segunda-feira, maio 23, 2022

A “tomada“

Nas guerras, há uma trágica ironia semântica. Quando se diz que uma cidade é “tomada”, na realidade, para além da sua geografia, o que se “toma” acabam por ser ruínas. A cidade já “era”.

4 comentários:

Lúcio Ferro disse...

E depois reconstroi-se, qual é o problema semântico? Sinceramente, vejo mais problemas semânticos em rendições incondicionais que se transformam em retiradas heróicas do que na tomada de cidades, estejam estas semi ou totalmente destruídas.

Luís Lavoura disse...

Não necessariamente. Os vietnamitas tomaram Saigão sem a destruir. Os talibans conquistaram Cabul sem a destruir.

João Cabral disse...

Exacto, os russos estão a destruir tudo o que querem para si. Ou seja, uma mão cheia de nada. Quanta insanidade.

Luís Lavoura disse...

Tomar ruínas pode não ser mau, se as construções anteriores eram de má qualidade. A Alemanha beneficiou bastante em ter sido dertruída na Segunda Guerra, porque os alemães aproveitaram para reconstruir com maior qualidade. É por isso que o parque habitacional alemão é de muitíssimo maior qualidade e mais moderno que o inglês. Também as fábricas alemãs foram todas renovadas após a guerra, com máquinas mais modernas e eficientes.

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