domingo, julho 21, 2024

A hora de Kamala?


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E Gaza?

Agora que são entoadas merecidas loas a Joe Biden pelo sucesso de algumas das suas políticas públicas, em favor de setores desfavorecidos nos EUA, não posso deixar de colocar, a seu imenso débito, a sua escandalosa e continuada complacência com os massacres israelitas em Gaza.

Rir é o melhor remédio


Contrapondo-se aos insultos de Trump sobre o sorriso de Kamala Harris, os democratas deveriam usar esse mesmo sorriso como uma expressão de confiança e de otimismo na possibilidade dela o vir derrotar.

Now what?

A diversidade informativa deve ser estimulada. Por isso, fiquei sinceramente expectante face ao surgimento do canal televisivo Now. Às vezes, passo por lá. E, confesso, até hoje não consegui descobrir a identidade própria do seu produto. Mas posso ser eu quem está a ver mal...

Terrível dilema


Faltam poucos dias para começar o terrível dilema diário: com creme ou sem creme?

A saúde de Biden

Os republicanos americanos avançam com um argumento com alguma lógica: se Biden aceitar desistir da candidatura, por razões médicas, então deverá ceder o seu lugar, de imediato, à vice-presidente. Se não está em condições para ser candidato, não as tem para exercer as funções de presidente até ao termo do mandato.

sábado, julho 20, 2024

(2) A Curva



Há algum tempo que ouvira falar do lugar e da qualidade da sua comida. Hoje, calhando ter de passar por perto, fiz uma visita ao restaurante "A Curva", em Laveiras (Avenida Conselheiro Ferreira Lobo, 28), ali ao pé de Caxias. É conveniente reservar (tlf. 214 419 334). 

Com a sua mulher Isabel na cozinha, o proprietário, Manuel Gato, oferece-nos um menu 100% alentejano, numa sala impecável, tudo com uma elegância asseada, na sua meia centena de lugares. O casal é oriundo de Cabeção, pelo que recordámos por ali "A Palmeira", um belo e clássico poiso de restauração. 

Vi expostos bons vinhos. Optámos por um jarro do simpático vinho da casa, com o preço final a ser muito razoável. O estacionamento não é fácil, mas, com alguma paciência, consegue-se. Um lugar a anotar.

A Ucrânia e Israel


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Ainda o atentado a Trump


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Eleições na Venezuela


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sexta-feira, julho 19, 2024

A Última Campanha


A primeira vez que ouvi falar na hipótese de Mário Soares voltar a concorrer a umas eleições presidenciais foi pela boca de José Medeiros Ferreira, na tertúlia que o seu cunhado e meu amigo Nuno Brederode Santos, animava na Mesa Dois do bar Procópio. A conversa terá sido no início de 2005, um ano antes do sufrágio.

O Zé Medeiros era um homem de ideias ousadas, mas aquela parecia-me francamente excessiva. Lembro-me de ter colocado muitas dúvidas sobre a possibilidade de Mário Soares poder estar interessado em meter-se nessa nova aventura. O Nuno, confrontado com ela, foi dizendo, prudente, que "com o Soares, nunca se sabe...".

Talvez eu tivesse a obrigação de não ficar surpreendido com os acessos de vontade de Soares de regressar à política ativa, depois dos dois mandatos cumpridos em Belém. Anos antes, eu tinha sido confrontado com a sua inesperada disponibilidade para concorrer ao Parlamento Europeu. Aliás, tinha-me mesmo cabido a missão, de se provou impossível, de tentar "enquadrá-lo" na linha europeia do governo. Mais tarde, já depois de Soares eleito, fui também encarregado de fazer discretamente, junto fe instâncias europeias, o "damage controle" das consequências de uma sua inopinada, e falhada, tentativa de ser eleito presidente daquela instituição, rompendo imprudentemente com equilíbrios europeus consagrados. Mas isso são outras histórias.

Nesse ano de 2005, logo após essa conversa no Procópio, parti como embaixador para o Brasil. Um dia, Mário Soares telefonou a convidar-me a acompanhá-lo e a intervir num colóquio organizado no Recife, em que ia ser recordada a aventura do assalto ao paquete Santa Maria, que, em 1961, ali tinha aportado, capitaneado por Henrique Galvão, no mais ousado desafio que a oposição democrática fizera a Salazar.

Por todas as razões, mas acima de tudo pelo imenso respeito que tinha por Mário Soares, desloquei-me de Brasília ao Recife para o evento. Fui buscá-lo ao aeroporto do Recife e, na conversa até ao hotel onde ambos nos hospedávamos, contou-me que, na véspera, tinha tido um longo encontro com o primeiro-ministro José Sócrates, na residência oficial de São Bento. Não referiu o objeto desse encontro, mas o modo deliberadamente vago como mencionou o assunto intrigou-me. Confesso que, naquele momento, eu estava longe de ligar aquilo à candidatura presidencial. Mas, na realidade, esse tinha sido o motivo da conversa.

(Soares disse-me que, enquanto esperava para ser recebido por Sócrates, tinha surgido na sala um empregado da residência oficial, a oferecer-lhe um café. Era uma cara dele conhecida: já ali trabalhava quando Soares fora primeiro-ministro. Ficaram por uns minutos à conversa. Curioso, Soares perguntou-lhe se era verdade o que corria, à boca pequena, sobre a "agitação" das noites na residência oficial, ao tempo do anterior titular do cargo. "Contou-me umas histórias deliciosas", disse-me Soares. Mas, discreto, não entrou em pormenores sobre tais revelações.)

