segunda-feira, maio 13, 2024

"It"s the economy..."

"It"s the economy, stupid!", foi a expressão cunhada por James Carville, na campanha de Clinton em 1992, para identificar o eterno motor do voto na América. 

Na Rússia, o voto é um detalhe, mas ver um político da área económica ir chefiar a Defesa parece provar a atualidade da frase. E leva a pensar que chegou a hora da economia a esta sua guerra. 

8 comentários:

Luís Lavoura disse...

chegou a hora da economia a esta sua guerra

Não entendo que quer o Francisco dizer com esta frase.

É claro que a economia influencia em muito o desensolar da guerra. Se a Ucrânia está a perder a guerra, isso deve-se em grande parte ao facto de a Europa e os EUA serem incapazes de produzir material militar na quantidade que a Ucrânia necessita e gasta, ao contrário da Rússia, que tem sido capaz de produzir material militar ao ritmo necessário.

Luís Lavoura disse...

ver um político da área económica ir chefiar a Defesa

Cá em Portugal os políticos da área do Direito chefiam tanto a Defesa como todas as outras áreas.

Anónimo disse...

Fernando Neves
Luis Lavoura, os piores ministros são os especialistas da área que tutelam. Mudam tudo o que estava e provocam instabilidade inútil nos serviços, mesmo sem mudar o governo. Veja-se a Educação entre nós. Os ministros devem ser políticos e , na minha opinião, deputados eleitos do partido do gê vejo, como nas democracias mais antigas.

Erk disse...

Portanto, e a ver se entendo.

Os russos, com a sua produção excedente a nivel de armamento, são pela paz.

Ao contrário dos warmongering ocidentais que por lucrarem com as guerras no entanto não têm industria capaz de acudir a uma guerra.

Certo.

João Cabral disse...

Vive-se uma economia de guerra, logo...

Luís Lavoura disse...

Note-se que Sergei Shoigu, o anterior Ministro da Guerra russo, também não era originalmente um militar - ele é engenheiro civil de formação e só entrou nas Forças Armadas com 36 anos de idade, através da área da Proteção Civil e não propriamente da Guerra.

Joaquim de Freitas disse...

"E leva a pensar que chegou a hora da economia a esta sua guerra." Desculpe, Senhor Embaixador, a hora foi muito antes e os russos não a deixaram passar...

Em 1991, a URSS desapareceu e a missa parecia ter sido dita. Os EUA, e o Ocidente com eles, “ganharam”. A ilusão da vitória irá desencadear a sua nocividade.

Quando a URSS entrou em colapso, já tinham passado dez anos desde que os EUA e o Reino Unido implementaram políticas económicas neoliberais. O discurso é triunfante. Regressaram ao caminho do forte crescimento, particularmente os EUA, enquanto a Europa, “encharcada nos seus arcaísmos”, permanece para trás.

As elites europeias são seduzidas. Lembremo-nos deste Ministro das Finanças que proclamou “só o crescimento é belo e o crescimento está nos EUA”.

Para os Estados Unidos é bastante claro, tendo os objectivos sido admitidos e publicados em numerosas ocasiões desde 1945: o enfraquecimento e depois a destruição da Rússia (compreendendo a sua divisão em pequenas regiões inteiramente controladas pelos EUA).

A guerra da Ucrânia, que não custa "boots on the graound" é ideal...

Um projecto maluco no sentido literal do termo, que alguns americanos conhecem Mas, louco ou não, esse é o objectivo que os EUA estabeleceram.

Mas porquê? Porque, ao contrário do que se poderia concluir do desaparecimento da URSS, a Rússia ainda está atravancada no caminho a nível geoestratégico e ideológico.

O Senhor Embaixador conhece melhor que eu o pesadelo americano: O perigo de um eixo Berlim-Moscovo para a hegemonia americana foi mencionado tantas vezes que todos conhecem…Viu como eles fizeram saltar os gasodutos da Gazprom? Porquê? E dum tiro mataram dois coelhos: a Alemanha e a UE...

Mas talvez os pesadelos das noites de Washington fossem antes um triângulo Berlim – Moscovo – Pequim.

A aliança de capital, know-how industrial e recursos dos três países rebaixaria os Estados Unidos, da posição de única hiperpotência, para a de uma das grandes potências mundiais.

Até eu, se fosse americano teria suores frios...Este conflito é existencial para os EUA? Sim,nao acha Senhor Embaixador.

Rússia e China, mas também... Alemanha! A tríade “produtora” do planeta. Arr..

J. Carvalho disse...

Talvez mostre o realismo do Presidente reeleito. Parece inteligente ter um economista, que conhece e sabe o que fazer com a economia e como articular esta com a defesa, sendo que, a exemplo do que propagam os líderes da NATO, a industria da defesa é cada vez mais, desgraçadamente, o motor da economia, seja na Rússia, na Ucrânia, na UE e, sobretudo, nos EUA, que são os grandes beneficiários, do ponto de vista económico e financeiro, com as guerras em curso.

João Miguel Tavares no "Público"