sexta-feira, julho 05, 2024

O que é demais...


Nesta noite de esmagadora vitória trabalhista, que muito me satisfaz, não posso deixar de registar aqui a imagem de dois estimáveis rostos da ala esquerda "labour", homens politicamente seriíssimos mas cujo desajustado radicalismo deu alguns anos mais de poder aos conservadores. 

8 comentários:

Anónimo disse...

É possível. Eu inclino-me mais, sobretudo no caso de Corbyn, para sabotagens internas e para uma campanha de aviltamento sem precendente nos média ditos de "referência", controlados por grupos económicos fortíssimos que jamais permitiriam uma viragem à Esquerda e que rebentaram com Corbyn. Aliás, este Starmer que agora para lá vai, em que medida vai ser diferente do que já lá estava? Alguns aspectos estílisticos, algumas mudanças nas clientelas, fora isso é mais do mesmo, vão ser as mesmas políticas neo-liberais, o mesmo favorecimento dos grupos privados, o mesmo desdém pelo sector público, a mesma sobranceria em política externa. No fundo, o que separa este Labour do Labour neo-liberal do inenerrável Tony Blair? a resposta vai ser: nada. Sorte a deles que o seu sistema eleitoral, muito pouco democrático diga-se, privilegie o rotativismo entre os conservadores neo-liberais e os neo-liberais "trabalhistas". Não fosse esse o caso e o Reform não tinha agora 4 deputados, tinha mais de 70, pois teve 4 milhões de votos e 14 por cento do total. Porém, como o sistema é muito democrático, o outro partido que compõe o ramalhete do neo-liberalismo, os democratas liberais, que tiveram 12 por cento e não chegaram aos 3 milhões e meio de votos, vai ter mais de 70 deputados. Siga, nada mudou, ou então foi uma mudança à leopardo.
M.Prieto

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

O "landslide" confirma-se. Viva o Labour!!!

J. Carvalho disse...

O problema, em todo o lado, é o centro. E vá-se lá saber porquê, o centro puxa para a direita, ponto geométrico das sombras e dos medos. Logo, só se ganham eleições gravitando por ali.

Partilho a satisfação na vitória dos trabalhistas. Afundou-se aquela medida de mandarem para o degredo os emigrantes clandestinos. Só por isso já foi bom.

Anónimo disse...

o último tinha mesmo laivos de anti-semitismo.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 10:19. Bem se vê como a campanha difamatória orquestrada contra Corbyn teve o sucesso que teve. Sim, o senhor Corbyn foi sempre anti-imperialista e a favor da solução de dois estados, Israel/Palestina. Por isso, os grandes media e uma catrefada de mps "trabalhistas", ainda do tempo senhor Blair, esse belicista corrupto, assustados com o sucesso que Corbyn estava a ter, trataram de o enterrar, for good. Bom, isso dito, vou dizer então algo que Corbyn nunca disse: O Estado de Israel, por intermédio do seu governo, é um estado terrorista e genocida. Os seus líderes deviam estar todos com mandados de captura por aquela fantochada chamada TPI, a União Europeia e Portugal em Portugal deviam de imediato demarcar-se de tais genocidas. Se tal é ser "anti-semita", então encaro-o como uma medalha.
M.Prieto

Anónimo disse...

Já agora, se me é permitido, aqui fica o perfeito exemplo do que é establishment britânico, que este labour de Starmer, seguramente, não vai renegar:

"ICC decision on Netanyahu arrest warrant may be delayed by UK
(...) The arguments advanced by the UK echo claims made by current and former senior Israeli officials (...) Experts said the decision to allow the UK to intervene on this issue could cause delays to the arrest warrants case"
Sobre pró-genocidas "trabalhistas" estamos conversados.
M.Prieto

Anónimo disse...

não é campanha (para vocês tudo é campanha), o homem é mesmo antisemita. e seria fácil para ele mostrar que o não era mas nunca o fez, nem sequer o apoquentou a acusação.

Anónimo disse...

Keir Starmer é uma espécie de José Luís Carneiro do nosso PS. Um Neo-liberal soft, comparado com Sunak. Achar que o RU virou à Esquerda é o mesmo que acreditar no Pai Natal. Haverá algumas “nuances” na política interna, mas nada que sobressalte o “Establishment” e a “City”. E quanto à Política Externa então nada, mas mesmo nada, deverá mudar. O RU continuará a desempenhar o papel de Estado vassalo de Washington, fazendo-lhe os fretes do costume e no respeitante à Ucrânia não se verificará nenhuma alteração da posição “oficial” de Londres (canalizar armamento e dinheiro aos milhões para o regime fantoche de Kiev continuará a ser a atitude de Londres). O mesmo para com Israel, com o RU a “assobiar para o lado” e a desculpabilizar as atrocidades de Telavive.
O Labour teve dois líderes verdadeiramente de Esquerda, Michael Foot e posteriormente Jeremy Corbyn (que, ao que posso ver foi eleito para este Parlamento). Corbyn, por ser de Esquerda, foi vítima de uma cabala miserável, levado a cabo pela ala conservadora/neoliberal do Partido Trabalhista, que o acusou de anti-semitismo, uma acusação sem fundamento, mas que era o pretexto para o seu Partido se ver livre dele. Corbyn não tinha a confiança da “City”, dos grandes grupos económico-financeiros, dos tais “Mercados”, alguns com ligações a Israel. E deste modo, os “Tory”lá se foram mantendo no Poder. Os Trabalhistas perceberam que para voltarem ao Poder teriam de vestir a pele dos Conservadores, embora disfarçada de um certo “esquerdismo” mundano, aceitável para quem verdadeiramente manda ali na Ilha. Na realidade, a vitória do “Carneiro”/Starmer não assustou ninguém. A Bolsa da “City” não se sobressaltou. Em resumo, tudo mais ao menos na mesmo como dantes, quartel-general em Abrantes.
Quanto ao sistema eleitoral inglês, é aberrante, profundamente injusto e não reflecte o que foi expresso nas urnas pelo eleitorado. Os resultados ficaram distorcidos, como já vem sendo habitual, embora desta vez de forma mais significativa.
Por fim, permitia-me relevar que apreciei (uma vez mais) os comentários do leitor M.Prieto.
E tal como ele, se ser contra os crimes de guerra, genocídio, massacres diversos e “appartheid” praticados por Israel e o seu regime infame é ser “anti-semita”, então sou saudavelmente “anti-semita”.
a) P. Rufino

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