quinta-feira, maio 09, 2024

Na véspera do Dia da Europa


Aqui entre nós: ás vezes, as sessões de lançamento de livros são uma seca! Em regra, não se sai delas muito mais "rico" ou informado. Quase sempre, são apenas momentos congratulatórios, onde se ouvem coisas simpáticas e agradáveis, sobre o autor e o produto do seu labor. 

Ontem, com a maior franqueza, assisti a uma exceção a esta quase regra. Na apresentação do livro "O Ano Zero da Nova Europa", que só pude ainda folhear, quem lá esteve teve o privilégio de ser brindado com duas intervenções altamente substantivas sobre o atual "estado da arte" na Europa e no mundo. 

Quer o apresentador, António Costa, quer o autor, Bernardo Pires de Lima, trouxeram-nos muito interessantes e informadas reflexões, como ficou patente na pouco usual reação entusiástica do auditório. António Costa, liberto das responsabilidades executivas, fez uma leitura das coisas em que, visivelmente, decantou os oito anos que passou pelos palcos europeus. Pires de Lima, que Marcelo Rebelo de Sousa ali disse ter até agora "escapado" por pouco ao exercício de outras responsabilidades, mostrou a maturação que vem fazendo, desde há anos e desenvolvida já em outras obras, sobre a temática internacional.

Noto que os oradores são pessoas originárias, no passado, de diferentes áreas políticas, unidas agora pela preocupação comum sobre o futuro da Europa em que estamos inseridos. Porque o livro, que foi o mote para ambas as intervenções, assenta nessa mesma preocupação, que também é a minha, estou com bastante curiosidade em lê-lo.

1 comentário:

Francisco disse...

Meu caro Francisco, não tenho nenhuma particular animosidade contra António Costa e nutro até pela sua figura pública (a única que conheço, isto é, a casca do homem, porque a substância é coisa de natureza diversa e dessa nada sei) uma cordial simpatia, que não é suficiente para lhe confiar o meu voto, desde logo (há outras) por razões que ele tornou, uma vez mais, eloquentes. Por isso ontem quando o ouvi, em reportagem radiofónica sobre a cerimónia em causa (será um qualquer Europa oblige?) repetir aquela frase irresponsável e, mais do que isso, sem conteúdo consequente até hoje conhecido, de que a Rússia tem que ser derrotada, vi-me forçado, um pouco a contragosto e pelas razões que antes enunciei, a fazê-lo descer mais alguns degraus na minha escala de avaliação. Ele não se importará com isso, mas o que é verdade é que eu também não me importa com o facto de ele não se importar.

Agostinho Jardim Gonçalves

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