Tempos mais tarde, iria surgir a público o anúncio da recandidatura de Mário Soares à presidência da República. Do outro lado do espetro político, viria a aparecer Cavaco Silva, há muito pressentido como candidato, depois da clamorosa derrota que Jorge Sampaio lhe tinha infligido quase uma década antes. Mais tarde, emergiu Manuel Alegre, ficando o campo socialista dramaticamente dividido.

O PS oficial apoiou Soares. À minha medida, também o fiz, integrando a sua comissão de honra, embora, muitas vezes, no passado, tivesse estado bem distante do "soarismo". Entendi, contudo, não dever furtar-me a estar, naquele momento, ao lado da última luta de uma pessoa cujo nome se confundia com o nosso regime democrático. As possibilidades de sucesso da candidatura de Soares pareceram-me sempre muito escassas, mas para mim isso era o que menos importava.

Soares foi copiosamente derrotado nessa eleição, com Cavaco Silva a ser eleito logo à primeira volta e Manuel Alegre a obter um resultado bem mais simpático. Seria, aliás, a única derrota de Mário Soares, em eleições livres em Portugal. Na memória política portuguesa, essa campanha não deixou grande marca.

Há semanas, na Feira do Livro, a um preço quase simbólico, deparei com um volume assinado pelo jornalista (que falta nos faz ler o meu homónimo de sigla FSC, com regularidade!) Filipe Santos Costa, precisamente intitulado "A Última Campanha". Bem escrito, num tom ritmado, o livro é como que o "script" de um filme da campanha, com algumas revelações que nos ajudam a perceber melhor "os mundos de Mário Soares" (e aqui recupero o título de um livro de Hubert Védrine, "Les Mondes de François Mitterrand").

Estava eu longe de pensar que, quase duas décadas depois, iria passar umas horas a ler, com interesse, sobre a última e menos saliente aventura política de Mário Soares. 

Ainda Biden


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Belíssimo


Não sei se foi de propósito, mas lá que resultou bem é verdade. 
(Antes que os picuínhas de serviço avancem: sei bem que isto é já antigo)

TAP


Consta que, devido à avaria informática que hoje afetou os aeroportos de todo o mundo e provocou um caos nos horários, houve mesmo um avião da TAP que acabou por ter de sair à hora prevista.

Obama ... by Michelle

Continuo a achar extraordinária a ideia de Michelle Obama poder vir a integrar a lista presidencial americana. Alguém sabe se a senhora tem alguma ideia que a qualifique para dirigir a mais importante potência mundial?

O discurso de Trump


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Muita graça

Em política, o estado de graça, isto é, o tempo em que os governos ainda não pagam um preço pela asneira, deteta-se na linguagem mediática. O caos na saúde era disfarçado. Começa agora a surgir. Mas a culpa ainda não é do primeiro-ministro: ainda é da ministra...

Tour


Tenho pena de não conseguir acompanhar, com a atenção que desejaria, o "Tour de France", a mais interessante prova de ciclismo do mundo.

Biden de saída?


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quinta-feira, julho 18, 2024

A regra é clara

Na política francesa, há uma constante que nunca falha: quando é para se opor à esquerda, centro, direita e extrema-direita encontram sempre um jeito de acabar por estar juntos.

Bye Biden?

Pensei que o tiro em Trump tinha segurado Biden. Afinal, com Obama a puxar-lhe o tapete, com os "grandees" do Congresso a afastarem-se, Biden pode aproveitar a Covid como pretexto para sair. Será sempre tarde e mal, recheado de elogios que soarão a necrologia política.

Vale tudo!

Afirmar-se abertamente a favor de Trump não é para todos. Ainda havia uma réstea de vergonha que levava ao recato de alguns. Mas a expetativa de que Trump, se ganhar, pode vir a deixar cair a Ucrânia começa a fazer "baixar a guarda" da decência. Trump? O Donbass vale bem isso!

António Leite


Foram muitos anos de sofrimento, de crescente alheamento do mundo, sob o apoio imensamente dedicado da família. Foi-se agora da vida, acabo de saber, o António Leite. Era um homem sereno, com um sorriso bondoso, amigo do seu amigo. Embora um pouco mais novo do que eu, conheço-o desde sempre, do liceu, das cadeiras da Gomes, da CDE de Vila Real (foi ele quem me transmitiu o convite para me juntar ao grupo), das noites da Granfina e do Montecarlo. Lembro-me de andarmos os dois à boleia, entre o norte e o sul, de noitadas em casa de amigos em Coimbra, de conversas na "comuna da António Ferro", como o Jaime Gama, seu primo, gostava de chamar ao andar coletivo de amigos que havia no Lumiar. A última vez em que falámos, pouco, foi no bar do hotel Miracorgo, num Natal, lá em Vila Real. Para agitar o torpor da sua cara, lembrei-lhe então uma história comum. A Glória notou que os olhos lhe sorriram, que reagiu com um comentário adequado ao estímulo que lhe lancei. Mas, claramente, o António já estava "noutra". E a sua vida já não era vida. Acabou agora. Um beijo à heróica Glória e à Laurinha. Um abraço solidário à Paula, ao Carlos e ao Zé.

