quarta-feira, março 07, 2018

Regresso em força do “whataboutism”

Já por aqui se falou do “whataboutism”, um conceito anglo-saxónico criado na Guerra Fria mas que, com o tempo, passou a merecer uma utilização bem mais alargada.

Em que consiste? É muito simples: alguém acusa alguém da prática de um determinado ato e este, ou uma pessoa por ele, vai logo buscar, como resposta, outros casos tidos por comparáveis (“and what about...?). A questão já nem é desmentir em absoluto o facto praticado. Tenta-se “absolvê-lo” com a invocação de outros casos de natureza equiparável, procurando com eles gerar um ambiente atenuante para o primeiro caso.

Em português, é quando, perante uma determinada acusação, surge o “Ai é? E então no caso do...?”. Mais linearmente: “Sou vigarista por ter feito isso? Mas tu não disseste nada no caso do...” É sempre uma resposta pobre e basicamente retaliatória, logo desonesta, como argumento. 

Perante uma acusação, a medida da gravidade de um ato deve ser encontrada nesse ato e não numa espécie de “jurisprudência” de delitos. 

Por estes dias, nesse mundo sinistro do pessoal do futebol, o “whataboutism” está a ter horas gloriosas.

7 comentários:

Anónimo disse...

Muitas vezes não é usado para desculpar mas tão só para impedir que o acusador se arme em moralista.

Janus disse...

Quem não se sente (também clubisticamente)não é filho de boa gente e, além do mais,quando se toca no ninho das vespas...espera-se o quê?....

Anónimo disse...

Caro embaixador.
Penso que está a olhar para a questão com algum cinismo. Do meu ponto de vista, o que está em causa é a detenção de uma personagem por esta alegadamente ter corrompido um funcionário judicial para violar o segredo de justiça e assim obter benefício. Hora, aqui chegados, resta saber então porque não estão detidos os responsáveis e jornalistas da revista sábado, jornal correio da manha, sol e outros? Afinal, não utilizaram estes em seu benefício (vender jornais, estabelecer uma agenda política, etc) de forma continuada e sistemática a violação do segredo de justiça? Onde está a diferença? Bem sei que não há nestes casos a acusação de que subornaram oficiais de justiça (que foram corruptores) e que até é possível que, milagrosamente, tantas e tantas peças processuais tão finamente seleccionadas em segredo de justiça se tenham materializado nas redacções dos referidos órgãos de informação. Mas, fora isso, utilizaram ou não a violação do segredo de justiça em benefício próprio? Se a resposta for afirmativa, parece-me óbvio que há muito se deveriam ter feito as respectivas detenções. E isto, sinceramente, não me parece whataboutism: parece-me clareza e coerência no charco em que a justiça portuguesa está mergulhada.
Cumprimentos,
António

Joaquim de Freitas disse...

O Senhor Embaixador tem o dom de “postar” textos que obrigam a reflectir e nos desviam por vezes para outros campos, sem que o sentido do “tema” seja perdido… Jà me podia ter perguntado: “Whatabout ?”…

O problema é que esse conceito anglo-saxónico do “whataboutism”, mereceu, com o tempo, como muito bem escreve, uma utilização bem mais larga que o futebol.

Afrontei-o, por vezes, aqui mesmo no seu excelente blogue, em temas políticos ou/e económicos. E por vezes de maneira virulenta!

Por exemplo, com a sua permissão, gostaria de sair do tema do futebol, para escrever “about” terrorismo “democrático”, aquele que o seu colega MNE socialista, do governo Hollande, o inefável Laurent Fabius, dizia, antes de demissionar, que o grupo terrorista Al- Nosra” fazia um bom “bulot” em Alepo, matando soldados sírios governamentais.

Agora, é admitido pelo New York Times que toda a armada chamada “oposição” é composto inteiramente de Al Nosra, filial Al-Qaeda, ou seja, a torrente de dinheiro e armas enviadas para a “oposição” pelo Ocidente e seus aliados regionais, foram intencionalmente enviados directamente ao listados terroristas culpados de uma infinidade de atrocidades sem precedentes.

Os “whataboutistas” vieram logo dizer que os Russos fizeram a mesma coisa no Dombass e na Crimeia.

Não se pode falar da Líbia ou do Iraque sem que os mesmos exclamem logo: Whatabout Tchetchenia e Geórgia…

Mas o mais cínico de tudo é de ver, neste momento, o que se passa em Ghouta, na Síria, e o martírio das crianças sírias, para as quais nos pedem de decretar o “luto”, com fotos evidentes.

