem -
- A revolta da classe média empobrecida, dos jovens desempregados, dos trabalhadores que sentem que estão ameaçados pela chegada dos migrantes e os trabalhadores com salário insuficiente para viver.

As mesmas razoes que levaram ao Brexit na Grã-Bretanha, e à eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.

Para um Primeiro-ministro que foi nomeado sem passar por eleições – já durou bastante.

Anónimo disse...


Pois é.

Parece que vai ser substituido por um palhaço profissional.

Ele é o retorno à Itália do século XIX. Lebremo-nos da ópera Os Palhaços, de Leoncavallo.
Fabricam-se estadistas [salvadores] em linhas de montagem frenéticamente e depois percebe-se que a população tem prefência por.... um palhaço. É assim também por cá como escreveu outro comentador noutro post.

Wait and see.

[ Nem digo mais nada... não vá o Sr. De Freitas cobrar depois com rectroactivos e juros. Que o dinheiro....... está outra vez pela hora da morte.]

Luís Lavoura disse...

Como pode um democrata dizer que era "uma imensa esperança" um político que nunca foi eleito com um sólido voto popular?

Anónimo disse...

"...Isto anda tão depressa...".

" ... if Salvini and Luigi Di Maio put their heads together ...", não há "mom" Merkel que valha a esta construção.
Uma "desunião", potencionalmente vindoura, como será vivida em Portugal?. JS

Anónimo disse...

Esperem pela "pancada".....

Anónimo disse...

Aos poucos a coisa vai. Venham mais resultados eleitorais deste tipo e a União Europeia passa à História. E a Alemanha, que engoliu o Euro, terá de vender os seus produtos em DM, caros, e lá se vai a estabiliade da economia alemã. Sou paciente. Ainda vou ver o fim da UE. E do Euro. Venham tempos normais. Já contabilizaram o que se gasta com ordenados de burocratas parasitas? E outras tantas estruturas europeias, como a Comissão, etc, etc?
Pois bem, a UE terá o que merece se um dia desaparecer. Tal como caminha não vale a pena a aposta. Já lá vão os tempos decentes de Jacques Délors!
Quanto à Itália, oxalá que o próximo governo seja constituído pelos Partidos contra a União Europeia e o Euro. Vai ser divertido.

Anónimo disse...

"A revolta da classe média empobrecida, dos jovens desempregados, dos trabalhadores que sentem que estão ameaçados pela chegada dos migrantes e os trabalhadores com salário insuficiente para viver." - Joaquim Freitas

Enquanto os políticos europeus perceberem que têm de dar condições às pessoas para viverem, que é a grande maioria, as políticas e os políticos que têm sido vigentes vão ser derrotados em qualquer acto eleitoral.

As pessoas não querem assistir, como assistem, em qualquer grande empresa, mesmo em Portugal, ver um qualquer funcionário a levar para casa 15000 ou 20000 € ao ano, quando leva, e ter a administração da dita levar aos milhões. Será que é assim tão diferente a competência de ambos?

Não querem também que entrem migrantes aos magotes no seu País, por mais mérito que tenha a iniciativa, quando há dentro do seu próprio País, tão pobres quanto estes.

E depois dizem que os bancos têm que ser salvos porque foram mal geridos.

Tem que haver um mínimo de decência e as pessoas não a encontrando no mainstream vão procurá-la a outro lado.


Joaquim de Freitas disse...

“Tem que haver um mínimo de decência e as pessoas não a encontrando no mainstream vão procurá-la a outro lado.”
Escreve o anónimo de 7 de Março de 2018 às 01:58
Muito bem dito. “Não a encontrando no mainstream vão procurá-la a outro lado.””. O problema é a natureza do “mainstream”. A Republica de Weimar, desaguou no nacional-socialismo, nos nazis, Hitler e a Segunda Guerra Mundial.

A paz depende mais do que nunca do equilíbrio económico do mundo. A segurança social do homem é mais importante do que a segurança nacional baseada nas armas.
Igualmente falso é o conceito de desenvolvimento avaliado unicamente à base da expansão da riqueza material, do crescimento económico.

