sábado, março 24, 2018

Fraturas expostas


Tenho 5.000 amigos no Facebook, o limite máximo, não podendo entrar mais nenhum enquanto outros não saírem. Há sempre uma solução fácil para provocar a "abertura de vagas”: abordar, em tom radical, um tema fraturante ou divisivo. Há logo alguns que se zangam e saem porta fora. 

Sócrates e o Acordo Ortográfico são sempre, como temas, um "must". Trazer Salazar à baila dá também imenso jeito. Touradas e República/monarquia é dinheiro em caixa. Falar do Sporting, Benfica ou Porto, em tom sectário, traz muitos 'likes" (e "deslikes") garantidos. Há uns meses era a Catalunha, tema em que metade do país queria abrir trincheiras nas Ramblas, com a outra metade a querer, como titulou Rossif, "Mourir à Madrid". Por estes dias, a Catalunha é tão "sexy" como falar da chuva. Varoufakis já foi tema “fraturante”, quando eu gozava com aquelas camisas “à lavradeira”, a moto “à maneira”, a degustação com a “piquena” e vinho francês, com a Acrópole em fundo turístico. 

Só hoje, com o tema Camilo Mortágua, já tomaram a decisão de se “desarriscar" (como se dizia ao tempo da minha escola primária) lá no Facebook alguns "amigos", da minha valiosa quota conservadora, espécie de que por ali temo a extinção. Já fiz entrar quatro que estavam no "banco", tendo cuidado em que tivessem origem ideológica similar, senão a página fica sem graça e baixa o nível de insultos e de polémica para um "share" preocupante (tenho aprendido imenso sobre isto nas minhas funções na RTP). Não é fácil, a gestão disto, podem crer!

Ah! E nunca acreditem que algo se passa por acaso. Ou será que houve algum inocente que pensou que as ironias anti-esquerda no post sobre o neorealismo estavam desligadas, por contraponto, do tom do post Mortágua? ("Mas ele estará mesmo a falar a sério?"). Como dizia a outra senhora, nos títulos dos seus romances: "Sei lá!". É que "Não há coincidências"...

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigos sim.

Políticos quando coincidem com a governação aí é que a porca torce o rabo.

S!ão todos iguais sejam de "direita" ou de "esquerda". A "cartilha" que aprenderm a fazer política e não a governar.

Têm como único objectivo a conquista de votos e para isso até fazem o pino conforme as circunstâncias sendo hoje uma coisa, amanhã o seu contrário e no dia seguinte coisa nenhuma.

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...