quarta-feira, julho 10, 2024

Macron

Na carta aberta que hoje dirigiu aos franceses, Macron deixou claro que vai pedir à forças políticas o que sabe ser impossível, num parlamento esfrangalhado pela dissolução de que foi o único responsável. Começa a ficar evidente que, dentro de um ano, haverá novas eleições.

5 comentários:

C.Falcão disse...

Certamente novas eleições.
As apostas estão abertas !
Edouard Philippe ?
Gabriel Atal ?
Jordan Bardella… huumm
A ver vamos.
C. Falcão

Luís Lavoura disse...

Eu não sou partidário de Macron, mas não o culpo por ter convocado eleições, nem por estas terem gerado um parlamento esfrangalhado.
O parlamento está esfrangalhado porque é assim mesmo que estão as opiniões dos franceses. Não é culpa de Macron.
O parlamento está esfrangalhado porque, mais cedo ou mais tarde, teria que estar, dado que as eleições não podem, numa democracia, ficar sempre para mais tarde.

Joaquim de Freitas disse...

O problema permanece e nada foi resolvido.

Cada uma das três forças principais, que o escrutínio demarcou, a “Nova Frente Popular”, o Centro em torno do partido “Renascença”, a “Reunião Nacional”, cada uma delas pode dizer que “ganhou”.

Mas, na verdade, cada um deles apenas bloqueia o domínio dos outros dois. Em França, não parece existir actualmente uma solução parlamentar para a questão do poder.

A democracia está bloqueada. Este é um dos sintomas da crise. Uma democracia bloqueada ainda pode ser uma democracia? Será ainda um sistema que resolve conflitos políticos através das urnas, de forma pacífica, através da emergência de uma maioria e de uma minoria?

O sistema eleitoral maioritário, de legislatura em legislatura, atingiu agora o extremo oposto do objectivo inicial e bloqueou a emergência de uma maioria. Esta é a própria definição de uma crise institucional, uma crise estrutural.Michel Debré deve estar acordado...

Na verdade, o problema existe há décadas, pelo menos desde a fundação da Quinta República pelo General De Gaulle e do sistema eleitoral maioritário de duas voltas. Este sistema, que pode voltar-se constantemente contra os seus autores, foi criado para permitir que uma maioria parlamentar possa ser obtida, mesmo com apenas uma minoria de votos.

Não dizia respeito apenas ao poder legislativo, mas também ao poder executivo: o presidente Chirac obteve, no primeiro turno, 19,88% dos votos em 2002, antes que o medo do partido Frente Nacional lhe desse, no segundo turno, uma maioria esmagadora de 82,21%, não rastreável...

Recordo-me perfeitamente: foi a unica vez que votei à direita na minha vida !

Luís Lavoura disse...

um parlamento esfrangalhado pela dissolução de que foi o único responsável

Para o Francisco as eleições são uma chatice, que se deve evitar. Os resultados delas, outras chatice, que se deve falsear.

Macron fez um grande erro em ter convocado eleições, pensa o Francisco. Deveria ter permanecido com um parlamento que não reproduzia a realidade. Felizmente, pensa o Francisco, quando viram que o povo não votava como eles queriam, Macron e os esquerdistas uniram-se para fazer com que o partido maioritário ficasse em terceiro lugar no parlamento.

Bem diz Todd que os atuais regimes não são democráticos, são sim "oligarquias liberais". Nessas oligarquias, o povo é suposto votar o menos possível ou, quando não é possível evitar que ele vote, deve-se utilizar truques para falsear os resultados.

Carlos Antunes disse...

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