O desenvolvimento implica mudanças sociais sucessivas e profundas, que acompanham inevitavelmente as transformações tecnológicas do contorno natural. O conceito de desenvolvimento não é meramente quantitativo, mas compreende os aspectos qualitativos dos grupos humanos a que concerne. Crescer é uma coisa; desenvolver é outra. Crescer é; em linhas gerais, fácil. Desenvolver equilibradamente, difícil. Pensou-se que a globalização era a solução.

A globalização trouxe benefícios a uma camada social e imensos prejuízos a outra camada, ao contrário do que pregava o Consenso de Washington, a globalização é um processo desequilibrado e pouco eficiente.

Li hoje que a França tem no seu seio, segundo Forbes, a Primeira Fortuna Europeia e a 4° do Mundo. Com 72 mil milhões de euros, num ano, a fortuna do patrão de LVMH, Bernard Arnault, passou de 11°a 4°…. Com uma progressão recorde de 71,5% em 2017 !
Ultrapassou o Espanhol Amancio Ortega, fundador de Zara, e só é ultrapassado por três Americanos: Jeff Bezos, Bill Gates et Warren Buffett. Merci beaucoup…

Mas, para que serve uma tal fortuna aos 18% de franceses que vivem abaixo da linha de pobreza fatal…E à classe média que viu todos os impostos e taxas aumentarem, sobre tudo o que é essencial…
No ano em que Macron , um neo liberal, decidiu eliminar o imposto sobre a fortuna, fazendo assim um presente de 32 mil milhões aos super ricos. Dum homem da banca Rotschild, é normal.

A globalização beneficiou essencialmente o mercado financeiro e as grandes corporações multinacionais e prejudicou o resto, as empresas médias e pequenas, os empregados destas que são milhões, prejudicou os não muito brilhantes que são a imensa maioria das populações de qualquer País, o mundo não é habitado por génios ou estrelas profissionais.

A globalização de capitais e de mercadorias não se transformou em globalização de prosperidade, em melhoria do nível de vida de bilhões de despoluídos, trouxe isso sim benefícios desiguais para sectores de actividades modernas, mas arruinou número maior pelo mundo.

Um exemplo conhecido é o dos EUA dos anos 50 e 60, onde o operário americano tinha excelente nível de vida, com casa própria, carro e a mulher em casa, a esposa não precisava de trabalhar porque o seu salário era suficiente para um nível de vida de classe média, um padrão de vida invejado em todo o planeta.

A globalização acabou com esse mundo, que durou de 1945 a 1980. Hoje a lista de bilionários da Forbes tem 49 desconhecidos que administram fundos "hedge", especuladores puros que ganharam fortunas sem produzir um parafuso, o maior deles é George Soros.

Esses são os que beneficiaram da globalização, um processo que desequilibrou a sociedade americana por completo e a eleição de Trump é o resultado desse desequilíbrio.

Pelas mesmas razoes, assistimos à deriva inglesa, italiana, francesa, alemã, e amanhã os outros países levarao na mesma enxurrada, umas após outras as velhas figuras políticas e com elas os partidos tradicionais de governo, que para se salvarem da derrocada se coligam como podem mesmo até com o diabo...

Historicamente, isto costuma pagar-se caro. Muito caro.

Joaquim de Freitas disse...

(SUITE)


A concentração abusiva de riqueza - sobretudo neste período histórico dominado pelo neocolonialismo capitalista que foi o factor determinante do subdesenvolvimento de uma grande parte do mundo, onde a miséria grita por toda a parte sob formas diversas.

Viver na opulência, num mundo em que 2/3 estão mergulhados na miséria, não é apenas perigoso, é um crime. A tensão social na qual se vive hoje é, na maior parte das vezes, o produto desta conhecida injustiça social, uma vez que os povos dominados tomaram consciência da realidade socioeconómica do mundo, e podem “sonhar” de partir à procura duma solução no “mainstream” como escreve o anónimo das 01:58.

As "camisas cinzentas" de novo no Forum Romano deve fazer reflectir os responsàveis deste marasmo fatal.

Joaquim de Freitas disse...

Peço o favor de rectificar esta frase no meu texto precedente : "A concentração abusiva de riqueza revolta – sobretudo neste período histórico dominado pelo neocolonialismo capitalista "

Faltava a palavra "revolta" sem a qual o texto é incompreensivel. Obrigado.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...