Os mesmos “whatboutistas esquecem Mossul e Rakka, pulverizadas pelos bombardeamentos da armada “aliada” americana, francesa, iraquiana, e turca.

As 500 mil crianças iraquianas mortas em resultado das sanções impostas pelos Estados Unidos ao Iraque…que a Secretária de Estado norte-americana Madeleine Albright, em 1996, no programa «60 Minutos» da CBS, afirmou que tinha valido a pena, para derrubar Saddam Hussein.

Os milhares de crianças, líbias e africanas, afogadas n Mediterrâneo,

Os milhares de crianças mortas em Gaza, pelos soldados israelitas.

Estaria tentado de escrever ““whatabout”” as crianças de menos de 5 anos, das quais morre uma todos os 11 segundos no mundo. O que representa mais de 3 milhões de crianças mortas cada ano por razoes revoltantes;

Anónimo disse...

O Freitas, na sua doentia cruzada anti-EUA, conseguiu transformar um postezeco sobre futebol na habitual lenga lenga anti-americana. É pior do que ridículo...

Joaquim de Freitas disse...

« Whatabout », ? anónimo de 7 de Março de 2018 às 22:12
O espírito do “post “ do Senhor Embaixador não tardou a revelar-se… justo! Como escrito no post : “um conceito anglo-saxónico criado na Guerra Fria mas que, com o tempo, passou a merecer uma utilização bem mais alargada. «.

Pois é, mas o anónimo das 22:12 , que nunca desenvolve um argumento qualquer, sobre o que quer que seja, não quer sair do “futebol”, tema, é verdade, mais popular, o que lhe permite de tratar o “post” de “postezeco”, porque para o futebol já chega… e que alguém alargue o campo de utilização a um tema mais politico, se este deve beliscar os seus ídolos ideológicos, incomoda-o.

Claro, um país onde o presidente vem de propor de fornecer “kalachnikovs” aos professores das escolas , que fariam assim os cursos com as armas a tiracolo, parece-lhe digno de respeito…

Até onde chega o obscurantismo político e a cegueira do futebol …

Anónimo disse...

@Anonimo 7 de março de 2018 às 22:12

Prodigioso como a sua incapacidade de estar calado o faz vomitar um chorrilho de disparates

1º Não é : O Freitas. Deveria escrever Oh Freitas, mas mesmo assim apenas em caso de ter intimidade com ele , isto é apenas uma questão de educação

2º doentia. Os comentarios do Sr Freitas são sempre bastante lucidos, tão lucidos que normalmente nao contra-argumentam e limitam-se a emitir os grunhidos ja a muito gravados na gasta cassete.

3º cruzada. Para ser uma cruzada do Sr Freitas ele teria de ser um Cruzado mas explico-lhe o que é uma cruzada : Cruzada é um termo utilizado para designar qualquer dos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa.
Ora nem o Sr Freitas pertence a nenhum movimento militar de inspiração cristã nem partiu da Europa Ocidental em direção à Terra Santa.

4º anti-EUA. Esta então é demais. La por nao concordar com a politica externa de quem dirige os eua nao significa ser anti-EUA. Então para si os Americanos que sao contra a politica externa e mesmo alguma interna do seu pais são anti-EUA, anti-eles mesmo? Ou para si o conceito de ser amigo dos eua é quando quem la manda o mandarem saltar voce pergunta : Quanto quer que eu salte? Que submissao, que espirito provinciano do que é de fora é que e bom.

5º transformar um postezeco. Aqui afirma que neste blog de qualidade o Sr embaixador escreveu um postezeco que comentariozeco o seu

6º lenga lenga anti-americana. aqui é a parte em que se repete. Se calhar voçê não usa uma cassete mas sim um disco riscado

7º É pior do que ridículo. Esta frase, 2º e última do seu comentario assenta-lhe a si que nem uma luva.

Prodigioso como alguem em menos de 23 palavras (e com algumas repetidas) e em apenas duas frases consegue dizer tanto disparate.

Esta manifestamente de parabens. Pela alta craveira do seu intelecto (estou a ser ironico (esta nota e apenas para o caso de não entender))

Não tem educação
Não tem argumentos
Não sabe escrever
Repete-se
Não tem principios firmados e prefere o que lhe ditam em vez de ter opiniao e vontade propria.
E daqueles que acham que o que é estrangeiro é que e bom desde que esteja na moda.
Prefere dizer disparates em vez de se manter em silencio.

Viu como menos de 23 palavras disseram tanto acerca de si :p

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...