Em 2010, o presidente pró-russo Viktor Yanukovych ganhou as eleições presidenciais na Ucrânia a Yulya Tymoshenko, candidata pró-ocidental.
Vale a pena comparar o mapa dos votos de cada um com a evolução da atual situação militar, para aferir das eventuais ambições russas.
9 comentários:
Uma solução seria uma espécie de corredor de Danzig, como após Versalhes, quando a Polónia ganhou acesso ao Mar Báltico por esse corredor, agora a Ucrânia manteria acesso ao Mar Negro por intermédio de Odessa e apenas isso. Teria também que desmilitarizar, comprometer-se em não aderir à OTAN e não seria mal pensado Zelensky acabar pendurado de um poste de eletricidade ou de preferência num exílio dourado na Florida. Claro que tudo o resto, enfim, pois, o segundo mapa é claro como água, a não ser que a guerra escale; em termos convencionais, o exército americano e os europeus are more than a match para o exército russo. Se depois entram os chineses, isso seria mais complexo e claro que podemos ter armas nucleares ao barulho, nesse cenário. Muito complicado, mas tem toda a razão senhor Embaixador, no estado em que as coisas estão, ou é um stalemate, uma guerra de atrito ou a liderança da Ucrânia mete a viola no saco.
Pois, mas a Ucrânia de 2010 nada tem a ver com a Ucrânia pós-2014. Ao contrário do que talvez Putin acreditasse e daquilo que muitos analistas ocidentais ainda há pouco tempo acreditavam.
A Ucrânia pós-2014 está muitíssimo melhor armada e tem uma muito mais forte consciência nacional - já não se divide entre pró-russos e anti-russos nem entre russófonos e falantes de ucraniano.
Eu há três anos estive uma semana em Vilnius, na Lituânia. Vi lá bastante ressentimento contra a Bielorrússia, que eles consideram uma má vizinha, mas nenhum ressentimento contra os lituanos de língua russa, que são simplesmene compatriotas que no seu círculo familiar falam uma outra língua.
Eu não dizia que o Lúcio Ferro quer ver o Zelensky morto ou pior? O homem provoca-vos muita urticária e dores de cabeça, não é?
Sabe, o enforcamento ficou reservado aos criminosos de guerra nazis da Segunda Guerra Mundial, desde logo o Von Ribbentrop, condenado por iniciar uma guerra de agressão, o pior de todos os crimes internacionais, só se distinguindo dos restantes porque contém em si o mal acumulado do todo.
Zelensky, com todos os defeitos que tenha, não é nem nazi (é Judeu, desde logo) nem é muito menos um criminoso de guerra. Já em relação aos seus oponentes, o mesmo não pode dizer-se, muito embora, como dizia com prudência o Presidente Macron, esse tipo de julgamentos deve ser deixado aos tribunais (que já não contemplam a pena de morte, nem na Rússia, pelo menos por enquanto).
E eu teria cuidado com esta espécie de bravata ignóbil (nem sequer tem coragem de a assumir por inteiro, atira a pedra e esconde a mão ao dizer que um exílio na Flórida seria uma melhor alternativa, o que mostra por inteiro a fibra de que (não) é feito), não vá dar-se o caso de alguma associação ucraniana estar a ler este blogue e se lembrar de fazer queixa de si (ou de quem lá for) por discurso de ódio.
A Ucrânia até poderá ceder parte do seu território e declarar a sua neutralidade (cabe ao seu Governo legítimo decidir isso), mas não irá com certeza desmilitarizar-se, porque isso seria convidar uma próxima invasão em que estaria indefesa, pelo que a sua política externa e quiçá interna seria ditada a partir de Moscovo. A soberania defende-se pela força das armas, em última análise.
Os pró-Putin entre nós que tirem o cavalinho da chuva, os ucranianos pensam pela sua própria cabeça, o Ocidente não vai retirar-lhes o apoio militar, e eles não irão render-se. Por isso, a Rússia faria bem em começar por aceitar algo menos (bastante menos, seguramente que não o dito corredor de Danzig) que os seus planos maximalistas de conquista...
E que não venha com ameaças nucleares ocas. A venalidade da elite russa sugere que não serão capazes de se sacrificar pela Santa Rússia nos fogos de um holocausto nuclear (o fanatismo, para ser convincente, tem que ter uma componente ascética).
Putin é diferente, mas mesmo ele parece demasiado preocupado com a sua saúde e segurança, quem se quer suicidar tem que mostrar algum despreendimento em relação à vidinha terrena.
Eu estaria mais preocupado se Zelensky possuísse armas nucleares. Ele, que poderia de facto estar na Flórida, preferiu ficar e ao fazê-lo provavelmente salvou a Ucrânia. Quem faz isto abraçou definitivamente a evidência de que a vida é breve e a morte é certa.
