Sabedes que sen amigo
nunca foi mulher viçosa
Cantiga de amigo
Quando a peste nos assola
vingativa e perigosa,
e a amiga se isola,
vai-se o viço e a cor de rosa:
porque, ausente o seu amigo,
a bela mulher viçosa,
sozinha no seu abrigo,
sente a alma vagarosa!
Sabei pois que sem amigo
nunca foi mulher viçosa
e que sem um beijo amigo,
todo o verso se faz prosa!
Se é verdade rigorosa
que o viço requer calor,
dai pois à mulher viçosa
um amigo, por favor!
Eugénio Lisboa,
que vai aproveitando a peste para ir remergulhando nos clássicos, os quais sempre nos deram boas dicas, nos dias de grande aflição.
1 comentário:
Um abraço e votos de saúde e longa vida a um conterrâneo, que conheço apenas através da sua escrita, límpida e deliciosa
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