sábado, maio 11, 2024

Uma nota para os tristes


Há vários anos que, quando penso (e penso muitas vezes) ir comer ao restaurante "Salsa & Coentros", não longe da Avenida do Brasil, em Lisboa, digo para mim mesmo: vai ser difícil conseguir uma reserva! A relação qualidade/preço é ali extraordinária e a casa está sempre "à pinha", como antes se dizia. É compreensível que assim aconteça, dado o mérito excecional da comida, serviço e preço, como reconhecem todos (repito, todos!) os meus amigos e conhecidos que gostam de comer bem.

Mas é da lei da vida: nem toda a gente pode ser feliz. E infelizes e tristes, pelo menos e pela certa, são os especialistas "selecionadores" do "Time Out" e do "Boa Cama, Boa Mesa", essas "páginas amarelas" da faca-e-garfo, que nunca devem ter conseguido obter reserva para lá poderem ir. É que só assim se justifica que, nas largas dezenas de restaurantes inventariados na sua seleção de mesas lisboetas para este ano, o "Salsa & Coentros", reconhecidamente um dos grandes restaurantes do nosso país, nunca figure. 

Só posso desejar que continuem a tentar, até que um dia venham a ter a sorte de conseguirem sentar-se por lá! Até ver, deixem as vagas (e, em especial as empadas) para nós! Ficam com o telefone, para irem tentando: 218 410 990. Não, não dou o telemóvel do Duarte! Era só o que faltava...

3 comentários:

Tony disse...

Oh Sr. Embaixador. Das várias vezes que tentámos, eu e aminha "Maria", só uma vez acertámos, com dois lugares na cave. Como não tenho o telefone do Sr. Duarte, tenho-me contentado com o próximo Tico-Tico. Ainda há dias lá comemos uma bela Lampreia. Se eu fosse atrevido, diria que ia da sua parte!.

Unknown disse...

Não é pouco democrático e socialista não partilhar bens de primeira qualidade com os que têm apetite?

manuel campos disse...


Já bem tarde na madrugada, a falta de sono levou-me a pesquisar um pouco as listas de “best of” de Lisboa na opinião dos “críticos” destas coisas.
E se pus “críticos” entre aspas é porque, quando começam a tratá-los também por “especialistas” entro em “modo de segurança” para continuar a ler.

Só pesquisei um pouco porque se fosse ao pormenor de ler descrições, mesmo que resumidas, das respectivas ementas era certo e sabido que tinha um ataque de fome maluco e aí, infelizmente, nada que se resolvesse com umas bolachinhas.
E depois ninguém adormece com fome (nem com os pés frios).
Ora para quem já não tinha sono não era grande ideia.

Numa dessas listas, bastante grande por sinal, nem em 10% deles terei entrado, o que bastante me satisfaz porque nos outros mais de 90% desconfio muito que viesse a ser feliz.
Além de alguns “clássicos da gama alta” que quase parecem ter sido metidos ali porque não podia ser de outro modo, aparecem também alguns muito poucos “clássicos da gama baixa” que ainda hoje são aqueles que me dão mais garantias.

Do resto nem percebo bem qual é a ideia ainda que tenha algumas suspeitas, mas o facto é que o meu gosto pela comida já não é deste mundo.
E desconfio que, para quem ainda não tem um gosto bem definido, haja interesse em que lhe indiquem “o caminho”, mesmo que venham a descobrir um dia que a seta estava trocada.

Também costumo ler aqui ou ali, especialmente em restaurantes que conheço bem, as críticas más, pois as boas dividem-se entre os que pensam como eu e os que lá foram escrever bem porque alguém lhes pediu.
Ainda há dias, num caso que conheço bem fora de Lisboa, alguém dava um ponto em cinco porque a) o parque de estacionamento era mau e b) tinham trazido o vinho mas faltava um copo.
Pois se do copo nem se fala (se calhar até era bom que este nem bebesse), a do estacionamento é notável porque, sendo de facto mau, é um espaço na esquina de duas ruas muito largas com dezenas de lugares ao longo dos passeios (onde eu deixo logo o carro, sempre espantado com o amontoado de carros a trouxe-mouxe no tal espaço, como se alguém fosse obrigado a metê-lo ali que nem muro para as ruas tem).

Tenho uma opinião sobre estas situações das listagens mas fico com ela, tenho quase a certeza que quem sabe comer e sabe onde comer terá uma opinião muito semelhante à minha, senão mesmo igual.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...