O risco, claro, é de que as escaladas adquirem a sua própria lógica e os acidentes acontecem (o mundo foi provavelmente salvo de uma guerra nuclear por Vasily Arkhipov em 1962, ver https://en.wikipedia.org/wiki/Vasily_Arkhipov).
Se os russos querem ganhar a parada, que mostrem antes o que valem no campo de batalha...
Jaime Santos não pode suportar que se diga mal de Zelensky.
É um “fan” dum nazista. Tem o direito, claro, porque estamos em democracia, que os nazis apreciam. Pois se em Portugal, um juiz suspendeu a ordem judicial quinzenal para o neonazi Mario Machado, depois que ele se ofereceu para ir para a Ucrânia para fornecer – (não ria )- 'ajuda humanitária' tudo é possível.
Que Zelensky conceda o título de Herói Nacional da Ucrânia a Dmytro Kotsyubail líder do grupo paramilitar Pravy Sektor, o arquitecta do massacre sindical de Odessa em 2014, no qual 46 pessoas foram queimadas vivas , não o incomoda?
Que ele célebre Stepan Bandera , que colaborou activamente com a Alemanha nazista, que em 1943, a UPA [exército de Bandera] massacrou entre 40.000 e 60.000 poloneses, muitos dos quais eram mulheres e crianças, copiando os métodos de limpeza étnica dos nazistas”, não o incomoda?
"Que o batalhão Azov, desfile, com suásticas e insígnias da SS ou fazendo saudações nazistas, não o incomoda?
Quando um apresentador ucraniano que, ao vivo, pediu a decapitação de todas as crianças russas? E quando Gennadiy Druzenko, director de um hospital voluntário móvel, que ordenou que soldados russos fossem castrados por serem "baratas")? E sobre os actos de humilhação pública, na Ucrânia, de ciganos, pintados de verde e amarrados a postes)? Nada disto o incomoda, Sr.Jaime Santos?
Quando escreve: “O homem provoca-vos muita urticária e dores de cabeça, não é?”, vou-lhe dizer uma coisa : Não é Zelensky que me provoca urticária, são todos aqueles que minimizam o perigo dos nazis,como Zelensky,e que levam muitos “naifs” ou fascistas, a chamar”combatentes” àqueles assassinos encurralados na siderúrgica de Mirupol, que até conseguem enviar as esposas ver o Papa Francisco, para lhe pedir de ajudar os maridos nazis, maridos que sabem que à saída do túnel da siderúrgica, a justiça russa os espera, e que lhes farà pagar os 14 000 assassinatos do Donbass.
Toda “compreensão” para com Zelensky, é cumplicidade criminosa e nazi. Leia a reacção dos deputados israelitas na Knesset, quando ele lhes fez um discurso em vídeo. Os judeus não quiseram ser cúmplices de Zelensky.
A minha familia sofreu dos nazis. "Não passarão".
Vale.
O Jaime Santos deve continuar com problemas lá por casa. Calma, homem, tudo se resolverá, não se amofine, faça as pazes e olhe que o exílio do criminoso zelensky era mesmo dourado, ou já se esqueceu das dezenas de milhões de dólares ou mais que ele roubou ao seu próprio povo? Quanto ao outro pulha da associação dos ucranianos, ahahah, é deste que está a falar? https://setentaequatro.pt/enfoque/quem-e-pavlo-sadokha-ligacoes-extrema-direita-ucraniana?fbclid=IwAR0n_hPrHqo8gadnGPBOwryBKy8i75hww6AwcnNYbyu1emriYat6QkaHOLk
Joaquim de Freitas, pode dizer mal de Zelensky ou de quem quiser, não passa é sem contraditório, coisa com que pelo vistos o vosso colectivo convive muito mal. Mas isso não espanta ninguém, porque já se percebeu há muito para que lado vocês balançam (o das autocracias, os Stasi não eram propriamente meninos de coro).
Coisa diferente é uma bojarda (vamos admitir que é só isso, e não algo que mostra a alma negra que se esconde por detrás da assinatura do Lúcio Ferro, inclusive o próprio) sobre o destino que se deveria conferir ao Presidente Ucraniano.
Sabe, eu não tenho Putin em grande conta, mas penso que a culpa de qualquer Chefe de Estado, se for acusado de crimes de guerra, é para ser determinada pelos tribunais.
É que, troca de galhardetes à parte, vamos manter o nível da conversa civilizado e não fazer apelos gratuitos à violência, ok?
