domingo, maio 12, 2024

Israel e a democracia


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3 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Embaixador : Israel é um Estado terrorista da pior espécie. E ainda, os media nao dizem tudo o que vêm e sabem. Devo dizer que a CNN foi uma excepçao no que respeita o bàrbaro assassinato em 11 de Maio de 2022, da jornalista da Al-Jazeera Shirin Abou Akleh .

Foi morta enquanto cobria um ataque a Jenine. O caso poderia ter sido enterrado, não foi o primeiro nem o último jornalista palestino morto pelas forças israelenses sem que nenhum soldado tivesse sido processado.

Além disso, inicialmente, Israel acusou grupos armados palestinos, antes de finalmente reconhecer que havia uma "forte possibilidade" de que o seu exército fosse responsável, mas sem tomar a menor medida contra os responsáveis ​​por este crime, uma impunidade que é a regra neste país.

A popularidade regional e internacional de Shirin, a sua dupla nacionalidade palestiniana e americana, tornaram um pouco mais difícil enterrar este crime.

Principalmente porque uma investigação da CNN concluiu, com novas imagens, que se tratou de um ataque deliberado. Em Novembro de 2022, o FBI abriu uma investigação, denunciada por Tel Aviv, mas esta estagnou. Contudo, um novo relatório do coordenador dos EUA para Israel e a Autoridade Palestiniana parece confirmar a natureza deliberada do assassinato de Shireen; por enquanto, a administração Biden recusa-se a transmiti-lo ao Congresso antes de o ter “editado”. No qual se lê:

O editorial de 16 de Maio de 2022 “Obscenidades israelenses, cumplicidade ocidental e árabe” sobre este crime e sobre a impunidade de Israel possibilitada pela cumplicidade americana, europeia – particularmente francesa – e árabe.

Obsceno !!!

Esta é a primeira qualificação que vem à mente com as imagens do funeral da jornalista. Policias abriram o seu caixão, que quase foi derrubado, espancaram manifestantes, atiraram granadas e derrubaram bandeiras palestinas. Esta acção, mesmo para além de qualquer julgamento político, viola as profundezas da dignidade humana, viola um princípio sagrado que remonta ao início dos tempos: o direito a ser enterrado com dignidade.

Provavelmente nunca saberemos a identidade do soldado israelita que puxou o gatilho e matou a jornalista palestiniana. Mas o que já sabemos é que a cadeia de cumplicidade é longa. Origem em Tel Aviv, estende-se até Washington, entra sorrateiramente em Abu Dhabi e Rabat, entra em Paris e Bruxelas. O assassinato de Shirin Abou Akleh não é um acto isolado, mas um crime colectivo.

Carlos Antunes disse...

A historieta de que Israel é a única democracia no médio Oriente é uma completa falácia.
Não, não é uma democracia, porque independentemente da questão da Cisjordânia e Gaza, também os árabes/palestinos israelenses são discriminados institucional e socialmente.
De acordo com o Índice de Democracia de Israel, 81% dos entrevistados árabes afirmaram que os membros dessa comunidade desejam integrar-se e fazer parte dessa sociedade. No entanto, apenas 35% afirmam que o governo de Israel é democrático no que se refere ao tratamento dos cidadãos árabes.
Existem mais de 65 leis discriminatórias que embora afectem os moradores da Cisjordânia e Gaza, a maior parte também impactam directa ou indirectamente os árabes que têm cidadania israelita, a maior parte das quais foram implementadas a partir da chegada de Netanyahu ao poder em 2009.
Israel é uma democracia, mas apenas para os judeus, como era o regime do “apartheid” para os sul-africanos brancos!

Azinheira disse...

Ouvi e gostei de o ouvir, como sempre. Tendo vivido em Telavive uns anos assisti a muita coisa que mudou a minha forma de apreciar aquele país e aquele povo. Infelizmente digo eu, por todas as razões de que fala na sua entrevista e muitas mais que só quem lê as notícias locais e observa os comportamentos, conhece. É exasperante ver que ainda há quem julgue que Israel é uma democracia e o seu povo - como dizem o escolhido!!! - acha que está acima de toda e qualquer crítica, à custa de uma palavra que serve para tudo: antisemitismo. Na verdade, prefiro que me chamem antisemita do que cúmplice do que se está a passar em Gaza e na Cisjordânia. Embaixador, porque não escreve um livro sobre Gaza e esta fase do conflito? Vai ser muito útil no futuro termos uma visão realista e desassombrada. Clementina

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...