British Bar


A empregada do balcão, uma brasileira carioca que ontem me serviu o gin tónico (tenho a impressão que nunca ali bebi outra coisa) não terá mais de 20 anos, que contrastam com os quase 60 da minha primeira visita ao British Bar, no Cais do Sodré. Comecei lá em 1965, com o Antoninho, um boémio primo da minha mãe que, um dia, me fez uma instrutiva volta de introdução à capital e sítios relevantes - incluindo o Bolero, o Galo, o Ginjal e um outro destino menos revelável, algures na Misericórdia. Nunca fui cliente do British, apenas um passante ocasional. À volta do 25 de Abril, outro primo, neste caso meu primo direito do lado do meu pai, Carlos Eurico da Costa, instituiu a efémera rotina de, uma vez por semana, irmos ao final da tarde ao British Bar - ele para o whisky, eu para o gin. Ali nos íamos encontrar com o José Cardoso Pires, "habitué" do local. Creio que a "rotina" não passou das três vezes. Na pandemia, calhou passar um dia pelo British Bar e notei que serviam "ao postigo". Pedi o gin tónico, claro. Veio em copo de papel! O de ontem, por distração minha, chegou naquela espécie de bolas de andebol em vidro com que agora há a detestável mania de servir os gin tónicos. E com palhinha! Apesar de tudo, na torreira da tarde de verão, soube-me muito bem parar por ali, sem a pressão do tempo, o qual, como é sabido, no British Bar nunca se perde, se o olharmos através do seu clássico relógio, com que deliberadamente nos iludimos, acreditando que as horas caminham para trás.

Isto

 


(1) ... by Sofia


Sala sem pretensões, ambiente um pouco barulhento, escassas mesas, necessidade de reserva (917 588 974), razoável carta de vinhos, serviço muito agradável e cordial. Honestidade nos preços.

É o "Solar do Peixe by Sofia", em Sacavém, no Largo José Joaquim Rodrigues. Excelente oferta de peixe e algum marisco, que se escolhe à entrada e é ali grelhado à vista. 

Fui lá hoje almoçar. E vou voltar. Recomendo.

quarta-feira, julho 17, 2024

Mais velho


Há uns anos, numa conversa de família, alguém me perguntou um dado qualquer sobre um nosso antepassado. Disse que não sabia. A pessoa em causa reagiu assim: "Se tu, que és o mais velho, não sabes, então ninguém sabe".

Nesse instante, interiorizei algo que era muito óbvio, uma evidência, mas que ainda não tinha explicitado perante mim mesmo: era, por ali, na minha família materna, "o mais velho", conceito que não tendo, entre nós, a simbologia social prestigiante que tem nas sociedades africanas, era uma realidade que, desde há uns anos, se me impunha, por muito que eu evitasse encará-la. Tinham partido os avós, tinham-se ido os pais e os tios, ficaram apenas os primos. E, de entre eles, eu era, definitivamente, o mais velho.

É um estatuto estranho. Não nos traz a menor autoridade, salvo, às vezes, uma cadeira mais simpática em alguns jantares ou um lugar cómodo num sofá, em reuniões de família. Ou ser dos primeiros a ser servido de café e de whisky. Pouco mais.

Ser velho, por muito que assobiemos para o ar, não é coisa agradável, ainda que persista uma narrativa social, artificialmente animada, que pretende edulcorar a coisa. Ser velho - deixemo-nos de tretas! - é uma chatice, é ter à nossa frente, essencialmente, um crescente passado. Ser "o mais velho" é tudo isso ao cubo. 

Por que razão me lembrei disto hoje? Porque acabo de saber do falecimento de uma senhora que, por muitos e bons anos, foi uma grande amiga de toda a nossa família - dos meus avós, do meus pais, dos meus tios, dos meus primos -, pessoa que, não tendo connosco um parentesco formal, sempre vimos como muito próxima, "one of us", como dizem os anglo-saxónicos. Vê-la desaparecer é como assistir ao fechar, agora de forma definitiva, de uma porta geracional que, através dela, ainda se mantinha entreaberta, pela memória, para quem nos antecedeu. A sua existência atenuava a minha condição de "mais velho". A sua saída de cena consagra isso, em definitivo.

G7


O G7 reuniu ontem, em rara sessão plenária, pré-vilegiatura. Na agenda, estiveram temáticas nacionais de extrema atualidade, dentre as quais se destacou o rácio preço/qualidade média das cerejas do Fundão, neste ano de 2024. Incidentalmente, vieram também a terreiro certas questões que estão agitar algumas opiniões públicas lá por fora. Não obstante ter havido um genérico consenso nos termos da abordagem destas matérias, o mesmo não se constatou no tocante à decisão da sua publicitação, por um especial cuidado em não provocar qualquer impacto no equilíbrio dos mercados, evitando agitar os "spreads". Em "any other business" não surgiu rigorosamente nada digno de nota.

terça-feira, julho 16, 2024

A extrema direita lusa e Trump

A avaliar pelas reações nas redes sociais, a extrema-direita portuguesa está exultante com a expetativa de vitória de Trump. Vai ter alguma graça assistir à sua reação se e quando Trump vier a favorecer um "land for peace" para resolver a guerra na Ucrânia.