Mas devo dizer-lhe que admiro a coragem do palhaço Zelensky (era isso que ele era antes de se dedicar à política, um humorista) que é infinitamente maior que a de Putin, que se esconde por detrás de bunkers e de um exército de seguranças.
Passe embora a tendência de Zelensky para um discurso melodramático fora de moda nas nossas bandas, é ele o primeiro representante da resistência do seu povo contra uma agressão externa, coisa que os nazis também souberam fazer quando invadiram a Polónia (com a cumplicidade de Estaline, cabe lembrar).
Não ignoro o carácter por vezes xenófobo do nacionalismo ucraniano (mas não confundamos o judeu Zelensky com o Azov), mas olhe que o nacionalismo russo não lhe fica atrás e neste caso, os nacioalistas russos são mesmo os agressores.
É muito curioso que os pró-putinistas não se importem de usar argumentos que serviriam igualmente para justificar a invasão do Iraque, como a situação excepcional no Donbass ou os supostos crimes do regime ucraniano (Saddam ultrapassava em muito tudo o que possam querer atribuir a Zelensky e aos seus).
O que mostra que não passam de uns imperialistas e pior, imperialistas hipócritas. Mas na verdade, todos os imperialistas são hipócritas, imperialismo é só o que os outros praticam, eles são uns santos que pretendem libertar os povos agrilhoados pelo capitalismo ianque (mesmo quando esses povos resistem de armas na mão à tentativa de libertação).
Na verdade, a mais das vezes, o adversário de um imperialista é simplesmente outro imperialista com uma agenda diferente. A fazer lembrar o pedido do Japão para o reconhecimento da igualdade entre todos os povos no tratado de Versailles (recusado pelo racismo imperialista ocidental), para escassos anos depois estar a usar desculpa do dito imperialismo ocidental para dominar a Àsia. Vá perguntar a coreanos e a chineses se gostaram de ser libertados pelo fascismo japonês...
Por isso, pegue no seu imperialismo e na sua hipocrisia e vá morrer longe, sim?
"a alma negra que se esconde por detrás da assinatura do Lúcio Ferro, inclusive o próprio". Olhe, você está a abusar. Lá porque está com problemas conjugais, isto é um bocadinho demais. Tenho uma presença ativa na blogoesfera, como autor e como comentador, desde 2004. A foto do meu avatar é real, já tive, literalmente, dezenas de blogues; durante muitos anos, os mais importantes destes podiam ser consultados por quem quer que fosse que acedesse ao meu perfil (inclusivamente, durante os primeiros anos em que aqui vim comentar). Para além disso, tinha e tenho vários vídeos de carácter humorístico aí à solta na net em que a minha cara a e minha voz estavam e estão à distância de um clique, mas aí sim, só para amigos. Já fui hackeado, já me roubaram blogues e contas de email. Naturalmente, passei a tomar algumas precauções. De todo o modo, sou um cidadão anónimo, que nunca pertenceu a organizações políticas ou outras, mas que pensa pela sua cabeça. E, naturalmente, considero que zelenski é hoje um dos principais problemas desta crise, pelo que a remoção do mesmo seria, do meu ponto de vista, desejável, não tanto pela sua morte prematura (porque transformariam esse indivíduo que considero abjeto num mártir), mas por iniciativa do próprio. Já o senhor, para além de ser recorrente em si, de forma indelicada e indecorosa, mandar outros comentadores morrerem longe, que tem a dizer sobre onde se esconde a sua "alma negra"?
Voilà Jaime Santos, que « lava mais branco, que OMO » …Branquear o que é imundo, tal que o fascismo e o nazismo ! Pode experimentar, mas é tarefa impossível quando se foi e é aliado de forças extremistas, xenófobas e racistas, das quais se recebeu o apoio violento na Praça Maidan , que Zelensky integrou nas forças militares regulares , para assim, poder agir impunemente nos crimes perpetrados no Donbass e em Odessa.
Mas o que Jaime Santos quer ignorar é o espírito “colaboracionista” que anima Zelensky , que se pôs ao serviço duma potência estrangeira, cujo objectivo nesta guerra não é de ajudar a Ucrânia no que quer que seja, e ainda menos de a proteger do vizinho, mas de a transformar no tapete de passagem para um objectivo geo estratégico que ultrapassa a dimensão dum pobre comediante. Porque é disso que se trata, nesta guerra por procuração.
Conhecemos muito bem este género de “colaboradores” em França. No fim da guerra de 39/1945, o chefe foi condenado à morte, pena transformada em prisão perpétua, visto a idade e o CV histórico do responsável. O primeiro-ministro colaborador foi fuzilado. E outros colaboradores também. É o que espera Zelensky, no dia em que procurar, realmente, negociar. Azov vai-lhe tratar da saúde.
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