As pessoas que passam o tempo a tecer loas aos sistemas eleitorais com círculos uninominais já alguma vez se interrogaram sobre a razão pelas quais há muitos países que têm outro modelo e não consideram mudá-lo? Serão menos democratas e mais estúpidos?
3 comentários:
As pessoas que passam o tempo a tecer loas aos sistemas eleitorais com círculos uninominais são pessoas que se encontram enfeitiçadas pela cultura anglossaxónica, a qual consideram perfeita, tal e qual como há um ou dois séculos os portugueses cultos se encontravam enfeitiçados pela cultura francesa.
É assim neste país, as pessoas cultas vivem enfeitiçadas pelas culturas que importam da Europa. Ao contrário dos alemães, dos italianos ou dos espanhóis, que têm culturas próprias e se orgulham delas, os portugueses cultos só querem copiar o que vem lá de fora. Outrora de França, atualmente do RU e dos EUA.
Dos meus tempos passados na London School of Economics and Political Science (esta última parte é frequentemente esquecida) que se orgulha da sua tradição dos socialistas Fabianos, relembro uma frase do meu professor de Public Choice: nas eleições tão importante como os votos é a forma como eles são contados (isto é como os resultados são apurados).
Ainda sobre a esmagadora vitória do Labour … em termos percentuais parece que ficaram abaixo dos 40%. O mesmo se tinha passado com os Torres anteriormente. Só demonstra a distorção na representação eleitoral induzida pelos sistemas uninominais!
Carlos,
a "esmagadora vitória do Labour" consistiu em ter mais 1,6% de votos do que tinha tido em 2019, mas menos votos em número total (uma vez que a afluência às urnas foi muito menor).
Ou seja, em percentagem dos votos, o Labour praticamente não mudou.
A "esmagadora vitória" não se deveu a maior votação no Labour, mas tão-somente a maior divisão entre os seus adversários.
Enviar um comentário