segunda-feira, julho 15, 2024

Os espelhos

Há por aí uns sites, uns blogues e algumas páginas de Facebook, onde, desde há dois anos, dia após dia, sobre o tema da guerra na Ucrânia, algumas pessoas coletam argumentos que vão sempre no mesmo sentido, repetindo as mesmas ideias e perspetivas, somando opiniões sempre similares. São espaços onde são zurzidos e adjetivados, sem piedade, todos quantos pensam diferentemente - sejam eles "os sabujos seguidores do imperialismo americano, com os seus lacaios europeus" ou os "miseráveis traidores do ocidente, infiltrados pelo putinismo agressor". Imagino que deva ser bastante descansativo passar os dias só a ler gente que "concorda" connosco, que nos conforta as certezas radicais e nos faz ir dormir na segurança que não estamos sozinhos nos nossos preconceitos. Que lhes faça bom proveito! Deve ser como ver-se ao espelho, estranhamente gostando do que vêm.

Ucrânia

A crescente plausibilidade de uma administração Trump, que já deixou claro que "fechará a torneira" financeira que sustenta a ação militar ucraniana, pode ter um efeito potenciador de uma negociação, mesmo a montante da sua entrada em funções. Kiev e a UE não devem ficar felizes.

França

"La France Insoumise", de Mélenchon, abandonou as conversas para encontrar um nome dentro do "Nouveau Front Populaire" para primeiro-ministro, acusando os socialistas de intransigência. Este foi sempre um exercício de "geometria no espaço": Macron nunca aceitaria um nome do NFP.

Ñ

Caramba! Se há seleção que mereceu ganhar este europeu foi a Espanha! Parabéns! Além de tudo, um país amigo e magnífico! (Mas deixarei de assinar qualquer jornal que se atreva a repetir os medíocres bordões jornalísticos "Nuestros hermanos", "a vizinha Espanha" ou "país vizinho")

domingo, julho 14, 2024

Do Alfa

 


Para aligeirar o ambiente


Em 1971, teve lugar em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, uma "conferência", proferida pelo "sábio" belga "Alphonse Peyradon". 

A certo passo, saído do meio da assistência, sob um pretexto qualquer, alguém deu dois "tiros" no conferencista, que caiu redondo.

(Insiro aqui, graças à amabilidade do leitor Jaime Guilherme, a única imagem que existe do "horrível atentado.)

No dia seguinte, o jornalista Fernando Assis Pacheco reportou o "atentado" no "Diário de Lisboa", num texto em que insere esta deliciosa expressão: "O primeiro tiro matou-o logo. O outro feriu-o à superfície".

Tudo aquilo não passou de uma brincadeira, organizada por um divertido grupo em que preponderava o advogado Vasco Vieira de Almeida. ("Peyradon" era uma corruptela intelectualizada, de "Pai Adão" em francês).

A história teve algumas inesperadas sequelas, com a censura do regime à mistura (Leiam mais sobre o assunto no excelente livro "Parem as máquinas", de Gonçalo Pereira Rosa). 

Ontem, sei lá bem porquê, lembrei-me deste episódio.

Um futuro com Trump

1. Já começou o tempo glorioso para os maluquinhos das teorias da conspiração: "Atentado?! Aquilo foi tudo uma montagem! Não é por acaso que ..."

2. Só podemos desejar que o episódio de hoje não seja o primeiro de outros eventos de violência sectária nos EUA, dada a imensa crispação que atravessa a sociedade americana.

3. Há uma capital onde, a partir de hoje, vai ser necessário começar a fazer contas à vida: Kiev.

4. Um ponto a notar: agora, passa a ser praticamente irrelevante se Biden mantém ou não a sua candidatura.

5. É extraordinário pensar que, na vida política americana e do mundo em geral, há um antes e um depois deste atentado. Alguns equilíbrios que prevaleciam até há poucas horas foram ultrapassados por aqueles tiros na Pensilvânia.

6. A Europa precisa de entender que subiu fortemente a possibilidade, que já era elevada, de Donald Trump ser o próximo presidente dos EUA. O discurso europeu sobre segurança tem de incorporar este fator. Com todo o realismo e o que isso implica.

7. Espero que as lideranças europeias responsáveis, agora confrontadas com a quase inevitabilidade da vitória de Trump, não se deixem tentar por qualquer aventureirismo guerreiro, inspirado pelo leste do continente, para "apressar" a História antes das eleições americanas. Travar esta deriva é o último grande serviço que Biden pode prestar ao mundo.

"Les jeux sont faits!"

Qualquer dúvida que ainda houvesse sobre o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos terminou hoje. Resta apenas contar os dias até ao início do segundo mandato de Donald Trump. 

Marinha Grande

sábado, julho 13, 2024

Ao gosto do freguês


Há dias, na guerra da Ucrânia, um míssil atingiu um hospital pediátrico na cidade de Kiev. 

Na comunicação social, surgiram de imediato duas teorias contraditórias. 

A primeira, e bem plausível, é a de que se tratou de um míssil russo, restando neste caso saber se se tratou de um ataque deliberado ao hospital (o que configuraria um sinistro crime de guerra) ou se foi um erro operacional, pelo facto do míssil se destinar a uma instalação de natureza militar próxima, alegadamente disfarçada em zona civil. 

A segunda teoria, menos plausível mas potencialmente credibilizada por alguns incidentes anteriores, é a de que poderia ter-se tratado de um míssil de defesa ucraniano, desviado do seu curso, por erro técnico. Mesmo se esse fosse o caso, valeria sempre a pena lembrar que este tipo de incidentes só ocorrem porque existe um contexto global de agressão russa à Ucrânia. 

