sexta-feira, maio 27, 2022

Mário Mesquita (1950 - 2022)

 

Acabo de saber que morreu Mário Mesquita.

Conheci Mário Mesquita, há muitos anos, nas mesas da Granfina, no início dos idos de 70. Era uma pessoa reservada, mas com um humor culto e uma inteligência claramente fora do vulgar. 

Da “ínclita geração” de estudantes açoreanos aportada então a Lisboa - de Medeiros Ferreira, Margarida Ponte Ferreira, Jaime Gama, Eduardo Paz Ferreira, entre outros e outras -, o Mário Mesquita foi a pessoa com quem sempre mantive uma maior “cerimónia” pessoal, vá-se lá saber porquê! Um dia, não há muito tempo, telefonou-me, a agradecer uma referência positiva que eu lhe fizera (eu só tive sempre coisas positivas a dizer a seu respeito), numa qualquer circunstância: “Temos de arranjar maneira de ultrapassar esta cerimónia que se instalou entre nós!”, disse-me então. E rimos. Há muito poucas semanas, enviou-me um email a pedir que eu lesse um seu texto, que já se notava algo sofrido, na apresentação de um livro de uma amiga comum. Foi a última notícia que dele tive. Até hoje.

Sinto imensa pena pela desaparição deste cidadão exemplar, com uma ética à prova da bala, ícone de um jornalismo que já não é muito comum.

Deixo um beijo de pesar à Ana e à Clotilde.

3 comentários:

Luís Lavoura disse...

a “ínclita geração” de estudantes açoreanos

Não seria melhor ser preciso e dizer "micaelenses"?

Eu creio que esses açorianos todos seriam, precisamente, micaelenses e não de outra ilha qualquer.

Já agora, Margarida Ponte Ferreira nasceu em Lisboa.

Francisco Seixas da Costa disse...

Luís Lavoura. Por essa lógica, o Medeiros Ferreira não seria açoreano. Nasceu no Funchal, sabia?

Luís Lavoura disse...

Francisco, não sei quem foi Margarida Ponte Ferreira e o seu local de nascimento é para mim somente um aparte sem significado.
Mais importante para mim é saber que os Açores são nove ilhas todas diferentes, das quais São Miguel é a mais diferente de todas. Faz-me por isso espécie a identificação que as pessoas - a começar pelos micaelenses - fazem entre "micaelense" e "açoriano".
Em vez de se dizer que "X é açoriano" dever-se ia dizer sempre de que ilha X é.

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