domingo, maio 26, 2024

Manchester


Quando, nos anos 90, fui viver para Londres, o futebol britânico, que sempre foi dos melhores do mundo, entusiasmou-me. Não ganhava o dinheiro suficiente para ir ver muitos jogos, mas, apesar disso, tive o ensejo de estar várias vezes dentro de alguns daqueles estádios apinhados, com cânticos permanentes, multidões ululantes, às vezes quase ameaçadoras para quem ia para ali sozinho, sem cachecol nem óbvia preferência. 

Eu era um moderado fã do Arsenal, apreciava também o Tottenham e não gostava do Chelsea, sei lá bem porquê, cujo estádio, aliás, era bem próximo de minha casa. Tive o privilégio de assistir a duas "Cup Final" no velho estádio de Wembley e acompanhei jogos do Benfica, do Porto e do Sporting contra adversários britânicos, em provas europeias. Quatro anos e tal de Londres deram-me muito bom futebol, além de outras alegrias.

Lembrei-me disto ontem, ao ver a emocionante final da Taça, entre o Manchester City e o Manchester United. Contra a corrente dos dias, o United ganhou ao City, que tem tido muitos dos seus últimos anos cobertos de glória, interna e internacional, sob a batuta de Josep Guardiola. As coisas não eram assim naquele meu tempo britânico. Por essa altura, o City era o "parente pobre" da cidade de Manchester, uma espécie de Atletico de Madrid face ao Real, ou do Español face ao Barça. O Manchester United, com uma história gloriosa, e até com uma tragédia pelo meio, era então o clube mais importante, com forte projeção internacional. Nos últimos anos, contudo, o United tem andado "debaixo de água". Ontem, na final da Taça, renasceu por uma vez das cinzas (em 2023/24 ficou em 8° na Premier League) e bateu o rival City por 2-1, assegurando assim um lugar nas competições europeias.

O bom futebol, para quem dele gosta - e eu gosto -, é um imenso prazer.

2 comentários:

Carlos Antunes disse...

Importante mesmo é conquistarmos hoje a Taça de Portugal e fazermos a "dobradinha" no Estádio do Jamor!

Anónimo disse...

sob a batuta do Guardiola e o do dinheiro disponível a todos.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...