Excluo ainda, por obscena, a tese (teórica) de que poderia tratar-se de um ato de "falsa bandeira" - ato levado a cabo por uma das forças em disputa, com o objetivo de inculpar a outra. (O suposto ataque bósnio ao mercado de Serajevo, 1994, para acusar os sérvios, continua a marcar o imaginário internacional como exemplo de possível ato de "falsa bandeira"). 

Entre nós, nos meios de comunicação social, assistiu-se de imediato a uma campanha de defesa de ambas as teses, com apoio de imagens que, em alguns casos, foram acusadas de serem distorcidas ou falsificadas. O apuramento da verdade ficará assim a cargo de um "rigoroso inquérito" internacional, com resultado para as calendas. 

Para o que aqui me interessa, gostava de assinalar o facto de, na nossa comunicação social, em regra geral, infelizmente não ter havido surpresas: quem regularmente se mostra ao lado da causa ucraniana não hesitou um segundo em atribuir a culpa do incidente à Rússia; aqueles que se sempre se mostram mais abertos a escutar as justificações de Moscovo, e não surgem automaticamente ao lado da Ucrânia e dos seus parceiros ocidentais, logo se abriram à hipótese de se tratar de um míssil ucraniano desviado. Muito poucos tiveram a humildade de não emitir opinião, dizendo: não sei, não há elementos seguros para opinar, sem colocar um desculpabilizante "mas" a seguir. 

Teria feito muito bem à imagem do comentariado sobre questões internacionais que anda por aí, por uma vez, ver-se alguém da ala "ucranófila" dar algum crédito à tese que isentava Moscovo de responsabilidades ou alguém do núcleo tido por mais "russófilo" admitir que a responsabilidade do ataque seria, com grande probabilidade, das forças de Putin. 

Mas não, isso seria esperar por sapatos de defunto.

A eleição em França


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A eleição no Reino Unido


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A Índia, a Nato e a guerra na Ucrânia


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sexta-feira, julho 12, 2024

As gafes de Biden


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Biden

- A conferência de imprensa demonstrou, se tal fosse necessário, que Biden domina a substância dos dossiês, a anos-luz de Trump. A questão não é essa. Henry Kissinger, com 100 anos, também era um sábio atualizado. Mas ninguém se lembraria de o propor para um cargo executivo.

- A escolha dos democratas americanos é trágica: manter Biden e arrastar-se por meses de crescente revelação das suas fragilidades ou forçar uma "guerra" interna de divisão do partido, eventualmente (ou mesmo "eventually") afastando Biden, sendo derrotados na mesma. Que dilema!

- As pessoas que aventam nomes "simpáticos" para substituir Biden, com hipóteses de ganhar a presidência, devem lembrar-se que há procedimentos democráticos a respeitar, que seriam necessárias eleições "primárias" e montar um processo complexo de auscultação.

- O "Biden das gafes", daqui a dias, vai passar a ser o "novo normal". Como ele se acha o "máximo" e os democratas não têm forma de o afastar, vão ser uns meses muito penosos, até à sua mais do que provável derrota.

quinta-feira, julho 11, 2024

O efeito Orbán


Memória das pirites


Foi há pouco, no palácio de Belém, a anteceder uma cerimónia. Um cavalheiro aproximou-se de mim e disse-me que ambos tínhamos feito parte, há quase cinco décadas, de uma delegação técnica portuguesa a Marrocos. 

Eu lembrava-me bem da viagem, mas confessei não ter presente a composição de todo o grupo, onde meu companheiro representava uma conhecida empresa. Até que ele me perguntou, com um largo sorriso, antecipando a minha reação: "Mas recorda-se do homem das pirites?"

Aí, "caiu a ficha". Claro que me recordava! Era uma figura muito simpática, cordial, também membro do nosso grupo. Por que é que eu o não tinha esquecido? Porque, no decurso dessa viagem de quase uma semana, com dezenas de contactos, sempre que visitávamos alguma entidade, a quem nos tivéssemos de apresentar, o "homem das pirites" ocupava um longuíssimo tempo a dizer o seu nome, que agora não vem para o caso, e, sempre num correto francês, a sua qualidade de "vice-président exécutif du conseil d'administration de la Société Minière Santiago et de l'entreprise Pirites Alentejanas". 

E dizia isto com lentidão, quase soletrando o título, enquanto apertava a mão de cada um dos nossos interlocutores marroquinos. As filas de cumprimentos, quando chegavam a ele, atrasavam-se sempre e, dia após dia, os membros da nossa delegação começaram a trocar entre si sorrisos cúmplices, ao observar a repetição da cena. A verdade é que nenhum de nós teve coragem para recomendar ao simpático "homem das pirites" que procurasse encontrar uma "job discription" um pouco mais sintética.

Eu e o meu colega de viagem magrebina rimos um bom minuto desse nosso breve passado conjunto, até sermos chamados para o momento para o qual ali estávamos convocados.

Pluralismo mediático

quarta-feira, julho 10, 2024

Congéneres ?


Interessante contraste entre a delegação sindical dos guardas prisionais e a sua congénere (será que, neste caso, é adequado dizer-se?) do Ministério da Justiça. Ah! E houve acordo.

