quinta-feira, maio 21, 2020

PCP


Sempre que se fala em remodelação na liderança no PCP, parte-se do princípio de que ter gente mais jovem à frente do partido significaria menor rigidez ideológica. Ora isso está por provar. Como igualmente não é certo que, se o PCP se tivesse “aggiornato”, ainda existiria hoje.

9 comentários:

Anónimo disse...

Basta ir à Festa do Avante e ver a quantidade de jovens rufias "revolucionários" que por lá andam, alegremente aos saltos perante qualquer frase panfletária, para perceber que a juventude não quer dizer renovação de ideias.

Anónimo disse...

A influência do PCP tem estado relacionada com a situação económica do país. Quanto mais pobre é o país, maior é a influência do PCP. Por isso, esta depressão, que aí se anuncia, cai-lhe como sopa no mel.

Jaime Santos disse...

A dimensão do PCP permite-lhe resistir, esperando que um dia a crise final do capitalismo o guinde ao poder.

A recente eulógia a Lenine, assim como o elogio das ditaduras ditas comunistas (só são comunistas para o sistema político de Partido Único, o resto é bem capitalista, mas com isso os nossos comunistas convivem bem) mostram que lá no fundo, e por detrás da bonomia e da decência de um Jerónimo de Sousa, o resto continua exactamente como dantes, quartel general em Abrantes.

O que dá naturalmente ao PCP quase uma dimensão de seita religiosa, como aliás a comemoração do 1º de Maio mostrou. Só os evangélicos no Brasil alinharam em práticas similares.

E isto, para um Partido Político, não resulta. A generalidade das angústias humanas, estando a barriga cheia, situam-se no plano da transcendência. A vida como programa não chega, porque um dia a vida acaba.

Até essa outra religião secular, o nacionalismo alarve, é mais bem sucedida, embora ameace matar-nos a todos...

Isto dito, julgo que tem razão. Se o PCP tivesse tomado o caminho do euro-comunismo, estaria, com sorte, transformado num objecto como o PD italiano, não particularmente recomendável.

Assim, limita-se a definhar mais lentamente que o PCF... Sabendo nós para onde migraram muitos dos votos dos comunistas franceses, temos que agradecer ao PCP o facto de que enquadra e institucionaliza o protesto e ainda serve de tampão ao crescimento de forças de Extrema-Direita.

No entanto, é pena que isto assim seja, mesmo que não possa porventura ser de outra maneira. Há uma teimosia, uma coragem e um desprendimento material nos militantes comunistas que têm qualquer coisa de admirável, só que parece sempre que tais qualidades foram levadas longe demais...

Camus, que também criticou o Estalinismo, falava no pensamento do meio-dia, solar, mediterrânico e com a devida noção da medida e no pensamento da meia-noite, nocturno, alemão e desmesurado.

Se calhar, a doença comunista é essa da desmesura... Marx e Engels eram alemães, afinal...

Anónimo disse...

É verdade que o PCP enquadrava e institucionalizava o protesto, que não deixou, no entanto, de causar prejuízos sérios, sobretudo, económicos ao país. Mas, como se vê com inúmeras classes profissionais e com outras "camadas" da população, cada vez serve menos de tampão ao crescimento de forças de "extrema-direita". O que é positivo porque as tais forças de "extrema-direita" são capazes de ser mais democráticas do que o PCP.

Joaquim de Freitas disse...

Anonimo de 22 de Maio às 00:25 : “cada vez serve menos de tampão ao crescimento de forças de "extrema-direita". O que é positivo porque as tais forças de "extrema-direita" são capazes de ser mais democráticas do que o PCP.”


A nostalgia do fascismo com tanta clareza é raro…mas vale a pena “interpretar” : Assim, o PCP é um tampão às forças da extrema-direita, isto é, ao fascismo. Isso jà se sabia…E os comunistas também o sabiam. Aprenderam no Tarrafal, em Peniche, em Caxias e em todas as “escolas de formação “da Pide.

Mas que nestas “escolas” se ensinava a “democracia” é realmente uma novidade…

Da extrema-direita no poder, além de Salazar em Portugal, a Europa ainda se recorda: Franco em Madrid garrotando os comunistas, Mussolini em Roma, fuzilando os mesmos e Hitler em Berlim “arianizando” a Europa inteira em Auschwitz e algures, em nome da democracia.

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Jaime Santos : : Quando escreve ; » A dimensão do PCP permite-lhe resistir, esperando que um dia a crise final do capitalismo o guinde ao poder.” Crê realmente nesta eventualidade?

Se a Rússia e a China não são regimes comunistas, no sentido exacto do termo, pensa que a Europa poderá sê-lo?

Mas o que chamou a minha atenção foi a sua frase:” temos que agradecer ao PCP o facto de que enquadra e institucionaliza o protesto e ainda serve de tampão ao crescimento de forças de Extrema-Direita.”

“ainda serve de tampão….” Curiosamente, o comentador seguinte, anónimo, das 22:14, pensa que “cada vez serve menos de tampão”…

Tem uma grande piada ver duas confissões, preocupações idênticas, nas quais emerge a ideia que, afinal, só o PCP é que serve, mais ou menos, de tampão à extrema direita…Quer isto dizer que os outros partidos “não servem”?

É verdade, que este anónimo das 22:14 também afirma, como o Senhor, “que o PCP, “institucionalizava o protesto”, dizendo mais, , “que não deixou, no entanto, de causar prejuízos sérios, sobretudo, económicos ao país.”

Esta frase deixou-me perplexo, porque, cá de longe, leio muito sobre a corrupção endémica em Portugal, que seria a obra dos magnatas da finança e dos grandes grupos económicos, que, através da evasão fiscal, e “desvios” colossais do capital dos bancos, sem nunca serem julgados e condenados, são aqueles que mais prejuízos causam à economia portuguesa…

Anónimo disse...


"Porrada" neles, Joaquim de Freitas.

João Pedro

Anónimo disse...

É uma sina minha mas... todos os comunas que conheci até hoje eram tipos que estavam muito bem na vida, "bons vivants", que passavam o tempo todo a picar os miolos aos outros com a política mas que, no seu dia a dia, não abdicavam de um só dos prazeres que a economia de mercado lhes dava. Isto para já não falar dos tiques de superioridade social... Deve ser a tal coisa do "caviar", sei lá...

Cícero Catilinária disse...

Tem toda a razão, anónimo das 17:26 de 28 de Maio (será acaso?). De facto os "comunas", como lhes chama, deviam ser todos feios, pobres e mal vestidos, assim tipo "feios, porcos e maus", não é? Ah! E viverem em barracas e irem para o trabalho a pé ou, quando muito, de bicla ou utilizando o elétrico, mas isso já seria um luxo, não é verdade? E já agora, certos "fulanos" que tratam os outros por comunas, mostrarem menos estupidez e ignorância quando abrem a boca ou escrevem qualquer coisa, também não era mau, não acha?

Maduro e a democracia

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