Macron

Na carta aberta que hoje dirigiu aos franceses, Macron deixou claro que vai pedir à forças políticas o que sabe ser impossível, num parlamento esfrangalhado pela dissolução de que foi o único responsável. Começa a ficar evidente que, dentro de um ano, haverá novas eleições.

Os nomes da Direita francesa

A direita democrática francesa mudou, uma vez mais, de nome. 

Acaba de ser criada a "Droite Républicaine". Laurent Vauquiez, o seu aparente líder, acaba de fazer esse anúncio.

Na realidade, depois do nome "Les Républicans" ter sido "raptado", há semanas, pelo presidente do partido, Éric Ciotti, que se coligou com a extrema-direita, o "resto" dos deputados dos "Les Républicans", aliás bem mais numerosos do que a sua dissidência, necessitavam de ter uma designação coletiva. Ela aí está. É o sétimo nome, desde o início do "gaullisme", que continua a ser a sua, embora cada vez mais longínqua, inspiração.

Durante a IV República, desde 1947, o partido chamou-se RPF - "Rassemblement du Peuple Français". Criado por De Gaulle, não sobreviveu ao recolhimento deste em Colombey. O RPF dissolvido, em 1955, depois de um forte desaire eleitoral em 1953.

Com o regresso ao poder de De Gaulle, em 1958, passou a designar-se UNR - "Union pour la Nouvelle République", tendo mudado depois para UNR - UDT com a adesão dos chamados "gaullistas de esquerda".

Em 1967, passou a UDR - "Union des Démocrates pour la République". 

Em 1976, Jacques Chirac transformou o partido em RPR - "Rassemblement pour la République", e assim se manteve até 2002.

De 2002 a 2015, passou a chamar-se UMP - "Union pour un Mouvement Populaire", somando liberais e algum centro-direita.

Em 2015, Nicolas Sarkozy decidiu mudar o nome para "Les Républicans". 

Resta apenas saber se Ciotti vai conseguir manter a designação de "Les Républicans" para o seu pequeno grupo, agora sob a "asa" de Le Pen.

terça-feira, julho 09, 2024

Casa Branca

Está a esgotar-se a janela temporal para Biden desistir e os democratas conseguirem ainda consensualizar um nome alternativo, com hipóteses realistas de derrotar Trump. Assim, a perspetiva deste poder regressar à Casa Branca adensa-se, a cada dia que passa.

Estatuto


Acabo de ler que a Carreira Diplomática vai ser dotada de um novo Estatuto, o diploma legal orientador da vida dessa categoria de servidores públicos, que asseguram a representação externa do Estado português. 

Embora afastado do serviço ativo do Ministério dos Negócios Estrangeiros desde 2013, acompanhei, durante algum tempo, como presidente da respetiva Assembleia Geral, o esforço que a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses desenvolvia para tentar recuperar a degradação da posição relativa da profissão face a outras carreiras especiais da Função Pública. 

A atratividade da carreira vinha a ser crescentemente afetada no "mercado" dos novos licenciados e isso foi tendo impacto na capacidade de recrutamento de pessoal para o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Dizer que, a prazo, isso teria consequências na qualidade da prestação diplomática é algo que não me parece muito ousado.

O diploma agora concluído terá ainda um caminho institucional a percorrer, esperando que seja breve e não distorçor do que foi acordado. Não conhecendo os seus pormenores, para além do que foi divulgado na imprensa, só posso desejar que as soluções nele consagradas possam satisfazer os anseios da carreira e estejam à altura do empenhamento dos nossos diplomatas de poderem servir, de forma cada vez mais eficaz, os interesses de Portugal na ordem externa.

segunda-feira, julho 08, 2024

Assim como assim...

Não, não vi a entrevista à senhora procuradora-geral. Estive a ver um filme policial.

Jacques Toubon e o "Beaujolais nouveau"


Há figuras políticas do passado que, de tanto se apagarem por muitos anos, nos surpreendem quando, inopinadamente, emergem a público.

Há precisamente uma semana, vi ressurgir Jacques Toubon, um homem próximo de Alain Juppé e de Jacques Chirac. Hoje com 83 anos, Toubon foi ministro da Cultura e da Justiça e responsável pelo partido de direita gaullista, RPR - que hoje se chama Les Républicans, depois de antes ter tido cinco (!) outras designações.

Na sequência da primeira volta das eleições legislativas em França, Toubon assumou a terreiro apelando à "frente republicana", para travar a eventual chegado do Front National ao poder. A "frente republicana" é uma fórmula simples, de grande dignidade cívica: havendo o risco de alguém de extrema-direita poder vir a ganhar uma eleição, o gesto "republicano" recomendado é votar no candidato que estiver melhor colocado para provocar a derrota da figura da extrema direita. A esquerda recomenda que se vote num candidato da direita ou centro e vice-versa. Tudo menos permitir a eleição de alguém da extrema-direita! (Sublinho que a palavra "republicano" tem, em França, uma aceção algo diferente daquela que nos é comum em Portugal).

Nas últimas eleições, tendo observado gente de direita, do centro e até de alguma esquerda a seguir pelo caminho do "ni-ni" ("ni Front National, ni Nouveau Front Populair (NFP)"), foi muito interessante ver Toubon, sem quaisquer reticências, recusar esse caminho.

Nesta eleição, o "ni-ni", aliás, era tanto mais enganador quanto acabava por ser um apoio indireto ao Front National. Porquê? Porque sendo esta, daquelas duas forças políticas, a única que tinha uma hipótese de poder vir a ter uma maioria absoluta, coisa que realisticamente nunca poderia acontecer com o NFP, a "neutralidade" favorecia abertamente o primeiro e diminuía as hipóteses do segundo.

Toubon teve o instinto certo e, com o seu gesto, reforçou aqueles que, ao centro e à direita, evitaram aquele que seria o primeiro governo de extrema-direita em França, desde os anos 40 do século passado, isto é, desde Vichy.

Há pouco, Jacques Toubon foi entrevistado pela France 24 e, sem quaisquer complexos, sendo embora um homem de direita, defendeu que Macron deve agora chamar para tentar formar governo a figura que o NFP, como grupo mais votado, vier a designar. Seja essa figura quem for!

Para mim, teve alguma graça "reencontrar" Jacques Toubon. Lembro-me de, em 2011, o ter visitado, como embaixador em França, na sua qualidade de presidente do Museu da História da Imigração, em Paris, com vista a procurar colaborar no esforço que a instituição fazia para dar expressão museológica à memória dos fluxos migratórios que tiveram impacto na sociedade francesa. Mostrou-me, na ocasião, a vitrine que o museu tinha consagrado à figura de Baptista de Matos, um personalidade muito carismática da nossa comunidade, infelizmente já desaparecida.

No final da visita, fomos almoçar a convite de Jacques Toubon a um restaurante próximo do museu. Viviam-se os dias do "Beaujolais nouveau", um vinho francês que, a cada ano, é lançado na terceira quinta-feira do mês de novembro, um pouco por todo o mundo. Em face da insistência do dono da casa, Toubon perguntou-me se eu queria experimentar a colheita desse ano. Notei que o fez sem grande convicção e, da minha parte, terei deixado transparecer um entusiasmo também não demasiado esfusiante. Ao longo da vida, em várias partes do mundo onde o fui experimentando, nessas datas festivas de lançamento, nunca o "Beaujolais nouveau" me convenceu, por muito que os meus sucessivos colegas franceses se tivessem empenhado em promover o "néctar". Lembro-me de ter retorquido a Toubon: "Recomenda? Está bom, este ano?". Ele sorriu e, de forma cúmplice, disse-me: "Está tão bom como nos outros anos. Vamos para um Borgonha?" Fomos.

Tempos

Ouvi agora, num debate político na televisão francesa, uma expressão magnífica: "Il est urgent d'attendre". 

Quase me fez lembrar a frase de Saramago: "Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo". 

Ucrânia

Adjetivos qualificativos à parte, não deixa de ser interessante especular sobre qual será a lógica subjacente ao forte ataque russo de hoje a Kiev, nas vésperas de uma cimeira da NATO que terá a Ucrânia como principal ponto da agenda. Moscovo achará que assim verga apoios a Kiev?

Cheney


Este cavalheiro até pode ter razão no que diz - e provavelmente tem. Porém, nunca esquecerei que este cavalheiro é uma das figuras mais sinistras da história contemporânea dos EUA, um dos principais responsáveis pela tragédia no Iraque, fonte de um caos que ainda não terminou.

Macron

Para ajuda à reflexão, deixo a evolução dos resultados das formações que apoiam o presidente Macron nas sucessivas eleições legislativas em França:

2017 - 350 deputados

2022 - 245 deputados

2024 - 168 deputados

Biden

As constantes auto-avaliações otimistas que Joe Biden faz sobre o seu estado físico e psíquico não podem deixar de ser relativizadas, quanto à sua validade e rigor, pelo facto de se tratar de alguém sobre cujo estado físico e psíquico existem precisamente imensas e crescentes dúvidas.

Vive la France!


 

Já agora!

Não sei como vai ser governada a França. Só sei quem o vier a fazer deve analisar, com muito cuidado, as razões que, apesar de tudo, ainda levaram tanta gente a votar na extrema-direita e procurar responder, com humildade democrática, a essas preocupações. A Le Pen fica "à coca!"

Uma coisa é uma coisa...

As reportagens televisivas feitas por estas horas em Paris deviam ter o cuidado de distinguir as manifestações de júbilo pela derrota da extrema-direita, como a que se passa na Place de la République, dos desacatos violentos feitos a coberto dessa noite de euforia.

Até no Louvre houve festa!


 

Eles não acreditaram, Bardella !

 


O seu a seu dono

Há uma coisa que tem sido pouco dita - eu próprio erradamente não a referi, nas intervenções que fiz na CNN Portugal: muitos dos deputados macronistas e LR eleitos devem esse resultado à desistência dos candidatos de esquerda, imediatamente anunciada após a primeira volta.

O trigo e o joio

Uma das vigarices tradicionais da direita mediática é ligar os partidos de esquerda aos distúrbios, assaltos e atos de violência que, em França e não só, grupos de energúmenos levam a cabo em dias de mobilização popular.

A superioridade democrática

Os impasses que possam ser gerados pelo voto democrático são sempre preferíveis a soluções que radiquem em ideologias discriminatórias e anti-humanistas.

domingo, julho 07, 2024

Vive la France!

Em França, o reflexo republicano (convém ter presente que a expressão não tem necessariamente a mesma conotação que em Portugal, na nossa clássica oposição à monarquia) continua a ser um reflexo cívico muito honroso e prestigiante para o seu sistema democrático. 

sábado, julho 06, 2024

Não morreu ninguém!


Passaram 24 horas. Ontem perdemos, contra a França. Foi pena. A nossa seleção fez um excelente jogo. Do melhor que lhe tenho visto. É sabido que o desempate por penaltis é sempre uma lotaria. É a vida! Martinez fez erros? Provavelmente, mas deixo isso para os (imensos) especialistas de futebol, que eu não sou. Sou apenas um apreciador de futebol, com um inevitável viés nacional. E, também por essa razão, não desvalorizo o efeito positivo que uma vitória teria tido para muitos portugueses, em especial para quem vive lá por fora. (Acabo de ver o Holanda - Turquia e dou comigo a imaginar a imensa tristeza que devem estar a sentir os muitos turcos que trabalham na Alemanha). Mas, caramba, isto é apenas futebol! Há mais vida para além da bola! Isto não é nenhuma guerra! Não morreu ninguém!

Viana


Claro que vou às Festas!

Biden


São 28 minutos de conversa, entre George Stephanopoulos e Joe Biden, na ABC. Biden releva a obra feita, desvaloriza a sua prestação face a Trump e não dá o menor sinal de desistir da corrida. Stephanopoulos foi assertivo e rigoroso. Pode ver aqui.

We'll always have Paris 2016...

sexta-feira, julho 05, 2024

Ronaldo. A sério.

Agora muito a sério: não há um mínimo de cuidado na preservação da imagem e do prestígio dessa imensa figura do futebol mundial que se chama Cristiano Ronaldo?

Ronaldo

Ronaldo tem um imenso e glorioso passado à sua frente.

Amarelado


Foi um amarelo bem mostrado pelo Vitinha ao árbitro.

Orbán

Todos sabemos que Orbán não é "flor que se cheire". (Erdogan também não era). Mas se acaso ele viesse a conseguir uma (improbabilíssima) ponte negocial entre Moscovo e Kiev, o que é que a União Europeia podia objetar? Afinal, a Ucrânia é ou não "dona" da sua guerra?  

Estudem

As pessoas que passam o tempo a tecer loas aos sistemas eleitorais com círculos uninominais já alguma vez se interrogaram sobre a razão pelas quais há muitos países que têm outro modelo e não consideram mudá-lo? Serão menos democratas e mais estúpidos?

Hunt

Jeremy Hunt, ministro das Finanças britânico cessante: "Some Conservatives will wonder whether the scale of our crushing defeat is really justified, but when you lose the trust of the electorate, all that matters is to have the courage and humility to ask yourself why". 

Chapeau!

A falta de um guarda-chuva (ou de um chapéu de chuva, em lisboês)


Jacob Rees-Mogg, antigo ministro conservador, comentando a prestação do primeiro-ministro Sunak desde o início da campanha eleitoral: "Well an umbrella on day one would have helped".

E é super-irónica a fotografia, no dia de hoje, da mulher de Sunak... com um guarda-chuva na mão.

Afinal, deus não dorme...


Há dias, alguém desesperado com o estado do mundo, ironizava: "Isto anda tão mal, tão sem-rei-nem roque, que até parece que deus se aposentou...".

Vejo agora esta notícia e só posso concluir que, afinal, deus não dorme...

O que é demais...


Nesta noite de esmagadora vitória trabalhista, que muito me satisfaz, não posso deixar de registar aqui a imagem de dois estimáveis rostos da ala esquerda "labour", homens politicamente seriíssimos mas cujo desajustado radicalismo deu alguns anos mais de poder aos conservadores. 

quinta-feira, julho 04, 2024

Peter Snow


Tem 86 anos e está reformado. Durante décadas, habituei-me as seguir as noites eleitorais no Reino Unido apresentadas por Peter Snow, primeiro na ITV, depois na BBC. Era uma figura alta que, por essas horas, usava o famoso "swingometer". Com gestos largos, mostrava-nos, de início sem os artefactos digitais dos dias de hoje, um ponteiro que evoluia numa parede, oscilando entre o vermelho e o azul, explicando como "tories" e "labour" subiam ou desciam.

Snow, uma cara muito conhecida para os britânicos, foi um excelente jornalista e, ao que hoje diz ao "Daily Telegraph", que o foi entrevistar, vai votar "lib-dem". E diz mais: é de opinião de que, na noite de hoje, vamos assistir a um inédito "landslide" em favor dos trabalhistas, o maior desde a Segunda Guerra, mesmo maior do que a vitória de Tony Blair, em 1997. Logo veremos.

Hoje, com a vitória labour garantida, seria a noite ideal, se acaso eu pudesse votar no Reino Unido, para dar uma oportunidade ao Official Monster Raving Loony Party. Não sabem o que é? Não sabem o que perdem!

Capa


Tenho visto muitas capas "assassinas". Mas, como esta, vi poucas.

É assim!


Hoje, numa velha democracia, que sempre escolhe uma banal quinta-feira para votar, os cidadãos elegem os seus deputados. À noite, saem os números. Amanhã de manhã, o vencedor vai ao rei. À tarde, assume funções. Ah! E vai ganhar a esquerda, olaré!

Queijos

Parabéns ao nosso excelente queijo!  Confesso que estou muito curioso sobre o que dirá a imprensa francesa nos próximos dias.